Saudade não mata!
mas quase consegue,
Falta fôlego!
Aquela falta.
Aquele vazio.
Nunca deveras preenchido.
Saudade.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Saudade não mata!
mas quase consegue,
Falta fôlego!
Aquela falta.
Aquele vazio.
Nunca deveras preenchido.
Saudade.
Lembro do termo cantoria!
Lembro que o tio de papai apelidado por Michico gostava muito.
Lembro que Lorival marido de tia Raimunda também gostava muito e organizava cantoria na casa dele.
Eu nunca fui.
Não gostava. Não lembro de papai ouvir.
Lembro de longe o nome Eliseu Ventania.
Só vim conhecer a voz e a obra que tive acesso a pouco tempo acho que em 2022.
E venho me familiarizando com sua obra e sua voz.
Era martinense do pé da serra.
Cada vez vou descobrindo mais sobre o poeta e sobre o gênero.
Sei que ficou cego.
Que foi morava em Mossoró e que fazia um programa de rádio.
Gosto muito de suas canções.
Em especial "Folha seca".
Pra fechar.
Cantoria para mim soava como algo velho.
Algo ou um gosto de velho.
Hoje, estou descobrindo a minha ignorância sobre o gênero e o tamanho da minha ignorância quanto a nossa cultura.
Num interior pequeno uma menina nasceu com uma doença. Com poucos anos de idade perdeu a capacidade de andar e passando a depender de uma cadeira de rodas. Sua mãe extremamente cuidadora e protetora criou e cuidou com tanto carinho. Todos os dias a alimentava, a banhava e colocava sua filha para dormir. Além disto, trabalhava como costureira nos natais costumava fazer uma árvore de natal toda colorida. Esta mulher viveu com seu esposo que amava cuidar da gado. Conseguiram viver em harmonia por muito tempo. Tinha uma casa simples e móveis e uma máquina de costura. Ele tinha um cavalo, um burro, umas vaquinhas de onde tomavam leite. Um dia essa mãe faleceu e a vida continuou para a pobre menina e seu pai. Os anos os consomem estão velhos. A tragédia faz parte desta família e de todas as famílias.
Acordei quando tudo era sombras.
Sombras da madrugada.
Despertei e orei. As orações mais lindas.
Oração de São Francisco, Divino Pai Eterno, Sagrada Família, Espirito Santo, Salve rainha.
Li um Salmo, um provérbio e Genese 31.
Assim preparado. Alimentado a alma.
Fui alimentar o corpo preparando e tomando o café.
Depois veio o banho, a roupa e o dia de sexta começou.
Mais um dia com sua rotina.
Entre tantas rotinas.
Fevereiro 2025.
Passei o carnaval no interior do Rio Grande do Norte.
Lá onde abundam as matas verdes da caatinga. A terra pedregosa de barro vermelho cobertas de plantas de flores diminutas de euforbiáceas, gramíneas e anacardiáceas. Seria minha visão subjetiva daquele lugar? Quem sabe. Pensei muito sobre a simplicidade presentes nestes lugares. Sim lugares com regimes climáticos tão variáveis carecem de simplicidade. Reina no ambiente ervas e arbustos de ramos armados e intrincados, flores diminutas e bichos invertebrados multivariados. Acordava com a luz suave e o canto da passarada com destaque para o sabiá. Comia sempre algo que contendo leite. E assim os dias passavam em sua suave monotonia. E agradava o vento suave, o gosto do café, a presença de meu filho e minha esposa.
Por acaso fui a Serra e tive a agradável surpresa de me encontrar com o professor de psicobiologia Cleanto Rego. Conversamos muito, mas o tempo não foi suficiente para por o papo em dia. Meu amigo é um cientista brilhante da Serra do Martins, assim como seu irmão é biólogo formado no início dos anos 2000. Temos muitas coisas em comum. Mesma professora de biologia do ensino médio. Agora trabalhamos em cidades e instituições distintas, mas a amizade continua.
Saudade não mata! mas quase consegue, Falta fôlego! Aquela falta. Aquele vazio. Nunca deveras preenchido. Saudade.