quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A busca

Às vezes me afogo em maus ares e pensamentos e sinto-me triste e angustiado. Mas sei que sempre ressurjo como cinzas surgem após o fogo. A cinza surge leve, suave e macia. Para que se apegar a tanta ilusão, na vida tudo é ilusão, o fogo tudo consome e sobram apenas as cinzas. Não entendo porque sempre nos sentimos deprimidos quando simplesmente não realizamos algo. O riso é uma consequência da boa ordem. Mas temos que seguir em frente diante da desordem, afinal tudo tende a entropia, a desordem. Nunca podemos esperar que nos afaguem o cabelo, temos que aprender a resolver nossos problemas que se tornam infinitos quanto estamos indispostos a resolve-los.
Quando o sol nascer, ouça o canto das aves e depois abra sua janela e veja como está o seu jardim. Se houver flores abertas e viçosas, sorria para elas, pois são um indicativo de que sempre haverá esperança. E se mesmo assim houver maus ares e se ainda se sentir triste e angustiado. Caminhe e veja o mundo com suas formas, cores, aromas, texturas, temperaturas e se ainda assim estiver triste. Vá aprender tango.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Flores da manhã

As flores se abrem suaves e belas
pela manhã e se agitam ao sopro
da brisa e perfumam os jardins
e as praças e as ruas.
A flores coloridas e alegres
povoam nosso viver de mais beleza,
mais encanto e mais felicidade.
Mas as flores são tão efêmeras,
por isso temos que cultivar
nossa roseira, por isso
temos que cuidar de nosso jardim,
e assim uma flor desabrochará
ainda mais bela a cada manhã
e na manhã seguinte e seguinte...
Assim como o cuidado com as flores,
precisamos ter cuidado conosco também,
pois a vida é muito efêmera
e não cremas, mas a qualquer instante
podemos simplesmente nos encantar.

Ah, quando abro minha janela pela manhã,
eu vejo tanto vigor nas flores, nas plantas,
no sol ou na chuva, mas quando vou
ao banheiro e me olho ao espelho,
vejo que não sou tão jovem
quanto ontem na minha infância
e juventude,
e cada vez mais vejo que tenho
que cuidar mais de mim,
tenho que viver mais feliz
e por vezes esquecer
os problemas e dramas
da vida porque eles nunca
se acabarão,
eu morrerei e eles continuarão...
Por isso olho para
as flores da manhã,
pra entender que mesmo
sendo breve a vida,
vale a pena ser vivida.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Será?

Canta baixo o sabiá,
parece está a afinar seu canto.
Canta baixo sem parar.
O jardim arde de calor,
algumas plantas estão
de folhas murchas.
Mas canta o sabiá,
sabe que logo a chuva vai chegar.
Ou será um sabia jovem a cantar?
Será?

Quem sou

O que fiz do meu tempo?
Passei muito tempo ao léu.
Eu fiquei olhando para tempo
e para o mundo e não conseguia
entender nada.
Quantas tardes a fio,
curtia minha preguiça
e mais nada.
Então aprendi a ler
e eu li muito.
Passei a ocupar o meu tempo
com as palavras.
Mas as coisas sempre me chamavam atenção.
Nunca me comuniquei bem,
por isso  me escondi entre
as palavras
e me perdi no tempo
sem saber o que fazer
ou quem sou.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lua recatada

E a noite caiu, silenciosamente escureceu.
O sol sumiu poente a baixo,
sumiu lembando a luz e deixando
o calor. E calmamente o mundo
foi se apagando enquanto
as estrelas longínguas
foram se acendendo no céu.
Silenciosamente a noite
preencheu os vales
e ocupou as serras com
sua escura sombra.
Hoje tem lua.
Mas é lua cheia não sei.
A lua é tão recatada
que quando chega se não for
ao jardim é capaz de não se perceber.

Vou a área, sento a cadeira
e vejo a noite cair
e ouço o rádio tocar
as ave marias
das seis horas.

A natureza recatada
assume o instante primitivo.

Paciência é só o brilho do sol

E quando a chuva partiu,
o sol logo sorriu,
o sol mal apareceu,
o mundo logo aqueceu.
E agora paciência,
é verão,
quem não tem piscina
ou é cão,
aguente o calor.
Paciência, aqui parece nunca
haver meio termo,
quando chove, chove muito
e quando faz calor,
sai de baixo.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Paciência

Os dias tem sido tão quentes e secos. Não gosto muito de dias assim, pois nestes dias não tenho animo para nada. Fico em casa e só tenho vontade de comer. Fico ansioso.
Bem queria ser como o sanhaço ou o pica-pau pousar na sombra e deliciar de uma fruta.
Mas que coisa eu penso. Pensar já diria Pessoa é está doente dos olhos.
Então penso tanta coisa... Fico preocupado, coisa que de nada adianta.
Paciência com o dia quente, com a vida, pois é tudo coisa da minha mente.
É sempre tudo coisa de nossas cabeças...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Além do meu jardim

Enquanto meu jardim está viridescente e o sol brilha intensamente. A Europa está branca coberta de neve. O nordeste brasileiro está seco feito pó. No oriente pessoas se matam com seus atentados loucos, coisa que nunca entenderei. A Somália está mais uma vez sendo assolada pela fome.
Enquanto meu jardim tem uma sombra onde sanhaçus comem banana. Nas feiras de São Paulo feirantes gritam   palavras de duplo sentido e as pessoas pra lá e pra cá escolhem as frutas pela beleza ou pelo valor.
Enquanto o meu jardim verdeja. Os carros com som auto incomodam as pessoas ou nem isso mais acontece.
Acho que estou ficando velho de mais para o mundo, não suporto o mundo além do meu jardim.

Sol

Sol quente, luz em excesso.
Ai que dias mais longos.
Esses dias me deixam
impaciente, parece que não passam.
Não sinto vontade de fazer nada.
Não sinto interesse por nada...

Averso

O sol brilha intensamente. É verão.
Nenhuma folha se move, a brisa sumiu.
Por onde andará o vento?
Meu jardim já está pedindo água,
as folhas secas se acumulam sobre o chão árido.
A luz intensa do sol clareia todo meu quarto.
E o calor que surge com toda sua intensidade e chega a me incomodar.
Ligo o ventilador e fico a pensar no meu pensar.
Fico a pensar na ordem das coisas,
a pensar na desordem que há no mundo,
mas que existe uma certa ordem nesta desordem do mundo.
A vida, pra ser vida é preciso que haja ordem
e é a desordem que ceifa a vida.
Então acho que seria melhor se ouvisse algo.
Ligo o computador e lembro de Verdi.
Sim o Nabuco e então ouço e aprecio o som das vozes italianas.
Ah, neste instante me livro dos pensamentos humanos
como quem ama, como quem fuma e como quem bebe
e neste instante esqueço tudo é como se renascesse.
O tempo vai passando e o calor só aumenta.
Prefiro a chuva, mas não posso viver
num mundo onde só haja chuva.
Não posso viver apenas o que nos dar prazer.
É preciso viver o desconhecido e o adverso que é para amar mais o que se tem
ou aprender a amar outras coisas.
Num dia de sol por exemplo
as coisas são mais nítidas, claras,
então saibamos aproveitar das coisas nítidas e claras.
E viva ao Nabuco, viva ao sol e ao dia quente.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh