quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Fim de dia

Um cão late na rua escura,
De céu estrelado e claro da lua,
A noite se passa apitada,
Apressada pelos carros e suas pressas inúteis...
O barulho da água fervida se derramando na caneca...
O aroma,
O sabor.
Instante eterno,
O sono.
Fim do dia.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Inesperado

Experimentar a vida,
Viver
Cada aurora,
Cada hora.
Poder contemplar a vida,
Cada momento impar
E perceber a beleza nas coisas mais frágeis, efêmeras e delicadas
Nas flores
Que continuamente se renovam,
E se renovam...
Como os dias, como as noites...
Como a vida.

Quando se vive um pouco,
Temos o costume de nos acostumarmos,
E esquecemos o mais importante
Quão efêmera é a vida.

A gente aprende tentando viver.
Aprende aprendendo a tentar...
E dar sentido a vida da maneira mais inesperada.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Divagação

Quando paro e percebo a vida em suas sutilezas como me sinto bem.
As vezes quando desligo do que tenho que fazer e contemplo,
São poucas vezes eu percebo algo além do meu eu.
Como agora é noite ouço o ciciar dos grilos,
Ou quando é aurora e os pássaros cantam felizes,
A gente se sente feliz com poucas coisas.
Guardo ainda o riso de vovó Sinhá.
Tantas lembranças.
Aprendo que viver é esquecer, aprender... Ser.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Solidão uma prisão?

Quando era criança, aos domingos visitávamos nossos avós.
Íamos sempre a pé ou a cavalo.
E um fato marcou.
Ali percebi pela primeira vez a solidão.
No caminho por onde passávamos havia idosos,
Um deles era um cego que saia de casa para tomar sol.
No geral era perceptível a solidão daquelas casas
Que por opção as pessoas haviam escolhido não ter filhos.
Geralmente eram casas limpinhas,
Mas vazias de som, de movimento de vida.
E cada dia as pessoas se engessando,
Optando pela paz,
Pelo silêncio de cemitérios...
Nos fechamos nos  nossos próprios túmulos pessoais.
Borges dizia que vamos cada dia que se passa nos tornando prisioneiros de nós mesmos.
Até que não conseguimos mais nos livrar de nossas prisões.

Eternizar

Se podessemos cristalizar o tempo,
Este momento seria eterno,
A manhã,
O cande de uma patativa,
O som da chuva caindo de leve,
Nocturnes de chopin,
Um chá com tapioca.
E algo de muito bom para ler...

Acordar

Acordar,
Acordar e sentir o mundo,
Acordar e ouvir a chuva chovendo,
Sentir o frio do tempo,
O trovão roncando,
Sentir a brisa fresca da aurora,
Acordar e poder continuar na cama,
E contemplar o canto da chuva,
Sentir-se bem com a textura da cama,
Sentir-se bem com a vida,
Acordar e perceber
Quão maravilhoso é viver...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Sopro do tempo

O tempo soprou o vento,
Soprou a manhã
E estacionou ao pino do dia,
O tempo soprou a tarde,
E a noite pintou o céu de estrelas,
E a noite passou,
E hoje quando senti o aroma da aurora,
Esqueci as dores, as angústias da vida,
Entendi o que aurora me dizia,
Hoje é um novo dia,
Faça da vida uma poesia,
E vi folhas secas pelo chão,
Percebi que as árvores estão constantemente em renovação,
Para renovar há de perder as folhas que as alimenta,
Parte de nós sempre nos deixa
E a vida permanece a viva.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Dia de compreender

Que passa?
Sei lá,
Sabe lá.
Dias se passam,
Noites seguem os dias,
Luas novas, cheias...
Vidas vividas de plantas, de bichos, de animais de estimação,
De gente que amamos...
Há dias vagos,
Dias plenos,
Dias cheios...
Dias e mais dias,
Sem perceber eles vão preenchendo nossas vidas de semanas, meses e de anos.
E a gente sempre na ilusão de dias melhores, de coisas melhores,
Mas será que chegarão?
Será que entenderemos algum dia a vida?
Tentar entender é como tentar esvaziar uma cacimba num brejo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Sem verso

Nem todos os dias são para poesia,
Versos ou proza,
Nem todos dias estamos bem?
Nem todos os dias temos inspiração.
Chega dia que tudo falta,
Tudo irrita,
Tudo abafa.
Como agir?
Sabe lá.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quaresma Heideggeriana

O tempo que transcorre agora,
Escorre, como tinta e seca,
Se cristaliza, é data,
Esse dia, contado,
É fato consumado,
Esse devir,
Minha melancolia,
Alegria,
Minha angústia,
Quem não tem?
Quem não tem metafísica?
Essa mistura é pura?
Dura talvez,
O tempo dissolvendo tudo,
A vida renovando,
O pulsar do segundo,
Esse eterno devir,
Heideggeriano...

Não creio

O eterno vazio, frio,
A eterna angústia, justa!
Viver...
Ser,
Esse pulsar constante,
Esse orbitar,
Querer ser,
Ser,
Imitar,
Parar,
Esse medo de ser, de ter.
Esse vazio de sentido, tido.
Amanhã é outro dia,
E hoje o que foi?
Uma tentativa oculta de ser...
Esse ser histórico,
Centenas de palavras,
Frases... memórias, angústias.
Hoje é tarde,
Sigamos em frente, ausente,
Sigamos em riba, comprida.
Porque escolher é sofrer,
Porque escolher é acertar e é errar...
Errantes, caminhantes,
Qual é o caminho certo, mais perto?
Há algum?
Não creio, não creio.

Parte dela

Haveremos de encontrar nossa paz interior,
No mais lindo aurora,
Na manhã ensolarada,
Ou mesmo sob a chuva suave ou forte,
Na rosa desabrochada,
Na brisa soprando,
No perfume puro da rosa,
Na manhã de terra molhada,
Numa manhã de natal,
No primeiro dia de aula,
No riso de uma criança,
Na saudade do vivido,
Nas memórias mais doces,
Na tarde que cai,
Na leitura do melhor livro,
Na noitinha fresca,
No sereno,
Na conquista de um sonho,
No primeiro beijo...
No final tudo se esfacela,
Tudo some,
Tudo evapora,
Mas que haja sempre esperança
Que a vida sempre renove,
Apesar dos pesares...
Todo o sacrifício ainda vale a pena,
Porque a vida é bela,
Porque somos parte dela...

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Indefinido

Estamos longe de encontrar o que buscamos,
Simplesmente porque não sabemos o que buscar.
Temos a vida para viver,
Temos um modo de ser,
Temos um modo de existir
Que muitas vezes não faz sentido algum.
Mas existimos além da razão,
Mas existimos além da emoção...
Existimos!
Existimos como as coisas mais simples existem independente de qualquer coisa.
Como uma folha jovem que cresce,
Como uma folha seca no chão...
Ela cumpre sua função de folha e assim é!
Não há um questionamento, uma razão...
Como dizia Sartre a existência precede a essência...
E qual é a nossa essência?
Talvez me perca nas indagações, sempre o faço,
Todavia esteja tentando uma forma distinta de questionar.
Talvez nem seja interessante isso ou aquilo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Após

E se passa mais um dia,
Lá se foi o sol,
Aos viajantes estradas rodadas,
Quilômetros distantes,
Cruzados,
Rodados,
Quantas paisagens belas
Se passaram e não foram vistas,
Ah,
A vida é como uma viagem numa estrada,
Que se pode andar somente seguindo em frente
Ou contemplando o que está no entorno,
E assim cada um segue sua viagem.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Viver é tudo

O tempo me espanta,
O tempo não fica no canto,
Não cria poeira,
O tempo é sempre jovem,
É subjetivo,
Há dias que parece que a gente vive a uma eternidade,
Há dias opostos, nos sentimos jovens.
E a malha que trama tudo isso é a emoção,
Que uns tem muito e outros nenhuma.
Também há os valores,
Os medos,
São tantas coisas,
Que só o tempo decanta em nossa mente,
E nos ensina a viver.
Viver com parcimônia,
Viver com sabedoria,
Viver com coragem,
Pois a vida é isso,
Essa eterna jornada, batalha,
Em que sempre saímos lesados,
Mas ao mesmo tempo,
Viver é tudo e não nada.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh