segunda-feira, 23 de maio de 2011

Maio

Como estão sendo claros, frios e agradáveis
os dias de outono, agora em maio.
Temos o dia todo de céu azul,
nuvens brancas,
as manhãs e as tardes vermelhas
como brasa.
Passam tão rápidos
os bons dias,
é tão bom vive-los 
intensamente,
maio, oh maio,
de brisas frias,
de sol claro,
de flores coloridas.
Maio que nunca mais voltará,
maio quem o sabiá
está calado,
mas as manhãs estão tão fagueiras,
logo partirás maio,
e eu também partirei,
deixando doces adeus
a ti maio.

Tempo ecoa

O tempo ecoa
na aurora,
no ocaso,
o tempo voa,
rouba de nós
a juventude,
a vaidade,
a energia,
o tempo é impiedoso,
cobra de nós cada segundo,
mas o tempo é justo,
e nos dar a liberdade
de fazer o que quisermos
enquanto o tivermos.
Por não saber o que fazer
com o tempo que vivemos,
sofremos,
nos angustiamos,
mas o tempo,
como o vento,
não é piedoso
e nos ceifa
no momento certo,
a morte
sua serviçal
é impiedosa,
chega e nos
leva e deixa
a dor a quem fica,
tempo,
soa na concha da vida,
da memória,
tempo,
tempo.

Não me vejo

Diante do espelho não me vejo.
Sei que os anos passaram, pois
festejei cada um e com muita alegria,
mas não vi o tempo passar,
sempre estive comigo,
todavia não vi as marcas do tempo
em mim.
Quando percebi meu primeiro
cabelo branco, senti aflição,
percebi que envelhecera,
o corpo já dava sinais,
mas só o diferente me fez ver,
não vi as rugas aparecerem,
não vi o tempo passar,
contei o tempo,
mas não percebi, que passara,
ainda bem, senão estaria louco.
Então tem um dia que nós acordamos
e vemos que o tempo passou,
cai a ficha,
corremos para o álbum de fotografias
e então temos um choque,
o tempo realmente passou,
mas não vi as marcas no espelho,
eu não me via,
ainda bem.
Mas as fotos revelam
a relevância da vida,
dar um frio saber que envelhecemos
e morremos.
Então buscamos as memórias
e vemos que são tão longas.
As jornadas e não temos como
contornar,
resta perceber e assumir
que o tempo passou,
e trabalhar vida a fora.
Ainda bem que esquecemos,
por senão tudo seria
tristeza.

domingo, 22 de maio de 2011

Desfaz

Nada resiste ao tempo. 
Tudo muda já diziam os gregos.
Nunca fazemos a mesma coisa do mesmo modo.
As coisas são peculiares, até podem parecer
iguais, mas não são.
Toda a matéria tende ao caos. 
Chamamos de tempo
o período de desordem desta matéria.
A noite e o dia servem pra marcar o tempo,
e assim vamos subtraindo nossos dias,
nossa vida,
algumas pessoas, se angustiam,
outras ignoram.
O tempo resiste a tudo
é eterno,
uma ideia.
Tempo ecoa em nossa alma,
nosso ser.

Tempo

Sol e dia,
lua e noite.
Primavera, verão, inverno e outono.
Flores, cores, odores, beleza.
Tudo passa, enquanto a terra gira,
dias e noites acontecem,
nos aproximamos de nosso fim.
Contamos nosso tempo.
Os dias, meses e anos se passam.
O tempo, não se  ver no espelho,
não se ver nas praças,
não se ver em nada,
mas o tempo deixa marcas,
suas evidências se mostram
ao espelho.
O tempo ensina
que dia, após dia,
o tempo é
e não é.
Tempo não existe,
não canta,
o tampo não existe fora de nós,
o tempo é subjetivo.

Ciclo

A aurora,
o dia,
o ocaso,
a noite.

Aurora calada, sob pouca luz,
anuncia a chegada do sol.

O sol chega e traz consigo o dia.

O ocaso anuncia a partida do sol
e a chegada da noite.



Ribeirão

Gosto muito de Ribeirão, agora no outono mais que nunca.
Ontem fomos ao centro caminhando daqui do Jardim Paulista.
Adoro as casas da década de trinta. Fomos admirando as construções,
o palácio Rio Branco, a igreja de São Sebastião, o Teatro Dom Pedro II,
depois comemos num restaurante muito bom a toca do esquilo.
Enquanto estávamos no centro pude ver as pessoas
no seu ir e vir, comprar e vender.
Ver no rosto das pessoas as rugas da experiência,
na paciência da lida, na riqueza da vida,
em qualquer lugar sei que há,
mas aqui, é muito bom, é interessante demais.

fim de semana

Um dia ímpar
Ah, como é bom acordar do lado que quem se gosta
e ficar matando o tempo bem devagar. Levantar e tomar
um café. Falar bobeiras, muitas bobagens.
Poder abraçar, beijar e falar da importância
da pessoa ao seu lado.
Depois deitar na cama e se esconder debaixo do
cobertor, pensar, viajar nas ideias.
Combinar o que vai almoçar,
sai para comprar a comida,
e até lá ir olhando as casas, os jardins,
cumprimentando as pessoas.
Depois, fazer o almoço,
comer, lavar a louça,
e ficar vendo qualquer filme besta.
E depois ver a tarde partir,
a noite cair e assim,
ir dormir feliz
por simplesmente viver o corriqueiro
e fazer do fim de semana a melhor coisa da vida.

Noite de outono

E a noite aqui, em Ribeirão,
cai tão limpa, tão atropurpurea,
e torna-se tão escura.
Então, numa noite de outono
quando tudo esfria,
a noite parece mais escura,
a cidade mais silenciosa,
e as estrelas despontadas no céu,
como açúcar
sobre chocolate negro,
desperta desejo,
de seguir saboreando,
os momentos, doces,
belos,
vivos.

Reais

As palmeiras são tão esplendorosas e belas,
que são as primeiras plantas a acenarem
ao sol quando nasce e a últimas a acenarem
ao sol quando partem.

Com suas firmes estirpes,
crescem até o céu,
e suas lindas folhas, canescentes,
brilham, e acenam para o vento.

Palmeiras são tão reais,
tão geométricas,
que a todo lugar
enfeita, embeleza,
até mesmo
dentro de catredais.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh