domingo, 28 de abril de 2013

Tempo eterno jovem

Carregamos conosco memórias que vivemos, memórias de nosso tempo.
Cada um tem o seu tempo, cada um pertence a um tempo.
E o desfecho deste tempo faz de nós que somos.
E o que fazemos deste tempo é construir a nossa história.
A nossa memória nos é fiel ao tempo.
Somos frutos de um tempo, de nossas memórias
que está tecida com aqueles que viveram e vivem conosco, 
assim como somos parte de suas memórias.
O tempo se renova em nossos sobrinhos, nossos filhos
e tudo brota do amor e que foi maravilhoso.
No fim tudo se desbota com o tempo
paulatinamente vai sendo substituído,
o que foi vai perdendo o brilho e o vigor
passa a ser ultrapassado, matéria, diversão...
As coisas parecem avançar,
temos aversão ao antigo, sem percebemos que também ficamos antigos
em nosso pensar, em nosso agir.
Amamos o novo que muitas vezes é revelador.
O tempo nos ensina que não há mistério no mistério que revelado
e muito do que existe nos é revelado perde a graça como a flor perde o viço.
E temos que aprender a dar vida e brilho em nossas crenças
e nos tornamos categóricos e ultrapassado...
Nem imaginamos como somos ultrapassado quando cremos
que as cosias novas são menos interessantes ou valorizadas,
quando damos brilho ao que cremos ser o melhor.
Nos enganamos, assim o tempo nos ensina
e assim parece também a vida a nos ensinar.
Mais dia ou menos dia nos olhamos no espelho,
e nos deparamos com a realidade que estamos velhos e ultrapassados,
que nosso universo simplesmente encolheu, somos reféns de nossos corpos,
somos reféns de nossos pensamentos.
Para nossa sorte podemos recomeçar ou ao menos tentar.
Porque a realidade é dura feito granito e costuma nos por obstáculos
até que não possamos mais ultrapassar.
Cada segundo passado nos fere o último nos matará.
E o tempo seguirá eterno, jovem...
Se quisermos nos renovar temos que ceder nossos egoísmos
e dar vida a nossas sementes de vida
E tudo continuará reagindo,
como sempre foi e será

sábado, 27 de abril de 2013

Ir

Quando você partiu,
algo em nós se dividiu.
Você foi para longe do meu olhar,
eu queria, mas não podia te beijar,
Eu queria suavemente te tocar.
Quando caia a noite você não estava lá,
só podia imaginar através da lua,
através das estrelas,
através das flores!
Quando te encontrava,
meu sol brilhava mais intenso.

Quando você decidiu partir,
e quando você partiu,
tantas coisas entre nós ruiu!

Minhas noites,
meus fins de semana,
tudo também partiu.

E eu não sei o que fazer,
e eu não sei como viver,
só.

Ocupo meu tempo
que se esticou
com o ócio.

Flores murcham sobre minha mesa.
E o tempo passa,
e tudo passa.
Talvez, sempre talvez...
Eu aprenda algo,
com a sua partida
com a minha vida.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Tanto faz!

Quero poder ver o sol da tarde cair,
quero ver a lua na noite lunecer...
Estamos no ano dois mil e treze, 26 de abril.
E a sexta-feira é soprada pelo tempo,
e vai desfiando a malha que é o dia,
e como uma vela alumiado a noite,
e os grão de areia caindo,
e as plantas crescendo...
Tudo vai acontecendo lentamente.
E a vida passando.
Que posso fazer para embelezar a vida hoje?
Acho que vou pintar com as palavras flores, campos e jardins...
acho que vou escrever frases bonitas.
Tanto faz o tempo vai passar mesmo.

É dia

É dia,
O sol brilha a todo vapor,
o céu está todo azul.
Aqui nada acontece além
do rádio tocando.
Lá fora, tem gente pegando ônibus para seus trabalhos
sem nada perceber, irritadas com o sono abortado.
Gente ganha a vida vendendo café em paradas de ônibus.
Em outros lugares nada acontece.
A água que sobra da chuva escorre a cantar.

Tudo isto acontece hoje, sexta-feira, fim de abril.
As maritacas ainda cantam e o frio parece querer fugir.

Finalmente após a noite,
É dia.



quinta-feira, 25 de abril de 2013

Aurora enrubescida

Aurora enrubescida
trás mais um dia pra minha vida.
Hoje as maritacas que a sempre festejam
não apareceram. Não foi isso.
Estranhei e ao abrir a janela
percebi que estavam todas extasiadas
Com sua beleza aurora.
E fui arrebatado por sua beleza aurora.
Vi que os carneirinhos
continuam pastando no céu.
E me senti feliz,
E senti a vida da natureza.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Carneirinhos da tarde

Hoje à tarde estava linda.
No céu cheio de carneirinhos de nuvens
que embelezavam como o fazem nos campos
verdes tingindo-lhes de branco o céu verde.

Hoje à tarde o céu ganhou a beleza dos carneirinhos.
E os aviões que cruzavam o céu
se perdiam entre os carneirinhos.

A lua majestosa nasceu atrás de um grande rebanho,
e foi alumiando, alumiando o rebanho,
até eles desaparecem no meio da noite.

E o céu plenilúneo
e a lua radiante parecia sorrir,
parecia derramar sua luz
nas águas do lago.
E ao ser derramada a luz da lua
flamejava entre as ondinhas do lago.
Arrebatando qualquer transeunte,
A lua se entregando a noite,
após a entrega do sol...
E os carneirinhos foram dormir
e a lua ficou a iluminar a noite.

