segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Como sempre

Um rouxinol cantando,
A manhã que cresce,
As árvores perdendo as flores amarelas,
Nenhuma brisa,
O solo frouxo e seco.
Os musgos tostados nas pareces e muros,
O lodo que escureceu e virou tinta,
Este ser que sente...
Este ser que percebe,
Percebe que tudo já passou,
Anos após anos,
Gerações após gerações...
Coisas que se repetem e se repetirão,
Lágrimas de alegria,
Lágrimas de tristeza,
A flor que desabrocha
E se transforma em fruto,
E o fruto em semente,
E a semente em árvore...
Doí perceber essas coisas,
Doí perceber o tempo,
Saber que em pouco
Tudo é esquecimento.
Cada ser com sua história,
Cada flor por mais efêmera que seja,
Permite a eternidade da vida...
Tudo tão simples...
Canta o rouxinol,
Passa a manhã,
Como sempre aconteceu
E acontecerá.

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