sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Encontro

 Fui a feira de orgânicos na UFPB ver os amigos, conversar e comprar. Vi seu Biu, seu José, Seu Edson e seu Zizo.

Ir a feira, como não gostar desse Bafafá.

Ouvir a bandinha tocar, 

A cliente a questionar o preço das coisas,

O cheiro da tapioca sendo assada no caco.

Gente indo e voltando.

Mercadoria sendo entesourada....

Eis que encontro Lis, a poetisa, na volta para minha sala.

Quanta alegria, com saboroso gosto de poesia.

Lisbeth Lima de Oliveira,

Lima de Solânea, e Oliveira de Cajazeira.

Conversamos sobre tantas coisas,

Que nos perdemos no tempo.

Das coisas que pesquei.


Lisbeth, nobre amiga,

Que muito tem a me ensinar,

Antes ouvir a falar,


Quem fala doa,

Quem ouve recebe,

E foi aquela troca,


Aprendi a aprender,

Falando e me agradando

do Carinho de me escutar.


A certas horas vi que era todos ouvidos,

Foi a feira a escutar,

Ver, ouvir e cheirar,

Ao café saborear...


A goma que se aquecida,

Vira tapioca, estava o ambiente a perfumar...

De flores na mão senti a mercadoria pesar.


Lis ouvia...


Em suas orelhas dois ouvidos,

Um interno e outro externo,

Uma espiral coclear,

Uma concha espiralada,


Mostrava que ouvia e ensinava no ouvir.


Lima, lima, lima...

Oliveira, oliva...


O roxo do jacarandá enche sua vista de alegria.

A memória do cheiro do cabelo de sua vó...


Memórias são despertas,

Eternizadas.


Mais nada


Mediação

 A alma de gato marrom vez por outra aparece. Não vejo, mas escuto.

A patativa de papinho amarelo só canta a dançar. E agora tá cantando no meio da mata.

O sanhaçu de coqueiro verde anima as praças pessoenses.

Agora!

Isso é tudo.

A planta de Sassá.

Uma das atividades para o dia da árvore, na escola de Sassá, incluía plantar uma árvore. Sassá plantou uma castanha de caju. Esta germinou, após germinar a professora de Sassá entregou para ele cuidar dela em casa. Ele se divertiu com o coleguinha Ravi que também plantou uma castanha. Antiontem, Ravi falou que o cajueiro dele estava nascendo. Eu me lembrei da planta de Sassá. Perguntei para ele onde estava e ele trouxe a mudinha. Está com os cotilédones verdes já, bem a vista, mas ainda parte encerrado na castanha. Então a noite, ele trouxe a planta para a mesa onde contemplamos aquele pequeno cajueiro. A mamãe falou que iria fazer um bonsai. Aguamos a mudinha. Sassá disse que ela precisa de muita luz e eu complementei e de água também. E foi isso.

Bach -area

 Grande Bach.

Suas composições nos aproximam do criador.

São tão intensas como o mar ou um céu estrelado.

Não tem como não se sentir pequeno

E parar para contemplar...

Area é o mar, é o céu estrelado... profunda e reveladora da face divina.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Viajante do tempo

 

Sou um viajante do tempo.

Tudo teve início no meu nascimento.

O choro me despertou,

Inconsciente que estava continuei,

 

O que me guiava era a vontade de viver,

Desenvolvi apegos e gostos...

Descobri o eu.

 

Consciente me tornei,

Igual a todos que me cervavam,

As emoções e sentimentos

Me ensinaram a amar,

A sorri e chorar...

 

A minha vida parecia eterna,

Tudo era tão intenso.

 

Todavia a razão,

Foi matando a emoção,

 

A consciência dominando a inconsciência...

E comecei a perguntar quem sou!

 

Pensei, em cima de pensamento,

Alimentei sentimento...

 

O tempo afraca minhas forças,

Envelhece o meu corpo,

Me domina...

 

E me pergunto quem sou eu...

Tudo em vão.

 

No olhar da criança imaginação,

No olhar do adulto ilusão,

No olhar do idoso, sabedoria.

 

Sou forjado pelo tempo...

Quem fez quem me fez passou,

Quem me fez passou...

 

O lugar é o mesmo, atemporal.

O espírito eterno...

Vive trocando de corpo e fazendo crer na individualidade.

 

Tudo é nada,

E nada é tudo...

Sou só produto do acaso,

 

Do tempo...

Dios tuto natura.

Estória

 Ontem, Sassá e eu conversamos, enquanto o deixava na escola. O assunto é sempre falando sobre como foi nossa manhã. Ele diz sempre que não lembra de nada. Depois ele perguntou se tinha serpentes naja no Brasil. Disse que não. Ele incutiu que, QUANDO CRESCER, vai criar serpentes. Sempre explico o problema dos venenos. Então, me perguntou se podia criar teiu. Disse que podia, mas que tinha o perigo de levar uma lapada do rabo do bicho. Ele perguntou porque o da bica era lerdo. Falei que são menos ativos. Na casa da tia li que fica no sertão tem muito calor por isso os teius são mais ativos. Contei de um episódio que aconteceu com o nosso cachorro de nome sherlock. Um dia, em 2018, após o almoço, ouvimos o latido de sherlock lá no curral. Fui ver o que era, afinal poderia ser  uma cascavel. Graças a Deus não era. Sherlock estava acuando um teiu. Nem sherlock, nem o teiu avançava. Quando o teiu me percebeu, partiu para morder sherlock que recuou grunindo. Dai o teiu deu no pé.

Ele achou intressante a história. Então chegamos na escola e ele foi para a aula.

Busca

 Busco a minha essência, mas nada encontro.

Se busca o que falta.

Minha essência seria uma definição?

Como se definir se mudamos constantemente,

Como muda a natureza das árvores

Que na mudança perde e faz novas folhas,

Entra em floração,

Produz frutos...

Como abarcar tudo isso?

Razão, percepção.


quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Ao meu pai

 Estava mexendo nos meus arquivos de fotografia e encontrei essas fotos. Maravilhosas porque mostra papai sentado em frente ao lugar que amava. Meu pai, meu amigo. Que saudades! Às vezes quando vou a nossa casa sinto tanto a sua falta. A gente se abraçava duas vezes na chegada e na saída. Chegava e o senhor nos esperava para o almoço e nos acompanhava com aquela conversa boa. Papai às vezes estou almoçando e lembro de ti. Todos os momentos que almoçávamos juntos. Seu cuidado com os bichos, com as plantas. Nossas árvores no sítio, nossos catolés, nossa matinha, nossa casinha. Sinto falta das vincas que aguava, de suas passadas arrastadas, ao amanhecer no terreiro, a varrer a aguar as plantas, alimentando as galinhas...

Meu eterno pai. Cuido de nossas palmas e catolés, de nossa casa. Farei enquanto puder. E estou ensinando o meu filho a amar o nosso lugar. Você iria amar ele.
Eternizei este momento, nesta foto. Nosso terreiro e nosso cachorro Negão e branquinha.
Como adoraria te abraçar de novo pela última vez. Mas um dia estaremos juntos... Na mesma essência. Te amo.

Amizade

 Esta semana, duas situações ou lugares me fizeram lembrar do meu primo e amigo Mazildo.

Primeiro foi o lugar e o dia, estava no shopping mangabeira e era sexta-feira. Sempre neste lugar e neste dia enviava fotos do ambiente. Meu primo era tímido, tinha uma doença que nunca descobriu a causa. Meu primo vivia em casa. Quando pequenos a gente se divertia andando nos matos caçando,  mas nem matava nada a gente gostava de ver o mundo silvestre. A gente foi crescendo e suas limitações físicas praticamente o impediram de anda.  Seu deslocamento se limitava ao espaço interno da casa.  Meu amigo, saia de casa para cortar o cabelo ou votar. Sua vida era acordar, tomar o café, limpar as gaiolas e ouvir rádio e ver televisão e por último usar o celular. Estava engordando demais e se cansava dentro de casa mesmo. Nunca reclamava. No dia mesmo que faleceu nos trocamos mensagens.

A segunda vez foi no sábado, estava no parque Arruda Câmara, lá encontrei seu Eduardo que cuida dos animais no parque. Estávamos conversando e eu prestava atenção no som das jandaias foi quando ouvi o periquito da caatinga, grasnou umas três vezes, daí, o bicho veio e pousou ao nosso lado. Aí lembrei e comentei que meu primo tinha um periquito que ele cuidava tão bem. Acordava o loro a noite, tirava o bicho do guarda roupa e dava comida para o bichinho.

E hoje na praia vendo as Maracanã voarem me lembrei novamente.

Sentimento

 Ontem, Sassá saiu da escola tudo bem, viemos para casa conversando normalmente. Chegamos em casa, aguamos nosso jardim. Quando terminamos, entramos no prédio. Ele se mostrou cansado. Geralmente quando entramos no prédio, competimos para saber quem ganha ao chegar primeiro em cima. Ontem, ele estava de espírito abatido, pensei é o cansaço. Subiu sem ânimo. Falou, hoje não tem brincadeira. Estou cansado. Quando abri a porta e ele viu a mamãe foi um choro. Foi explicar o que aconteceu na escola. Aos prantos explicou que a professora havia escolhido um giz de cera de cada um para derreter. E que a coleção agora estava incompleta. Não adiantava eu explicar que iria comprar uma nova para ele. Chorou. Depois parrou, jantou e fomos brincar.

Orientações

 Um triângulo figura aguda, Um quadrado figura isomorfa, Um pentágono figura estelar. Um hexágono figura tridimensional Acima, abaixo, a dir...

Gogh

Gogh