quarta-feira, 11 de maio de 2011

hostória

Tenho uma história que por sinal é longa. As vezes parece que a perdi, mas não é bem assim, as vezes encontro doces evidências dela, numa música, no cheiro de uma comida

Conjunção

Hoje, quarta feira 11 de maio, antes do sol nascer. Quando sai na rua, minha querida Felizberto Brolezze, montei na minha bicicleta, e dei as primeiras pedaladas. Por acaso olhei para o céu bem do lado do nascente. Fui atraído por aqueles três pontos brilhantes, dois menores nos lados e um grande no meio. Que seria aquilo? mantive firme meu olhar para confirmar que não eram luzes de um avião, eis que para minha surpresa não era, mas pareciam luzes de avião. Fiquei encantado e pedalando e olhando para o céu. Cuidadosamente para não bater em nada que estava a minha frente. E a proporção que seguia as luzes iam sendo apagadas pela luz do sol que chegava. Quando cheguei no laboratório os pontos eram pequenos, só identificava porque tinha percebido antes. Então com minha curiosidade fui ao pai Google e achei uma resposta, aqueles três pontos, eram os planetas em vênus, mercúrio e Júpiter em conjunção. Fantástico!

terça-feira, 10 de maio de 2011

No silêncio da noite escura,
quando cai o frio da ausência
do sol, de gente, me sinto só.
Estou tão imerso em mim
que não sei o que pensar,
o que fazer, nem sei quem sou,
me sinto frágil feito
uma bolha de sabão ao ar,
que está em tempo
de explodir e sumir,
virar gotículas de água.

Quando chega a noite,
quando tudo cala,
quando ouço minha alma
ecoar com o brilho das estrelas,
me sinto só, sinto frio
e sinto um vazio,

então vou buscar na memória,
ideias, coisas belas e singelas
como flores, palmeiras,
beija-flores,
borboletas

e então a solidão passa
e volto a paz.

Pé de umbu

Nos arredores de minha casa, nas terras dos vizinhos, haviam pés de umbus. Essas fruteiras dão uma frutinha pequena, besta como pitomba, porém mais carnuda. Quando se come um não quer parar de comer. Então fica que nem galinha catando milho no terreiro, em busca dos umbus sobre o umbuzeiros. Um dos pés de umbu favoritos era o que ficava na terra de Elita de Joãozinho. Ficava atrás de uma grande casa velha abandonada, usada pelo dono pra colocar forragem seca e objetos da lida como caçoar, campinadeira. O problema dessas casas velhas é que é um criadouro de vespas, localmente conhecidas como caboquinha pela cor. Então lá ia eu no fim da manhã depois da luta de casa, passando por entre as cercas roubar umbu, não é bem esse termo, dava tanto umbu que o dono não ligava que fosse lá, só tinha que ter o cuidado de jogar os caroços e as cascas longo da sombra do umbuzeiro. Eu fazia a festa já que no umbuzeiro havia uma galha que servia de balanço. Só restava deliciar do mel do umbu e se balançar. As escondidas do dono para dar mais emoção. As vezes na volta comia coquinhos. Bem na extrema da terra e da de Josimar tem um grande coqueiro que dava coco como cacimba de areia. Tinha sempre cocos secos lá. De maneira que minha dieta era naquele tempo era a base de frutas, amêndoas e comida de casa. Era sempre bom ir ao pé de umbu. Doces recordações dos pés de umbu.

Folha

Folhas se espalham pelo chão,
as folhas que caem seca das árvores,
são levadas ao vento
para longe de sua mãe,
e duram menos de uma estação.

É tempo de sumir.
Quanto vive uma folha?
sabe lá, talvez as árvores.
Em muitos lugares só por uma estação,
em outros por toda a vida da planta.

A vida é incerta como
a certeza de onde
cairá uma folha,
quanto durará
sua existência.

Acacias

Minha casa, quando morei em Natal, era uma casa coletiva. Era um prédio pequeno com 16 apartamentos, duas pequenas cozinhas, dois banheiros coletivos, com diversos boxes sem portas, e as privadas com portas discretas, o mictório era algo de mais rudimentar. Muitas vezes aquele ambiente azedo de moradores, se assemelhava a prisão. Talvez não chegue a tanto porque entravamos e saíamos a hora que queríamos. As portas estavam sempre abertas. Uma casa masculina pintada de rosa com detalhes brancos, soava meio hilário. As janelas dos apartamentos do térreo tinham grades. E nós residentes éramos a coisa mais rica que havia ali, rica culturalmente, porque na realidade éramos quase franciscanos. Em meio a esse ambiente haviam árvores no pátio, mal cuidadas, mas elas permaneciam lá como nós residentes. Bem na entrada havia uma fila de coqueiros, ao cruzar o portão podíamos contemplar uma grande e velha algaroba fazendo sombra para o orelhão e para as Polycias, bem do lado das janelas do apartamento quatro havia uma palmeira de venus e bem em frente ao dois uma pinheirinha, mais a dentro havia uma grande Anadenanthera, seguida de velha acacias. bem depois da lavanderia havia uma goiabeira. E atrás da lavanderia havia uma acacia e um cajueiro onde os mano fumavam seu beque, vulgarmente conhecido como mirante, maconhódromo para os mais conservadores. Era da ala dos conservadores. Na casa a nossa frente nos fundos havia uma grande casuarina, uma acacia e uma graviola e bem na entrada da casa havia uma grande acacia e mais na frente uma jovem mangueira e uma goiabeira. Sim meus caros amigos era sob as árvores que escornavamos nossos corpos depois de um farto almoço, mais parecíamos gigantes, as vezes falando coisas sérias, mas na maioria das vezes falando sobre nossos desejos. Falavamos sobre mulheres e tudo que devíamos fazer para ter as mulheres. Bem haviam alguns que fugiam a regra, mas eram minoria, eu me incluía nesse grupo. Para cada pessoa havia um determinado assunto. Enfim caros amigos.
Quando estava em dificuldades nos estudos, financeiras, desesperanças, quando me encontrava só. Eu olhava para os cachos das flores de acácia como quem olha para a imagem de um santo ou de Cristo. Sim na hora que ia tomar o banho, no banheiro de cima podia ver os cachos amarelos, sempre floridos ou com frutos, muitas vezes acompanhados de formigas. E mirava em cada flor, nos pequenos frutos, respirava e tirava dali mais forças para seguir. Ou muitas vezes quando chegava no pátio sem esperança, sem forças, simplesmente sentava e ficava catando as sementes vermelhas das anadenanthera e contava e recontava. Atirava, depois buscava ou as vezes pegava os pecíolos das folhas e ficava quebrando, montando algo. Sim, aquelas plantas me confortaram muito nos momentos de tristeza. Foi sob a sombra do algaroba que fui muito feliz quando recebi maravilhosos telefonemas ou fui muito triste quando recebi a notícia da morte de meu tio. As vezes na sala de estudo ficava mirando os galhos da algaroba tentando descifrar o que contava seus espinhos. Quanta memória não se fez e se desfez naquelas árvores. Quantas!
A minhas amigas meus sinceros sentimentos de saudades.

Palmeiras (coqueiros)

Como são lindas e simpáticas as palmeiras.
Quase sempre estão acenando
para as nuvens, para o céu,
para a lua ou para as estrelas.

As vezes não percebemos,
mas elas também acenam para nós.

Algumas como as carnaubeiras chegam
de tão animadas cantam com suas folhas,
também cantam os catolés com suas quengas.

As vezes elas dançam com o vento.
Quase sempre podemos encontrá-las
em praças desde as mais requintadas
até simples, em doces jardins,
na natureza, ao longo das veredas mineiros,
nos baíxios nordestinos, nas matas,
campos, cerrados, nas praias até nas ilhas.
Estão em quase todo lugares onde haja água.

De maneira que elas
me conquistaram
através de sua beleza e simpatia.

Nem imaginam como me roubam
a atenção.

Confesso sou apaixonado pela beleza
de suas lindas folhas,
suas copas, suas grandes ou pequenas
inflorescências e por seus frutos.

As palmeiras suavizam a paisagem,
enfeitam os ambientes,
tornando-o mais harmonioso.

Em alguns lugares
parecem enormes obeliscos vivos,
em outros parecem gamíneas.

No entanto seja qual a forma
a veja acho-os adoráveis,
lindas, indescritíveis
emocionantes.

Elas estão sempre lá,
acenando, sorrindo
ou dançando ou simplesmente
enfeitando o mundo
e a vida.


Sol

O sol esplendoroso é uma carruagem mágica que desvenda as belezas da terra. Por isso todos os dias ainda muito cedo, antes de chegar, ele envia Aurora para anunciar a sua aparição. Então esta tinge de vermelho as nuvens, as plantas e todo o mundo. É neste momento que vemos o azul e o vermelho juntos no céu. É neste período que vemos cores que não percebemos em nenhum outro horário. Então imperioso a sorrir, desponta no horizonte do nascente com uma coroa dourada o magnânimo o sol e revela ao mundo as cores e as formas. E desperta todos seres com vida. As flores desabrocham e aves cantam com alegria. E a terra ganha movimentos é como se uma máquina fosse ligada. O vento sopra suave. Sim na manhã tudo é tão lindo graças a chegada do sol. Graças a percepção de que a ver.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Rio

Quando as águas de um rio tomam o leito,
simplesmente elas se deitam e descem,
vão escorrendo sobre o leito do rio,
intermitentemente descem,
nunca para, podem até por um certo
tempo ser aprisionada,
mas logo retorna sua jornada,
desce, cruza os vales,
se desfaz sobre as pedras e se recompõe
no pequeno lago e segue viagem,
rumo ao mar,
descem as águas,
atingem as planícies e perde suas forças,
mas continua a seguir,
doces as águas, abrigam animais
e plantas.
E seguem para o mar,
como bois para o cercado,
como aves a migrar,
a noite ou de dia
seguem sempre em frente,
então se deitam sobre o mar.
E perdem a essência de rio,
o movimento, a doçura para
se tornar mar, para ser
um céu na terra.

Vacinas

Lembro que quando era criança, as vezes, precisava ir a rua tomar vacina. Então Mamãe e Eliene arrebanhavam-nos e nos levavam juntos para o posto que ficava na Serrinha Grande, assim chamavam a nossa cidade que não era município ainda. Mãe banhava a mim e a Li, trocava nossas roupas e punha nossas roupinhas melhores. Nós íamos a pé mesmo, não ligávamos a distância já que estávamos todos juntos, chegava a ser quase uma festa. Nos crianças íamos conversando que nem papagaio, mexíamos com quem conhecíamos. Ficávamos muito contentes, pois certamente ganharíamos balinhas. Nossa adorava doce. Além do mais era para nosso bem, tomar vacina evitava paralisia infantil dentre outras doenças. No posto encontrávamos várias crianças, víamos algumas chorando, as vezes chorávamos, outras não. Nossas mães nossa agradavam dizendo que quando nos saíssemos ganharíamos picolé.
As gotinhas amargavam um pouco mas não causava dor. Era tão rápido que mal chegávamos já retornávamos. E voltávamos por aquela estrada de terra branca adocicada com o cheiro ácido dos cajus.
Chegávamos em casa felizes, verdadeiros homenszinhos sem medo de vacina.
Ainda bem pois essas vacinas me protegeram sobre muitas doenças.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh