segunda-feira, 16 de maio de 2011

Lua

Plena nasceu a lua, nem esperou a noite chegar, nem esperou as seis horas,
nasceu cheia, linda no horizonte. Calma foi seguindo para o meio do céu.
Foi seguindo sobre a rua, sobre as praças, as cidades,
lua democrática esbanja sua beleza por toda a terra,
lua sedutora lua, como tornas a noite mais bela,
como me faz para todo mundo te olhar, te admirar,
sendo tão simples? Quem sabe, o tempo talvez,
ou o vento, ou sei lá as rochas, o mar...
Não sei, e sei que és plena lua...

Bom dia

Quando o dia nasce a luz invade meu quarto e me acorda. Quando desperto, minha mente está tão leve e descansada que me sinto pleno e feliz. Então levanto e começo o meu dia. Primeiro provo de sabor de alguma
fruta ou comida de massa. Depois tomo um banho para lavar o corpo da noite se sono é como se renovasse, rejuvenescesse. São todas coisas tão simples, tão bestas podes até pensar, mas são essenciais para ter um bom dia. Quando cuidamos de nosso corpo, ele agradece e responde nos dando calma, paciência e felicidade. Está tudo dentro da tua mente, para mim funciona assim, todavia, cada pessoa tem uma maneira de construir o próprio dia. Descubra o seu.

domingo, 15 de maio de 2011

Família

Gosto de está em família, mesmo que não fale nada, mas gosto sentir que estão ao meu lado, saber que estão bem. Gosto de comer a comida fresca, rodeado de meus sobrinhos reclamando que não querem comer,
gosto de ouvir minhas irmã forçando a barra para eles comerem. Gosto de ficar só no quarto ouvindo-os falar na sala. Gosto de minha família porque sou parte dela sou um tijolo. Pois sei que ali, mesmo que na desordem sou amado. Porque sei que ali sou unidade, amor e paz.

Domingo

Hoje, domingo de maio, a manhã nasceu tão bela, mesmo nublada. Fazia um frio gostoso e eu ali debaixo do cobertor bem aconchegado. Acordei cheio de preguiça e fiquei pensando na vida, então abri os olhos e olhei atentamente para os objetos do quarto ainda quase escuro. Então abri a janela, peguei meus livros, escolhi o de Bandeira. Comecei então a viajar em suas poesias. Inspirei sua poesia dele e comecei a viajar em suas ideias, a voltar no tempo, em suas memórias. Em seguida fui a padaria, comprei pães frescos com frios e quando voltei deliciei de um maravilhoso café. Fui a casa de meu irmão e passei o resto da manhã dando atenção a meu sobrinho. Lemos um livro sobre o coelho Felício em seguida vimos ao filme Chuva de amburger. Tive um dia tão suave quanto a manhã que passou.

sábado, 14 de maio de 2011

Sentimentos

Muitas vezes me sinto alegre como uma ave a cantar,
as vezes fico calado e fechado como uma tartarura,
as vezes me perco em meus pensamentos.
Na maior parte das vezes me sinto só, somos
seres solitários é a nossa cina.
Amamos a saudades porque nos apegamos as coisas,
as pessoas, aos sentimentos e as memórias,
mas que podemos fazers se faz parte de nós esses
sentimentos, se constituem nossa essência,
Não sabemos o que sentimos até que pensamos
no que sentimos. Então porque não esquecer
esses sentimentos?
Ora se não podemos ver, nem tocar, por que mesmo assim
cremos. Sabemos que estes sentimentos
não exitem além de nós.
Por isso se vejo o quarto ou a casa vazia,
se percebo que estou só, me sinto triste,
mas não creio que seja de um todo ruim.
Ora, acredito que é um momento para a reflexão.
Posso pensar por exemplo, quem eu sou?
Qual o meu propósito?
Já tentei explicar tantas vezes essas ideias,
mas elas sempre necessitam de um complemento,
por que não se pode definir.
Só podemos sentir
e como o sentimento é subjetivo,
cada pessoa constroi sua definição.
Crendo nisso sigamos então nossas vidas.

São Paulo

Há algo na cidade de São Paulo que me encanta. Não sei bem o que é, mas sei que me sinto muito bem quando estou aqui, ainda mais se está nos meses frios entre maio e agosto. Pode ser a rádio fm cultura que toca música clássica no rádio de meu celular, ou as ruas curtas, ou ainda o caos. Realmente não sei. Mais sabe quando voce se sente feliz por esta ali naquele lugar, mesmo que o céu seja poluido ou que as fachadas dos prédios estejam pichados, mesmo assim me sinto muito bem. Eu aprendi a gostar daqui, de fato quando aqui cheguei pouco gostei, mas depois fui aprendendo os modos, os costumes, fui pegando o traquejo e fui ficando e acabei seduzido. Talvez porque tenha muita gente, gosto de massa de povo. Só sei que me sinto feliz quando tudo vai bem e quando venho aqui a São Paulo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Noite

Quando o sol se põe no horizonte
e a noite cai devagar, As luzes
frias das ruas tentam imitar o sol,
mas ai, a noite é bem maior,
A noite sabe como ocupar
todo o mundo com o escuro.
Então, sinto o frio
cair junto e percebo
a natureza mestra
tudo calar.
Cala as aves e os animais.
Toda a natureza
se recolhe. Sinto o meu corpo
se recolher também escurece
e como a noite vazia
preenche todo espaço
vaio com o escuro e o silêncio,
silencio e calo em mim,
como a noite,
calada.

Meu mundo

Meu mundo.

Quantas vezes não me perco no mundo.
Fico observando as coisas, os seres, os movimentos tudo que me espanta.
Acabo me perdendo no universo que me rodeia,
perdido como formiga do cordão,
como ave do bando.
Eu me perco tentando encontrar um mundo só meu
onde possa me comunicar com qualquer coisa.
Acredita que estou ficando esperto ou leso.
Sei lá, mas de uns tempos para cá,
dei para me perder no mundo
a ver tudo tão grande.
Será?

Universo

Quando sinto a brisa na minha pele,

Sopra suave pela janela,

Eu lembro da brisa do poente.

Lá onde eu morava, sempre que a brisa

Soprava do poente era certeza

Que a tarde choveria.

E as vezes quando estava sentado

Passando o tempo no terreiro

Da cozinha e sentia a brisa,

Já sabia que a tarde, podia tardar,

Mas sempre chovia.

Percebia sempre que era de manhã,

Sempre que era inverno,

Então quando sinto

A brisa soprar através da janela

Minha memória

Como uma flor desabrocha

E revive o momento,

Neste instante sou pleno

E feliz.

Céu

O céu da manhã está tão azul.

Cirros brancos tornam o azul mais claro.

Suave e leve uma borboleta passou voando,

Vinha de algum lugar,

Nem posso imaginar de onde,

Sei que passou leve voando e planando,

Como golfinho nadando saltando e mergulhando

No fundo do oceano, a bela borboleta,

Mergulhava e saltava pra fora da terra,

Mergulhava no céu pleno azul,

Um voo horas errante,

Não sei que sentido seguia,

Talvez nada seguisse,

Voava sem compromisso,

Voava por voar, talvez para

Exercitar suas asas,

Ou estava a espreitar alguma flor.

Aproveitava o céu azul

E cheio de cirros.

Aproveitava sua breve jornada,

A linda borboleta.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Doçura

Nem todas as pessoas tiveram a oportunidade de colher uma fruta do pé e degustá-la ali mesmo. Há pessoas que não conhecem o doce das frutas, tão pouco desfrutaram de um pomar. Quando amanhecia o dia, cedinho, acordava e corria para a goiabeira e alí mesmo comia várias goiabas. Comia primeiro as cascas e deixava para comer as sementes depois por serem mais doce. E assim era com os cajús, com as seriguelas, cajaranas, pinhas. Gostava de sentir o doce da fruta fria pela noite, se desmanchar em minha boca e agradar meu paladar. Era muito gostoso sentir o cheiro das goiabas maduras, esmagar as goiabas do chão e ver as larvas nadarem sobre o mel. Era gostoso sentir o mel do caju escorrer braço e abaixo e logo se transformar em nódoa. Era gostoso, os banhos que mamãe me dava antes de almoçar, esfregava com força pra tirar a nódoa dos braços e da barriga.
Como gostava de está no sítio, em casa, correr pra lá e pra cá com os cachorros; por milho para as galinhas esganiçadas; correr montado no lombo do jegue, ou nos cavalos feito de folhas de coqueiro, com cabrestos de cordão.
Era muito bom poder imaginar poder tudo, e ali eu podia, meu pai não era de brigar.
Mexia na sua caixa de ferramenta, andava de bicicleta.
Derrubava cocos, tomava água e depois mascava o miolo, chupava o sumo e cuspia o bagaço pras galinhas, pro cachorro.
Tudo ali era possível, correr de lá pra cá, cheirar as flores, tocar nas malicas e ver elas se fecharem.
Ver cobras e aranhas. Caçar prear com dogue, ou por acaso ao ir buscar o gado matar um teiu, ou ainda ver o nosso dogue acuá, timbu, ou raposa.
E depois de tudo isso, de tantos sabores, tantas coisas ricas e dormir com a certeza de acordar e fazer tudo de novo e novamente, sem tempo ou porteira pra nada.
Como era bom poder acordar e ir correndo a goiabeira, ou aos cajueiros,
ou melancieiras ou mamoeiros...
Que infância mais rica, não sei se poderei ao meu filho dar.
Se poderia dar a ele o prazer de tirar da planta e comer o doce fruto,
direto da terra, Deus é que sabe onde vamos parar.
Gosto do canto do sabiar, do fruto doce no pé.


Coçadinha

Um casal de rolinhas pousou num galho da malva do campo. Ambas muito contente e ágeis a limpar suas penas. Nunca vi um casal tão contente, por isso me pareceu tão belo. Sem cerimônia, sem pudor de quem por ali passava, a elas não interessava. Se coçavam sem parar, com seus bicos tão agis quanto agulha na mão da alfaiate. Sacudiam suas assas, todas as penas do corpo numa pomponice maluca. Numa habilidade e numa agilidade incrível tão logo se acharam saciadas das coçadas, abriram asas e voara, sei lá pra onde.

Bob Marley

Mais que nunca me sinto vivo. As músicas são verdadeiras chaves que conseguem abrir as nossas memórias. Hoje faz 30 anos que morreu o rei do reggue Bob Marley. Ao ouvir a primeira música que tocou no documentário, meu corpo arrepiou todo. Doces memórias vieram a minha mente. Memórias da época de graduação, das praias de Natal, dos meus amigos. Então respirei fundo. Lembrei do meu grande amigo Robério e Edilson, companheiros de festas e conversas. Então senti o cheiro das praias, o ritmo das músicas de Bob estão incrustadas nos giros de meu cérebro, em minha tempo. E ao ouvir uma música, pude ver a minha trajetória de vida que anda oculta. Quem sou em senão esse humilde potiguar que respira e vive a vida, mas sente saudades das pessoas de seu estado, de seu sotaques, de suas expressões e de seus amigos. Amém, Bob, amigos, minha terra natal.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Silêncio da seca

Quando o riacho do sertão míngua suas águas, as plantas ou morrem de sede ou adormecem e as aves migram dando adeus a mais uma estação de chuva. Eis o que sobra nos campos, nas serras, nos baíxios é o silêncio.
As paisagens ganham a um tom de cinza e se encantam. Toda a natureza repousa. Tudo ali cala.
Resta apenas o silêncio.

Para suportar algo é necessário o silêncio. Tem que fazer silêncio para suportar a falta de água, a excessiva luminosidade e o intenso calor.

Nada ali tem vigor, nada trabalha tudo está encantado no silêncio.

Vez por outra sopra o vento um ar quente feito boca de fornalha, mas logo a natureza o cala.

Os animais também silenciam e se encantam.

Nos campos vazios pedras soltas pelo chão e garranchos enfeitam os ambientes.

Os grandes serrotes de granitos ficam nus, muitas vezes ecoam o som do vento nos garranhos das árvores. muitas vezes nestes serrotes pode-se ver cardeiros candelabriformes e macambira são o que resta de tom verde, ambos armados da base ao ápice com afiados espinhos.

Pode-se ver ali ainda cipós de mucunã e pinhãos e umburanas perdendo suas finas cascas.

Tudo ali é silêncio nada fala, nada ecoa até que caia a chuva e a molesta da seca parta.

Pegadas na areia

Na areia da praia depositei meus passos,
do cumprimento de cada passo,
nem longo, nem curto.
Não tinha pressa, não tinha
nenhuma intenção de eternizar
minhas pegadas,
simplesmente depositei
na areia fria, doei um pouco
de calor, mas logo a
água levou meus passos
para o fundo do mar,
não liguei, nem cuidei,
pois quando depositava
meus passos olhava
para o espaço,
para o horizonte,
para o vago mundo,
para a linha tão reta,
mas que se quebrava
na praia.
Enquanto depositava
meus passos ouvia
as ondas cantar
e sentia a textura da areia
a marcar as marcas do meus
pés.
Depositei tantas pegadas,
mas todas foram apagadas,
pelas ondas, pelo mar,
senti minha mente leve,
além do horizonte,
senti minha alma tão calma
então descobri
que para relaxar,
para esquecer do mundo
a melhor coisa que tinha
a se fazer era depositar
pegadas na praia,
doa-las para o mar.

hostória

Tenho uma história que por sinal é longa. As vezes parece que a perdi, mas não é bem assim, as vezes encontro doces evidências dela, numa música, no cheiro de uma comida

Conjunção

Hoje, quarta feira 11 de maio, antes do sol nascer. Quando sai na rua, minha querida Felizberto Brolezze, montei na minha bicicleta, e dei as primeiras pedaladas. Por acaso olhei para o céu bem do lado do nascente. Fui atraído por aqueles três pontos brilhantes, dois menores nos lados e um grande no meio. Que seria aquilo? mantive firme meu olhar para confirmar que não eram luzes de um avião, eis que para minha surpresa não era, mas pareciam luzes de avião. Fiquei encantado e pedalando e olhando para o céu. Cuidadosamente para não bater em nada que estava a minha frente. E a proporção que seguia as luzes iam sendo apagadas pela luz do sol que chegava. Quando cheguei no laboratório os pontos eram pequenos, só identificava porque tinha percebido antes. Então com minha curiosidade fui ao pai Google e achei uma resposta, aqueles três pontos, eram os planetas em vênus, mercúrio e Júpiter em conjunção. Fantástico!

terça-feira, 10 de maio de 2011

No silêncio da noite escura,
quando cai o frio da ausência
do sol, de gente, me sinto só.
Estou tão imerso em mim
que não sei o que pensar,
o que fazer, nem sei quem sou,
me sinto frágil feito
uma bolha de sabão ao ar,
que está em tempo
de explodir e sumir,
virar gotículas de água.

Quando chega a noite,
quando tudo cala,
quando ouço minha alma
ecoar com o brilho das estrelas,
me sinto só, sinto frio
e sinto um vazio,

então vou buscar na memória,
ideias, coisas belas e singelas
como flores, palmeiras,
beija-flores,
borboletas

e então a solidão passa
e volto a paz.

Pé de umbu

Nos arredores de minha casa, nas terras dos vizinhos, haviam pés de umbus. Essas fruteiras dão uma frutinha pequena, besta como pitomba, porém mais carnuda. Quando se come um não quer parar de comer. Então fica que nem galinha catando milho no terreiro, em busca dos umbus sobre o umbuzeiros. Um dos pés de umbu favoritos era o que ficava na terra de Elita de Joãozinho. Ficava atrás de uma grande casa velha abandonada, usada pelo dono pra colocar forragem seca e objetos da lida como caçoar, campinadeira. O problema dessas casas velhas é que é um criadouro de vespas, localmente conhecidas como caboquinha pela cor. Então lá ia eu no fim da manhã depois da luta de casa, passando por entre as cercas roubar umbu, não é bem esse termo, dava tanto umbu que o dono não ligava que fosse lá, só tinha que ter o cuidado de jogar os caroços e as cascas longo da sombra do umbuzeiro. Eu fazia a festa já que no umbuzeiro havia uma galha que servia de balanço. Só restava deliciar do mel do umbu e se balançar. As escondidas do dono para dar mais emoção. As vezes na volta comia coquinhos. Bem na extrema da terra e da de Josimar tem um grande coqueiro que dava coco como cacimba de areia. Tinha sempre cocos secos lá. De maneira que minha dieta era naquele tempo era a base de frutas, amêndoas e comida de casa. Era sempre bom ir ao pé de umbu. Doces recordações dos pés de umbu.

Folha

Folhas se espalham pelo chão,
as folhas que caem seca das árvores,
são levadas ao vento
para longe de sua mãe,
e duram menos de uma estação.

É tempo de sumir.
Quanto vive uma folha?
sabe lá, talvez as árvores.
Em muitos lugares só por uma estação,
em outros por toda a vida da planta.

A vida é incerta como
a certeza de onde
cairá uma folha,
quanto durará
sua existência.

Acacias

Minha casa, quando morei em Natal, era uma casa coletiva. Era um prédio pequeno com 16 apartamentos, duas pequenas cozinhas, dois banheiros coletivos, com diversos boxes sem portas, e as privadas com portas discretas, o mictório era algo de mais rudimentar. Muitas vezes aquele ambiente azedo de moradores, se assemelhava a prisão. Talvez não chegue a tanto porque entravamos e saíamos a hora que queríamos. As portas estavam sempre abertas. Uma casa masculina pintada de rosa com detalhes brancos, soava meio hilário. As janelas dos apartamentos do térreo tinham grades. E nós residentes éramos a coisa mais rica que havia ali, rica culturalmente, porque na realidade éramos quase franciscanos. Em meio a esse ambiente haviam árvores no pátio, mal cuidadas, mas elas permaneciam lá como nós residentes. Bem na entrada havia uma fila de coqueiros, ao cruzar o portão podíamos contemplar uma grande e velha algaroba fazendo sombra para o orelhão e para as Polycias, bem do lado das janelas do apartamento quatro havia uma palmeira de venus e bem em frente ao dois uma pinheirinha, mais a dentro havia uma grande Anadenanthera, seguida de velha acacias. bem depois da lavanderia havia uma goiabeira. E atrás da lavanderia havia uma acacia e um cajueiro onde os mano fumavam seu beque, vulgarmente conhecido como mirante, maconhódromo para os mais conservadores. Era da ala dos conservadores. Na casa a nossa frente nos fundos havia uma grande casuarina, uma acacia e uma graviola e bem na entrada da casa havia uma grande acacia e mais na frente uma jovem mangueira e uma goiabeira. Sim meus caros amigos era sob as árvores que escornavamos nossos corpos depois de um farto almoço, mais parecíamos gigantes, as vezes falando coisas sérias, mas na maioria das vezes falando sobre nossos desejos. Falavamos sobre mulheres e tudo que devíamos fazer para ter as mulheres. Bem haviam alguns que fugiam a regra, mas eram minoria, eu me incluía nesse grupo. Para cada pessoa havia um determinado assunto. Enfim caros amigos.
Quando estava em dificuldades nos estudos, financeiras, desesperanças, quando me encontrava só. Eu olhava para os cachos das flores de acácia como quem olha para a imagem de um santo ou de Cristo. Sim na hora que ia tomar o banho, no banheiro de cima podia ver os cachos amarelos, sempre floridos ou com frutos, muitas vezes acompanhados de formigas. E mirava em cada flor, nos pequenos frutos, respirava e tirava dali mais forças para seguir. Ou muitas vezes quando chegava no pátio sem esperança, sem forças, simplesmente sentava e ficava catando as sementes vermelhas das anadenanthera e contava e recontava. Atirava, depois buscava ou as vezes pegava os pecíolos das folhas e ficava quebrando, montando algo. Sim, aquelas plantas me confortaram muito nos momentos de tristeza. Foi sob a sombra do algaroba que fui muito feliz quando recebi maravilhosos telefonemas ou fui muito triste quando recebi a notícia da morte de meu tio. As vezes na sala de estudo ficava mirando os galhos da algaroba tentando descifrar o que contava seus espinhos. Quanta memória não se fez e se desfez naquelas árvores. Quantas!
A minhas amigas meus sinceros sentimentos de saudades.

Palmeiras (coqueiros)

Como são lindas e simpáticas as palmeiras.
Quase sempre estão acenando
para as nuvens, para o céu,
para a lua ou para as estrelas.

As vezes não percebemos,
mas elas também acenam para nós.

Algumas como as carnaubeiras chegam
de tão animadas cantam com suas folhas,
também cantam os catolés com suas quengas.

As vezes elas dançam com o vento.
Quase sempre podemos encontrá-las
em praças desde as mais requintadas
até simples, em doces jardins,
na natureza, ao longo das veredas mineiros,
nos baíxios nordestinos, nas matas,
campos, cerrados, nas praias até nas ilhas.
Estão em quase todo lugares onde haja água.

De maneira que elas
me conquistaram
através de sua beleza e simpatia.

Nem imaginam como me roubam
a atenção.

Confesso sou apaixonado pela beleza
de suas lindas folhas,
suas copas, suas grandes ou pequenas
inflorescências e por seus frutos.

As palmeiras suavizam a paisagem,
enfeitam os ambientes,
tornando-o mais harmonioso.

Em alguns lugares
parecem enormes obeliscos vivos,
em outros parecem gamíneas.

No entanto seja qual a forma
a veja acho-os adoráveis,
lindas, indescritíveis
emocionantes.

Elas estão sempre lá,
acenando, sorrindo
ou dançando ou simplesmente
enfeitando o mundo
e a vida.


Sol

O sol esplendoroso é uma carruagem mágica que desvenda as belezas da terra. Por isso todos os dias ainda muito cedo, antes de chegar, ele envia Aurora para anunciar a sua aparição. Então esta tinge de vermelho as nuvens, as plantas e todo o mundo. É neste momento que vemos o azul e o vermelho juntos no céu. É neste período que vemos cores que não percebemos em nenhum outro horário. Então imperioso a sorrir, desponta no horizonte do nascente com uma coroa dourada o magnânimo o sol e revela ao mundo as cores e as formas. E desperta todos seres com vida. As flores desabrocham e aves cantam com alegria. E a terra ganha movimentos é como se uma máquina fosse ligada. O vento sopra suave. Sim na manhã tudo é tão lindo graças a chegada do sol. Graças a percepção de que a ver.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Rio

Quando as águas de um rio tomam o leito,
simplesmente elas se deitam e descem,
vão escorrendo sobre o leito do rio,
intermitentemente descem,
nunca para, podem até por um certo
tempo ser aprisionada,
mas logo retorna sua jornada,
desce, cruza os vales,
se desfaz sobre as pedras e se recompõe
no pequeno lago e segue viagem,
rumo ao mar,
descem as águas,
atingem as planícies e perde suas forças,
mas continua a seguir,
doces as águas, abrigam animais
e plantas.
E seguem para o mar,
como bois para o cercado,
como aves a migrar,
a noite ou de dia
seguem sempre em frente,
então se deitam sobre o mar.
E perdem a essência de rio,
o movimento, a doçura para
se tornar mar, para ser
um céu na terra.

Vacinas

Lembro que quando era criança, as vezes, precisava ir a rua tomar vacina. Então Mamãe e Eliene arrebanhavam-nos e nos levavam juntos para o posto que ficava na Serrinha Grande, assim chamavam a nossa cidade que não era município ainda. Mãe banhava a mim e a Li, trocava nossas roupas e punha nossas roupinhas melhores. Nós íamos a pé mesmo, não ligávamos a distância já que estávamos todos juntos, chegava a ser quase uma festa. Nos crianças íamos conversando que nem papagaio, mexíamos com quem conhecíamos. Ficávamos muito contentes, pois certamente ganharíamos balinhas. Nossa adorava doce. Além do mais era para nosso bem, tomar vacina evitava paralisia infantil dentre outras doenças. No posto encontrávamos várias crianças, víamos algumas chorando, as vezes chorávamos, outras não. Nossas mães nossa agradavam dizendo que quando nos saíssemos ganharíamos picolé.
As gotinhas amargavam um pouco mas não causava dor. Era tão rápido que mal chegávamos já retornávamos. E voltávamos por aquela estrada de terra branca adocicada com o cheiro ácido dos cajus.
Chegávamos em casa felizes, verdadeiros homenszinhos sem medo de vacina.
Ainda bem pois essas vacinas me protegeram sobre muitas doenças.

Busca

Quando desperta em minha alma,
certa calma ao ver o dia se por,
sinto feito o sol nascer,
a paz como tingida pela aurora,
invadir minhas veias,
minhas carnes, minha mente,
sinto intenso o oxigênio
regar minhas células,
e alimentar minha alma,
com a calma que me traz harmonia.

Pois cada dia é uma prova
que tempos que passar,
pois diante de tanta correria,
muitas vezes perdemos a paciência
e essa busca pela calma,
muitas vezes nos cansa,
parece algo distante de nós.

Mais para encontrar harmonia,
é necessário contemplar a vida,
deliciando-se das pequenas coisas,
do cheiro das flores, de suas cores,
do trabalho da formiga,
do nascer e se por do sol,
do brilho das estrelas,
da silenciosa noite,
e achar paz interior,
e finalmente desfrutar de harmonia,
encontrando finalmente a felicidade
de cada dia.

Borboletas

As borboletas são tão belas,
tão leves e coloridas.
As borboletas oras estão a voar,
oras ficam paradas.
Pousam e ficam suas asas abertas,
e as escamas das suas asas brilham.
Outras vezes ficam abrindo e fechando
suas asas que são tão grandes
para seus corpos.
As borboletas tem dois pares de asas,
seis patas e duas antenas,
uma cabeça, e um abdomem,
e uma longa probócide
por onde suga o mel das flores.
As borboletas são grandes amigos
das flores.
As borboletas bebem o mel das flores,
mas paga com seu trabalho
levando polém de uma flor para
outra.
É uma troca muito justa.
As borboletas e as flores
são tão belas.
As flores se enfeitam todas para
as borboletas e as borboletas
se enfeitam toda para a flor,
e voa de jardim em jardim,
de flor em flor.
As borboletas respeitam as flores,
assim como as flores respeitam as borboletas.
A natureza as criou e as ensinou
a harmonia.
E por isso são as borboletas
tão belas, elegantes,
suaves, destemidas,
voam a qualquer hora que haja luz,
não teme a morte,
simplesmente são o que são.
Borboletas.

Fiqueira de Nossa senhora Conceição

Num lindo sábado ensolarado, fui visitar pela primeira vez o morro da Urca. Surpreendeu-me encontrar bem na base daquele morro, logo depois de passar o portão em direção ao topo, uma pequena gruta feita de pedra quebradas com a imagem de nossa senhora da Conceição. Uma imagem símbolo de fé de todo o Brasil. Ali estava uma gruta toda enfeitada, cheia de jarros com flores singelas todas belas. Aquela imagem sobre uma nuvem erguida sobre quatro anjos. O que estranhei foi o manto ter cor azul e vermelho. Parei para contemplar. No momento havia quatro mulheres, discutindo sobre quem seria aquela santa. Então uma foi até a placa e viu que era nossa senhora da Conceição. Discutiam a cor do manto, mas logo chegaram a conclusão que seria a imagem de nossa Senhora. Bem a frente haviam dois jovens de joelhos em profunda oração.
Olhei para o manto, para as estrelas no manto, para a coroa. Percebi então para minha surpresa que aquela gruta se posicionava sob uma enorme fiqueira. Episódio que me fez lembrar do budismo já que Buda atingiu a iluminação sobre uma fiqueira. E ali sob o verde da paisagem, o belo dia claro e colorido, bem naquela gruta havia paz. Vi no rosto das pessoas uma certa iluminação. Olhares de agradecimento, de saudades, de fé. Sim sobre uma fiqueira dia após dia centenas de pessoas depositam sua fé e estão em pleno momento consigo mesmo. Olhei as flores duas orquídias foi o que consegui identificar. Percebi num belo jarro antigo. Então fui embora, ruminando a ideia da figueira, de nossa senhora da Conceição e de Buda. Coincidências da vida. Tudo aconteceu num lindo sábado de maio de 2011.

domingo, 8 de maio de 2011

Viagem

Acordei cedo, o sol brilhava intenso, o dia estava muito claro. Ao sair de casa pude então ver o mar, os morros com lindas bromélias. Vi as casas, os prédios, os monumentos e as pessoas cariocas. Tudo tão colorido, tão verde, azul, vermelho, branco e preto. Vi carros indo e carros voltando no sentido oposto. Fiquei ali sentado no banco do carro, calado contemplando cada instante como se fosse o último, e aliás eram, pois estava indo embora do Rio de Janeiro. Tem lugares que antes de partir deixa saudades pela beleza, tem outros lugares que deixam saudades pela história que construímos e levamos dentro de nós. E foi com essa ideia que entrei no ônibus. Eu olhava através da janela a cidade, com tudo que a constituí. Vi que rio é poluído, tem lixo nas ruas, que as paredes e os muros são pichados. Mesmo assim o Rio é lindo por obra da natureza. E o ônibus foi se afastando da cidade maravilhosa, e fui entrando num labirinto de morros nus, fui subindo através das curva, subi até muito alto de onde podia ver um mar de morros. Ah, deu uma sensação de vazio no peito. Comprei uma revista de Foucault na rodoviária, então pairava em minha mente uma dúvida, se lia ou contemplava a natureza, de maneira que fui fazendo os dois. Então vi tantas paisagens, pensei tanta coisa que me senti cansado. Quando cheguei em casa, senti um vazio. A casa estava fria sem ninguém. Então meu dia acabou claro, com um lindo crepúsculo. Mas me senti só, passou depois que passei a roupa. Boa noite.

Tristeza

Às vezes, quando passamos o dia sem falar com ninguém, sentimos um forte aperto no peito. Sentimo-nos sós. É uma sensação horrível. Ainda mais quando viajamos o dia todo e vimos tantas coisas e temos tanto para contar e não temos ninguém para nos ouvir. Neste instante nos sentimos fracos. Talvez nos acostumemos, mas não sei se será bom para nós. A solidão e o silêncio são bons companheiros, trazem momentos de reflexão, mas quando são momentos impostos, acabam sendo sentimentos de sofrimento. Mas temos que ser fortes e sublimes. Façamos algo para nos distrair e esquecer. Essas coisas a gente consegue esquecer com trabalho. A vida é mais interessante que as ideias ruins. Esqueçamos e nos sintamos bem.

sábado, 7 de maio de 2011

Rio de Janeiro

Hoje conheci o morro da Urca e o Pão de Açuca, um dos lugares mais lindos que já conheci na vida. Fui muito maravilhoso, pena a Ana não estava aqui comigo. Lá do morro da Urca liguei para o meu pai que conhece muito bem o Rio.
Sem palavras o Rio é a cidade mais linda do mundo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Rio de Janeiro

Que quente é o Rio, será que aqui faz frio?
Não sei, mas que aqui a natureza foi gerenosa,
ah, nisso ela foi primorosa, tudo de belo aqui ficou.
Sol, céu e mar azul, mata verde canescente,
muito calor e uma enorme praia.
Belos jardins, museus!
Caminhar aqui é quase impossível,
pois tem tanta coisa direntes,
tantos detalhes interessantes,
nas casas, nas ruas, nas pessoas.
O grande problema é o calor,
ou não, pra mim é,
também não sou carioca,
mas que tem muita coisa bela aqui!
Ah isso tem.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Folhas pelo chão

Folhas secas pelo chão.

Quanto vive uma folha?

As folhas perdem sua cor,

perdem seu vigor,

perdem seu ramo

e se espalham pelo chão.

Algumas folhas são levadas ao vento.

As folhas sempre se vão.

As folhas se debruçam pelo chão

e tingem de marrom todo o chão.

Folhas secas pelo chão,

espalhadas, forram todo o chão.

E caminhar sobre as folhas,

bem devagar e ouvir o chiar,

do deslocar, ouvir o som das próprias pegadas

espalhadas pelo chão,

As folhas não deixam de ser folhas,

mesmo que não façam fotossíntese,

mesmo que não sejam verdes,

mesmo que não seja árvores.

As folhas são simplesmente folhas,

são o que são porque foram

E não deixam de ser por não ser o que eram,

ao contrário são o que são folhas.

Tem em si essência

que lhes contam o que foram,

o que é e que será.

Agora estão espalhadas pelo chão,

folhas de bauhinia, lixeira,

folhas que já não são viva,

mas continuam sendo

cheirosas, mesmo que secas,

estão em transformação,

o logo serão o que foram,

solo, matéria orgânica, pó.

Sabe lá quem sabe não retorna

a fazer parte de outras folhas?

Sabe lá.

Silêncio

O silêncio foge de mim. Não consigo esta em pleno com o silêncio. No meu peito há um coração que não para de bater, sinto o pulsar intermitente em minhas veias. Minha mente calar. Vivo em eterno monólogo. As vezes para me livrar do som de minha mente, como uma fruta, olho para o céu, para os jardins e tento simplesmente sentir o momento sentir que algo é silencioso além de mim. Olho para o verde das plantas, as cores das flores, inspiro os odores do mundo. E respiro e inspiro. Sinto então a harmonia que há no mundo onde há caos e sinto dentro de mim um cosmo. Mas não consigo entrar em harmonia com o silêncio. Admiro muito suas qualidades, suas virtudes sua beleza, mas não sei ser como as árvores silenciosas. Não, realmente, não sei ser como as árvores imparciais. Algo dentro de mim expulsa o silêncio e não sabe calar.
Na busca de aprisionar o silêncio estou aprendendo a me calar e quem sabe tenha algo dele dentro de mim.

Manhã

A manhã nasceu limpa e fria.
Estava tão fria que uma cinza
gelada cobria Barão,
Todas as pessoas usavam blusas.
Acordei no horário, mas
estava atrasado,
e segui desbravando
as ruas frias de Barão,
Nessa manhã fria,
sem uma nuvem,
numa manhã
lima e fria

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Danaus plexippus

Ah, se pudéssemos ser feito borboleta!

Descompromissada uma borboleta voava,
quase não batia suas asas,
parecia tão leve, suave,
acho que estava flutuando
sobre ou ar, ou estaria planando?

Não tinha pressa a bela borboleta,
voava e quando via uma flor,
logo pousava sobre as pétalas macias,
da flor, contemplava a cor,
sentia a textura, e então
desdobrava sua tromba e se deliciava
do doce néctar, mas será que borboletas
sentem o doce?
Não sei só sei que ela
desfrutava da doçura da flor,
do doce odor,

E saia visitando todos os jardins,
todas as flores,
distribuindo elegância e beleza,
aquela borboleta sábia
era livre pra voar para onde quisesse,
sem se preocupar com o dia da amanhã,
se alimentava do que dava a natureza,

Aquela borboleta me encantou,
ela que tinha a cor alaranjada,
com nervuras negras
e pintas brancas nas bordas.

Ela que voava sem compromisso,
aos sabor do vento, ao sabor da luz do sol,
pouco a contemplei e
já tive que pedalar para não me atrasar,
e a borboleta se foi
e a borboleta ganhou uma morada,
bem na minha mente,
bem no meu peito.


Ah, se pudéssemos ser feito borboleta!

Estrela da noite encantada

Tão belo é céu estrelado.
Ainda lembro dos doces momentos quando
morava em casa, bom no início da noite,
quando via aparecerem as estrelas no céu
como estrelas desabrochando no campo,
e o céu aos poucos tornando-se atroprurpúreo
e por fim em pleno escuro.
Sentado a velha cadeira de balanço
pra lá e pra cá, mirava o céu,
as estrelas, logo sentia a brisa escura
chegar, sentia meus pés gelar e ouvia
mamãe a chamar, entra pra cá,
mas resistia só por mais um instante,
ficava a mirar as estrelas,
as vezes a lua, e naquela estrada nua,
nada passava,
as estrelas é que cantavam,
os grilos respondiam,
saudades, da calçada,
da noite estrelada,
coisa mais rara,
que pude viver e amar.

O meu tereré

Quando chega a tarde faz um calor muito forte aqui no laboratório. Bem depois do almoço, hora em que o sol vai descendo para o poente e começa a entrar através da janela, aumentando a temperatura da sala.
Então para passar o mal está do corpo e pra despertar um pouco preparo um terere.
Terere é uma bebida feita com a imersão de erva mate em água gelada. Bebida apreciada por pessoas que moram nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Então há todo um ritual.
Primeiro pego a caixa com mate, depois coloco a erva na caneca que já está com a bomba.
Em seguida vou a cozinha onde encho minha garrafa de água gelada.
Volto, sento na minha cadeira e ponho a água dentro da caneca cheia de erva.
Aguardo um instante até que a erva fique misturada a água. Então saboreio o terere. Então penso na vida, viajo e quando percebo estou relaxado.
Logo volto ao trabalho e esqueço os incômodos do ambiente.

Maio

O clima mudou bem no início de maio. As manhã estão sendo muito frias e limpas. Desde quando o sol desponta no nascente, precedido por um belo aurora, até o fim do dia o céu permanece claro e azul. Os paisagens estão mais claras e coloridas que as vezes sinto vontade de passar o dia caminhando, olhando as praças, os jardins, o ir e vir das pessoas. Mas não posso me dar ao luxo, então cento em frente ao meu computador e fico viajando através das sítios. Vez por outra, através de minha janela, dou uma olhada para o céu, para o jardim. Os dias estão cada vez mais belos. Já percebi que várias plantas estão se cobrindo de folhas folhas novas. Logo me adaptarei ao frio que parece chegar. Sabe gosto de sentir as mudanças das estações. Mudanças exigem de nós adaptações. As vezes parece difíceis, as vezes fáceis, mas é preciso ter muita paciência. É preciso imitar a natureza que com paciência suporta as adversidades e logo se recupera. Sinto que maio é um mês de transformações, adaptações e de muitas belezas. Por isso, acordo cedo e simplesmente aproveito todo o dia com todas suas belezas.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Saudades

Agora pronto!
Acho que vivo sentindo saudades.
Acho que por ter noção que o tempo é curto e único.
Sinto saudades dos momentos passados, dos risos cúmplices.
Saudades da flor que se fechou, do som do riacho,
das águas e frio do inverno.
Da história do livro que acabo de ler.
Sinto saudades dos amigos que foram para longe,
saudades da minha inocência.
Agora sem pranto!
Acho que saudades me faz bem, pois ela me ensina
a valorizar a vida.
Vivo com saudades das boas coisas.

Saudades

Quando chega o fim da tarde que o céu se pinta de vermelho.
Hora em que o majestoso crepúsculo anuncia que o sol se vai,
quando a natureza toda cora de vermelho, e o vento frio da noite,
vento do inverno que se aproxima, toca minha face e todo meu
corpo. Sinto uma saudade de ti tão imensa como todo o céu.
Uma vontade de está contigo e fazer coisas simples como tomar
uma sopa, ir ao cinema ou ficar por perto como uma mãe que
cuida de seu filho. Então logo chega o ocaso e por fim é noite.
Então espero que esta seja longa para que eu descanse e
me sinta recuperado na nova manhã e então conto os dias,
logo estaremos juntos novamente. Como o sol no nascente,
como o sol no poente logo estamos presente e ausente.

Coisas

As vezes gosto de pensar o sentido das coisas, mas geralmente estas coisas não tem um sentido. Somos nós que construímos e damos este sentido. Buscamos então sentido na utilidade de nos servem essas coisas. Muitas vezes por não acharmos uma utilidade para o que vemos, simplesmente ignoramos não vemos as coisas. Mas o que seriam essas coisas? Para mim coisas são corpos desprovido de vida, muitas são objetos e outras são simplesmente matéria constituinte da natureza. Carros, cadeiras, casas são objetos, ou melhor matéria trabalhada; rochas são matéria em estado bruto. Então penso no sentido que posso dar em ter um carro, uma cadeira e até mesmo de uma casa. Estes objetos me trazem um determinado conforto, facilitam minha vida. Ao mesmo tempo posso transformar uma rocha em algo que me der sentido, transformar nua estátua, numa bancada. E é através dessa transformação que a rocha ganha um sentido. Somos nós que trabalhamos e damos sentido a tudo, quase sempre para nos servir. Ao longo do tempo esse conhecimento que permite trabalhar a natureza foi sendo aprimorado, evoluído e muitas vezes passou a perder um sentido em si. As coisas perdem a sua história e se transformam em objeto, sem valor. Mas como ver um valor se muitas vezes desconheço a história das coisas. As vezes não olho para as coisas com atenção, não paro e reflito sobre a forma, a cor, a utilidade. Eu vejo as coisas simplesmente com utilidade ou inúteis. Muitas vezes eu não vejo nada. Por isso fico assim andando em círculo tentando achar o sentido das coisas. E elas sempre tem sua história. E muitas vezes por pensar nessa história acabo me encontrando e encontrado um sentido pra vida.

Riacho

Que tens em comum com um riacho?

Um riacho tem o seu ritmo,
segue sempre o mesmo curso, seu curso,
pois sabe que vai chegar em algum lugar
que pode ser num rio, num lago, ou no mar.

Um riacho é sempre fluido,
deita seu corpo sobre o todo o leito
e escorre, escorre sempre em frente,
as suas águas nunca são as mesmas,
estão sempre mudando.

Um riacho tem seu ritmo
que oras aumenta,
oras de diminuí,
mas este não depende de si,
depende do ritmo das chuvas, da natureza.

Um riacho canta quando cai, nas cachoeiras,
nas corredeiras, sim canta e
canta feliz. O seu canto ecoa,
e anima o ambiente onde passa.

Um riacho tem ao longo de seu curso
diversos ritmos oras mais agitados, oras calmos,
no entanto suas águas seguem
sempre em frente,
porque o riacho não pode parar,
pois se parar secará.

O riacho sempre
interage com suas margens,
e é generoso pois dar de beber
a plantas e animais,
é ainda é berço
de vida, habitat de peixes,
anfíbios, reptéis,
dentre muitos
animais.

Um riacho é divino,
harmonioso, prazeroso.

Temos mais algo dos riachos que imaginamos.





segunda-feira, 2 de maio de 2011

Osama

Hoje, a primeira notícia que ouvi no rádio foi o anúncio sobre a morte do terrorista Ozama bin Laden. O ancora da cbn estava entrevistando um embaixador que estava muito próximo do lugar onde o terrorista havia sido alvejado. Em seguida anunciava que todos os lideres das grandes potência estava festejando o fim do terrorismo. Mas será que com a morte deste famoso terrorista acabará com os atentados? Todos se perguntam. Nos Estados Unidos os lideres políticos estão todos apreensivos com medo que ocorram atentados em represália a morte de seu representante maior. Bin Laden após o atentado de 11 de setembro passou a ser conhecido mundialmente. Acho que passou a ser uma marca tão forte quanto a coca-cola. Lá em Serrinha mesmo, de onde eu vim, pude perceber que todo mundo lá conhecia a fama de perversidade deste terrorista. Acabou se tornando adjetivo quando queria tratar alguém por mal falava que esse fulano era um bin laden. E hoje muito cedo esta caça foi abatida. Será? E foi o homem mais poderoso do planeta terra a televisão anunciar o abate da pior fera da face da terra. Opa, mas não são da mesma espécie? Sim são. Pois é, o homem mais poderoso de todo mundo foi a tevê anunciar a morte do homem segundo homem pais famoso de todo o mundo. Pior o todo poderoso simplesmente foi para a tevê eternizar e tornar mito um dos homens mais perversos do século.
Saiu da vida para entrar para história, parafraseio Getúlio. O fato é que todo mundo está morrendo de medo, as pessoas sentem alívio e pânico concomitantemente. Só o tempo é que vai esfriar e apagar esses sentimentos que assolam a vida. O fato é que a mídia todos os dias tem fatos cada vez maiores e mais importantes. Será que isso não nos tornando paranóicos? Sabe lá.
Enfim hoje Os ama virou mar.

Vida

As vezes penso que vou explodir,
que não vou resistir, pois descobri
que nada é mais sublime que viver.
Até mesmo morrer é um ato vivo,
que se consome em fato, a morte.
Nada é superior a vida, pobre ou rica,
com dor, sofrimento, apesar de tudo
é a vida. Vida que permite
ver as cores, sentir os odores,
as formas.
Só a vida permite aprender,
viver é aprender sempre,
isso me enche o coração,
poder entender e aprender,
e ensinar. Que coisa mais
sublime eu aprendo ensinando,
eu ensino aprendendo,
nada melhor que viver,
mesmo que por um instante,
vida é tudo.

João de Barro

Vi no fim da tarde um joão de barro andar. Era muito engraçado sua forma de caminhar. Um andar duro, parece que anda com pernas de pau, mas são rápidas suas pernas e como são. Estava ali procurando algo pra comer. Que belo é o joão de barro, como ele é um artista. Suas casas são obras de arte, e olhe que ele não tem nem mãos nem braços, imagine se tivesse. Quem o ensinou arquitetura? ou construção? Mistérios da natureza. Sei lá mas tem uma certa elegância no andar dele. Que procuras João de barro no fim da tarde? Comida ou fugir da solidão? Fala João do lar de barro.

Minha peosia

Como as aves que saltam para o céu a voar,
como os peixes mergulham para o fundo dos lagos,
como uma flor desabrocha para o dia,
cheia de liberdade queria que fosse minha poesia.

Que fosse cheia de alegria, de som, de imagens,
que fizesse mergulhar no mundo,
voar pelo mundo,

que fosse frouxa como o vento,
que a tudo toca a tudo afaga,

Como as aves saltam para o céu,
como os peixes salta por graça,
como a flor que desabrocha,

Cheia de emoção,
que seja minha poesia,
cheia de vida,
como vinho que embriaga
e dar sabor ao beber
e ao embriagar,
que assim seja minha poesia.

Tarde

A tarde está tão fria,
o céu nublado,
a sala está tão vazia,
a luz fria clareia,
as bancadas geladas,
longe gorgeia
uma sabia da praia,
tudo está tão estático,
nada acontece,
luzes frias
alumiam a sala
que já não fala
nada.
Simplesmente
porque a tarde está
escura e fria.

Almoço

Uma das melhores coisas na vida a se fazer é comer. Quando falo em comer me refiro só ao ato de comer, mas a reunião que este ato proporciona, num almoço, num churrasco, algo que agregue pessoas queridas que nos faça sentir bem, aprender se distrair.
Uma das coisas mais valiosas aqui na universidade que posso desfrutar é da presença de pessoas de diferentes lugares. Pessoas de diferentes cidades, estados ou até mesmo de países, assim nossas reuniões são extrema e culturalmente ricas . Então em todos os dias utéis da semana nos reunimos para almoçar juntos. Eu aprendo e me divirto muito. A comida é barata e saborosa. Meus amigos são muito legais, inteligentes e extrovertidos. De maneira que neste horário viajamos em nossas conversas. Aprendemos línguas espanhol e inglês, ciências botânica ecologia e biologia; música; cinema...
Já nos fins de semana vou para a casa da minha namorada ou ela vem pra minha casa. Ah, é muito bom, porque ajudo ela a fazer uma comida diferente, sair para comer fora. Aprendo a fazer alguma coisa para o almoço. Ana é uma pessoa maravilhosa, sensível e meiga, além disso cozinha muito bem. De maneira que meus almoços são todos muito bons, onde quer que vá.

Inverno

Parece que o inverno chegou. Faz um frio lá fora. O céu está coberto de nuvens. É acho que sim, se não chegou já está dando sinais. Hoje mesmo muito cedo já vi sabia pulando sobre o solo. Não sei, talvez seja um sinal, sim pode ser. Esse frio também pode ser. Sei que estamos no outono, mas já tem cara de inverno, enfim março e abril já passaram, teremos menos de dois meses para o inverno para o frio. Não que não goste do inverno ou do frio, não é isso eu adoro tudo isso. Mas sabe essas mudanças de clima sempre nos dão de presente um resfriado ou uma gripe. Acho que estou com gripe. Também semana passada a temperatura oscilou muito horas esquentava, horas esfriava. Ah essas mudanças de clima! Hoje mesmo está um dia argentino. Sim um dia daqueles que vi todos os dias quando estive em Buenos Aires, dia frio, nublado, escuro. Dias assim só conheci aqui no sudeste, e bem mais gelados só na Argentina. Lá no nordeste não é assim. Os dias são claros, ensolarados. Inverno lá, só no período que chove entre os meses de janeiro e junho. As vezes chove todos esses meses, as vezes não chove quase nada. Mas quando chove todos os meses. Lá na serra de onde vim. Faz frio, um frio muito gostoso, um frio verde como as matas, um frio florido como as jitiranas, um frio trazido pelo vento, ou pela brisa, frio com sol já viu? Que sempre nos traz de presente um leve resfriado ou uma gripe. Depois tudo muda.
Aqui quando chega o inverno, o céu fica escuro, o verde escuro das plantas, nos sentimos mais tristes por sentir solidão.
No nordeste não sentimos solidão, sentimos saudades, do passado, dos amados, do que foi bom e acabou.
É está chegando o inverno. Logo cantará o sabiá, as pessoas vão ficar mais elegantes, mas a vida
sempre fica mais escuras.

domingo, 1 de maio de 2011

Sol

Quando o dia nasceu,
nem vi, nem percebi,
mas sei que acordei
depois do sol,
fiquei frouxo
na cama, levantei,
e fui até a janela
contemplar o que contava
o sol.
Este me falou de formas,
me falou de cores,
este me ensinou tanta coisa
e me mostrou um belo
beija flor,
que voava livre pelo céu,
me mostrou que a figueira
estava calma,
que a vizinha saia,
dai perdi a paciência
e fui ao banheiro,
escovar os dentes,
mas o sol já estava lá,
fui a cozinha e peguei um pão,
comi o pão sozinho,
não reparti com o sol,
depois abri o computador
e fiquei vento fotos de
beija flor,
mas não era o sol quem estava
me mostrando
era o notebook.
Então voltei para o quarto,
fechei as portas
e apaguei o dia,
voltei a cochilar,
tempo depois
acordei novamente
e o sol lá estava,
continuava a caminhar,
então contemplei e dei
um abraço no sol,
sem ele que seria de nós?
e

Jequitibá

Era noite, quando chegamos a praça,
olhei para os prédios em sua volta,
olhei para as pessoas, para o ponto
de ônibus, olhei para as luzes laranja,
e ouvi o grito de crianças a jogar,
então olhando com atenção,
vi ali na praça uma imensa árvore,
vi palmeiras imperiais,
então preferi olhar para
o antigo prédio atrás do ponto
de ônibos, ali me atraia,
não sei o que era, mas percebi
que havia no jardim do prédio
um barco enjaulado,
Achei muito esqusito,
então ouvi crianças
jogando bola na praça,
ouvi, mas não os vi.
Vi as palmeiras, e aquelas
duas grandes árvores.
Então que plantas
seriam aquelas?
veio uma ideia
a minha mente,
que saberia
quem eram elas,
sim nas folhas
eu acharia seu nome.
Mirei-a por certo tempo
aquela grande árvore
com enorme sombra,
mas nada vi.
Então olhei para o chão
e vi bem ali,
deitada uma pequena folha,
abandonada, a folha seca,
que poderia me dizer a folha?
então tomei-a na mão
e comecei-a a olhar,
a analisar o que seria,
vi apenas uma folha simples,
com margens serreadas,
glabra o que me diria isso?
olhei novamente para os
ramos e nada veio
a minha mente,
nada.
Então fiquei
com aquilo na mente,
quem será essa linda planta?
Quem será?
Então entrei no ônibus,
e da janela deste vi,
num dos ramos,
um belo fruto,
que me disse quem
o era.
Era um pixídio,
isso era um imenso pé de jequitibá,
e aquela folha simples,
serreada só serviu para confirmar
que ali na praça tinha mesmo
eram pés de jequitibá.

Praça Carlos Gomes

Muito do que me expressa uma paisagem reflete a sua importância para a história de um povo.
As obras de arte, as árvores, a limpeza e organização, estética, mostram o respeito que esse povo tem por seus antepassados.

Ruminei essa ideia que me foi aprisionada após conhecer a praça Carlos Gomes em Ribeirão Preto, SP. Onde esperava o ônibus para ir para a casa da minha namorada. Dali daquela parada de ônibus pude observar os diversos edifícios antigos que se encontram sujos e parecem esta abandonados.
Percebi que os prédios tinham uma fachada muito bem trabalhada, linda. Então comecei a observar na praça que apresenta postes para iluminação modelo republicano, mas com uma luz amarela que ofusca as cores, de certo a beleza da praça a noite. Essas luzes amarela tiram a vida da praça a noite.

Pude perceber ainda dois belos jequitibás um próximo a cada canto pro lado do MARP. Sob um jequitibá há um busto obscuro sem uma luz para iluminá-lo, com uma placa do lado, tão quanto escura. Sem acesso aos visitantes. Bem do lado quase junto a rua tem uma banca de revista. No lado oposto no outro jequitibá não percebi muita coisa. Mais para o centro da praça tem enormes e belíssimas palmeiras imperiais. Com alguns vagos bancos. A praça só não está mais vazia e abandonada porque crianças jogavam bola, usando o espaço vazio.

O que me dizem os jequitibás e as palmeiras imperiais?
Contam-me muito do passado e da importância do lugar. Sim visto que foi uma palmeira imperial, Roystonea oleracea (Jacq.) O.F., trazida das Antilhas, que Don João VI plantou no jardim Botânico do Rio de Janeiro como símbolo da criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro,
além de ser uma das plantas mais utilizadas no passado em obras paisagísticas nos prédios imperias, tais como Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Jardim Botânico de São Paulo, Instituto Agronômico de Campinas, Museu do Café em Ribeirão Preto. Essas palmeiras são verdadeiros obeliscos vegetais. E observando pelo tamanho, podemos concluir a idade da planta e consequentemente da bela praça.
Os jequitibás são belíssimas plantas da nossa flora, presente em muitas matas do interior de São Paulo. Muito conhecido pelos habitantes da cidade de Campinas pelos enormes jequitibás presentes em frente a prefeitura daquela cidade, nome que deu nome ao prédio da prefeitura, Palácio dos Jequitibás. Ou seja não foi por acaso que escolheram plantas tão importantes como símbolos que representam o estado de São Paulo, a cidade de Campinas e consequentemente a cidade de Ribeirão Preto. Sendo prestigiada com esse espaço, com essas plantas, com o nome de um dos filhos do Brasil que mais nos representou fora do país, levou através de sua música ao mundo o conhecimento de nossa cultura com o Guarani.
Diante do aparente desconhecimento da importância histórica desta praça, tão subutilizada, é triste ver o sucateamento e a morte de um ambiente, berço rico para a história do provo ribeirão pretano pode está sendo enterrada.
É triste passar por uma praça que não está escrito nem em placas de trânsito o nome da praça.
Ainda é tempo de repensar sobre essas reflexões.
Essa ideia ainda está impregnada em minha mente e não quer calar.


sábado, 30 de abril de 2011

Noite

A noite caiu.
A natureza está quieta.
Grilos cantam nos jardins.
No céu escuro despertam estrelas.
Morcegos cortam o céu cantando.
É noite e o dia já foi consumado,
passa das dezoito horas.
Um cão latiu agora na casa da frente.
Nada vejo além das estrelas,
ouço apenas os insetos e os morcegos.
Tudo está escuro.
Já é noite.
A noite acolhe o mundo,
deixa-o em paz.
Amanhã é domingo,
sendo assim a noite se estende
um pouco a mais.

Tarde de outono

O sol já se escondeu atrás dos edifícios,
já emana uma luz vermelha, crepuscular,
é fim de tarde, os pássaros cantam.
A figueira ali na frente está tão quieta,
também o vento não veio incomodá-la.

O céu está azul, círrus dispersos no céu,
e o dia passa devagar, passa sem parar.

Sussego

É fim de tarde, estou em Ribeirão, e por incrível que pareça não faz calor. O sol já está quase se pondo. Almoçamos muito tarde, hoje que é sábado, acordamos tarde. Depois que Ana foi a academia, fizemos o almoço, feijoada, comemos e ficamos digerindo. Deitados na sala, agora que o sol se põe. Estamos nos preparando para ir ao cinema. Esse foi um ótimo dia.

Sábados

Quando era pequeno os sábados eram sempre muito bons. Primeiro eu não precisava ir à escola, isso me dava mais tempo livre pra não ter que fazer nada. Acordava cedo. Ia buscar água e podia ficar o dia todo em casa ou sair para a casa de algum amigo. As vezes aproveitava a tarde pra por água e não que acordar cedo no domingo, as vezes aparecia algo bom para fazer, como ir jogar bola no Porção, uma comunidade vizinha a nossa onde tinha um campo. Mas o bom era quando chegava a noite e saíamos a paquera. Ah era uma sensação maravilhosa. Bem como era muito tímido eu costumava ir para a cidade com meus amigos só para ver as menininhas, ver meus amigos conversando com elas, também conversava, mas era tão devagar. Não ligava o que gostava era compartilhar com meus amigos as mesmas situações. Não bebíamos, nem grana tínhamos, no máximo para comprar balinhas. Mas era muito divertido o preparo. A tarde os assuntos já vinham a tona. Então ficava naquela ansiedade. Fulano tá namorando ciclano, que nada trocava uns beijos. Era sempre os outros. Quando chegava a noite passava na casa de meu amigo primo esperava que ele se arrumasse, se perfumasse e seguíamos, as vezes a pé, outras de bicicleta e iamos fazendo cordão de moleques em busca da rua. Quando chegávamos na cidade, encontrava as pessoas na praça, depois ia nos clubes, conhecidos como mengão, abreviação de flamengo, time carioca, e ficávamos que nem pássaros pulando no poleiro. Saiamos do mengão de Edsom para o de Lauro, e vice versa. De maneira que víamos e cumprimentávamos as mesmas pessoas a noite toda. Na praça e cedo acabava a magia, voltávamos para casa na vontade de voltar a fazer tudo de novo, quem sabem qualquer dia desses uma menina não se engraçaria conosco, mas era tímido, me achava sem graça. E assim o sábado acabava. Depois mudei de itinerário ia para Martins, depois esta cidade perdeu a graça. E os sábados perderam a graça. Hoje os sábados servem para dedicar a minhas coisas mais a vontade, a Ana que está comigo, ou quando encontro meus sobrinhos, irmãos e pais. Papai nos sábados lá em Serrinha usa o sábado para fazer seus passeios. Acorda tira comer para os bichos e vai para Martins, vai nos profundos, uns amigos de longa data que tem um pequeno açougue, depois vai ao mercado compra umas coisas e desse passa em casa, deixa as coisas e vai para a casa dos irmãos e sobrinhos na Serrinha. Mamãe fica em casa, faz as coisas e termina cedo e dorme a tarde toda. Rosângela cuida das meninas; Li as vezes trabalha ou fica em casa com Susi e Felipe. Bergue trabalha, Meire fica em casa. Assim são os nossos sábados.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Laranja

Qual a essência de uma laranja?

O que imagino quando penso numa laranja?

O que diferencia uma laranja de outra fruta?

Laranja é um fruto (a) que Pertence a família Rutaceae, ao gênero Citrus e a espécie Citrus auriantum L.. Lineu foi o primeiro botânico a descrever esse fruto.
Mas o que isso significa para quem não é botânico?

Se perguntar para um nutricionista ele vai dizer que é um alimento rico em vitamina C.
Se perguntar para uma pessoa que estuda gramática vai dizer que é um substantivo, um nome.
Se perguntar a um matemático vai dizer que a laranja tem uma forma mais ou menos esférica.

Se falar isso para meus irmãos, meus pais ou a qualquer pessoa eles terão sempre uma resposta subjetiva ou objetiva.

O fato é que todo mundo simplesmente acha que simplesmente é só uma laranja.

Mas o que é uma laranja?

Por que a laranja tem essa forma esférica, esse sabor ácido, esse cheiro peculiar?
As laranjas podem ser grandes ou pequenas, doces ou azedas. Podem simplesmente mudar de estado de acordo com seu estado verde ou maduras.

Mas o que une e separa a laranja de outras frutas?

Um fruto é uma estrutura presente em todas as plantas com flores, originadas a partir do desenvolvimento do ovário presente nas nestas flores.
Todas laranjas são frutos, portanto o que une a laranja a todos os frutos é a sua origem, ou melhor, assim como todo fruto, a laranja se origina do desenvolvimento do ovário.
Existem plantas que apresentam frutos que são muito semelhante a laranja, os limões por exemplo.
Os caracteres citados acima tais como tamanho, o cheiro, o sabor a forma nos permitem diferenciar a laranja dos outros frutos. Uso dos sentidos para tentar explicar o que é que uma laranja. De maneira que para tentar explicar o que é uma laranja, preciso usar uma gama de caracteres que me permitem descreve-la e é através destas características poderei imaginar o que é uma laranja, precisarei ainda compreender das formas descritas para poder imaginar o que é uma laranja, de certa forma conhecer um fruto semelhante a laranja me permite compreender com maior facilidade o que é uma laranja, no entanto será mais difícil compreender o que é uma laranja se partir apenas das formas. Seria o mesmo que você que ainda está lendo imaginar o que é uma cajarana.
Partimos do que conhecemos para compreender o desconhecido.
Enfim qual é a essência da laranja?
De certo é muito subjetivo, cada um tem uma ideia do que é uma laranja.
Então pegue uma laranja, sinta seu peso, perceba sua forma, descasque-a ou corte-a em cruz e olhe com atenção tudo que a constitui, olhe a casca, o sumo que sai dela, olhe os gomos, os alvéolos, as sementes. Depois ponha na boca e sinta o suco, doce ou azedo, mastigue sinta a consistência. Então me diga o que é uma laranja.



Manhã de sexta

Que manhã mais preguiçosa esta de sexta-feira.
Altocúmulus, são aquelas nuvens que parecem carneirinhos, no céu.
O céu está muito azul. Faz um friozionho gostoso.
O sol brilha frouxamente.
O mundo está tão colorido.
Tudo está tão gostoso nesta manhã.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O crepúsculo


No fim da tarde de hoje quando tudo parecia desordenado, quando me achava atrasado, quando o caos começava a povoar minha mente, fui então agraciado com um belo crepúsculo.
Sim tive o prazer de poder mirar para o poente e deslumbrar de nuvens tingidas de vermelho, as nuvens pareciam chamas.
É uma dos momentos que que me deixa maravilhado. Foi impossível não registrar.
E aos poucos fiquei tão encantado que fui me acalmando e o caos sumiu, só restou respirar
e ir caminhando para casa.
Sim logo cheguei na Felizberto Brolezze a mais linda rua do Jadin Independência, quiçá de Barão Geraldo.
Fiquei feliz por toda a noite.

O tempo

Quando penso, enquanto penso e quando paro de pensar o tempo foi, é e continua sendo.
O tempo não pára, está sempre a seguindo seu curso, é como rio segue seu leito até o mar.
E como um caracol, o tempo parece está próximo quando está distante. Se tentar desenrolar esse perceberemos quanto é distante. E podemos ouvir o eco do tempo, as evidencias encrostradas na matéria podem ditar os fatos dentro deste tempo. O tempo passado é vivo em nossa mente, através das memórias, tão próximo e tão distante.
Se paramos para refletir sobre o tempo teremos sempre que termos um ponto onde amarramos o tempo e possamos construir uma trajetória que cremos ser nosso tempo.
A sombra do tempo futuro nos assusta. Tememos pois imaginamos saber o que é, mas não sabemos o que virá a ser. Nos encontramos imersos no tempo. Neste intervalo somos tudo e nada. Através das evidências podemos supor o que se passou, mas o que virá é incerto.
O tempo não existe fora de fora do pensamento humano. O tempo é uma criação humana. Está impregnado ao nosso existir. É uma forma que encontramos para explicar nossas origens, para não ficarmos perdidos no espaço. Não podemos tocar no tempo, nem sentir o tempo o máximo que fazer é imaginar algo como sendo a sombra do tempo. Uma música, algo como atravessar o espaço infinito.
E é assim que percebo o tempo através dos sentidos, das memórias do meu discernimento como humano.

TTTTTTTTTTTTTTTTTTeeeeeeemmmmmpppppppppppoooooooooooooooooooooooooooooo...

Flores de jamim

Quando amanheceu,
colhi flores de jasmim,
num belo jardim,
flores alvas feito goma,
perfumadas elas são assim,
singelas, belas,
perfumadas por essência,
são estrelas noturnas perfumadas,
não dar para não passar
e não perceber,
mesmo na noite mais escura,
agente para pra beber
do perfume de jasmim,
eles me deixam assim,
tranquilo, perfumado,
por isso pedi licença ao pé
e pedi umas flores só pra mim,
as lindas flores de jasmim,
mas pedi de manhã,
quando ninguém viu,
não roubei eu pedi
ao pé de jasmim,
flores só para mim.

Momento

É manhã.
O céu está coberto de nuvens.
Faz frio.
Neste átrio, além de mim, não há ninguém.
Luzes acesas.
As máquinas soam sem parar, ar condicionados e frezeres.
Ouve-se o eco, pois estão espalhados por todos os lugares.
Consomem eletricidade.
Sou e não sou, neste momento componho
essa paisagem e produzo o som do dedilhar
no teclado do computador.
Além de mim, neste átrio, tudo aqui está estático.
Só a lâmpada emana luz.
Através da janela vejo o verde do jardim,
mas não a abro, está frio lá fora.
e se abrir uma brisa vai esfriar esse lugar.
Olho para minhas coisas,
minha caneca com terere,
minha caneca com jasmim branco,
meu calendário e diversas coisinhas.
Todas no lugar que organizo.
E o som ecoa, longe feito queda de cachoeira,
sou estático, no entanto
meu pensamento está concentrado em descrever,
o agora.
O cursor pisca sem parar.
Vejo diversas formas e cores iluminadas pela luz que me dizem
muita coisa ou não me dizem nada.
Ouço uma rádio de muito longe de Bogotá,
HJCK, toca uma música
que condiz com este momento
em que sou só,
como quase sempre me encontro,
só habitando meu mundo subjetivo,
aliás que universo enorme.
tan, tan, tan, .... é som de piano.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Leitura

Em Serrinha do Canto não tinha muita coisa para fazer nas horas vagas. Não gostava de ficar parado, sem fazer nada simplesmente olhando para o mundo, me dava tédio, pois não conseguia entender que a natureza se auto explica, só bastava prestar atenção nas coisas. Não tinha meu olhar treinado, não tinha a sabedoria de uma iguana que passa horas imóvel. Não eu não era assim então passava horas no ócio, ou mexendo em coisas de comer na cozinha ou esperando mamãe acordar. As vezes tinha nada para fazer eu ficava vegetando. Lá era tão quente e claro que me dava sono, mas nunca consegui dormir a tarde. Certo dia descobrir num velho livro as palavras, frases, descobri que podia matar o tempo lendo e foi ai que descobri o maior passa tempo de minha vida. Gostava de ler de tudo que vinha a minhas mãos e quanto mais lia mais vontade tinha de ler, mas tive um grande problema a falta de ter o que ler. Não tinha acesso a uma biblioteca. A solução er tomar qualquer livro que os amigos tivessem emprestado. O primeiro romance que li foi o cortiço, e depois como quem debulha milho de pois dos primeiros caroços voce toma gosto e assim aconteceu, lia muito uma coleção de crônicas para gostar de ler, lia romances, poesias qualquer coisa me interessava de maneira que não distinguia os gêneros e ia lendo desde livros de física até poesia. Algumas muitas coisas não compreendia, mas lia pelo prazer de dizer já li esse livro, mesmo que não entendesse nada, não sei se eu lia, mas pelo menos como quem anda nas ruas sem prestar atenção nas coisas, ah isso eu fazia nas palavras e nas frases. Alguns livros eram tão bons que mesmo sem uma análise ou atenção nas frases deixavam um certo conhecimento não me preocupava muito com isso, pois queria saber de quantidade e não de qualidade, não me arrependo de ter feito desse jeito, foi a forma que aprendi de fugir do ócio de abraçar uma luta, ler um livro. Alguns me davam muito prazer outros não. Gostava muito dos livros que tinham figuras, pois primeiro fazia uma leitura da figura, com o tempo perdi essa habilidade, e estou tentando recuperá-la. Estou tentando resgatar tantas coisas. Estou tentando ser mais eu e a leitura que vai me ajudar.

Ler

Meu sobrinho tem seis anos e está aprendendo a ler, no fim de semana que passado fiquei junto dele então fomos ao shoping onde comprei um meclanche feliz o qual ganhou um personagem do filme Rio, o Pedro, então quando voltávamos para casa eu vibrava quando lhe mostrava uma placa que ele prontamente lia. Fiquei muito feliz com isso. Então por tanto esforço dei para ele um livro de Dinossauros que ele tanto gosta. Disse até que quer ser paleontólogo. Já minha sobrinha Giovanna ganhou um livro de filosofia. Quando dei para ela já tivemos uma prévia ela leu prontamente. Adorei vê-los aplicados. Porque aprender é simplesmente maravilhoso. Nos torna felizes e mais capazes de aprender nas adiversidades.

Transparência

Transparência tem peso?

O que é transparência? Segundo o dicionário Priberam esse nome tem os seguintes significados.

transparência
(transpar[ecer] + -ência)
s. f.
1. Qualidade do que é transparente. = diafaneidade
2. Superfície ou tecido transparente.
3. Película ou folha de material transparente onde se escreve ou imprime o que se detina a ser reproduzido com um retroprojetor!. = acetato

Mas a questão é se transparência tem peso?
Fisicamente existem corpos que são transparentes os quais permitem ver o que se passa em seu interior. Quando penso no transparente penso num corpo fora do eu, algo além do subjetivo. O qual deixa transparecer qualidades que seria impossível de ser percebido se não existisse a transparência.
A transparência é para mim algo que exige muito da visão. Pois é a luz que vai dizer se algo é transparente ou não. Muitas coisas são transparentes os cristais, os vidros, os plásticos, o ar e a água são transparentes, mas até onde algo é transparente?
Certas propriedades da matéria como sua constituição e sua organização é que permite que algo seja transparentes ou não.
Dependendo da substância que constitui a matéria esse corpo pode ser transparente ou não, ser dotado de peso ou não.
Peso é uma força gravitacional um corpo exerce sobre outro corpo. Portanto quando corpos sólido cristais, vidros; líquido água e gasoso o ar, sim a transparência tem peso, pois existem ai corpos exercendo força sobre outros corpos.

Transparência me arremete também a valores que as pessoas atribuem a se e a outras pessoas. Uma pessoa transparente é alguém que fala com clareza, que não esconde o que sente o que pensa. E aqui também há um peso da transparência, pois através da maneira com que se expressa pode ou não sensibilizar o outro.

Para todos os fins, eu acho que a transparência tem peso, mas penso ainda que é algo subjetivo. Cada um tem que encontrar o próprio sentido para esse nome.

Despertando do sono

Nu o Phyllanthus acidos do nosso jardim no DBV-BIO-Unicamp está. Pois vieram umas mariposas e puseram muitos ovos que em pouco tempo nasceram larvas que comeram todas as folhas dele, então ele ficou assim nu, só em galhos bem na época de maior calor, maior luminosidade, maior calor. É neste período que as plantas sofrem com as adversidades do ambiente. Faz uns três dias que o clima vem esfriando, acho que a planta percebe isso. Bem o fato é hoje percebi algo estranho em seus galhos nus, do Phyllanthus, algo vermelho, enquanto mirava para o azul do céu e percebi algo diferente que me roubou a atenção. Por um momento mirei para ver o que era aquilo e o que percebi é que eram folhas jovens. Sim em todos os galhos estavam surgindo brotos, com suas folhinhas vermelhas que vão mudando o estado da árvore, mais parece um gigante despertando bem devagar e logo nos dias que sucederão estará linda vestida novamente. Puxa por essa não podia esperar, pelo que percebi, as plantas ajudaram a planta a perder as folhas e assim gastar menos energia. Tudo na natureza é sábio e belo.

Sol


Olhei para o sol e de que lembrei?
De nada, pois parece está sempre
presente em minha vida, parece não
ter muita importância, parece me seguir,
que pretensão a minha, achar
que o sol é meu, achar que o mundo
é meu e esquecer que nada é meu,
que a vida é efêmera.
Lembranças tenho muitas,
da lua, das estrelas e do sol
diretamente não tenho.
Não posso olhar para o sol,
mas posso sentir sua luz,
sentir o que ela produz
e o quanto é importante em minha vida,
sem ela não haveria comida,
não haveria vida no sentido lato,
Mas o que lembranças tenho do sol?
Talvez não perceba, mas sua
presença faz parte de minha essência.
Assim amo o sol e tudo que
dele advém,
isso me lembra um colega
cujo o apelido era GATO
que dizia que o sol nasceu
para muitos, mas que a sombra
era para poucos, por isso
as vezes me irrito com o sol,
mas sem ele tudo são trevas,
tudo é obscuro como o que
há por trás do muro,
que há por trás da mente?
O sol ilumina tudo, posso não ter
lembranças dele,
mas talvez por se achar um
sol. Sabe lá.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Rochas

Não sei quase nada sobre rochas,
quase nada sobre sua composição,
sobre sua forma de cristalização.
O pouco que sei é que elas
encantam por suas cores
e suas formas. Sei que
há uma certa mística,
que se atribuí um certo
poder. Não sei se é verdade,
mas também não ignora.
Não que seja como penso que não
se deve ignorar nada na vida,
mas porque sei que as rochas me
atraem por sua beleza,
sua história e por sua presença
em quase todos os lugares.
Fazem parte das ruas,
das casas, e de muitos objetos.
Quando viajo e vou a algum
lugar onde gosto pra valer,
faço uma varredura no lugar
e escolho a rocha para guardar
todas as minhas memórias daquele lugar,
e ela ganha um lugar na minha escrivaninha,
onde posso viajar na imaginação
só ao olhar para ela,
poderia ser assim com qualquer
coisa, mas escolho as rochas
talvez por sua dureza, pelo seu tamanho,
ou por seu mito, sei lá.
Sei que essas memórias são tão subjetivas,
que para qualquer pessoa significa que são apenas
pedras, mas para mim são verdadeiros tesouros.
Já tive aula de geologia,
onde aprendi o pouco que sei.
Aprendi sobre sua importância
econômica, ecológica etc.

Tenho muitas memórias das rochas,
memórias da infância.
Lembro de quase todas as grandes rochas
incrustadas no sítio de meu pai,
acho que sou até capaz de contar as
maiores.
Bem no fim da terra de papai
tem uma grande rocha que
durante o inverno acumula muita água,
localmente é conhecido como tanque,
e foi nela que durante muitos invernos,
lavamos as nossas roupas,
usamos da água ali acumulada
para dar de beber ao gado,
para cozinhar, para tomar banho.
Bem sobre aquela grande rocha
nasceram cardeiros, e um pé
de umburana, que cresce
muito lentamente,
como sofre aquela árvore,
sofre com a sede, com o calor,
mas como ela é resistente,
lembro dela da época de infância,
e continua do mesmo tamanho,
na mesma forma,
já apagou os nomes que fizeram em sua
casca e continua viva
sobre a roca,
vá explicar.
Talvez a rocha lhes der força.
Não sei.

Hoje minha amiga Tâmara
mostrou sua linda coleção
de rochas, vi uma mica, um berilo, uma ametista, uma apatita, uma cianita, um quartzo roza, um topázio.
E aprendi muita coisa sobre rochas.
Tudo aconteceu pela manhã.

Mente

Como uma garrafa que se enche de líquido,
também nós podemos encher nossa mentes de conhecimentos.
É o líquido que toma a forma da garrafa e não o contrário,
Nossa mente é sempre a mesma, e somos nós quem devemos
enche-las do que quisermos. Somos nós que selecionamos
de que devemos ocupá-la, e essa será nossa essência.
Ao contrário da garrafa que quando aberta se esvazia,
a mente jamais é esvaziada, tudo que entra passa a fazer parte
da mente.
Se pomos água na garrafa e taparmos não percebermos sua essência,
entretanto se pusermos uma ideia dentro da mente
essa jamais poderá ser fechada.
Tem muitas coisas em comum entre a mente e a garrafa,
entre as ideias e os líquido, no caso a água, no entanto
somos nós quem somos responsável por
encher nossa garrafa ou nossa mente.
Está sob nosso controle buscar nossa essência,
embora o meio pode influenciar, de maneira
alguma, não pode interferir em nossas
escolhas.
A água toma a forma da garrafa,
a água ocupa o interior da garrafa,
e passa a fazer parte da garrafa
enquanto nela presente.
Não sei o que acontece em nossa mente,
sei que quando preenchemos nossa mente
com uma certa ideia, quando nos apropriamos
desta, ela passa a fazer parte de nós, que nem
na garrafa, mesmo que seja por aquele instante,
até que outra ideia substitua a antiga
e como na garrafa seja preenchida novamente,
mas diferente da garrafa, a mente
abriga diversas ideias ao mesmo tempo.
O importante é que só depende do que queres para sua mente.

Viver é aprender

Na manhã sinto o dia,
sinto profunda alegria,
ao ver o sol, as árvores,
a rua, ao sentir o vento,
ao tomar um tereré,
ao ler as notícias,
ao ver os amigos, e
ao trabalhar.
Almoço.
À tarde, o sol arde,
trabalho, ouço,
penso, faço,
vejo, percebo,
organizo, trabalho,
crio, escrevo,
comunico-me,
e no fim da tarde

quando chega a noite
volto a ficar só comigo mesmo.
Durmo e descanso
cheio de novos saberes.

Aroush

Ontem quando fui almoçar com um amigo do Paquistão, fiquei sabendo que a filha chama-se Aroush. Nome que quer dizer lindo, anjo. Veio de imediato a minha mente que conhecia essa esse nome. Sim isso mesmo largo do Arouche uma no centro se São Paulo, veio a minha mente largo dos anjos, mas nosso Arouche é sobrenome do marechal José Arouche de Toledo Rendon.
Foi muito bom conhecer essa palavra tão diferente e com um significado tão belo. Meu colega é uma pessoa supereducada e por vezes tímido, não sei se é porque não fala o português fluente ou se essa talvez seja sua essência. Só sei que é uma pessoa muito prestativa, idônea com seus princípios.
É maravilhoso poder conhecer alguém que é de outro continente, fala outra língua, tem outros costumes, outra religião, outra forma de ver o mundo de aprender as coisas, a cada dia posso aprender muito mais e ensinar o que sei, pois estamos vivendo as mesmas experiências, compartilhamos os mesmos objetivos concluir o doutorado, está sendo uma experiência dulcíssima.
Aprendemos quanto são importantes são as relações, quão efêmera é a vida que o bom pode está em toda parte em qualquer um. Conhecer o nome Aroush me traz paz, pois agora sei que há outra palavra para ANJO. E há um anjo filha de meu amigo Zuqui que tem esse nome.

Vento

Um vento fresco entre pela janela,
e desperta-me para o fim da tarde
que chega azul, clara e quente,
mas esse vento traz uma doce
sensação de alívio, de esperança,
faz-me olhar para o céu,
para as plantas lá fora
que balança com o vento.
E então percebo a tarde partindo,
indo, indo, caindo como o
sol no poente.

Mundo belo

Quando saio na rua um novo universo surge em minha frente, para onde eu olhe, tudo que eu veja ou simplesmente reveja é diferente do que vi ontem. Se olho para o céu, para as plantas, para rua, para as casas tudo parece igual, mas se olho com atenção e tento perceber um mundo desvenda diante dos meus olhos, pois vejo se há ou não nuvens no céu, se há são tão diferentes, são tantas as formas, vários os tipos de nuvens, se não posso ver o céu azul. Se olho para as plantas posso ver como estão se estão florindo, se estão perdendo as flores, se estão viçosas, se estão crescendo, enfim percebo como elas estão. Quando olho para a rua posso ver se está limpa ou suja, esburacada ou não, a ordem dos números das casas, quais plantas são cultivadas, eu posso perceber muitas coisas dos donos das casas, posso aprender o nome das ruas, se as casas são coloridas ou não, se as casas são novas ou velhas. Eu percebo tantas coisas. Gosto de saber o nome das ruas, os tipos de plantas, as formas das casas, tento perceber tudo, mas já percebi que é impossível perceber tudo, eu poderia passar o resto da vida num lugar percebendo as coisas. E fico assim bestificado vendo o que fala o mundo. Por gostar de ver a rua e na aurora, no ocaso. E assim vou pintando o meu mundo na minha mente e vou tentando descobrir cada dia um mundo diferente. As vezes floridos, as vezes apressado. Atualmente venho mergulhando cada vez mais no meu mundo e descobrindo novos mundos, estou começando a perceber e a crer que tudo é possível que posso viver no mundo e senti-lo e desenhá-lo como desejo. Por isso saio de casa atento as sutilezas, a beleza das flores, das plantas, das pequenas belezas e assim estou descobrindo um mundo mais belo.

Mundo belo

Quando saio na rua um novo universo surge em minha frente, para onde eu olhe, tudo que eu veja ou simplesmente reveja é diferente do que vi ontem. Se olho para o céu, para as plantas, para rua, para as casas tudo parece igual, mas se olho com atenção e tento perceber um mundo desvenda diante dos meus olhos, pois vejo se há ou não nuvens no céu, se há são tão diferentes, são tantas as formas, vários os tipos de nuvens, se não posso ver o céu azul. Se olho para as plantas posso ver como estão se estão florindo, se estão perdendo as flores, se estão viçosas, se estão crescendo, enfim percebo como elas estão. Quando olho para a rua posso ver se está limpa ou suja, esburacada ou não, a ordem dos números das casas, quais plantas são cultivadas, eu posso perceber muitas coisas dos donos das casas, posso aprender o nome das ruas, se as casas são coloridas ou não, se as casas são novas ou velhas. Eu percebo tantas coisas. Gosto de saber o nome das ruas, os tipos de plantas, as formas das casas, tento perceber tudo, mas já percebi que é impossível perceber tudo, eu poderia passar o resto da vida num lugar percebendo as coisas. E fico assim bestificado vendo o que fala o mundo. Por gostar de ver a rua e na aurora, no ocaso. E assim vou pintando o meu mundo na minha mente e vou tentando descobrir cada dia um mundo diferente. As vezes floridos, as vezes apressado. Atualmente venho mergulhando cada vez mais no meu mundo e descobrindo novos mundos, estou começando a perceber e a crer que tudo é possível que posso viver no mundo e senti-lo e desenhá-lo como desejo. Por isso saio de casa atento as sutilezas, a beleza das flores, das plantas, das pequenas belezas e assim estou descobrindo um mundo mais belo.

Velho

 Acho que estou ficando velho. Ficar velho sempre parte de um referencial. Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, v...

Gogh

Gogh