sexta-feira, 25 de abril de 2025

Quebra do silêncio

O silêncio matinal da mata

É quebrado pelo gavião

Que chama atenção,

Seu chama como bico falcado,


De longe me encanta,

Chama, chama gavião.

Que queres dizer?

A mata que ti criou,

A mata que te protegeu,

Sabe que falas.

Sabe quem és.

É um asa de telha maravilhoso.


quinta-feira, 24 de abril de 2025

Contemplativo

 Quando cheguei na UFPB hoje de manhã escrevi.

A mata silenciosa amanheceu pensativa.

Percebi que o mesmo estado se perpetuou durante o dia inteiro.

Agora a tarde a mata continua pensativa.

Talvez o silêncio seja meu.

Talvez este estado contemplativo tenha preenchido o meu ser.

Só sei que me sinto cansado.

Se como dizia Spinosa a alma é uma ideia de corpo.

Estou com o corpo exaurido.

Por isso contemplativo ou vegetando.

Falta ideia para por no papel.

Falta inspiração.

Falta glicose para pensar.

Quando se contempla não se pode sobrar tempo para pensar.

Dia do índio de Sassá

 No dia do índio. Este ano de 2025 Sassá ganhou uma zarabatana.

Ele foi para a escola com a mamãe. Lá estava tendo uma feirinha e a mamãe comprou este objeto de caça.

Simples, mas muito ornamentada.

Ele assistiu a apresentação de danças da tribo Kariri-xocó. Até se arriscou a dançar.

Na volta para casa, tinha uma surpresa um sexto com chocolate de páscoa.

Estava radiante. Me deu um biz.

A mamãe estava doente, então cuidei dele até dormir.

Desenhamos uma página do do livro onde estavam lá:

Uma zarabatana, uma onça, um tatu, uma arara, um beija-flor, uma giboia, um jacaré, um sapo lavando o pé, uma apis, uma borboleta...

Depois quis dormir com o desenho, mas ai disse que ia amassar.

Então deitou, mamou e dormiu.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Descansa

 É difícil de pensar quando se está cansado.

Descansa!

Descansa para reestabelecer tuas energias.

Descansa para que tua alma possa novamente

Se inspirar.


Fui a UFPB Campus de Areia.

Pude compartilhar da companhia dos alunos e da professora Eliete Zarete

E de meu querido amigo Pedro Gadelha.

Vi inúmeras plantas, paisagens e meios.

Tanta coisa que encheu minha mente de informação.

Agora descansa.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Água

 Viçosa floresce a erva!

Flores amarelas,

Alvas, azuis, lilás, roxas...

A policromia enfeita o tapete verde

Que cresceu das cinzas,

Das sementes e frutos rotos,

Que alimenta a abelhas e insetos diversos,

Num período tão efêmero...

A água equaciona a existência

Das cinzas ao verde

Do verde ao dourado,

Do dourado ao pó...

A biologia é a reação da água com a natureza viva.

Alma do tempo

 Somos a alma de nosso tempo.

Cada coisa que vivemos conduzimos em nossas almas.

Estas vão se desgastando no tempo como as coisas.

Os objetos são eternos, as coisas não.

Somos a alma de nosso corpo

Que assim como as coisas são finitas.

Da energia de viver,

E no viver,

Se desgasta,

Envelhece e morre.

Mas nossa alma se renova

Quando reproduzimos,

Em nossos filhos e netos e bisnetos...

Retalho

 O sol desperta a manhã. A paisagem verde vai perdendo o tom azulado se tornando amarelado.

O som do sino, do bem-ti-vi, dos sanhaçus marcaram a páscoa.

Chegamos cá em casa quarta feira 17.4.25.

E ficamos de boa, fomos a matinha, fomos ao curral e ao chiqueiro.

Sexta feira jejuamos.

Desenhamos muito.

Passeamos.

O tempo foi ótimo, visto que voou.

Sanhaçu

 A tarde caia. Fui a janela olhar o quintal.

Na Larangeira laranjas verdes igualando o tamanho de limões cresciam ao gosto do tempo.

Parei tudo, pois vi uma beleza sem igual.

Um sanhaçu cinzento 

Pousado no ramo seco, calmamente se banhava de sol.

Com seu bico se limpava. Aquele verde ou azul cinzento tão lindo com bico forte e penas pequenas sozinho cuidando de si.

E permaneceu ali por mais tempo que minha paciência tolerou.

De certo estava mais tranquilo que eu.

Contemplei seu ser aí.

E o seu ser assim.

Ou meu ser assim?

Pascoa 2025

 A tarde cai. A tarde sempre caiu, cai e cairá. Agora algo mudou em mim.

A tarde caia e era sinônimo de alegria. Esperava por algo. Não sei o que e sei. Esperava uma mudança que mudasse meu humor. Esperava sempre por algo. O tempo foi passando e tudo foi mudando fora e dentro de mim. Continuei esperando a mudança o tempo cair. Aí a mudança veio drástica quando percebi que podia realizar os meus sonhos. Descobri que custava tempo de vida.

Nossos sonhos custam caro.

Custam o tempo de convivermos.

A tarde caiu, levou também o tempo dos que mais amava.

Agora.

Nasceu o maior amor de minha vida, meu filho.

Não quero que a tarde passe, como é impossível, então que se arraste.

Só sentado aqui onde muito sentei com papai e com mamãe.

Já não os ouço, não os vejo, mas sua presença existe.

Na paisagem na amarílis, no Jasmim de laranjeira, no cumarú, no araçá, no catolé, na espada de são Jorge e no espaço, no calor e luz do sol que vai esfriando com o tempo e vão se apagando as memórias.

Meu Deus!

É sexta feira santa.

Quantas vezes celebrarmos em Cristo.

E continuamos em Cristo.

Vivos.

Agora divido essa memória para sempre como dizia mamãe.

Na casa de Chiquito

 Era uma tarde de quinta feira santa 17.04.25. o céu azul, os raios dourados iluminaram o alto do Sampaio, na base do alto no terreiro da casa de Francisco uma catingueira grande toda bageada explicava seus frutos secos dispersando suas sementes.

A quebrada vermelha estava coberta de milho pendoado, fava e Bananeiras. Uma bananeira sapo com um cacho cheio me chamou atenção.

Chegamos em frente a casa que foi do meu bisavô Chiquito, do meu avô Chico e de tia Nina.

Entrei na casa e pude ver através das paredes e da minha memória a profundidade da minha existência. Tanta coisa vivida ali em minha infância. As primeiras impressões de está distante de casa.

Peguei a cadeira e pus na calçada e fiquei contemplando a frente muito bem cuidada. Os dois pés de salsa de flor rosa, os araçás, o milho e feijão, subindo a lombada, a pitombeira, os cajueiros, as aroeiras, lá no fundo os mororos.

Lucia de Chico estava ali sentada, depois chegou Franci e Chico, e a conversa entrou a noite.

Ouvi histórias e distrinchei a genealógia da família.

Enquanto Vinícius brincava com Pedro, Lavínia, Laís e Sofia. Corriam gritando feliz. A felicidade foi plena quando lhes demos uma caixa de chocolate essas crianças saltaram de felicidade.

E a tarde caiu e a noite subiu.

Cadê o doce?

 Sassá o esperto, Ao sair da escolha perguntou pela bala que eu havia encontrado. Pensei que era o embaré de leite. Disse está lá no carro. ...

Gogh

Gogh