sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Alegria

Ontem, ao sair da igreja, falei para Sassá que iriamos a igreja onde tinha bolo e parque! A alegria foi instantânea. Como o cabrito a pular e a balar... Ficou o belo Sassá... O seu riso iluminou seu lindo rosto.
Fomos para casa, jantamos, nos arrumamos e fomos. Ficou comportado. A missa foi com o pe. Manuel e ele gosta do padre. Ficou atento. Teve um momento que achei que iria dormir, mas não dormiu. Revimos nossas amigas da igreja. Tiramos fotos com São Rafael e para a nossa surpresa não tinha barraca de bolo. Fomos ao parquinho, mas estava tão sem gente que só deu para dar uma rodada. Ficou decepcionado. Então como havia prometido. Fomos atrás do bolo. As padarias já estavam fechadas, então encontramos um bolo no carreful. Ele escolheu um bolo comum, embora a mãe tenha recomendado outro mais recheado. Ele não quis porque achou pequeno. Então tivemos a ideia de comprar um leite condensado e a mamãe fez uma calda. Ele amou! Depois que comeu queria brincar. Não entendi. Era apenas o ritual. Topei e 5 minutos já ficou satisfeito... Dormi. Acordei e dei um cheiro no seu cabelinho cheiroso.
E ele estava muito feliz.

Algodão

 Sol a pino,

Terra branca, arenosa,

Quente terra.


Ervas secando,

O cuidado do homem,

Na terra limpa crescem a florescer o algodão,


Flores amarelas vão avermelhando com o caminhar do sol,


Verde metálica abelha na garganta da flor...


A água a secar,

O sol a cozinhar,

O fruto a trabalhar


A fibra, 

A semente.


E o homem a cultivar

A beleza da planta,

O cheiro da fibra,


E depois a colher,

Para do trabalho sobreviver.

Tao

 Achei que poderia domar a mente.

Agora sei que me enganei.

Sofri tentando domar o indomável.

Somente quando entendi que a mente

É energia, é ordem, é lógica.

A mente é uma autocriação.

Uma forma de ser condicionado a nossa história.


Deixa ir a mente.

Tudo feito,

Mostra quanto sacrifício.


Chica, hoje eu vou fazer  a faxina,

dizia o meu avó a minha avó.

E eram felizes na simplicidade.

Essência

 A unidade da essência versus a pluralidade da existência.

Energia pura, signo.

Energia fundida.


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Início

 Severino quer casar com Antônia,

Mas casar requer casa para morar,

Já escolheu o lugar,

Já falou com Cícero, José e Francisco.

Foi na mata tirar linha, vara, e cipó.

Foi o baldo ver a argila.

O verão já chegou.

Arrumou o jumento para trazer água.

Matou um bode e foi o dia da construção.

E a trabalhada foi grande, suor e cordialidade,

Desejo de amar, fez a casa de taipa...

Do vazio a casa tem sua utilidade,

Encomendou um pote a Girlente,

Encheu o pode de água.

A casa novinha é tão bonita como o amor do casal.

Moacir fez o casamento.

Uma rede pra dormir.

E a vida para viver.

Na casinha corada feito joão de barro.

E a vida a começar.

Lua

 Cálido sol a manhã a despertar,

A lua crescente, ao amanhecer continua acesa.

Depois o sol apaga.

A gente guarda na memória singela beleza.

Essa paisagem eterna.

Me ponho a pensar no tempo.

Na eternidade, na beleza.

A lua será bela em qualquer lugar?

Texto e contexto

 Ontem Sassá estava com a bateria carregada.

Pulava, ria, falava sem parar.

Nem imagino por onde começar.

Melhor falar de algo bom. 

Após o jantar, chupamos um dindin e fomos brincar de carrinhos.

Tentando não acelerar muito.

Ah! comprei jiló para ele provar. Pegou um jiló, mordeu e saiu dizendo que tinha gostado.

Só que nem terminou de comer. 

Influenciado pelo personagem do Contra da turma da Mônica, quis provar e não aprovou.

Até leu o nome do cascão na capa de um dos gibis.

Está quase lendo.

Entende como é está com Sassá.

Sempre as pressas.

Sem texto ou contexto.


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Fim de uma era

 Chagas chega ao céu,

Cumprimenta o pai, a mãe e seu irmão Epitácio.

Mais atrás estão Tião e Chico Raimundo. A panelinha da serrinha.

Querendo saber as novidades da Serrinha.

Chaga já avisa que está tudo mudado.

O nossa geração já está quase chegando ao fim.

Tem gente naquela serrinha que nem conheço.

Tem e com força.

Eu que cheguei ano passado e vivia na Serrinha já percebia isso falou Willa.

É o fim de uma Era.


Chaga de Horácio

 Ontem, Serrinha, minha Serrinha perdeu um de seus grandes personagens. 

Seu Chagas de Horácio, que por sinal era primo legítimo de meu pai.

Chagas de Horácio morava na rua Agostinho Freire, n° 36, esquina com a Cícero Caetano.

O interessante é notar a importância das referências. Por que estou pautando sobre isso? Pelo fato de poucos Serrinhenses que não moram na cidade sabem decorado o nome das ruas de desta cidade. As pessoas se referem a rua do correio ou da prefeitura, a rua do cemitério. E aqui Chagas virou um ponto importante, a rua da budega de Chaga de Horário. Se falar a rua Agostinho Freire a pessoa para para pensar, mas se falar a rua de Chaga de Horácio sai intuitivamente. Aquela mercearia que enchia os meus olhos de desejo com os baleiros. Ali, podia comprar tudo de comida. Ainda funciona com o nome Mercearia Serrinhense do Chaga. 

Escrevo isso, pela importância que há na minha vida.

Serrinha tem todos os elementos que me ensinaram a pensar, meus anseios e desejos primeiro.

E ao escrever isso entro no tempo, por via das memórias, de minha infância ao entrar na budega cheia de sinestesia o cheiro da corda de agave, do fumo, da cachaça servida ao apreciado, da bolacha e do pão de Genilson; as cores dos baleiros, as cores dos brinquedos pendurados. Uma Budega sortida é sinal de prosperidade, mas antes de mais nada é sinal de inteligência de psicologia social, de matemática, de contabilidade e tudo mais. As budegas, caíram em desuso com a chegado dos hipermercados, e ali não foi diferente. Todavia Chagas parte e deixa a budega sortida, sob nova direção.

Falar de Chagas, no meu caso é falar das minhas décadas de existência, e das muitas vidas de Serrinha.

Ali, quantas conversas não se deram nos intervalos do dia, quando a freguesia estava trabalhando e quantas interações não se deram durante o horário de pico. Quer trocar uma ideia, cumprimentar um conhecido antigo, com certeza lá você vai encontrar.

Primos, parentes e amigos... não se encontraram ali, rapidamente não foram lá para comprar algo e saiu um riso, uma conversa, breve como uma conversa de watzap. 

O estabelecimento é uma esquina, um ponto de encontro.

Então, paramos lá com a mamãe para comprar algo, com o papai, e sempre aquela conversa boa, e por fim passava lá e apesar dos anos, a gente era reconhecido como o filho de Chico Raimundo. Como amava ser chamado. Hoje o tempo dissolveu as velhas memórias.

Me acho desconhecido em minha mesma cidade.

A parte isso!

Chagas foi um grande homem. Um homem muito inteligente, sábio, um excelente pai, um excelente marido que proveu a sua família na sua simplicidade. 

Quando penso em seu Chaga vem a mente um escorte, um chapéu de palha.

Dorme na eternidade! Dorme na eternidade.


Festa assustadora

 Indo deixar Sassá conversamos como será sua festa de aniversário.

Estava empolgado e disse que queria uma festa de Jurassic parque.

Depois viajou na imaginação. Disse que queria uma festa assustadora,

Sob a luz de velas. A scare fest.

Ri, tentando apimentar a história.

Falando que nesta festa só estariam eu, a mamãe e ele.

Ai, ele falou na minha festa quando for maior de seis anos.

Rimos.

Ele gosta de argumentar.

Ficamos certo.

Te amo

Levei Sassá ontem a minha sala. Ele disse que havia ido lá pela segunda vez. Perguntou sobre o meu Chefe e nem sei de onde ele tirou isso. M...

Gogh

Gogh