terça-feira, 31 de março de 2020

52. Garrinchão-de-barriga-vermelha

Ontem, durante a caminhada na madrugada, ouvi o canto lindo de um pássaro.
Estava no início das Três ruas, quando o ouvi cantar.
Deveras, que coisa linda.
E o mais mágico, não conhecia.
Refletir como iria conhecê-lo.
Passou.
Hoje a noite usando o Merlin um aplicativo para aves.
Eis que reconheci o canto e desvendei o grande mistério.
Trata-se de um garrinchão-de-barriga-vermelha.
Vou dormir feliz por essa informação.
É isso. 

51. Andorinha

Andorinha
Voa andorinha,
Voa seu vôo ágil e rápido.
Voa pra lá e pra cá.
Pra cima e pra baixo.
Com seu esmoque azul marinho e alvo,
Saboreia insetos nessa dança a voar.
Toda manhã as ouço vocalizar,
A voar, a voar.

50. Silêncio matinal

O silêncio quebrado pelo canto das aves alegra a manhã,
Andorinhas, sanhaçus, sanhaçus-de-coqueiro, patativas,
Gaviões a espreita, beija-flores e bem-ti-vis.
Ouço tudo aqui, sentado.
Este corpo pensante,
Desejoso de uma definição.
Não consegue entender estes cantos,
Vive, assim por viver.

48. Nambuzinha

No passado, tinhamos um pequeno sítio.
Ainda temos a propriedade, mas as árvores morreram. Praticamente todos os cajueiros.
Na sombra deles cresciam pinheiras, goiabeiras e araçás.
No inverno as nambus costumavam fazer ninhos.
Ninhos no chão com ovos roxos.
A coisa mais linda.
Sob os panicum trichoides deitavam ovos sobre os ninhos.
Então cantavam todos os fins de tardes.
Nunca vi uma nambu. Sempre que a via era em vôo.
Nambuzinha do meu sertão,
Que saudades tenho no coração,
Da infância, do sítio, de poder te ouvir cantar.
Espero poder voltar e te ouvir cantar
Pelo resto de meus dias.

49. Desvelamento

Quando tudo se repete de forma especular,
Acorda, levanta, sai para caminhar,
Caminha, contempla o mundo,
Ouve as aves, pensa na vida, na família, nos problemas,
Pensa nos projetos, nas ideias, na vida.
Volta pra casa, toma café, senta para trabalhar,
Ouve noticias ruins e boas,
Entristece ou se anima!
Ver fotos de aves,
Ouve música,
Ver fotos do passado,
Fica saudoso,
Fala com a mãe e com o pai e com os irmãos!
É tão bom!
Como somos chatos,
Sentimos falta do que foi e do que não foi.
Assim, vão se desvelando os dias.

segunda-feira, 30 de março de 2020

47. Coisas saudosas

A oito anos defendia minha tese.
Desde então, fui embora de Campinas,
Deixei a Unicamp.
A oito anos concluí um projeto.
Deixei aquela cidade com muita saudade.
Saudades da proximidade de meus irmãos.
Saudades das manhãs claras ou frias.
Saudades dos amigos, do bandeco, das bibliotecas, das praças, das ruas, do don Pedro.
Saudades, saudades.
Da minha orientadora Tozzi,
Do charmosissimo João Demora,
Do grande Tama,
Dos amigos,
De tantas coisas vividas,
Como me fez bem.
Este mês faz oito anos.
Parece que foi ontem.
Obrigado por tudo Unicamp.

46. Tarde


A tarde caiu vazia de sol,
Nuvens cobriam completamente o céu,
De leste a oeste e norte a sul.
Por vezes, o sol azul aparecia entre estrias das nuvens.
As aves piavam, cantavam e voavam.
Tudo estava em paz.
E as coisas, as construía.

45. Manhã de chuva

Manhã chuvosa e escura,
O sol nem saiu,
A chuva chove e para,
As aves voam e cantam.
A cidade, as ruas todas vazias.
Pessoas apreensivas e com medo,
Em suas casas fazem comida, assistem televisão,
Trabalham ou dormem.
Assim vai se passando mais um dia.

domingo, 29 de março de 2020

44. Despertar

Interesses,
Livros, plantas e aves.
Os livros ampliam meus pensamentos e idéias.
As plantas ampliam meu mundo.
As aves ampliam a beleza do mundo em sons cores e formas.
As vezes, essas classes tornam
A vida melhor.

43. Pensar coisas

De certo, meus avós não viveram uma epidemia como essas.
Presos em suas casas, suas atividades cotidianas.
Tudo que faziam era trabalhar.
viver era trabalhar.
Trabalhar do primeiro ao segundo crepúsculo.
O que era alegria e felicidade?
Alegria era ganhar alguns trocados,
Alegria era comer algo saboroso.
Sem muitas perspectivas.
O que era o mundo para eles?
O que tinha valor.
Os filhos, os objetos, a família.
Nesse massaroca qual era sua realidade?
Não sei, mas esse tempo ocioso me faz pensar essas coisas.

42. Reações

O silêncio excita nossos pensamentos,
De olhos fechados, ouvindo sons sem padrões.
Timbre em desordem.
O calor ou o frio.
Lógica ou razão,
Dialética,
Ordem,
Construimos esse mundo objetivo,
E o absorvemos subjetivamente.
O que é esse tudo?
O que é isso que cremos ser a realidade?
Quando tudo para percebemos que é produto
De nosso trabalho.
Nós criamos a realidade,
Mas não temos como impedir acidentes.
Tudo é uma construção mental.

sábado, 28 de março de 2020

41. Quarentena

Sábado,
O isolamento,
As ruas vazias,
Comércio fechado,
Nada acontece,
Rotina repetida.
Pelo menos podemos ler
Nietzsche, Galeano, Pessoa ou Borges.
Ouvir Mozart, Lizst, Bhrams,
Ou o canto das aves.
...
As coisas acontecem.

40. Manuel de Barros

O grande poeta pantaneiro Manuel de Barros
Que Deus o tenha. Gerou em mim grande afeição. Entre os anos 2008 e 2013, pude acompanhar sua ascenção na mídia.
Ouvi na rádio Band News um poema "gratuidade das aves e dos rios*", lido pelo ator Juca de Oliveira. Então fui tomado por uma profunda paixão pela alma do escritor.
Aquele ser tímido que usava as palavras para produzir encantamento.
Faz falta, faz falta e muita.
Deixou sua obra.
Lembro que dizia: _ "se quiser me conhecer leia minha obra".
Inspirador.



*Gratuidade das aves e dos rios

Sempre que a gratuidade pousa em minhas palavras,
elas são abençoadas por pássaros e por lírios.
Os pássaros conduzem o homem para o azul,
para as águas,para as árvores e para o amor.
Ser escolhido por um pássaro para ser a árvore dele:
eis o orgulho de uma árvore.
Ser ferido de silêncio pelo voo dos pássaros:
eis o esplendor do silêncio.
Ser escolhido pelas garças para ser o rio delas:
eis a vaidade dos rios.
Por outro lado, o orgulho dos brejos
é o de serem escolhidos por lírios
que lhes entregarão a inocência.
(Sei entrementes que a ciência faz cópia de ovelhas
Que a ciência produz seres em vidros
Louvo a ciência por seus benefícios à humanidade
Mas não concordo que a ciência
não se aplique em reproduzir encantamentos).
Por quê não medir, por exemplo,
a extensão do exílio das cigarras?
Por quê não medir a relação de amor
que os pássaros têm com as brisas da manhã?
Por quê não medir a amorosa penetração
das chuvas no centro da terra?
Eu queria aprofundar o que não sei,
como fazem os cientistas,
mas só na área de encantamentos.
Queria que um ferrolho fechasse o meu silêncio,
para eu sentir melhor as coisas increadas.
Queria poder ouvir as conchas
quando elas se desprendem da existência.
Queria descobrir por quê os pássaros escolhem
a amplidão para viver enquanto os homens
escolhem ficar encerrados em suas paredes?
Sou leso em tratagem com máquina;
mas inventei, para meu gasto,
um Aferidor de Encantamentos.
Queria medir os encantos
que existem nas coisas sem importância.
Eu descobri que o sol, o mar, as árvores e os arrebóis
são mais enriquecidos pelos pássaros do que pelos homens.
Eu descobri, com o meu Aferidor de Encantamentos,
que as violetas e as rosas e as acácias são mais filiadas
dos pássaros do que os cientistas.
Porque eu entendo, desde a minha pobre percepção,
que o vencedor, no fim das contas, é aquele que atinge
o inútil dos pássaros e dos lírios do campo.
Ah, que estas palavras gratuitas
possam agora servir de abrigo para todos os pássaros do mundo!

39. Matéria

Sábado,
Até parece que os pássaros sabem que é sábado.
Silêncio!
Tudo que reina e existe.
É apavorante,
Bom, mas estranho.
Nessas horas que fazemos com os pensamentos?
Este silêncio é do mundo ou dos nossos pensamentos.
Temos medo do silêncio,
Pois é matéria para começar a pensar.
Até nos agoniamos quando queremos pensar algo interessante.
Algo lógico e linear.
Que!
Melhor ouvir o silêncio.
Melhor abrir um livro e ler.

sexta-feira, 27 de março de 2020

38. Estalo

O caos,
O que é e o que provoca na gente.
Desordem,
Desconexões
E a arte,
A arte pode colaborar para um cosmo.
Ordem,
Conexões,
Um limiar,
Um limite,
Caos e cosmos,
Consciência!
Sei lá, pensar nisso. Cansa.
Melhor pensar e olhar coisas de passarinho.
Assim vivo melhor.

37. Breve

Mais uma madrugada com o céu azul-marinho,
Estrelas rutilando, alinhadas e geometricamente,
Linda ilusão,
A luz amarela dos postes,
A aurora,
Agora,
Este momento,
Após ir e vir na rua,
Ouvir os sons,
Ver as formas serem reveladas pela luz.
Singela a vida não.

quinta-feira, 26 de março de 2020

36. Partida do dia

Por ironia do destino uma saíra pousou no fio
Em frente a minha janela.
Tão bela,
Fiz quatro fotos.
Agora que é fim de tarde,
A luz doura tudo que toca,
Os sanhaçu-de-coqueiro
E bem-ti-vi vocalizam,
Um cachorro late longe,
O cheiro de abacaxi que vem da cozinha
Torna tudo agradável,
A tarde caindo,
A tarde se indo.

35. Por acaso

A rua vazia,
A luz dourada,
O silêncio oculto no canto das aves,
Sob o jambolão se ouve o poque de uma baga,
Baga oblonga, macia, lisa e escura
Que caiu e se achatou no chão,
Perdeu sua forma genuína, macia e lisa,
E ganhou uma nova forma,
Sua cor atropurpúrea revela o violeta acridoce.
Esse movimento rápido
Que se passou num atino instante.
Por acaso, passava ali,
Por acaso,
Então, caminhei e continuei ouvindo o sanhaçu-de-coqueiro,

quarta-feira, 25 de março de 2020

34. Saíra

Sairá pássaro belo,
Pequeno e ágil,
Que agitado e belo seu canto.
Bico preto, corpo marron ou amarelo,
Tangara cayana é seu nome,
Canta o dia inteiro,
Manhã e tarde,
Vive sempre em bando,
Linda nectarifera,
Sempre adora floradas de jambeiros.
Certa vez, a vi explorando nectário
De leucena.
E vejo e tento fotografar,
Mas é tão arisca.
Assim, um dia nos encontraremos.

33. Isolamento

Isolado,
Preso,
Vendo o mundo atrás das janelas.
O desconforto da ausência de liberdade.
O celular, a tv e os livros são um bom passa tempo.
Vamos vivendo assim,
Um dia após o outro.

32. Aves felizes

A madrugada estava chuvosa,
Na rua ainda escuro, caiu o maior toró.
Enquanto chovia a água escorria,
E paulatinamente amanhecia,
Quando a chuva parou,
As tanajuras do alto de uma azeitona
Saiam para voar,
Então chegou um grupo de pássaros,
Sanhaçus e saíras fizeram a festa,
Saltando, vando, cantando, comendo,
Peneiravam-se todas de alegria.

terça-feira, 24 de março de 2020

31. Entro às escuras

Durante a caminhada, no final das três ruas, vi uma grana ave branca voando.
Tinha asas retas.
Quando me aproximei vi que era uma grande coruja de igreja.
Não deu para contemplar, pois voou para longe logo.
Que maravilhoso encontro.

29. Confinamento

O confinamento continua.
A internet nos auxilia ou nos atrapalha neste confinamento?
Como seria a situação se não tivesse uma forma tão eficiente de informação?
Pela internet ouvimos música, assistimos filmes, conversámos, nos informamos e interagimos.
De pensar que em 2000 criei meu primeiro email. E só tive acesso porque estava na universidade.  Na residência universitária onde moravamos tinham três computadores um no 14 meu quarto, no 15 e um no 7.
Só tinha uma linha e para conectar tinha que ser negociado.
Os celulares nem imaginava que se usaria a internet.
No mestrado, em 2005 a situação ainda era a mesma.
Só no pós-doc em 2012 que comprei um telefone com internet.
Hoje quase todas as pessoas tem acesso.
Para bem muita coisa mudou.
Por exemplo, a quantidade de livros que podemos baixar é imensa.
Então, baixe um livro e se entregue ao confinamento.

28. Acidente ornitológico

Vi um acidente triste,
Um pássaro que voava bateu na janela de uma van parada,
O gato que estava a espreita,
Correu e pegou,
Tentei salvar, mas não deu,
O felino foi mais rápido,
Fugindo com o pobre passarinho.
Então comecei a refletir sobre o acaso
E suas situações se é que estas existem.
Em pouco tempo perdi o foco e passei pensar em outras coisas.
A rua está tão vazia de gente.

segunda-feira, 23 de março de 2020

27. Ouro Preto

Hoje a tarde, mexendo numas fotos encontrei umas fotos de Ouro Preto.
Fotos minhas com o João e a Ana Paula fotuna.
Senti-me saudoso.
Que cidade diferente.
Cheia de igrejas e ladeiras.
Ruas de rochas irregulares onde podemos ver musgos e hepáticas e selaginelas.
Os casarões históricos o frio e o soar dos sinos
Nos faz sentir-se em outro mundo.
O horizonte breve sempre oculto pelas montanhas.
Chuva frequente.
Foi excelente a viagens a cidade histórica mineira.
Já faz alguns anos e ainda sinto saudades.

26. Apologia ao tempo

O que se passou de ontem pra hoje senão o tempo.
Este divisor que tudo cria e separa.
Nele há início e fim
Nele tudo é gerado e acabado.
Realidades ocorrem e desaparecem.
Tempo é uma matéria que me incuca.
Por isso respeito os segundos.

25. Efemeridade

As ruas vazias com o sol a pino.
O calor intenso.
As aves cantam, saltam e voam.
A gente chega a ficar desnorteado.
Mas resiste e contempla mais e mais.
A vida não é tão maravilhosa.
Qual será o motivo.
A raridade do tempo,
A sutileza da vida,
A brevidade de tudo.
O tempo é contado.
Temos que saber o que pode ser melhor para não desperdiçamos nenhum momento.

domingo, 22 de março de 2020

24. Gaia ciência

Após concluir a leitura de Gaia Ciência,
Resolvi que lerei mais um Nietzsche.
Agora irei iniciar O viajante e sua sombra.
Apesar de flertar com a Clarice Lispector.
Reler é sempre bom.
No caso de Clarice não seria releitura.
Tenho um projeto de ler O capital.
Espero que seja este ano mesmo.
Enfim, a noite me nanda dormir.

23. Fazer

Sair para fotografar o mundo e tudo que nele tem.
Particularmente, prefiro as aves e plantas.
As formas. Ah. Como me encantam e ensinam.
E o que nos ensinam as formas?
Quem ensinou e quem criou estes códigos.
Voltando!
As aves e as plantas são tão belas.
As aves cantam e as flores perfumam.
As aves saltam, cantam e voam.
Depois de um certo tempo criarmos os álbuns
Então, devemos.    organizar as coleções por data, por categorias ou classes.
Traçamos uma metodologia e organizamos o plano de trabalho.
Depois de muita organização, então iniciamos o projeto.
Na contrução, vamos descobrindo e aprendendo  a melhor forma de fazer.
Dá trabalho selecionar as fotos e descrevé-las.
E fazemos fazendo.
O bom é perceber que está acontecendo.
Um pouco de cada vez.
Vai indo.
Quando menos esperamos foi.

22. Realidade?

A memória nos traí. A realidade é muito mais substanciosa.
Enquanto nossa memória é subjetiva a realidade é objetiva.
O nível de certeza de nossa memória está Associada ao tempo que usamos para constui-la.
E com o tempo tudo fica laxo e então, não temos mais certezas.
Por tanto, o que escrevo está mais para ficção.
A realidade é o presente e memórias e o passado e o futuro, bem não costumo mexer com o que virá por ser uma profunda incógnita. 

21. Início escolar

As primeiras palavras, os primeiros números, as primeiras letras não me pareceram algo maravilhoso. As primeiras aulas não me pareceram atraentes. Não gostei de ficar preso a uma carteira. Achei interessante aquelas crianças que nunca vi e também aquele prédio chamado de escola.
A escola que ficava quase no Parieiro
Gostei da merenda feita por dona Dudé.
Com sete anos aos poucos ganhamos consciência e vamos conhecendo o mundo da lógica.
Aprender pode parecer duro talvez pela metodologia utilizada.
Todavia esse processo foi essencial, pois foi o ingresso na minha vida escolar, foi a primeira linda do texto do que se chama aprendizagem formal.
Com o desenrolar dos anos, aprender se tornou o alimento para o espírito.
E a minha esteve sempre alinhada a educação, por ser está libertadora.
A palavra é nossa forma maior de expressão.
Não lembro quais foram as primeiras palavras.
Não lembro de quase nada daquele tempo, mas lembro do esforço que meus pais para que não faltasse um dia de aula. Foi está atitude de
Amor que me fez quem sou.

sábado, 21 de março de 2020

20. Memórias da tarde

Na infância, não tinhamos água encanada em casa.
Nossa água era trazida em cargas d'água num jegue ou burro.
Geralmente, papai acordava e arrumava o jumento.
Às vezes, nas sextas-feiras, colocava água a tarde só para dormir até mais tarde nos sábados pela manhã.
Lembro daquele tempo, daquelas tardes, pois eram diferentes das manhãs friorentas.
Eram tardes quentes e com a luz se acabando. Então, ia ao riacho três vezes, lá em casa gastávamos três cargas d'água.
Eram tardes belas, de céu azul, poeira solta pelos caminhos da ladeira.
Na mata ouvia os pássaros como choca-barrada, encantos-de-ouro, abre-fechas.
E aos poucos a tarde ficava dourada até se apagar.
Não me esqueço de nosso jumento de orelha cortada e muito menos de nosso burrinho.
O burrinho é bom demais, forte e manso.
Não tinha maldade. As vezes, quando se soltava, corria a terra toda, mas aí parava dava a cabeça ao cabresto e tudo ficava bem.
As vezes, sonho com ele correndo no campo.
É muito bom ter essas memórias de um tempo de plenitude.


19. Fazer

As vezes, quando nos empolgamos com nosso trabalho, acabamos sendo absorvidos por este.
A ideia, o início, a organização, a construção, a organização é apaixonante.
E ver as coisas sendo feitas.
A conclusão e o produto nos enche de prazer.
E queremos sempre mais.

sexta-feira, 20 de março de 2020

18. Mulheres

Baixei o livro do Eduardo Galeano mulheres.
Após ler o livro dos abraços percebi que este autor é genial.
Seus textos me estimulam a pensar e escrever.
Bem. Os primeiros textos deste livro foram agradabilíssimos.
Que aprenda mais..

17. Música feliz

Às vezes a música nos emociona.
Particularmente, prefiro Mozart, mas não me fecho para os demais.
Cada um no seu tempo.
Bach, Schubert, Rossini, Schumann...
Todos são maravilhosos,
Mas Amadeus é feliz.

16. Céu

O céu azul, concavo, formando uma abóboda sobre o firmamento.
Céu por onde vem a chuva,
Céu onde voam as aves e as vezes os aviões,
Céu onde nuvens em forma de algodão vai sendo levada cotidianamente,
As vezes quando é verão nenhuma nuvem aparece,
Ai ao longe podemos ver urubus ou sementes plumosas.
Céu,
Céus,
Que universo indecifrável, enigmático!
Que me absorve,
Lá morará Deus?

15. Sexta-feira silenciosa

Amanheceu,
A madrugada estava perfeita.
O céu estava limpo e estrelado, havia um planeta que se destacava, mas não sei qual era.
A lua crescente tão pequena, parecia um portal se fechando.
Os bem-ti-vis zoavam, as siriris, os sanhaçus-de-coqueiro.
E a manhã foi caindo.
A rua que estava vazia foi se povoando de gente caminhando.
E quando a manhã caiu.
Silêncio!
Nenhum carro indo ou voltando.
Só podemos ouvir as aves como patativa, bico-de-lacre, bem-ti-vi, bem-ti-vizinho, pardais, sanhaçus, sanhaçus-de palmeira, rouxinol, andorinha.
Então, sentado em casa contemplo este silêncio, este tempo, esta existência.
Agora, a manhã segue.

quinta-feira, 19 de março de 2020

14. Leitura

Cada vez que leio, aprendo algo.
Mas nem todas as leituras conseguimos extrair algo. Antes de mais nada a leitura requer concentração.
É difícil ler se estamos pensando em coisas outras que não a leitura.
Nesse mundo virtual cujas interações são extremamente vastas e as fontes de entretenimento são vastíssimos e nos toma a atenção.
Como fazer para dominar nossa vontade e ler com mais atenção?
Antes de mais nada buscar ler um tema que goste.
Desligar o celular.
Conhecer um pouco sobre os autores.
Reservar um momento do para a leitura.
Refletir sobre o está lendo.
Enfim, são muitos os caminhos para desenvolver o hábito da leitura.

13. Quarentena

Hoje foi o primeiro dia da quarentena.
Acordei e sai para caminhar.
Depois sai para fotografar alguns pássaros e plantas.
Daí voltei e fui trabalhar nas coisas da universidade.
E passei o dia trabalhando.
Foi como se fosse um sábado.
De manhã pude ouvir Mozart.
E pensar um monte de coisas.

quarta-feira, 18 de março de 2020

12. Dias de caos?

Apesar da pandemia, os dias estão lindos.
Hoje antes de amanhecer choveu, daí a manhã  que se iniciou fresca esquentou e o sol brilhou intensamente.
Com as ruas vazias, ouve-se melhor o canto das aves que estão numa cantarolada.
Agente ouve sanhaço, sanhaçu-de-coqueiro, patativa, bem-ti-vi, gatumo-verdadeiro e siriri.
Até às tardes estão mais longas.
Será um novo tempo?

terça-feira, 17 de março de 2020

11. Gatumo-verdadeiro

Hoje tive a surpresa de descobrir quem era o pássaro  cantador  da mata da UFPB .  Já sabia que era pequeno. Enfim, após o almoço,  sai pra fotografar e encontrei um  casal. Iguais a vem-vem, mas é  um gatumo-verdadeiro. Ambos pertencem ao gênero  Euphronia.
O gatumo-verdadeiro é  da espécie Euphronia violacea e o vem-vem da espécie  da espécie Euphronia chlorotica.
É  hoje foi magnífico. 

10. O vírus

Nunca tinha visto a cidade parar.
Não vai demorar isso acontecer.
Hoje a universidade estava vazia.
As aula já foram suspensas.
A causa o vírus corona vindo da china.
A impressão é de pânico.
Estamos vivendo uma experiência ímpar.
Tempos de incerteza.
E quando tudo parar!
Bem logo isso acontecerá.
Vamos fazer nossa parte.
Amanhã saberemos o que vai dar.

segunda-feira, 16 de março de 2020

9. Aprender

A tarde fui ao campo.
O campo sempre reserva surpresas.
E com uma câmera na mão não tem como ser diferente.
Fiz fotos de flores de mamão.
Depois fotografei uma miloma que para minha alegria estava em flor e fruto.
Aí fui fotografar uma Timnadenia.
Acabei fotografando uma aristolochia,
Uma myrcia.
Ganhei o dia.
Literalmente!
A gente expande o universo
E o campo se mostra tão grande.
E a gente acaba sempre aprendendo.

8. Caos

A manhã nublada tounou a tarde agradável.
Até fui fotografar,  
Vi uma abelha verde metálico, mas não consegui fotografar.
Dispareci, desse mundo que só fala de corona vírus.
Então, trabalhei com Salicaceae.
E foi isso.

domingo, 15 de março de 2020

7. Nietzsche

Ler Nietzsche é algo excelente.
Tantos pensamentos e idéias compartilha
Conosco.
A gente fica a pensar por dias.
E de imaginar que viveu entre os anos 1844 e 1900 é algo surpreende.
Meus avós que nasceram após 1900, eram tão conservadores.
É uma pena pois poderiam terem sido outras pessoas.
Incrível é saber que ainda hoje tem pessoas que nunca o leu.
Enfim, assim construimos quem desejamos ser.
Com ou sem Nietzsche.

6. Fim de texto

Hoje terminei de ler o primeiro livro de Eduardo Galeano.
Um dos melhores que li.
Textos curtos e geniais.
Já sabia de sua genialidade,
Mas não tinha contemplado sua obra.
Então, comprei em dezembro para ler
Lá em casa na minha rede.
Mas achei tão bom que fui degustado aos poucos.
Então, pesquisei no Youtube,
Sobre o autor e descobri tantas frases geniais por ele escrita e lida.
De forma que o fim de semana foi sensacional.

Insônia

No silêncio da noite,
Nossos pensamentos  são altos.
As vezes nos incomoda e não nos deixa dormir.
Nos viramos de um lado para o outro.
E quando percebemos adormecemos.

5. Alma-de-gato

Era domingo, havia ido visitar vô Sinhá e vô José.
Eles já eram idosos.
Vovó criava galinhas.
Dai, meu primo chegou dizendo que tinha visto um furão. Furões comem ovos e pintos.
Saímos a sua procura, mas não encontramos nada.
Daí, vi pela primeira vez uma alma de gato.
Era uma ave longa e laranja.
Não voava, plantava e saltava de um ramo para o outro.
Era quase meio dia.
Hoje sei que se chama Piaya cayana.
Naquele tempo tinham corridas de fórmula 1 e Sena era a sensação.

sábado, 14 de março de 2020

05. Ritimos

No sitio tudo é silêncio de gente,
Quando não alguém conversa alto,
Meu tio que se foi era conversador
Que dava gosto e de longe já se sabia que
Estava nos visitando.
Então, nesse silêncio a gente passa a identificar os padrões ou timbre das coisas.
Distinguimos os diversos timbres.
É assim nos orientamos.
Passamos a conhecer as aves pelos sons.
Na madrugada canta o galo de campina e o bem ti vi.
Quando é manhã canta o sabiá, a rolinha.
As 9h cantam casaca de couro, o lourinho, o papacu.
A tarde quem canta é João de barro, a tardinha a nambu.
A noite o bacurau e a mãe da lua e a coruja.
Essa bicharada toda nos faz sentir bem.

4. Rotina

Na rotina prevemos o que vai acontecer,
Sentimos os cheiros e os gostos, ouvimos os sons.
Vemos as coisas acontecerem.
Na rotina, somos estáveis.
Somos acostumados a tudo dar certo,
Desenvolvemos hábitos,
Mas aí.
É triste quando uma rotina é quebrada abruptamente.
Uma doença, um acidente ou a morte.
Não dá para viver seguro o tempo todo.
Com a rotina a gente envelhece sem perceber
E qualquer dia a rotina nos mata.

3. Manhã

Deitado nesta manhã de sábado,
Ouço o chiado da neblina neblinando.
Ouço também um roxinó catando
E os passos de Dayane dos quartos para a sala e a cozinha.
Faz um tempo fresco.
Ontem, fomos ao cinema e vimos o homem invisível.
Hoje vou ler ou mexer nos meus arquivos
E vai passando os dias com seus significados.
Talvez Nietzsche me ajude a organizar as ideias.
Mas deixa pra lá,
Vou curtir a manhã que passa.

sexta-feira, 13 de março de 2020

2. Tarde

A tarde nublada e úmida estava tão agradável
Quando voltava pra casa pela avenida do contorno.
Pedalando devagar pude perceber as grandes cajazeiras jovens crescendo.
As anacardiaceas de flores brilhosas vão crescendo e me vendo passar todas as tardes.
Hoje é mais uma sexta, mais um dia.

quinta-feira, 12 de março de 2020

Prazeroso

Após um dia de chuva
À noite nasceu enluarada.
A chuva refrigerou o dia
E noite veio tão gostosa.
Os carros e cães estão distantes
Chega dar para ouvir
Os grilos cantarem,
Após uma janta bem servida
Logo sonharei alguns sonhos.
É mesmo gratificante a noite
Após um prazeroso dia.

1. Fusão

Madrugada úmida,
Manhã chuvosa,
As ruas calçadas com pedras irregulares,
Paralelepípedos de gnaise ou xisto!
As passadas são desalinhadas, ásperas.
E o pensamento no mundo ideal,
O que dificulta as funções do corpo.
Deixe está.
A caminhada segue como a aurora no céu.
A lua envolta em nuvens,
O calor sob a luz amarela é desagradável,
Mais desagradável é a gripe quando vem.
Nem imaginamos que esses são nossos elementos,
Que essa é a nossa totalidade,
Uma singularidade impressionante,
Dependente de nossos humores para nos fazer bem.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Cotidiano

 O dia passou rápido,
Eram tantas coisas para se fazer,
Desde o amanhecer até agora,
Vi a lua de madrugada, na sombra do oiti cantar um bem-ti-vi,
Vi a aurora e senti sua brisa,
Senti o gosto do café da manhã,
E fiz o que achei que estava certo.
Caiu a manhã entre aula
E a tarde entre aula,
Sequer sobrou tempo para pensar,
Mas aqui estou com Nietzsche na mão,
Gaia ciência.
Tô aqui tentando relaxar,
Amanhã tem tudo novamente.

terça-feira, 10 de março de 2020

Intimidade

A intimidade que temos com coisas
É criada com a proximidade,
Com o tempo que passamos com estas.
A intimidade que mais me encanta
É aquela que faz sentir bem
Como quando faço uma boa leitura,
Uma boa música,
Uma boa alimentação,
É assim que vai se tornando quem somos.

segunda-feira, 9 de março de 2020

Coisas simples

Rotinas vem e vão.
Já tive várias rotinas.
Entre todas a que mais me agradava era ir a escola.
Sério. Sempre gostei de aprender.
Queria aprender sobre tudo.
Entender, fazer, realizar e ser.
Ir e vir,
Acordar e levantar e fazer,
Fazer as coisas acontecerem,
Fazer as coisas para sobreviver,
Ganhar o pão,
Nem sei como tudo aconteceu até aqui.
Talvez por causa do cuidado.
As coisas sempre foram o que teriam de ser,
Coisas naturais e simples.
A vida.

Levar

Que levo da vida se partir agora?
Nada!
Absolutamente, nada.
Será se há alguma semelhança com um computador que ao tirar o plugue da tomada tudo se tudo se acaba?
Não encontro respostas só mais dúvidas.
Mas o que fazemos tem consequências na vida do outro.
Agora ouço Chopin e é uma noite plenilúnea.
Se Chopin não tivesse composto essa bela música, na certa estaria acontecendo outra coisa neste ambiente.
Estou escrevendo no leptop que alguém fez...
O que posso fazer para melhorar a vida do próximo?
Certamente ninguém pensa nisso ao fazer as coisas, simplesmente fazem.
Buscam entender o universo circunspecto.
Levo minhas memórias, meu entender, meu saber...
Coisas boas.

Reminiscências plenilúneas

A noite está enluarada,
Noites assim são cheias de memórias
De um passado distante.
Agora, percebi que vou passando pela vida.
A cada lua cheia um mês a mais vivido.
Plenilúneas noites vividas
Em Serrinha dos Pintos, Natal, São Paulo, Campinas, Brasília e aqui onde me encontro
A quase sete anos.
São tantos lugares e fatos.
Tenho um carinho especial pelos anos que morei em Natal.
A lua cheia aparecendo no parque das Dunas,
Após a janta no RU.
A idade jovem e nem imaginava que era.
Tamar, Anderson, Gilsão e Erivaldo no 14 da Campus I foram grandes companheiro e me deram maravilhosas companhias.
Hoje, agora vejo que tudo passa e muito rápido.

Vovó

Ontem, à noite, domingo, oito de março, 2020, antes de dormir, pensei tanto em vó Sinhá.
Que forte que são minhas memórias dela.
Mês passado fez 13 anos de sua partida, no entanto suas memórias minhas são tão vivas.
Então, estava pensando nela.
Onde estará sua essência, sua alma, suas memórias?
Então, achei, bem deve está comigo aqui e agora.
É sempre bom pensar em pessoas amadas.
Vovó era como inverno, vinha todos os anos no verão
Passar um tempo com a gente, já que a serra era mais fria que o sertão.
Então tinha oportunidade de contemplá-la.
Conversávamos ou ouvia ela conversando com mamãe, papai ou as meninas.
O tempo passou rápido, mas foi maravilhoso.
Era maravilhosa sua voz, seu corpo idoso, cabelos gris,
Vestidinhos de renda.
Só quem tem vó entende.

domingo, 8 de março de 2020

Graças

Os pluviômetros registraram a grande chuva que caiu em Serrinha do Canto.
Foram 170 mm de água. Um marco impressionante para nossa região.
Os córregos e açudes estão todas cheios.
Graças a Deus.
Nem precisamos recorrer a São José no próximo 19 de março.
A lavora tá viçosa.
Roberto até comprou um bacorim.
Sherlock nosso amado cão está alvo como coco.
E o lorinho tá tão esperto.
Que tempo especial.

Galeano, E.

Alguns escritores nos faz sentir vontade de escrever. Borges por exemplo.
Eduardo Galeano, poeta uruguaio,
Só conhecia de nome, mas em dezembro do ano passado, 2019, adquirir o livro dos abraços.
Nunca tinha degustado algo tão bom.
Estou lendo aos poucos para não terminar logo.
Talvez releia tudo novamente.
Textos curtos e deliciosos.
As vezes me surpreende quando fala de nós brasileiros.
Sensação já sentida nos textos de Borges.
E assim passamos a amar mais a literatura latina.

sábado, 7 de março de 2020

Ideias e construção

Existe um mistério por trás das coisas?
Há quem afirme que sim e quem diga que não.
Não sei se sim ou se não,
Mas adoramos a atmosfera por trás dos mistérios.
O tempo e os acontecimentos de cada um.
As descobertas particulares, únicas e intransferíveis.
Particularmente, adoro descobrir coisas
Como fiquei feliz quando descobri as regras de acentuação ortográfica,
Ou quando colocar virgula numa frase.
Acho que sou adepto das regras,
Quando leio o oposto na filosofia.
Sei lá, mas certa vez lá em casa tinha uma coleção velha de inglês,
Lembro que fiquei muito feliz em decorar aquelas frases,
As coisas pareciam fazer sentido.
As coisas criadas são fáceis de serem compreendidas.
Lembro que fiquei feliz ao ler um romance,
Foi a professora Marta que nos pediu uma atividade.
Lembro que li "O cortiço" de Aluízio Azevedo.
Um escritor do romantismo que nasceu no Maranhão.
Como os escritores são fabulosos por criarem ou transcreverem a realidade.
Adoro a ideia de memorizar, coisa permitida pela ordem.
Cheguei a memorizar a tabela periódica por família e peso atômico.
Eu pensei que podia qualquer coisa ao ler um livro de filosofia.
Como essa empreitada tem tomado minha vida.
Já flertava com esses autores ou filósofos desde que entrei na UFRN no ano 2000.
Tentei ler Kant, Hegel... não consegui.
Quando tive um surto, em 2006, consegui ler Santo Agostinho, adorei.
Naquele ano Li Borges em espanhol, mas foi apenas um delírio,
Não ficou uma palavra do texto apenas o nome do autor.
Falando de coisas, bem quem mais me orientou sobre tal tema foi Fernando Pessoa,
Mas no sentido de desconstruir tudo.
Certo dia, quando estava na faculdade e flertava com a botânica,
Descobri um princípio de ordem na morfologia,
Acho que descobri a botânica. Eureka!
Eu, estava na lateral da reitoria e percebi que Heliotropium tinha inflorescência escorpioide.
A espécie que hoje tá no gênero Euploca polyphylla, me fez perceber que esse tipo de inflorescência era comum a família Boraginaceae.
Temos aqui um início a uma grande jornada,
A jornada de um botânico.
Foi Iracema Loiola minha mentora.
Olhando e buscando um sentido no mundo,
Só, distante de pais e irmãos.
Descobri a importância da amizade.
O sol quente,
O solo arenoso,
As noites mau dormidas,
Os banheiros despudorados,
A comida do RU,
O telefone fixo, com ligações de fins de semana.
A algaroba e a carolina,
O orelhão,
Os livros,
A biologia,
A sujeira,
A roupa a ser lavada nos sábados.
A complexidade da vida,
A responsabilidade,
Os acertos e erros.
Quarenta anos,
As gripes, dores de barriga,
As luas cheias,
Os olhares de esperança.
As peculiaridades da vida,
Por assim dizer vividas.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Adversidades

Aqui faz muito calor,
É João Pessoa é muito quente,
E ao meio dia o sol racha no céu,
Quando não cai o maior toró,
Chuva paca.
E assim a gente aprende a viver nos lugares.
Com as adversidades físicas.

Pássaro

Às vezes queria ser uma ave,
Um pássaro,
Poder voar,
Poder cantar,
Poder comer,
Ter pluma brilhosas,
Não pensar,
Só ser.

Oração

Cada dia que vem que nos traga energia,
Paciência com as coisas,
Paciência com nós mesmos.
Que aceitemos as coisas como são,
E busque melhorar o que não está bem.
Que aprendamos a pensar,
Solucionar nossos problemas,
Para nos manter vivos.
Amém.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

Santificado

Os ramos armados e intrincados, duros.
Quando cai a chuva desabrocha em flores,
Flores que preenchem espigas,
Flores alvas, prateadas e perfumadas,
Flores efêmeras,
No juremal um momento pleno,
Dá significado a todo o longo tempo de sequidão,
De chão duro em torrão.
Um momento que tudo compensa,
Efêmera existência.

Sentido

Os tortos ramos armados e escuros
De fundo um cinza cor de nuvem,
Saltita um passarinho caçando insetos,
Em busca de preencher
O que penso faltar,
Vou clicando,
E nada sobrenatural encontro,
Pois o real é o real,
Intrincada, armada,
Simples como é,
Essa minha realidade,
Que me dar sentido.

Fotografia

A fotografia me permitiu ver além do que vejo.
Quando faço um registro, consigo rever uma cena, uma estrutura, uma paisagem.
E quando nada me preenche, quando me angustio e não sei o que pensar,
Saio com uma câmara na mão para ver o mundo
E vou fotografando até me esquecer de tudo.
Então volto pra casa e posso me suportar mais um pouco.
E assim, passam os dias, os meses e os anos.
Certas coisas podem ser percebidas com nitidez,
Mas nem tudo.

Amanhã

É certo que nem sempre estareis aqui.
Hoje pode ser o último dia.
Ontem é passado.
O que te angustia agora não é eterno.
Calma, são memórias aflorando.
Se nada parece fazer sentido,
Esta sensação passará.
A beleza virá.
Como a semente que germinará,
A planta crescerá.
Amanhã quem sabe.

Vai passar

Paciência com o corpo e com a vida.
Se nada te alegra ou te espanta.
Se faz calor demais,
Se a mente está vazia,
Se rejeitas qualquer coisa,
Se a comida não tem sabor,
Se tudo desagradas,
Se até as imagens te gera desconforto.
Tudo é passageiro.
Quantos dias bons não viveu,
Vai passar,
Vai passar.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Antecipação

Antes de uma apresentação a gente fica apreensivo,
Até que passemos a primeira marcha,
Então, já sabemos como será o andamento do resto.

Virose

Após uma virose a gente se sente fraco,
Sem ânimo, sem perspectiva,
Nem mesmo boas notícias nos anima,
Nem dinheiro,
Nem sorvete,
Esperança é o que resta.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Incomodo

À noite tive febre e dor de garganta e calar frio.
Como foi longa e a impressão que ficou é que estou me sentindo internamente.
Não consegui me concentrar.
Queria o calor para me curar,
Mas uma infecção não passa instantaneamente,
Levantei-me e tomei o café com tapioca dos sábados.
Ouvi uma entrevista de Borges,
Estou ouvindo Copin,
Porém não queria fazer nada,
Incomoda-me um molar,
Incomoda-me a existência,
O calor...
Tudo vai passar. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Euforia

A suavidade de uma manhã pós chuva,
A luz cristalina refletindo nas folhas molhadas,
O solo molhado, o cheiro das folhas e fungos,
O canto do rochinol, do sanhaçu,
Um bom livro,
Uma música agradável.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Coisas naturais

Um dos melhores Campus em questão de ambientes que conheço é o da UFPB.
Com 11 fragmentos de mata o contato com a natureza é inevitável.
Uma mata com composição de floresta atlântica com arvores de 30 metros.
As árvores com maior porte são a munguba e o pterocarpus, no entanto, a espécie com maior abundância é o pau-pombo uma espécie que produz frutos muito apreciados pelos pássaros. 
No geral, as espécies arbóreas no campos apresenta uma densidade baixa, sendo portanto raras na área como a peroba, a maçaranduba e a sapucaia. A mata é muito rica em cipós e quase não apresenta epífitas.
Na maior parte essas árvores prestam um serviço essencial para o embelezamento do campos, pois além de refrigerar o microclima local, fazem sombra que permite caminhar com mair conforto pelos ambientes e são fonte de moradia e alimento para aves principalmente passareniformes e mamíferos como o bicho-preguiça. De maneira que quando atentos ao chegarmos no campos podemos ouvir o canto de inúmeras aves tanto em dias de sol quanto em dias de chuva ou nublados.
Hoje como está nublado, quando fui amarrar minha bicicleta pude ouvir o canto sonoro de três sabiá.
Acho que não há pássaro mais brasileiro que o sabiá que canta de sul a norte, nas matas exuberantes da amazônia, nas matas riquíssimas da floresta atlântica, mas matas retorcidas do cerrado e nas matas secas da caatinga, de forma que do gaúcho, ao caipira, ao matuto, ao litorâneo, ao amazônino, todos reconhecem o canto do sabiá.
E nós matutos amamos essa beleza poética natural que a floresta em pé promove.
E a gente fica feliz e orgulhoso com esse presente de Deus.
Nós do Campus valorizamos muito isso, as coisas naturais.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Onde existi

O chão de solo seco coberto de garranchos e folhas secas.
Marmeleiros incensados, mimosas armadas,
Aroeira esgalhada,
Catolés brilhantes,
Nesse chão que deita o fruto,
Nasce também morre,
Nesse chão que furei meu pé,
Plantei a semente que me alimentou,
Semente de milho, feijão, jerimum, melancia.
E por acaso a biologia ajudou com pinheiras,
Cajueiros, goiabeiras, cirigueleiras.
Está tudo concentrado aqui,
Minha vida inteira, minha existência,
Minha percepção,
As belezas que conheço brotaram aqui,
Cantos de aves, beleza e doçura da fruta,
Perfume da flor,
E tantas coisas mais,
Quando deixar de existir,
Quero que saibam que aqui fui feliz,
Aqui vivi,
Nessa baixa de Serrinha do Canto.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Inconcluso

No nordeste brasileiro podemos encontrar inúmeros lugares embora com características físicas iguais, àquele sertões povoou e povoam muitas histórias. Sou Rubens Queiroz de um destes lugares onde a maior parte do tempo o solo está seco, as rochas estão a amostra e a vegetação está nua. A paisagem é cinzenta e garranchenta. Na maior parte do tempo a água é um recurso escasso. Foi economizando que aprendemos a sobreviver nesse mundo peculiar. Tem dias que é tão quente que não temos vontade de sair de casa. Um banho de cuia, uma rede e um prato de comida são os melhores confortos. Ali as manhãs são seguidas de canto de aves e as tardes de maravilhosos crepúsculos. Já não temos mais o costume de contemplar o céu e conversar. Nossos hábitos noturnos foram substituídos pela televisão. Essa tecnologia mudou muito a forma de entender o mundo.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Consciência ecobotanicobiológica

A vida nos encanta com suas formas, suas cores e movimentos.
Também nos encanta o suporte para a vida os objetos, as rochas e as paisagens.
Particularmente sou encantado com as rochas, mais do que as paisagens.
Embora seja botânico e ame as plantas.
Acho que tudo isso tão poético...
De uma certa forma a biologia é poética,
Acho que no geral, coisas para além do universo da experiência é tão inerte.
Se não fosse a práxis, acho que nada de referencial bibliográfico teria valor.
Afinal quem ler as coisas botânicas que a ciência produz com prazer?
Tenho medidas, tenho formas, distribuição e filogenia!
Que me interessa isto?
Acho que me interessa mais um quadro de girassóis de Gogh.
Acho que interessa mais a poesia musicada sobre o sertão e suas plantas escrita e cantada por Gonzaga.
Acho que interessa mais quais flores florescem no jardim.
Sim, interessa-me ver uma semente germinada,
Ver uma erva, arbusto ou árvore florida,
Acho que me interessa os odores...
Coisas que vejo e conheço por ser botânico.
Não interessa o que publico, coisas que só entendo e nem sei porque entendo.
A beleza está na realidade real,
E não na realidade objetiva que construo.
Quando escolhi a Biologia talvez não tenha escolhido a biologia,
A práxis me ensinou a amar a biologia,
Quando descobri que os matos que cresciam na roça de papai eram biologia,
E botânica e zoologia com os bichos, particularmente os insetos,
As interações ecológicas.
Agora tudo isso me alimenta,
Sou feliz com isso,
Enquanto me fizer satisfeito.

Memórias

A certeza que nada volta atrás,
O tempo é o presente,
Seguimos sempre em frente,
Hoje pode, assim como o agora pode ser o fim,
Não devemos gerar expectativa,
Visto que as coisas são como são
E não entendemos isso.
São muitos os porquês,
Só a experiência nos explicará,
O tempo é curto para picuinhas,
É preciso aprender a valorizar o que realmente importa,
Pois tudo é passageiro,
Aqui tudo é ilusão.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Viagem

A estrada não estava poeirenta, mas sim lamacenta.
A lama vermelha, água marrom,
E a vegetação verde florindo,
As águas de janeiro escorrendo,
As pessoas felizes...
Idosos, homens e crianças felizes.
A mudança esta sempre acontecendo no mundo,
Uns partindo e outros chegando,
Alguns no meio do caminho,
Nos encontramos em algum ponto,
Estamos sempre seguindo em frente,
Tentando entender o incompreensível.
E a vida segue assim,
Indo para o Boqueirão da Onça.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Guardado na alma

Na Bahia tudo tem.
São tantas belezas e riquezas naturais.
Tem todo tipo de vegetação,
Flores de todas as cores,
Formações as mais diversas,
Conheci o Brejo Brásida,
Um lugar perdido no município de Sento Sé,
Fica no boqueirão da Onça,
Tem gente simples, humilde e educada,
Que cria bode para viver,
Tem roças de doces bananas,
E coco a valer,
Recentemente, janeiro de 2020, este ano estive lá,
Foi tão rápido, mas deu para rever e conversar com os amigos,
Mariluce, Leleco, Seu Chilico, Evilázio, Guinho...
Vi os quintais produtivos
E pude tomar banho na fonte termal à tarde inteira,
A água sempre morna toda a tarde,
Até o só sumir entre as gameleiras gigantes,
No alto de um coqueiro
Cantava uma graúna,
Era um canto tão belo,
Era um canto de bom dia,
Um canto de despedida do dia e do sol,
Tudo ficou guardado na minha alma,
A paz, a conversa boa, a paisagem e a água quente da fonte.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Metafísica

O tempo,
A matéria,
A mente,
Energia.
Que magia estarmos vivos,
Consumindo para sobreviver,
Enquanto puder e der,
Assusta isso não?

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Consumir

Música, poesia, contos, romances e quantos gêneros mais precisamos para entender e nos humanizarmos neste mundo materialista.
Até quando continuaremos trabalhando a matéria para saciarmos nossos desejos. Bem melhor diria para saciar o desejo dos muito poucos que dominam o mundo?
Enquanto alguns não tem o que comer outros tão perdulários voando em jatos particulares.
Como nos livrar dessa indústria que chega até nós através dos celulares, televisores e sabe lá que mais outros tipos de mídia.
Nos identificamos tanto com o desejo de consumir, de ter conforto, de poder que vamos acumulando vestimentas, carros, casas, prédios... Como queremos mudar nosso padrão sempre querendo mais.
Com tantas coisas a serem consumidas, realmente consumimos o que temos ou o que almejamos ter?
Creio que não! parece que tudo é uma absurda ilusão.
Sento-me numa cadeira e ao abrir um livro posso consumir uma poesia, contos e romances e até me deliciar com uma boa música.
O resto é só lixo com prazo de validade.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Vetor

Atravessamos esta jornada chamada vida e muitas vezes não aprendemos nada.
Continuamente vamos cometendo os mesmos erros.
Ontem, hoje e amanhã talvez.
Estamos conscientes disto?
Estamos conscientes de que hoje pode ser nosso fim?
Não aprendemos com as filosofias, mas com a experiências que cada um tem.
As filosofias até nos dão um sentido, mas aprender mesmo só na práxis.
Algum dia, se tivermos sorte, aprenderemos.
Até lá vamos tateando isso que conhecemos como existência.

domingo, 19 de janeiro de 2020

Férias

Hoje se encerra minhas férias em Serrinha com meus pais.
Foram maravilhosas teve tanta coisa boa,
Day, Mamãe,  papai, Li, Meire, Pedro,  Laura, Gil, Sherlock,
Boris, Romeu,  belinha e todas aves.
Tiveram as manhãs farta de café e lanches,
Os almoços saborosos,
As sestas da tarde,
As caminhadas até a ladeira das vertentes,
As jantar e depois as novelas,
E as noites tranquilas,
Tiveram três chuvas uma noite de ano e mais duas nos dias 3 jane ironia,
Tiveram os livros lidos, A ideologia alemã, Pedro gerem isso I e II, gostar de ler,
Os chakras, antes de morrer,  Uma introdução  aos vedas, poder da mente, gramschi.
As palestras ouvidas sobre marx de José Paulo Neto, Alison Macaro, Sergio de Lessa,  Arlene Clemeche, Rui Braga,
Palestra sobre Sartre por Pedro Bartolim,
O que é filosofia com Cirne Lima,
Tiveram também saídas para fotografar,  passear com  sherlock,
Os textos escritos
E a liberdade  do celular,
Balanço com saldo positivo.
Obrigado Brama. 

sábado, 18 de janeiro de 2020

Presente

A vegetação caatinga
Enramada,
O sol,
A luz,
Um parque de água,
Um dia distinto,
De risos,
De gritos,
De alegria,
De emoção,
Nossos reunidos,
Pará fechar as férias,
O momento,
Para ficar para a história,
Para contar para quem virá
Nossas geração futura.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

É isso

Enfim, 
O mês rapidamente se passa,
E uma rotina maravilhosa chega ao fim,
Acordar e ler e levantar para tomar o café, 
Sair para passear com o cachorro sherlock, 
Pensar em tudo e em nada,
Tomar um banho 
E comer jaca ou Manga,
Deitar na rede e ler,
Depois almoçar, 
Deitar na rede e sair pra caminhar,
Depois ver novela, 
E deitar e dormir em paz,
Sempre pressa pelo amanhã. 
Foi maravilhosa tais férias 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Passageiro

Tudo muda incessantemente,
As coisas,
As paisagens,
As pessoas,
Muda num movimento chamado envelhecimento,
As vezes se quer se percebe
E quando a consciência chega a vida passou,
Essa existência imperceptível,
Nossos sentidos,
Vontade,
 Desejo,
Paixão.
Em meio à tudo isso,
Nós existindo!
Cá, onde cresci estou.
Pensando,  lendo, sendo,
Amanhã nada serei,
Um vento passageiro.

Existência

Hoje, aqui estou!
Amanhã, já não sei,
Chegará o momento que esses versos continuarão sendo,
Eu  não,
Deixarei de existir,
Perderei este corpo,
Essa matéria.
Agora que lê,
Conversas com  minha mente,
Meu corpo já se foi,
Quem fui eu?
Agora não mais uma incógnita.
Amei ler, principalmente contos de Borges,
Poemas de Pessoa,
Música de Mozart,
Pintura de Gogh,
Filosofia de Platão,  Marx, Sartre e Deleuse .
Meu gosto pelo simples como cantora das aves,
Conhecer os minerais,
A geografia e geomorfologia.
A botânica é minha substância
E com  ela experimento ensinar a ensinar,
Tudo é passa tempo,
Nessa breve existencia chamada vida.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Canto

Amanheceu,
Há um aroma de parece ter chovido,
Um bando de lorinhos cantando
Feito uma rede de pisca-pisca,
Foi rápido, mas bonito de se ver
Essa expressão ou manifestação,
Os pacuns cantam de um lado,
A fogo-pagou de outro.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Passagem

Após as chuvas,
A mata toda enramou,
As catingueiras mais verdinhas,
Os angicos de folhas miudinhas,
As aroeiras árvores copadas,
A erva ainda em porte de babuge.
Tudo verde esperança,
Mas o céu limpo azul celeste voltou a governar,
As rolinhas a cantar,
Toda a natureza a aguardar a chuva,
E o chão feito uma luva.
Lá se vai mais um janeiro. 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Preciso

É preciso  amar esse lugar
De incerta climatologia,
Com chuvas aleatórias,
Amar o pouco recurso,
Amar a terra seca,
É preciso ser Pereiro ou marmeleiro,
Ou cajaraneira ou cardeiro.
Aqui para cantar é preciso voar,
Como as aves.
Hoje era quase madrugada
Quando despertei ao som da passarada,
Eram galos de campina,
Lembrei de meus avós,
E de tudo vivido,
Numa vida de privação,
É preciso amar esse chão,
É preciso estar adaptado
Sentir amor no coração,
Senão larga cedo esse chão. 

domingo, 12 de janeiro de 2020

Encantado

O dia claro
Vasto de céu azul,
No campo a babuge cresce
Viçosa,  verde
Mostrando seus cotiledones,
A gente fica encantado
Com a vida.

Noite enluarada

A noite caiu lentamente
Sem barulho nem vento,
Aos poucos da luz fez-se sombra,
Do claro o escuro,
Mirando o nascente
Atrás do cajueiro
Nascia a lua,
Grande, amarela e circular,
O céu estrelado,
O sete estrelas, O cinturão de oreon,
O céu limpo.
Fiquei, ali sentado,
Encantado,
Quando esfriou,
Entrei e a noite se foi.

sábado, 11 de janeiro de 2020

Sherlock

A gente acorda e fica deitado, esperando despertar,
Vai pra cozinha e toma o café com a família e os bichos,
Que tem nomes.
O cachorro é Sherlock,
Os gatos são o holandês Boris,
O malhado Romeu,
A alvinha é belinha.
Sou muito ligado ao Sherlock,
Até ensinei a deitar,
Sempre o levo para passear comigo no mato,
Não é para caçar,
Só para explorar.
Como ele fica feliz,
Corre e pula e explora,
As vezes banho ele.
Sou encantado com ele e o papai,
A Li e o Pedro e a Laura.
É hora de levantar e tomar o café. 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Upanishadas


Logo, no início de janeiro de 2020
Puz me a ler os upanishadas,
Que livro mais sábio e agradável,
São textos gostosos para ler na hora matinal.
No geral livros orientais são cheios de  histórias,
Em dezembro li um livro de Osho,
Antes de  morrer,
Um livro delicioso,
São muitos ensinamentos
Para a vida.

Sexta-feira

Eita que algazarra gostosa,
Depois da sesta,
Deitado na rede
Só ouço lá fora,
Cantarem um sabiá,
Fim-fim e siriri.
Longe canta o sanhaçu,
Será o que fez o ninho no mamoeiro?
E a tarde vai caindo,
Encantada. 

Amor

No alto da aroeira
Canta o sabiá de laranjeira,
Espalhando aos sete cantos,
Um canto de felicidade,
Ainda ontem no tanques natural,
Depois da chuva os sapos
Fizeram uma algazarra voltada para orgia,
Os machos inflam o papo a coaxar,
O macho que mais alto cantava
Era quem ganhava as parceiras,
Ah, quem tinha o melhor lugar
Também tinha vantagem.
Bem no pé de mamoeiro
O sanhaçu fez um ninho bem macio
Com fibras de algodão alvo
Onde maciamente gerarão sua criação.
No alto do cajueiro a casaca de couro
Fez um ninho entrelaçado de garrancho
Bem tecido forte e bem feito.
O rouxinol feZ seu ninho na soleira.
Agora que as chuvas caíram
E que as ciriguelas amadureceram,
Que o solo úmido está,
As sementes já germinaram,
As árvores e arbustos broiaram,
As cobras podem sair da entoca
Tensa fica a natureza que não é só pura beleza. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Tarde

A tarde cai suave e fresca,
Aí cai uma pequena chuva,
Quebrando um ciclo de tardes
Quentes e ensolaradas,
E só se ouve a chuva chovendo,
Assim a tarde vai caindo,
E o tempo continua passando,
Cadê as aves?
O sequidão já foi,
Quando voltará a chover novamente. 

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh