segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Exemplos humanos

Borges meu querido Borges,
Jorge Luis Borges,
Sua vida, sua obra,
Contos, poemas, ensaios...
Tanta coisa o caracteriza,
Sua vida foi uma obra,
Sua vida uma batalha,
Enfrentou a cegueira com energia
E profunda sabedoria,
E sua vida continuou,
Foi ali, no escuro de seu corpo
Que o brilho veio a sua vida,
Sofreu, sofreu com o amor,
Com a dor da perda...
E no final da vida um câncer enfrentou,
Um câncer o consumiu,
Consumiu seu figado,
Consumiu sua vida,
Seus pensamentos, Sua obra,
Seu exemplo...
Encantam-me a força e a disposição com a qual enfrentou a vida.
Ao ler sua biografia,
Ao ler sua obra,
Tenho a sensação da universalidade humana,
Embora possa ser um ser de extrema brutalidade,
É capaz de universalizar-se em sua obra...
Que o diga aqueles que me fizeram enxergar além dos meus sentidos,
Gogh que ampliou minha maneira de perceber as cores,
Mozart ampliou minha maneira de ouvir a música,
Sócrates que me ensinou a questionar,
Nietzsche a me ater aos pequenos aforismos...
Borges me alegrou ao tentar escrever,
E tantas outras coisas me fizeram avistar a razão...
Kant com sua BOA Vontade,
Gilsão com suas leituras reflexivas e simples...
Aprendo tanto com a vida,
E com pessoas vivas e com pessoas imortalizadas por sua obra,
Francisco de Assis e sua obra,
Padre Antônio Vieira e seus Sermões,
Cristo e sua eterna coragem...
Tolstoi e Gandhi me ensinaram a força da não violência...
Só a maturidade e a experiência, a idade da razão Spinisiana
Nos faz entender a importância da tristeza e da felicidade.
E assim vou seguindo minha passagem pela terra,
Com amor no coração.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Definição subjetiva de mar

O horizonte distante,
No mar e no céu,
Ondas vindas de lugares distantes
Se acabando na areia,
O céu azul,
O mar salgado,
De águas que se vertem na praia
E vão e voltam
e se infiltram na areia...
O som do mar,
O frescor da brisa,
A textura da água e da areia,
Estou onde quero está?
Vejo o que quero ver?
Sinto o que quero sentir?
Ou sou um prisioneiro do meu corpo
E da distância...
Certamente algo que está distante me faria feliz,
Talvez esteja feliz com o mar,
Talvez o mar me faça pequeno e solitário,
Um grão de areia numa praia
Que vive, que sente e se exprime,
Não fala, apenas traça monólogos,
Se muito fala apenas
tira da carteira o dinheiro e paga o ônibus,
A água de coco,
E saboreia a água, a paisagem, o mundo colorido e vivo da praia.
Algas são derramadas na praia,
E a mente vaga entre tanta coisa a ser pensada,
Tanta coisa a ser vivida,
A vida pode está apenas começando,
Mas pode já ser tardia,
Ou está no fim,
A praia é tão larga,
Tem tanta água salgada no mar,
Que conseguirá entender o mar?
Quem conseguirá entender a vida...
Talvez numa poesia,
Se defina o mar.

Que constitui o tempo?

O que constitui o tempo?
O tempo seria uma medida que separa os fatos.
Desde o dia que comemorei com meus amigos
meu último aniversário, me distancio cada vez mais deles,
Me distancio cada vez mais do último dia que conversei com minha avó,
Me distancio cada vez mais do dia que nasci,
Me distancio cada vez mais da primeira vez que fui embora,
Me distancio cada vez mais das pessoas que hoje dormem na eternidade,
E ao mesmo tempo me aproximo cada vez mais do dia que pode ser o meu fim.
O tempo permite que me aproprie da razão,
Mas ao mesmo tempo me desaproprio de tudo que me ligou e liga a vida.
O tempo é a medida de nossas BOAS ou má vontades...
O tempo é o eco e é saudade...
O tempo me aproxima e me distancia...
O que constitui o tempo são as nossas memórias...
Mais nada.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Devir

Breve a vida passa,
Nossos sentimentos de apego e de desejo,
Nosso desprezo pelo vazio,
Nossos maiores inimigos, nossos medos
Tudo a acontecer,
Ser, vir a ser, ser,
O não ser...
Aquilo que nos constitui,
Aquilo que nos divide,
Aquilo que admiramos,
Suportar as coisas da vida.

O tempo passa
E quando passa nos separa,
Nos opõe a vida,
Mas enquanto vida tudo há...
Paixão, sensação, desejos, ação.
Tudo suporta e segue para o fim.

Existencialismo

Somos, enquanto vivos, ação,
Quando descobri isso,
Nem me lembro,
Nem refleti.
Somos ação,
Vir e devir,
Sujeitos e objetos,
Alteridade o que é?
Vivos, vivemos e tudo podemos,
Tudo podemos se planejamos,
Tudo podemos se projetamos,
Somos livres,
E o mundo acontece
Sob o suor e a convicção.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Onde estou?

O sol intenso da manhã
Que despenca para o meio dia,
O canto da cigarra sertaneja.
O mundo é só energia,
Pedras soltas no chão,
Ideias perdidas no azul do céu.
Existe o aqui e agora que pode ser em qualquer lugar.
Estou onde projeto está
Ou estou em qualquer lugar...
As sensações me levam a está onde estive
E são reconstruídas sempre.
Aqui, ali ou acolá.
O sentido está onde o coloco,
Está onde me atenho aos sentidos.
O sol intenso,
A vida singela,
O canto da patativa...
Seremos eternos saudosistas?

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Através da janela

Sentado, olho para a janela
E bem, vejo através da janela,
As árvores a balançar,
Sei que a brisa está a soprar.
Perceber o mundo externo
É muito fácil, embora só vejamos o que queremos...
Mas perceber o mundo interno
É extremamente difícil,
Pois sempre nos comparamos por cima,
Sobrestimamos sempre...
Como compararmos, com os outros.
As vezes, paro e penso na vida,
Procuro ver o que me rodeia,
Nem sempre encontro um pensamento vigoroso,
Ao menos tento.
Tento me nortear através dos livros...
Talvez me perca mais que me encontre,
Talvez nunca consiga,
Mas persigo assim mesmo uma autonomia
Intelectual...
Talvez tudo seja em vão.
Pelo menos tenho a mania de ver as coisas
Mesmo que seja através da janela.

O canto da manhã

Rouxinol cedo cantou,
Cantou na minha janela,
Rouxinol anunciou,
Que aurora já viva,
Que o sol em breve viria,
Cantou, cantou, cantou,
E encheu meu coração de alegria,
E anunciou o novo dia,
E expressou a presença de Deus
Na beleza de seu canto.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Despedida

Partiu?
Partiu quando?
A que horas?
Para onde?
Estava feliz ou triste?
Chorou?
-Partiu sim,
-Partiu antes de você sair.
-Era cedo para a noite.
-Foi para onde sopra o vento.
-Estava vivo, nem percebi.
- Se chorou? Não sei.
-Só sei que partiu.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O mundo

O mundo que vejo é um mundo de substantivo,
É um mundo de coisas e de nomes.
Eu percebo o mundo e aprendi a nomear as coisas
Em categorias científicas, em categorias literárias,
Eu vivo o mundo e sinto o mundo e conheço as palavas,
Mas sou oculto no mundo,
Não sei trançar as palavras,
Sou quase mudo tudo em mim é alteridade,
Não sei relacionar as palavras,
O mundo que me comunico é extremamente subjetivo,
Morre comigo se morrer,
Não passará além-túmulo,
Embora tente lutar contra isso,
Sinto que o universo todo cala meu verso...
Quem sabe um dia, chegue a algum conhecimento
Categorizado por Spinoza
Ou serei sempre mudo das palavas...
Não seria minha intenção.
Vou continuar vendo o mundo
E quem sabe um dia expresse o mundo.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh