quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Brasas

Sob o céu embrasado,
brilha no horizonte
o sol, brilho jorra em fonte,
um brilho finado,
de despedida, atrasado.
se entrega pra noite,
e apaga o dia,
até a poesia,
se recata.

Cerrado

No céu encarnado,
o sol se põe,
no solo enrubrado,
suave poeria expõe...

ah que horizonte,
sem sequer um monte,
que ares secos,
no fim da tarde,
o sol ja não arde,
e deita o sol,
se entrega a noite,
sem vento ou açoite.
na calma do cerrado,
a natureza se encerra.

Sapo

O sapo
pula,
pula,
pára.
senta
a barriga,
cheia,
contempla,
buda,
sapo,
ruga,
cuidado,
sapo,
com o carro.
sapo, sapo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O café

Um cafezinho.

Nunca vai chegar numa casa no nordeste em uma casa em que o dono gentilmente não ofereça um cafezinho. Começa assim você chega, num calor dos diabos, se apresenta, e pede um copo d'água. Antes as crianças eram muito tímidas ficavam escondidas até que os pais atendiam ao visitante, aos poucos como, animais de estimação, repentinamente florava de meninos e meninas nas portas e janelas, sim porque as famílias eram enormes. Casa de chão batido, tijolo a vista, e tamburete pra sentar, água fria logo trazia a mãe, enquanto o pai alinhavava uma conversa. E sem perguntar pra visista se desejava um café o marido falava pra mulher fazer aquele café. Debaixo de tanto calor um café faz muito bem, pois a cafeína ativa os músculos. Hoje se voce chega numa casa no nordeste, com o luz para todos, não tem esse lugar que não tenha eletricidade. Quando voce chega, os meninos não se escondem mais não, são todos sabidos, são contados, no máximo três, porque criar hoje está difícil os pais pensam que os filhos tem futuro e não servem de mão de obra, pensamento, retrogrado. Os filhos já chegam falantes, pois aprendem de tudo na novela, até beijar na boca sem ter vergonha. Sim porque os meus primeiros beijos sempre eram as escondidas de minhas irmãs, mãe, pai ou família tinha vergonha, os filhos cheios de pergunta, mais parece serem reporteres, tem que se preparar senão é taxado logo de matuto. Então chama voce pra sentar, trazem água gelada, é todo mundo com o bolsa família, bolsa maternidade, ganha uns trocos e compra parcelados nas paraibanas seus eletrodomésticos. E trazem um café se tiver doce, vai de doce e o café sim aquele café. Santa Clara viu se não for essa marca, não presta, foi-se a época de café quimimo. Bem se voce não toma café oferecem um doce ou o que tiver e ai de voce não aceitar, isso é desfeita.
Mas nem sempre foi assim quando era pequeno era viciado em café com leite e o engraçado é que tomava café com leite no prato, porque o líquido esfriava rápido. Na época do Sarney que a inflação estava nas alturas, imagina que o povo vendia até galinha pra por na poupança, teve gente que achou que ia ficar rico lá em serrinha, vendeu até a última galinha, veio Collo e comeu tudo, enfim a coisa estava muito feia. Café quase ninguém podia comprar, vi várias modas, gente fazendo café de milho, até de canavalha. Era bebi lá em dona Francisca de seu Mundim café de milho. Então pra não ficar sem café papai comprava nescafé e eu gostava. Não percebia diferença. Tempos brabos. Aqueles. Mas enfim o café sempre fez parte do quotidiano nordestino. Na casa de minha tia que parecia uma creche, nunca vi tanto filho e neto, lá era pra mais de cinco pacotes por semana, os meninos eram viciados, no café, voce via os meninos bebendo café e chupando a língua pra saborear o gostinho finito do café. Quando ia lá pra tia Nina já sabia, que ia demorar, pois era dois cafés um na chegada e outro na saída. Nunca vi pessoa mais agradável até Conforça almoçava lá. Sempre o café fez e faz parte da cozinha nordestina. Não sei se é bom ou ruim, talvez não seja um café colombiano, mas cada um tem sua forma de prepará. Garanto que não é um chafé.

O café

Um cafezinho.

Nunca vai chegar numa casa no nordeste em uma casa em que o dono gentilmente não ofereça um cafezinho. Começa assim você chega, num calor dos diabos, se apresenta, e pede um copo d'água. Antes as crianças eram muito tímidas ficavam escondidas até que os pais atendiam ao visitante, aos poucos como, animais de estimação, repentinamente florava de meninos e meninas nas portas e janelas, sim porque as famílias eram enormes. Casa de chão batido, tijolo a vista, e tamburete pra sentar, água fria logo trazia a mãe, enquanto o pai alinhavava uma conversa. E sem perguntar pra visista se desejava um café o marido falava pra mulher fazer aquele café. Debaixo de tanto calor um café faz muito bem, pois a cafeína ativa os músculos. Hoje se voce chega numa casa no nordeste, com o luz para todos, não tem esse lugar que não tenha eletricidade. Quando voce chega, os meninos não se escondem mais não, são todos sabidos, são contados, no máximo três, porque criar hoje está difícil os pais pensam que os filhos tem futuro e não servem de mão de obra, pensamento, retrogrado. Os filhos já chegam falantes, pois aprendem de tudo na novela, até beijar na boca sem ter vergonha. Sim porque os meus primeiros beijos sempre eram as escondidas de minhas irmãs, mãe, pai ou família tinha vergonha, os filhos cheios de pergunta, mais parece serem reporteres, tem que se preparar senão é taxado logo de matuto. Então chama voce pra sentar, trazem água gelada, é todo mundo com o bolsa família, bolsa maternidade, ganha uns trocos e compra parcelados nas paraibanas seus eletrodomésticos. E trazem um café se tiver doce, vai de doce e o café sim aquele café. Santa Clara viu se não for essa marca, não presta, foi-se a época de café quimimo. Bem se voce não toma café oferecem um doce ou o que tiver e ai de voce não aceitar, isso é desfeita.
Mas nem sempre foi assim quando era pequeno era viciado em café com leite e o engraçado é que tomava café com leite no prato, porque o líquido esfriava rápido. Na época do Sarney que a inflação estava nas alturas, imagina que o povo vendia até galinha pra por na poupança, teve gente que achou que ia ficar rico lá em serrinha, vendeu até a última galinha, veio Collo e comeu tudo, enfim a coisa estava muito feia. Café quase ninguém podia comprar, vi várias modas, gente fazendo café de milho, até de canavalha. Era bebi lá em dona Francisca de seu Mundim café de milho. Então pra não ficar sem café papai comprava nescafé e eu gostava. Não percebia diferença. Tempos brabos. Aqueles. Mas enfim o café sempre fez parte do quotidiano nordestino. Na casa de minha tia que parecia uma creche, nunca vi tanto filho e neto, lá era pra mais de cinco pacotes por semana, os meninos eram viciados, no café, voce via os meninos bebendo café e chupando a língua pra saborear o gostinho finito do café. Quando ia lá pra tia Nina já sabia, que ia demorar, pois era dois cafés um na chegada e outro na saída. Nunca vi pessoa mais agradável até Conforça almoçava lá. Sempre o café fez e faz parte da cozinha nordestina. Não sei se é bom ou ruim, talvez não seja um café colombiano, mas cada um tem sua forma de prepará. Garanto que não é um chafé.

Beijo

Vi

Os olhos que olham curisos aquilo que os espanta.
Sim aquilo que é novo espanta, belo ou ridículo, encanta.
Esses olhos que me mostram o mundo.
Deixou-me rubro, pois viu beijos femininos.
Ah, a culpa é dos olhos, nenhuma curiosidade.

Sim foi um espanto, não de preconceito,
mas sim de beleza.

Aquele beijo enamorado,
nunca tinha encontrado minha visão.
Atômito, ipnotizado quase parei debaixo de um carro.

Rubro duplamente rubro com o beijo,
com aquela expressão de afeto,
com o medo, da morte, da expressão do motorista.

Parei, me recompus.

Sai meio atômito,
minhas carnes tremiam de medo.
da morte ou da sorte,
de ver duas ninfas se encantando,
se enlaçando num beijo.
beijo duplamente feminino.


dia

Quando acordei, afoguei-me em angústia, dúvidas que me preocupam, que assolam o meu ser.
Então resolvi ficar em casa. E assim o fiz. abri a janela. A luz do sol, o frio, o canto do passarinho entraram no meu átrio. Fizeram-me sorrir.

Muriçoca

Delicada e elegante voa a muriçoca, com som irritante, desperta e suga um gigante.
Onde se escondes? Aparece!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

tarde da noite.

Quando é tarde da noite,
vem o sono,
e o vento chega de acoite,
trazendo os sonhos,
embalando histórias,
reeditando memórias.

Quando é tarde da noite,
a alma desprende do corpo,
e viaja pro mundo dos sonhos,
vai a fundo nas memórias,
em busca de histórias.

Quando é tarde da noite,
tenho que dormir,
para acordar cedo e ver o dia se abrir.
no sol.

Cinzas do São João

As cinzas

As cinzas da fogueira de são joão,
abrigam calor e brasas,
cinzas das chamas que alegram a noite passada.
cinzas de uma fogueira feita as pressas,
de improviso, com madeira velha e madeira verde, pra não queimar e acabar com a festa cedo.
Coisas de papai.

Quando chegava junho que alegria sentia. Começava logo no dia 12 dia de Santo Antônio, não sabia que era dia dos namorados, só sabia das experiências do santo casamenteiro. Tantas superstições engraças e ingênuas. Papai não fazia fogueira, pois nos preparávamos para o São João. E contava a dedos os dias que se passavam, esperando o grande dia. O dia dos bolos de milho, dos traques, das bombas, da queima de bombril. Eis que chegara o grande dia. Acordava feliz, pulava da cama e fazia tudo que papai e mamãe mandade, pois tinha que ganhar traques no mínimo vinte estouros ganhava. Botava água, cortava palmatória pro gado. Moia o milho prós bolos, prás broas. Mamãe sempre fazia dois ou três bolos. Um nos comíamos a noite mesmo e o outro ficava pra manhã, lógico que o melhor né. Então papai quebrava milho verde e assava na fogueira. Era um ritual, ajudava papai a fazer a fogueira. Pra isso saiamos sítio a dentro em busca de madeira seca, dos galhos ou cajueiros secos, papai cortava madeira de cajarana, que não é uma madeira boa quando seca, verde pra não queimar tudo até o fim da noite. Então chamava os filhos do meu vizinho para ajudar a carregar a lenha. Os pais deles não fazia fogueira, não creiam em santos, eram evangélicos. Então trazíamos o balseiro de lenha pro terreiro e antes das cinco horas estava pronta a foqueira, grande e linda. Às seis iamos todos para o terreiro ver papai acender a fogueira. Logo aquele fogo tímido saido da lamparina tomava conta da lenha. Os crentes passavam pra igreja e davam boa noite. As vezes Heleno vinha com Maria e Fernando lá pra casa. Então soltava o primeiro traque pra animar a festa. Pow, Lidiana minha irmã mais nova tinha medo de traque coitada e começava a chorar, pra ela creio que era um pavor a festa, acho que pra ela só prestava quando acabavam os estouros. um, dois, três... pow, pow, pow... Respondia longe lá prás bandas de Antônio Matins. Ouviamos o som do forró longe. Vinha o milho assado, o café feito na fogueira e o bolo. Que alegria, que festa. Viva São João!!!!
Eram sempre felizes as festas juninas.
De manhã cedo mamãe já acordava pra varrer o terreiro e as cinzas eram posta na valeta da frente. Sempre ficava a marca de queimado no chão que só era apagada com as últimas chuvas do ano. E a assim foram minhas festas juninas felizes, divertidas e abençõadas.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh