sexta-feira, 18 de março de 2011

Poesia

Sei que as poesias não são vadias,
sei que na boca do poeta popular,
elas saltam, feito pipoca, cheias
de alegria e sonoridade, sem vaidade,
sei que cada um canta sua poesia,
de maneira peculiar,
mas escrevo, não sei se é poesia,
gosto das rimas,
gosto de palavras belas,
que digam coisas com beleza,
com música, com lógica,
as vezes me falta,
as vezes salta,
só que não sei se sou poeta,
só sei que fico a escrever,
e escrevo, com e sem relevo,
escrevo ouvindo algo,
gosto de falar algo,
quando não, calo-me,
mas as frases pulsam,
como minhas veias,
querem serem escritas,
fugirem de mim como o vento,
como o tempo,
querem existir,
e falo pra elas
que não sou poeta,
não importa, como suor,
as palavras querem expressar,
oras a cheirar,
oras a brilhar,
e oras feias, belas,
assim se fazem
as minhas poesias,
como criança
que brinca de ser gente grande sem ser,
textos com vida,
mas sem ser poesia,
sabe lá o que é uma poesia,
nem Manuel
se atreveu a conceituar,
é só dar sentido a um falar,
sei lá.

Decisões

Esta semana foi muito importante, por acaso, separei minhas plantas e mostrei para minha orientadora, então sentamos para estudar e discutirmos o trabalhos, por fim tomamos algumas decisões muito importantes, sobre o rumo do meu trabalho, e sobre a separação das espécies que vínhamos estudando que acabamos reconhecendo, após ver todos os indivíduos, que tínhamos em mãos, duas espécies e não três, a partir de todas as variações encontradas e decidimos juntar espécies que antes eram consideradas espécies diferentes. O que me espanta é que no começo eu jurava que tínhamos duas espécies ao invés de uma e ao me deparar com a distribuição e as variações plástica da planta, podemos perceber um gradiente de variação. De materias usados para a descrição original, finalmente concluímos que seria espécie unica. É necessário novos trabalhos para corroborar nossa tese, creio que sim, mas um grande passo foi tomado.

Viagem

Sai para caminhar
nos sulcos de minha mente,
então mergulhei em lembranças
e fui parar em um lindo lugar,
numa estrada de terra branca,
com muitas mimosas de flores
amarelas, onde sentia
o vento frouxo
roubar o calor de minha pele,
sentia minha alma sorri de feliz,
ouvia o vento cantar,
assoviar nas folhas das mimosas,
e ao caminhar tirei o chinelo
e pus a sentir a textura da terra
branca e macia,
e tudo que via e sentia,
era a mágica de poder
existir, está ali
e sentir meu corpo,
a natureza,
o cheiro das mimosas,
o céu azul, o sol entre as olhas,
uma ave começou a cantar
um canto tão belo,
fui obrigado a parar para contemplar,
e esse canto me fez lembrar,
quando era de manhã lá no sertão,
antes de acordar ouvia cantar
o corrupião, cantou, cantou,
e calou, então continuei a andar,
e sentir a brisa,
o mundo,
o silêncio.
Então despertei de meus pensamentos.

A minha flor

Minha flor,
queria escrever uma poesia de amor,
então pensei no meu mundo,
pensei no seu mundo,
vi que a vida não tem fundo,
pensei no desejo,
no gosto do beijo,
pensei na sua presença,
pensei na sua ausência,
pensei no que era amor,
pensei em tanta coisa,
mas só queria escrever uma poesia de amor,
para alguém linda e doce como uma flor,
caiu no meu jardim,
cresceu e se tornou assim,
algo mais importante para mim,
bela como uma flor,
por dentro e por fora,
então quando acordo e vejo aurora,
penso no sublime da vida,
o poder viver,
o te conhecer
e desvendar cada dia mais e mais voce,
e ao te descobrir,
e nesse convir,
poder me apaixonar,
cada dia mais, e mais dia,
feito poesia,
feito autor,
feito crônica,
feito música, sem canção,
que me encanta,
sempre mais e mais,
no mais belo sentimento o amor,
o amor por uma flor, uma rosa,
e vejo a rosa, tu minha doce flor
no meu jardim,
escarlate,
mágica,
e aprendo que o amor,
é algo mágico,
não é eterno,
mais sim um ser e não ser,
que se constrói
dia a dia,
feito rimas de poesia que alterna entre frases,
mas só queria fazer uma poesia de amor,
para alguém que considero uma flor,
alguém que realmente,
respira amor,

quinta-feira, 17 de março de 2011

combinação,

Hoje o João veio e ficou calado, o João Aranha cansado e João Semir veio de mestre de samba.

Nada

Essa semana fomos almoçar e certa hora, já no fim do almoço, Deise minha amiga, falou sobre o pensar no nada. Ela disse que viu em um email que nós homens organizamos as coisas em caixinhas e que só podemos ter uma caixa aberta de cada vez, não conseguimos mexer ou deixar duas caixas abertas, falou também que temos uma caixa do nada, que é esta caixa que passa maior parte do tempo aberta. Achei muito legal. Ela falou que o namorado dela vive com a caixa do nada aberto, acho que também sou assim.



Quando penso, penso meu pensar?
quando penso no meu pensar,
estou pensando?
Conversando com o nada!
há momentos vazios,
em que não penso em nada,
e fico aflito por em nada pensar,
e fico cansado do nada,
paro em frente ao branco
que dar em minha mente,
sinto que estou ausente,
mas não sei onde estou,
pois não sinto pensar em nada,
então me ocupo de pensamentos
triviais, coisas banais,
escuto meu corpo,
percebo suas reações,
sinto fome, sinto medo,
sinto aflição,
parece que o tempo para,
sinto sono,
sinto sempre vontade de vi a ser algo,
mas não percebo um comando,
não sou consciente do que sou,
por isso, nada penso,
nada sou,
vago meu cérebro reluta,
e acabo imerso
no nada.

Nesse mundo

E esse mundo que eu vejo,
tão cheio de cores, odores,
cheio de textura e formas,
nesse mundo curioso,
que se revela a cada instante,
me surpreende sempre mais,
e aprendo os nomes das coisas,
desvendo seus segredos,
aprendo sobre a vida,
sobre a natureza,
aprendo a falar,
após muito escutar,
e aprendo a refletir,
e aprendo que faço parte,
deste mundo complexo,
e é pela linguagem,
que desvendo a imagem,
e tudo tem um nome,
tudo expressa algo,
ou nada expressa,
são meras invenções,
nos e nossas convenções,
aprendemos a viver,
crescemos neste mundo,
vendo as cores,
vendo os dias e as noites,
dias de sol, nublados,
noites estreladas,
as vezes enluarada,
e aprendemos a falar,
e falamos, sem parar,
esquecemos de perceber
na natureza da natureza,
que a tantos milhões de anos
aqui está,
e nós, pela linguagem
acreditamos na imortalidade,
mas aprendemos
com o tempo, que temos
muitas vezes de calar,
e contemplar e refletir.
É neste mundo que nascemos,
é este mundo que lemos,
que demos um significado,
ou simplesmente
somos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Narração

Somos fascinados por estórias, gostamos de estórias lineares, lógicas agradáveis. Confesso que não sei contar uma estória e sou até capaz de acabar com a graça desta. Não aprendi a narrar, embora quando criança tinha um tio que contava muitas estórias e em todas elas papai dizia depois para mim, que aquilo não passava de mentira, que seja, mas viajava nas estórias que ele contava, cheias de vantagens. Não me importava com suas rugas sua idade, achava ele um senhor muito distinto. Era um irmão de minha avó, Raimundo Souza, morava no sítio barro vermelho, mas quando a sua esposa morreu, ele com o fogo dos homens do nordeste se ensaiou com uma mulher, Socorro que tinha uma grande família, morava na cidade, e foi ela morar no sítio levou consigo toda a família, o pobre do tio acostumando a viver em paz, passou a viver com uma família faminta da cidade, logo se pós a vender as coisas que tinha. Então na época passava uma novela na tv, Roque Santeiro, não é que ele se viciou na novela e todos os dias ia ele com a nova família para a cidade ver a novela. Não durou muito tempo e ele sob influência da mulher vendeu o sítio e foi morar na cidade, comprou uma casa na rua Raul Galdino, uma casa pequena, e agora ele homem do campo morando na cidade, o casamento durou enquanto havia dinheiro, quando acabou a grana, acabou também o amor, agora nem podíamos mais frequentar sua casa, ouvir suas estórias. Então se separou, expulsou a família de sua casa e como morava em frente a uma casa que tinha uma moça solteira, coroa, como chamavam lá, começou a se engraçar da mais velha, Baica era chamada, e começou um namoro, que deu certo. Baíca era meio surda e meu tio também, se casaram. Baica era uma mulher limpa cuidava muito bem do . Voltamos a frequentar sua casa, imagina que ainda é vivo, seus passos hoje são mais arrastados, a vista é muito cansada, não conversa como andas, as palavras arrastadas, já estão quase caladas, quando voltei a minha casa, não fomos mais lá visitá-lo, o tempo esta calando suas estórias, as vezes repetidas, mas era muito bem ditas, bem narradas. Papais não aprendeu com ele a arte da narração, aprendeu sim a ser um cínico, um gozador das palavras, acho que tenho muito do meu pai, mas ai como queria saber narrar.

Nada

Quando olho para o horizonte
e busco um ponto mesmo distante,
às vezes não encontro
e tenho somente a mim,
para algo encontrar,
então me encontro num vazio,
pois sou quase sempre vazio,
nada reflete em minha mente,
nada crio, nunca aprendi a refletir,
nem um reflexo,
então sinto uma tristeza,
e penso no pensar,
na minha mente pobre,
e me volto para o mundo,
e encontro no discurso
vazio meu,
algo a que me apegar,
mas nada, fala,
então calo e me encontro em pleno nada.

Frouxo vento

Adoro os dias cujo vento sopra frouxo,
nem muito nublado, nem muito ensolarado,
o vento parece dançar com os ramos das árvores,
o dia passa tão sossegado
que parece que estou no paraíso,
tudo é tão perfeito,
as flores rosa de paineira pelo chão,
o rosa das paineiras no horizonte,
o dia é prazeroso,
doce e vigoro,
sinto a alma da vida,
a paz humana.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh