terça-feira, 13 de setembro de 2011

Guapuruvu

O céu, ultimamente, tem estado tão azul,
e na praça amarelo está o guapuruvu,
amarelo da cor do Brasil, o chão
pintado de pétalas e folhas secas.
Hoje vai ter uma linda lua nua cheia,
e com esse céu pintado de estrelas
como o chão fica de pétalas do guapuruvu.
E a noite caiu pra amenizar
o calor no lindo guapuruvu.
Porque vejo tudo tão desconexo,
tudo tão sem verso,
serão pétalas do guapuruvú,
Schizolobium paraiba...

A tarde ensolarada

Que tarde bela, no quintal folhas caídas no chão dão um tom de verão.
Um quintal seco com uma palma e uma acacia o sol a brilhar,
canta forte o sabiá, logo a primavera vai chegar,
mas já posso ver o jasmim e seus buques branco e amarelos,
os ipês nus, mudando de roupa,
alguns coberto de flores,
como cantam o sanhaçus,
que tarde fatigueira.

Estralinha

Estrela partiu,
a rua calou,
nenhum cão latiu,
agora é estranho
chegar em casa
e não encontrar
ele alegre a correr,
nunca mais o vi,
partiu e nem se despediu...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tudo passou

Já não sou quem eu fui,
já não tenho o mesmo vigor,
já experimentei tanto da vida,
tantos sabores, tantas cores
e formas e movimentos,
mas sou tão restrito,
meu mundo é tão pequeno
e o meu tempo tão curto,
não curto o suficiente,
as vezes sou deficiente,
o mundo que tanto ensina,
também muito aprende,
E espero que o tempo passe,
que a vida passe,
tenho ansiedade por encontrar
com minha morte, pelo amanhã.
Espero pela sorte, mas se não vier?
Já não sou quem eu fui...

Parar o tempo

Quem dera parar o tempo,
mesmo que fosse um momento.
Quem  me dera dominar o vento,
controlar seu movimento.
Mas nada disso posso,
sou impotente, não sei pintar
como assim fazia Gogh,
controlava o tempo
e parava o vento.
Parou tudo nos seus quadros,
azuis e amarelos,
são todos tão belos.
Acho que numa poesia
posso parar o tempo,
controlar o vento,
porque sei que o que tenho,
nada me pertence,
onde vou tudo é passageiro,
tenho tudo e não posso nada,
o que levo são risos e pensamentos.

Quem me dera parar o tempo,
mesmo que fosse por um momento.

domingo, 11 de setembro de 2011

Algo no mundo

Pensei algo e pus no mundo.
Algo não muito interessante,
algo que saiu errante,
palavras rimadas, cantadas,
nesse mundo de raimundo.
Mundo em que tudo podemos
encontrar, mas nem sempre expressar,
pensei algo e pus no mundo,
palavras vagas,
um movimento, códigos,
foi como plantar uma semente
em um bom lugar,
alguma coisa há de acontecer,
a alguém pode servir,
o mundo é tão vasto
e as pessoas tão normais,
ou anormais...
Pus algo no mundo que ganhou vida,
sabe lá onde poderá parar.

Liberdade

O céu a azul,
Que linda paisagem das ruas, árvores e jardins tão limpos.
Não é difícil amar a vida,
mas ao mesmo tempo não é difícil sofrer,
com nossas incertezas e medos.
Saber que todos morreremos,
quem mais amamos, quando será?
Mas a vida nos mostra tanta coisa bonita,
uma flor com seu perfume e sua cor,
uma criança, tanta coisa.
Saber que a vida sempre continua,
que independente de nós há tanta
coisa interessante, que é curto o nosso tempo,
mas é nosso tempo e podemos fazer
nossas escolhas que são só nossas.

A tarde de domingo

Hoje, domingo, choveu pela manhã e todo o resto do dia foi agradável. Não fiz nada, além de ver filmes. Vi Alexandria, Macacos no espaço e o Ritual.
Agora olhei pela janela que linda que está a tarde, umida.
O sol se esconde atrás de nuvens azuis.
Pardais cantam pelas ruas,
andorinhas voam pelos céus.
As ruas estão tão calmas.
Brisa alguma sopra agora,
nenhuma planta se move.
Aqui não posso ver bétulas,
rosas perfumadas, ou ericas nas ruas,
como tinha em Londres,
mas tenho muitas palmeiras e ao invés de aviões tenho
aves.
É domingo e pelo que vi,
domingo é sempre igual
aonde quer que vá,
a beleza está dentro de nós,
nas expectativas que pomos sobre as coisas.
Sinto o aroma deixado pela chuva
entrando pela janela,
ouço o canto da cambacica e de muitas aves.
Quero caminhar,
sei que tenho muito o que fazer,
mas agora me sinto bem,
me sinto bem no domingo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Descrever o meu mundo

Às vezes, gosto de explicar o mundo, através das palavras, a minha maneira. Como tudo que faço fica meio torto, troncho ou inacabado, assim ficam os meus textos. Então para embelezar um pouco o minhas descrições sobre o meu mundo, coloco a coisas belas como as flores, o canto das aves, um dia de de sol pu de chuva. Às vezes falo sobre a chuva, pois a chuva sempre foi algo bom para mim, antes do homem morar em barracos ou ribanceiras, chuva sempre foi sinônimo de vida; e o mais difícil de descrever é quando falo sobre mim ou sobre os sentimentos humanos. Sei que não escrevo bem,  mas pelo menos tento traduzir o mundo a minha maneira, pois vejo e sei que a beleza da vida está nas coisas simples e pequenas. Não é fácil materializar o mundo em palavras ou melhor traduzir o mundo, mas como sou meio largado, vou alinhavando os meus textos como quem costura sacos de castanha, com uma agulha grande e com barbante, pelo menos as castanhas não caem do saco. Acho que nunca escreverei como um Borges, um Pessoa, um Drummond, um Bandeira ou um Neruda, mas pelo menos ao tentando traduzir o mundo a minha maneira. Desta forma vou bebendo na filosofia, na literatura, nos jornais e muitos outros canais como entender o mundo, que é para depois tentar traduzir o mundo a minha maneira. Não tive a sorte de ter livros em casa quando criança, mas tive a sorte de ter tido pessoas que contavam histórias, pessoas que conversavam, talvez porque não tinham televisão. Mas aquelas pessoas conversavam, contavam seus causos. O mundo naquela época era muito mais colorido e cheio de sabores e texturas. Só que logo a televisão chegou e passei a ver o mundo no preto e no branco, sem cheiro e sem cor e eu não aprendi a conversar, nem a ouvir e fiquei assim vivendo de aforismos, completando ou concordando com o que os outros pensam e falam. E foi ai que aprendi a ler, e assim lendo, um pouco mais a cada dia que descobri Gandhi, Aluízio Azevedo e meu mundo vou se ampliando com a leitura, fui lendo textos de alguns poetas e escritores. Não sabia que a poesia era tão metafísica, e gostava de ler mesmo assim, talvez por preguiça. Não tem sido tarefa fácil tentar traduzir o mundo, mas eu vou mesmo assim dando cores, cheiros e sons aos meus textos, umas ficam bonitos, outras ficam horrorosas as que falam sobre mim por exemplo. Um dos grandes problemas é a minha deficiência com língua materna, pois cometo erros grosseiros de ortografia, sintaxe, concordância dentre outros. Pelo menos, alinhavo com algumas metáforas que é o que me salva ou me condena, sabe-se lá. Não tenho um grande público mesmo, mas nem por isso não devo deixar de limar minhas frases, talvez por não ter um público crítico, vou alinhavando minha pequena obra. Acho que tenho que ter mais carinho com as palavras, pois elas são a substância de minha expressão. Quem é o meu público? Acho que só me leu, vagos amigos. Acho que não me faço interessante, mas já falei, não sei tecer bem com as palavras, não sei monologar e raras são as vezes que engatilho um diálogo com alguém. Na maior parte do tempo fico assim sem jeito, sem graça, como menino envergonhado, e as palavras somem de minha cabeça. Mas eu sou cabeça dura, nunca desisto fácil e vou conversando comigo, mesmo tendo dificuldades ou com as pessoas que me rodeiam, vou buscando pela metafísica tentando descrever o mundo a minha maneira.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh