Sempre achei que as melhores coisas vinham no final. Foi assim que organizei meus pensamentos, minhas coisas. Acho que me enganei. Não existem melhores coisas. Cada uma tem a sua vez, seu momento, todas são melhores a seu tempo. Por muito tempo fiz com que as coisas que faço e penso me satisfizessem no final. Deixava a melhor carne pra comer no final, melhores conversas pro final, melhores frases pro final. Achava que o sabor do livro estava em bater a capa final. Estou aprendendo a duras penas que tudo momento é especial. Já sabia disso, havia lido em Santo Agostinho, eu acreditei nos meus sentidos, me enganei. Quantas coisas poderiam ter sentidas com maior intensidade? Tudo bem não me arrependo, afinal viver é um constante aprender. Estou tentando ser diferente, mas é difícil curvar madeira velha. Estou tentando, vou consegui, sempre consigo o que quero, pelo menos nos sonhos tudo posso.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
sábado, 13 de novembro de 2010
Tensão.
Quando me sinto sozinho,
e me acho no meio do caminho,
sem saber para onde ir,
penso em deus, sinto um aperto,
forte no peito,
sinto vontade de chorar,
eu sinto o silêncio frio,
da casa vazia.
Fico num descontentamento,
numa ansiedade, um desespero,
tenho vontade de desexistir.
sento e levanto,
entro na net,
não quero nada, ninguém,
sei que a vida pulsa,
em descompasso,
descontração,
nada faço,
ouço o Amadeu,
não dança minha mente,
calor, frio, fome, desejo...
sinto tudo e nada, estou confuso,
queria ouvir soar a campanhia,
o telefone tocar e nada,
fico aqui,
feito doente,
da mente,
passo o dia,
tentando driblar
a solidão,
essa é minha condição,
agora, esse agora que não,
passa, ou passa,
devagar,
como o tempo.
O gozo
Um dia Maria,
sentado no banheiro,
descobri na insistência,
o gozo, ai que gozo!!!
nem precisei pensar,
foi tão intenso,
que intenso, prazer.
Não sabia que seria,
que a partir daquele dia,
a vida deixar de ser poesia,
a partir daquele gozo,
minha vida naufragaria,
em busca do desejo perfeito,
busca de quem o conseguiria,
o primeiro gozo nunca se esquece,
porque se quer esquecer,
por ser feio, obsceno,
foi perdendo a intensidade,
foi vindo a verdade,
precisava daquele gozo,
descobri na mulher o desejo,
descobri no beijo,
uma forma de gozar,
eu queria, novamente,
e novamente, amar.
que ironia
a partir daquele dia,
descobri um novo sentido de viver,
queria mesmo era --der,
fiquei viciado.
Mas fui levado,
a viver aprisionado,
em busca do desejo,
em busca do beijo.
Não sabia a natureza,
preparava, uma maneira de me eternizar,
de jamais acabar,
a vida...
vida por que descobri o gozo,
por que descobri o gozar,
por que me faz largar,
minha infância?
Descobri no gozo a dor,
descobri no gozo a prisão,
de se dar em uma relação,
só me resta a subordinação.
Umburana
Uma semente trazida pelo vento caiu em meu jardim. Encontrou solo fértil, umido e fresco. Germinou bem ali. Não vi quando nasceu, porém aos poucos foi crescendo e aparecendo. Um dia acordei, não fui para o trabalho, não fui para o computador. Sai para contemplar a natureza, ver a natureza viçosa. E percebi que um novo ser viver bem aqui. Contemplei-a bela planta exclamei!
Ela sorriu pra mim. Voltei pra vida, liguei o computador e segui a vida. Nunca mais a vi, mesmo estando ali. Um dia então sonhei que tinha uma nova planta em meu jardim. Foi um sonho lindo, uma umburana em meu jardim! Senti que algo gostoso entrava pelas frestas de minha janela.
Abri a janela era ela desabrochando suas primeiras flores. Acordei do sono.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Taipa
Essa casa de taipa, tão bonita, tão simples.
O telhado desalinhado, velho e preto,
As paredes de barro, barrigudos, estriados,
o chão batido, aguado, varrido.
Forquilhas de madeira,
sustentam a cumieiria,
salas, quartos e cozinha,
tão modestas e pequenininha.
No pé do fogão,
dorme a galinha poedeira,
na combuca dorme o periquito e o sal.
um tripé de maniçoba,
sustenta o alguidar de leite,
na casa de taipa,
as pessoas tem ideias rústicas,
são sabias por natureza,
pois veem a beleza,
em viver, para além das paredes.
Desespero
Ultimamente tenho medo do tempo,
fico paranóico, sem pensamento.
O tempo me consome, não mata minha fome,
de existir, de exprimir.
Não ultimamente está difícil,
tenho os nervos a flor da pele,
tudo me irrita, tudo me excita,
sintomas do medo do tempo.
Acho que vou tomar algum prozac,
acho que vou ler Balzac,
não sei, o tempo está me enchendo de dúvidas.
Não posso correr, sei que vou morrer,
consumindo o tempo, como cachaça,
consumindo meu medo, entregando minha alma ao diabo.
O vazio
Vazio
Está tudo vazio,
quarto vazio,
peito vazio,
aperta a solidão.
O escuro da noite,
traz um vácuo no meu ser,
extremo vazio.
Solidão?
Medo?
Não quero ouvir uma música,
pois me sinto só,
a música me trará lembranças,
não as quero agora.
Quero sentir o ruido do vazio.
Quero falar com o vazio,
com o silêncio.
Será que quer me dizer algo, este silêncio?
Quem sabe, não senti, ainda.
Só sinto o vazio,
sinto frio,
frio da noite,
sem estrelas,
sem luz,
o vento fala algo,
mas não quero conversar.
vou tocar no vazio,
da casa,
da mente,
do coração.
Cada um.
Cada um com seu cada um.
uns gostam de amar,
outros adoram viajar,
a maioria precisa trabalhar.
Um diz que quer amar,
mas só sabe viajar,
outro diz que quer viajar,
mas só sabe amar.
Alguém tem que trabalhar.
uns discutem quem deve viajar,
quem deve amar,
a maioria é mandada para trabalhar.
Queremos ser juízes de quem deve amar, viajar e trabalhar.
Eis os formadores de opiniões,
que se fazem grandalhões,
pois só sabem discursar,
bobas tramas inventar.
O que é o amor?
O que é o conhecimento?
Todos sabem que tem que trabalhar,
alguém tem que trabalhar,
para os vigaristas viajar,
com desculpa de progresso,
do melhor bem está.
Cuidado com os formadores de opinião,
formadores de conceito,
pois arrancam-lhes os do peito,
e teu coração, com a própria mão.
Gênios
Quanto brilho emana de uma mente humana?
Einstein um dos maiores gênios humano era simples, contemplava a música, a natureza e o universo. Nasceu e cresceu como qualquer ser humano, teve dificuldades como qualquer ser humano, se preocupou com a estabilidade, quis um emprego, consegui, construir uma teoria tão importante que surpreendeu o mundo. Com sua simplicidade conseguiu ser conhecido por todo o mundo. Tocando seu violino, viajou onde jamais um ser humano conseguiu chegar, conseguiu se imortalizar, com o brilho de suas ideias. Não somos gênios como Einstein, mas como cada um que ler, que pensa, que acredita, pois somos peculiares e unicos. Quem sabe se nos desapegarmos muito dos nossos desejos, se sonhamos mais, não venhamos a brilhar, imortalizar-mos para além da sepultura, das nossas futuras gerações. Vivemos no mesmo mundo que viveram homens que conseguiram construir um mundo melhor, Sócrates, Galileu, Darwin, Bach, Machiavel, Hoobes, Ford, Nietzsche dentre outros. Sim eles viveram com todas as dificuldades de humanos o que nos separou foi apenas o tempo e o espaço, no entanto suas obras estão disponíveis para todos e quem dispor a fazer uma leitura, certamente será capaz de compreender melhor o mundo. Talvez se tivermos sede de compreender o mundo, tentar fazer algo pra torná-lo melhor, talvez assim teremos maior quantidade de gênios e quiçá um mundo melhor.
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