As seis da manhã o sino soou no nascente,
o sino abriu o dia, estava tão bela a aurora,
que ouvir aquele sino foi em boa hora,
senti o aroma da manhã molhada,
da pequena chuva passada,
o vento não soprava, mas o sol a terra
já clareava, então segui,
a caminhar, a sentir a natureza,
segui por onde sempre seguia,
quando caminhava, fui em paz,
e assim caminhei onde tanto andei,
senti o aroma do jasmim,
procurei a beleza das ipomoea violácea,
mas não estavam lá as flores com suas cores,
cores só no céu, um véu de algodão
com tonalidade de azul,
tal qual quarto que espera
um bebê ornava o céu,
as ruas não cheirava,
nada era diferente,
mas percebi que em frente a escola,
tem belas palmeiras, tão linheiras,
vi que a mandevila rosa está florira,
que na casa após a casa da esquina
haviam lianas floridas, além da rosa mandevila,
e caminhei por onde tanto passei,
cruzei a rua, passei do lado de jasmim manga,
mas não estavam floridos,
vi que sob a palmeira havia coco de pássaros,
então pensei, que aquelas aves iriam condenar
a palmeira, mas segui,
ouvi o som do riacho com águas turvas,
senti lisa a placa de granito,
do Tilicenter,
e assim caminhei,
cumprimentei operários de uma obra,
e segui, para meu dia, que tão rápido se passou,
e quando voltava para casa,
percebi a coisa mais bela,
a figueira sorria, pois durando o fim do dia,
três lindas flores nascera,
mas pareciam bebês,
folhas tão jovens que ainda brilhavam,
tinha uma cor vinho,
aquela figueira sorria da sua arte,
das suas jovens e belas flores,
então pensei,
não temos muitas plantas tecendo
suas folhas, não tem,
as folhas caem nesta época,
as flores são raras,
a natureza toda se prepara,
mas no fim do dia
toda a natureza sorria,
o crepúsculo anuncia o fim da noite,
nenhum sopro,
então o sino tocou 18 horas,
o dia se entregou para a noite,
então sorri,
e agradeci,
por mais uma dádiva,
mais um dia,
fecho minha poesia.