Uma vez minha vó pra mim uma oração que decorará na televisão vendo a missa de Aparecida.
Enquanto ditava eu escrevia,
rezou aquela oração com tanta alegria,
encheu meu coração de paz,
enquanto ditava sentados nas cadeira de balanço de mamãe,
num vai e vem eu escrevia,
se materializavam suas palavras,
num documento
vó me presentiava com uma oração,
concluída,
pedi pra ela assinar,
assinei junto,
já fazem quatro anos redondos
e não decorei aquela oração
que vovó aprendera idosa,
as vezes sentado no corredor a ler,
via os lábios de vovó a orar,
balbuciava aquelas orações,
se benzia e ficava a contemplar a frente de minha casa,
a ver a vida vivida resumida a balanços,
e a uma conversa graciosa comigo,
ou a receber beijos meus de meu irmão Roberto.
Me sentia bem faze-la feliz,
amada.
Deixou-me uma oração,
ditada do coração.