Aquilo que nos foge

Com o tempo os adjetivos se tornam inexpressivos.
Como você está linda amor.
Soa agradável, mas de fato o elogiado tem que se sentir o elogio com profundidade.
E com o tempo o que falamos já não é tão especial.
Compramos presentes, apimentamos a relação...
E aos poucos os adjetivos vão se tornando parcos.
E com o tempo nossa realidade nos é tomada.
A realidade do outro é melhor.
O tratamento do outro é melhor.
As emoções e viagens alheias são mais interessantes.
E não se sabe o que é realidade ou que é ficção...
Quando se pode saber mais sobre a relação alheia, nossa relação se torna tão banal.
E tomamos a realidade alheia como uma história fictícia e queremos para nós.
E sofremos por que tudo não passa de um ideal.
E com o tempo percebemos as rugas do outro, as gordurinhas, os pequenos defeitos passam a parecer um elefante...
E na novela aquele cara é tão forte e corajoso. Meu amor é uma égua de frouxo...
Nada importa.
Com o tempo o viço das cores vai se diluindo no tempo...
E as situações e vitórias individuais afrouxa a relação...
Mas onde chegar com esse texto.
Que a realidade nos foge as mãos.

Sonho ou realidade!

Sonhei que estava velho e tinha o corpo cheio de chagas purulentas.
A dor rasgava em minha pele. O mau cheiro repugnava a todos que de mim se aproximava.
Estava cego, solitário, magro, meus cabelos haviam caído,
meus dentes podres também nada restara.
E só a meia luz, pois não podia sentir a dor do sol, abandonado,
refletia sobre minha juventude. Não bebia, nem fumava, mas por ser humano não me faltavam pecados. E minhas reflexões se aprofundavam entre agonia e dor, eu desejava morrer. Absolutamente nada me motivava viver.
Só sem família ou filhos ali estava eu, coberto de andrajos e chagas.
Pela manhã quando podia me arrastava até uma macieira e comi um frutos podres, sem dentes era difícil comer.
E o meu corpo e minhas memórias eram meu inferno.
E pensava que podia ser diferente. 
E refletia sobre tudo...
Então certa manhã, agonizando me apareceu uma figura angelical
que me disse: - volta não é chegada sua hora.
Então acordei, mas não estava no meu quarto, estava num quarto escuro, velho e sujo...
Me levantei tateei no escuro até uma fresta onde havia uma janela.
Abri a janela e o mundo cheirava mal...
Uma luz brilhou intensa e me faz acordar.
Acordei suado e agitado. Senti a minha realidade.
Tomei um copo d'água.
Abri a bíblia no salmo 24.
E li: O senhor é meu pastor e nada me faltará...

terça-feira, 23 de abril de 2013

Até a tarde cair

Hoje a tarde foi tão fria quanto ontem.
Ainda consegui ver o sol brilhar,
antes de sumir entre nuvens azuis.
Caminhei perdido por caminhos conhecidos,
divagando entre meus pensamentos
e minhas sensações.
A brisa fria, o céu azul,
as águas agitadas do lago,
o som do piano ao cair da tarde.
E a lua sendo revelada
timidamente.
Só as plantas no entorno do lago
continuam indiferentes,
imponentes sem frio,
só a Ipomoea alba
se perfuma para a noite.
E continuo caminhando,
divagando...
Até a tarde cair,
até a noite surgir.

Portas abertas


Com o avanço das tecnologias as barreiras da comunicação foram quebradas.

As redes sociais, uma ferramenta de alto impacto na sociedade de fácil acesso, está cada vez mais democrática, constituem um grande exemplo.

O uso destas ferramentas cresceu vertiginosamente e vêm alterando completamente o comportamento das pessoas.

Uma vez que essas ferramentas permitem o acesso fácil aos dados pessoais, de forma livre, leva os indivíduos, cada vez mais, a vasculharem entre os diversos perfis disponíveis.

Nos empenhamos cada vez em saber sobre o outro, e mais ainda, gastamos mais tempo que nunca nas redes sociais.

Através das redes sociais, podemos nos expor numa grande e ampla vitrine, podemos nos pintar como grandes celebridades. Cremos que o que fazemos é muito importante e que os outros devem conhecer. Os expectadores devem conhecer nossos gostos, nossas personalidade e nossas muitas qualidades.

Cada vez que se posta dados pessoais nas redes sociais. Há uma expectativa para saber qual nossa popularidade. Quantos irão gostar? Quantos serão os acessos? Quantos amigos tenho? Quantos amigos são famosos? Este sentimento de popularidade ou impopularidade que nos alimenta!

Nunca fomos tão populares! Será? E ao mesmo tempo nunca tivemos tão ansiosos.

Antes das redes sociais, quando entrei na faculdade, bem no início dos anos 2000, nos reuníamos mais, passávamos mais tempo conversando pessoalmente,  compartilhávamos mais tempo juntos.

Hoje, vivemos presos a celulares, computadores e qualquer que sejam os canais de acesso as redes sociais.

As expetativas e projeções criadas, corresponde com o esperado o que nos torna cada vez mais angustiados.

Há de se entender que o uso das redes sociais é um caminho sem volta, mas é necessário refletir que as redes sociais são de domínio público.

Nunca nos imaginamos abrindo a casa para um estranho, mas é o que acontece quando disponibilizamos nossos dados nas redes sociais.

Estamos abrindo a porta da casa para os desejáveis e indesejáveis.



   

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh