quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Sete de setembro

 Uma tempestade tomou conta de minha mente na noite de domingo dia 8 de setembro. Adormeci e dormi até uma da madrugada. Até então relaxei, mas depois que acordei não consegui mais dormir. Estava na rede no local onde mamãe sempre dormia. Como era uma noite de lua cheia, uma réstia de luz branco pálido chegava ao sofá ao lado da rede. Despertei com tantas idéias. Ideias de eternizar aquele momento...

Foram tantas as emoções vividas em uma única tarde. Meu filho desfilando pela primeira vez. Coisa que nunca fiz, apesar de querer. Rever os velhos conhecidos, meus professores e colegas de estudo do ensino fundamental e essa linda juventude que desconheço. O ouro de Serrinha! Os filhos e netos de meus conhecidos. Tanta gente maravilhosas. Fantasiadas e cheias de orgulho no peito.

O corpo docente organizando os pelotões. As bandas dando energia e ritmo ao desfile. Faltou a corneta!

A percussão nos emociona.

Garotos e garotas vivendo um sonho que poderão realizar.

Fez lembrar até o lema da minha turma de ensino médio "O futuro é luz que se acende com o esforço de cada um".  um lema positivista...

Fui caminhando e vendo alguns professores idosos assistindo sentado. Meus professores todos aposentados. Quer dizer, mais de 30 anos que deixei as escolas de Serrinha.

Fui seguindo! marchando para meu filho ver e fazer direito.

Vesti o espírito de pai e esqueci o ridículo, todavia tenho a empatia dos pais.

Então sob a luz cálida e dourada que fazia cair a tarde... Pensei no tempo, pois o espaço é o mesmo.

Só o tempo separa a vida da morte, meus pais que antes ficavam em casa hoje dormem na eternidade.

A tarde caiu terna e sonora.

Cumprimenta um e outro. Uma parada para conversar minhas ideias. Ora agrada e da atenção, mas o povo quer ver beleza e não ouvir ideias. Esse desfile só corre um ano.

Entender que se faz parte do passado. Gente tem ânsia de ver o diferente e belo. Os nossos filhos, netos marchando. Uma multiplicidade de cores, de movimentos e de som.

A gente ri orgulhoso.

Chegando na praça! Todos lindamente posicionados. Algo me chamou atenção.

A rua Eugênio costa forma bons cerimonialistas.

Antes ao lado da igreja Chiquinho de Raimundo mora apresentava os pelotões e a difusora da igreja gritava para todo mundo a beleza dos pelotões e de nossos filhos.

Hoje, Danielle de Neném quem é a mestre Cerimônia! 

O povo de Serrinha se multiplicou tanto.

Para abrilhantar a festa a lua nasceu amarelo girassol.

Salve a pátria Brasil...

Voltei no tempo quando dona Livani e dona Lenita hasteavam a bandeira em frente a escolha.

E via os nossos pais e vizinhos tirarem o chapéu em respeito a pátria.

Saudoso sim.

Hoje tudo mudou e continuará mudando.

Enfim, não consegui mais dormir, as 3:30h o celular despertou e eu chamei minha mulher e meu filho e organizamos as coisas e voltamos para casa.

Com o tempo tudo isso parecerá apenas um sonho.

O que é sonho e realidade?

A gente decide?

Tempo atemporal

 Dei um mergulho no passado.

Fui rever o lugar onde cresci e vi que estava tudo mudado.

Não encontrei a abraço do papai,

Nem o beijo de mamãe.

A seca roendo a vegetação chega está cinzenta.


Mas a vida resiste e floresce nas aroeiras,

Nós cajueiros e mangueiras...


Torrada a terra poeirenta marca mais um ano de sequidão.


Mas a mim é só beleza.


A catingueira, o Juazeiro, o cumarú.


O cabeça vermelha, o cancão e o anum branco.


O sagui.


Emergi do mergulho.


Voltei feliz crendo que a vida não é um sonho.

Mercado

 Ontem ao sairmos da escola, fomos ao mercado.

Sassá pegou seu chocolate e seu rocambole.

Quando ele está interessado, toma de conta das coisas.

Sempre que levar suas coisas consigo no acento.


terça-feira, 9 de setembro de 2025

Meses do ano

 Meses do ano

1. Janeiro é o mês com um rio que separa o Rio Grande do Norte do Rio Grande do Sul.

2. Fevereiro é o mês onde são gerados os escorpioninos.

3. Março é o mês das águas.

4. Abril é o mês quatro embora seja o mês de abertura.

5. Maio é o mês das flores e da mais importante de todas sua mãe.

6. Junho é o mês de Campina Grande ser o centro do Brasil.

7. Julho é o mês das chuvas em João Pessoa. Economia de energia com o friozinho gostoso aqui.

8. Agosto é o mês que nos deixa maluco com o sol e a chuva disputando maior presença.

9. Setembro é o mês do sete, mas que se trata do mês nove.

10. Outubro é o mês do oito que segura a balança.

11. Novembro é o mês do nove que é representado pelo onze.

12. Dezembro é o mês do 10, mas é representado por 12.

Retorno da viagem de Sassá

 Ontem, retornamos para casa em João Pessoa.

Sassá acordou cedinho, mesmo atordoado, dando conta de coletar suas coisas e colocar no carro.

Seus aviõeszinhos que ganhou.

Ficou desperto por um bom tempo, depois dormiu muito até chegar na tapiocaria em Angicos.

Então, como estava faminto comeu uma tapioca inteira de carne de sol e banana.

Depois seguimos viagem.

Sempre atento a viagem viemos conversando muito.

Em determinado momento se pôs a desenhar.

Um galo gigante que vimos em Assu, um casco de peba, um tucuxi, um papa-vento, um teiú, uma preguiça, um carcará...

Paramos para ir no banheiro no mato.

Encontre uma rocha oval.

Chamei-a de eggrock.

Gostamos da palavra.

Chegamos em casa e nem percebemos.

Amor da flor e o morcego

 A semente do mussambé no baldo do açude deitou.

Quando a água secou ali germinou...

Cresceu molestada por percevejos,

Se vestiu de pelos glutinosos...


Bem lentamente sob o sol escaldante

Sob a noite enluarada, por vezes estrelada,

Crescia sem parar.

Seu corpo se dividia,

Suas células se reproduziam


O caule se ramificou,

Seus ramos armados e glutinosos,

Exalavam um cheiro de sertão.


Foi crescendo...

Crescendo...

Até que chegou o dia

Dia de floração...


Foi se desenvolvendo, se consgruindo,

Célula a célula,

Dai veio a inflorescência,

Dai veio o botão...

E numa tardizinha...


Como bicho que pare perante o sofrimento...


Uma flor desabrochou.

A primeira flor...


Flor de corola alva,

Quatro lindas pétalas unguiculadas,


Arrodeando o centro seis estames longos, finos e liláses suportavam as anteras.


No cento uma haste sustentava o singelo ovário


Com seus óvulos só esperando a fecundação...

A primeira flor foi abortada...


A segunda vez já não é surpresa...

Na inflorescência várias flores floriram...

Sempre a tardinha...



O cheiro se espalhou pela caatinga...

E para surpresa,

Naquela noite enluarada.


Uma visita aconteceu...


Um morcego veio e sem pousar,

Agradeceu e o néctar comeu...

Levou consigo o cheiro e um monte de polém, trouxe polém também.

E assim aconteceu.

Um amor no meio de sertão.


Tentativa

 Caminhando contemplava o amanhecer,

De dourado a cinza a vegetação se tingia,

Meu peito pulsava de tanta alegria,

A cada passo mais coisas a se ver...


Na vastidão do nascente o sol de luz tudo preenchia,

A salsa na beira da estrada suas estrelas desabrochava,

Rosa vivo, verde vivo...

Rodeada de sequidão...

O sol estrela grande


Alumiava e aquecia e tudo tostava,

Mas a salsa resistente,

Nem assim se entristecia,

Sua estrela ao mundo sorria.


Mirando o juazeiro e a aroeira,

Cheirava o aroma das flores de mangueira.

Resistente, no setembro que cresce para dormir em outubro.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

sete de setembro

 Sassá foi desfilar no sete de setembro.

Foi vestido de leão.

Estava todo empolgado, embora  não conhecesse nenhum coleguinha.

Eu estava emocionado, afinal meu filho desfilou nas ruas de Serrinha e eu nunca.

Estava radiante como o sol ao fim da tarde.

Os raios dourados do sol tornaram a roupa de Sassá ainda mais bela e dourada.

A mãe foi feito um satélite.

Desfilou o tempo o todo.

Até a concentração na praça de evento.

No fim fomos brindados com uma lua gigante e amarela.

Uma lua meio eclipsada.

Assim definiu Sassá

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

Desenhar

 Sassá adora desenhar.

A mãe abre o computador e coloca imagens para ele desenhar.

Ontem, quando cheguei em casa, ele estava todo orgulhoso, pois havia acabado o caderno de desenho e estava desenhando nas folhas.

Quis desenhar bichos da Austrália. Então desenhou casuar, canguru, diabo da tasmanina, raposa vuadora, ornitorinco...

Estava todo feliz.

Mostrou os desenhos todo fofo.

Então fui deixar ele na escola.

Conversamos sobre a minha manhã.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Bogabens

 O silêncio do ser,

O existir refletido...

Manhã, tarde e noite,

Madrugada, aurora, crepúsculos...

Uma noite estrelada,

O mar...

E a pergunta fulcral

Quem sou eu?

O que sou eu?

Em que momento desperto para o meu ser?

O calor do afeto,

O frio da saudade...

A necessidade de Deus,

Que pode ser mais humano?

A razão.

Os pares de opostos

Bom ou mal,

Belo ou feio,

Justo e injusto...

Que horas desperto pra tudo isso.

É o começo do fim.

A inocência que é perdida ao despertar para a vida.

Ser um ser de relação.

Ser e existir...

Uma condição única a vida com razão.

Razão

Então ao perceber que tudo é passageiro. Ao perceber que tudo está em mudança constante. A saber que tudo é devir. Como racionalizar essa in...

Gogh

Gogh