segunda-feira, 31 de março de 2025

Dona lavandeira

 No passeio por ai

Vi coisas para falar,

Vi coisas interessantes,

Umas merecem e vou citar,

Numa pequena aroeira,

Vi um ninho e sua dona,

Era uma lavadeira!

Lavadeira isso mesmo.

As lavadeiras aninham nas beiras dágua,

De certo lavadeiras de roupa

E não lavadores,

A denominaram assim.

A lavadeira,

Vestida sempre de branco,

Usa uma linda mascara preta.

Para ela é tudo no preto e no branco.

Um encanto.

Ver tudo no escuro!

E mesmo assim se veste de branco.

Brincar com lavadeira,

É brincar com uma mãe.

Se afugentada,

Defende a cria com a vida.

Defenda a cria com a vida.

Fui olhar de perto seu ninho,

E ela partiu para me bicar,

Fez um barulho danado,

Feito uma mãe 

Defendendo sua cria.

Rimos do meu susto.

Vinicius que estava no meu braço

Viu a furia de uma mãe.

E a mamãe riu de nós.

Foi hilário,

Ver tudo isso enquanto o sol caia no poente,

Enquanto seus raios dourados,

Embelezavam a nossa vista.

A visita a aroeira,

A dona lavandeira.

Lavandeira

 A valentia de uma mãe.

A lavandeira ave singela,

Fez um ninho na aroeira.

Vestida de branco e mascara negra,

Canta, canta animada.

Nos galhos da aroeira,

Se sente a graciada,

Fez um ninho para amar,

Fez um ninho para se dividir.

Arrumou uma namorada,

E ofertou aquele ninho!

Então vieram os ovos,

E a lavandeira pepi,

Ficou muito feliz com a paternidade,

Encontrou do fundo da alma

Coragem de um leão.

Ao me aproximar de seu ninho,

Que arrepio

Ela bradou e me atacou,

Com seu bico aguçado,

Impôs  medo a minha mente!

Afugentado não me aproximei.

Lavadeira lavadeira...

Vive por ai sem nada temer.

Gente á boa para você.

Por que está sempre mascarada?

Por que sempre veste branco?

Por que faz um ninho suntuoso!

Sois a princesa de negro?

kkkk.

sexta-feira, 28 de março de 2025

O moinho amigo.

 À tarde, após o almoço. Mamãe ia ao silo, pegava milho e colocava numa panela com água. O milho ficava de molho, ai colocava no fogão e dava um fogo para amolecer o milho. Lá para as três da tarde, escorria a água, colocava na bacia e era a hora da atividade. A hora de visitar o moinho. Em casa ou na casa dos vizinhos. Lembro de moer no moinho de Dudé de Zé Baliza e de Ciça de Amaro Lopes. Eu ia com a mamãe ou com uma das meninas. Um quebrava o milho que é a primeira moída e o outro colocava o milho ou a massa, no geral se moia o milho e a massa, se fosse para fazer o cucuz se moia mais. Moinho mimoso. O nosso de casa era uma carroça de bruto e duro. Noe geral moinhos mais velhos são mais leves. Daí usar o dos vizinhos. Mas também sair de casa seria motivo de atualizar as conversas. Mamãe gostava de conversar. O moinho de Dudé ficava num quarto dando vistas para um joazeiro e o barro vermelho. O de Ciça ficava na cozinha. Então vinha o calor e o suor, mas ninguém reclamava. Então mamãe conversava e fazia as colocava o milho. Quantas tardes não fizemos isso juntos. Depois que terminava se limpava. O fato é que sempre, lá em casa, fomos ouvintes. Mamãe falava e ninguém se intrometia. Acho que era resquício do patriarcado. Força de Sinhá e José Neves meu avó. E ai o moinho tinha uma função terapêutica de falar da gente, dos nossos sentimentos e emoções. A gente aprende a ser com os nossos pais, mas precisamos dividirmos as coisas juntos e o moinho além de moer, gerava informação, gerava engajamento, amizade ou do contrário também. 

Tudo porque hoje peguei o pilão para pilar meus cravos e lembrei de nossas relações com o objeto e o moinho foi muito  mais presente em minha infância.

quinta-feira, 27 de março de 2025

A rosa

A roseira do nosso jardim está coberta de flores.
Rosas vermelhas
Chega enche a vista e o peito.
Até esquecemos que rosas são armadas,
Assim como os gatos.
Em plena floração imperiosa a rosa
toma toda atenção.
São 26 flores cada uma mais bela que a outra.
Mas no nosso jardim tem muitas outras plantas.
Uma colônia, outras rosas, um sapatinho de anjo, uma campanula, uma renda portuguesa, um oxalis, uma espada de são jorge, uma lança de são jorge e um cacto.
Tinham abacaxis.
A rosa está ali. No auge. Bom bando.
Enfeitada com pétalas vermelhas,
Arrumada arbustivamente.
Nem liga para o sol...
A gente é como a rosa quando estamos bem, somos mais resistentes as adversidades que nos aparece.

quarta-feira, 26 de março de 2025

Confiança

 Ontem, após muitas aulas de prática Vinícius criou confiança e coragem e nadou sozinho.

Foi apenas dois metro, mas foi um grande salto para sua mente.

Logo estará nadando.

Ontem, na lição de casa aprendeu o que é o número dois 2.

Repetiu inúmeras vezes.

Estes fatos me arremeteram a minha infância ao contentamento de aprender.

Como foi aprender a nadar.

Faz muito tempo que aprendi a nadar. Ainda era criança, mas trago vivo essa lembrança.

"Era uma manhã como todas as outras. Tinha ido com a mamãe ao açude de Juvenal de Mariana para ela lavar umas roupas. O açude estava com pouca água e portanto raso. A água era barrenta. Depois que mamãe terminou de lavar a roupa me estimulou a nadar. Então batendo os braços consegui atravessar o açude e senti que minhas pernas não tocavam o chão. Foi uma maravilhosa sensação de segurança. Alí, descobrira que já sabia nadar. Depois foi só aperfeiçoar com muita prática ganhei confiança e descobri que sabia nadar. Fui pra casa tão feliz, e fiquei tão feliz naquela dia".

Como foi aprender a contar.

Lembro de um episódio que a professora Livani minha alfabeditazadora lá na primeira serie pediu para

escrever até 20 e eu escrevi até 120. Foi  1,2,3... 10... 19 120.

Memória sintética.


Desperto pela lua

 A madrugada estava linda,

Acordei com vontade de dormir,

Mas despertei quando vi pela janela

A linda lua crescente!

Tão grande!

Nunca tinha visto a lua crescente tão grande.

O céu limpo e escuro

Dava palco a lua

Que parecia maior.

Sempre que vejo a lua num céu escuro,

Rememoro os tempos primeiros.

Olhar para o céu noturno é contemplar a eternidade.

A gente parece ao contemplar a infinitude do universo,

Olhar para nossa finitude.

Chega a estremecer a espinha,

Nos fazendo arrepiar.

Algo muito irracional.

Fiquei ali, deitado na rede

E por meia hora a lua ficou a minha vista!

Ela me encantou.

Depois sumiu no teto da janela.

Foi assim.

Foi assim... 

terça-feira, 25 de março de 2025

Filho uma definição do amor

 A beleza de amar!

Amar é se doar.


As capivaras

 Ainda sobre Recife, antes que as coisas sejam deletadas.

Vimos as capivaras perto do açude relaxadas tomando um banho de sol.

À sombra de um pé de mamão passamos um bom tempo a contemplá-las.

A mamãe aproveitou para sentar e aproveitar a sombra da grande gameleira.

Nós ficamos mirando!

E o que vinha a nossa mente?

A minha vinha a contemplação daquele lugar mais lindo do mundo.

A paz das capivaras,

As ervas aquáticas...

A pedra do calçamento quente pertinho da sombra da gameleira.

As folhas das plantas brilhavam um verde viridescente.

Vinícius o que pensaria?

Nem imagino.

Apontava as coisas para ampliar a percepção.

Olha o anum preto.

Olha no lago uma tartaruga da amazonia.

E aquele curto momento foi maravilhoso.

Capivaras são animais, mamíferos.

Mamíferos tem pelos e mamas.

E um cérebro muito mais complexo com cuidado parental.

E outras coisas mais.

...


A palavra capivara vem do tupi-guarani kapii' gwara, que significa "comedor de capim".

segunda-feira, 24 de março de 2025

Guaruba

 Sábado passado, 22 de março, fomos ao parque dois irmãos em Recife.

Vimos vários animais e entre os mais lindos estão as aves.

As lindas araras.

Ararajuba, Arara-vermelha, arara azul e arara boliviana.

Arajajuba de nome científico Guaruba guarouba.

Me impressionaram pelo amarelo ouro.

A arara vermelha me impressionaram pelo vermelho sangue.

A arara azul por suas penas azul celeste.

E a arara boliviana pelo glaucociano da garganta.

Foi maravilhoso ouvir essa beleza gritante.



Pota o hipopótamo

 Fomos, sábado passado a Recife. Fazer?

Visitar o zoológico.

Qual é o maior bicho de lá?

Pota o hipopótamo que Vinícius chamava de "paquiderme".

Foi surpreendente porque vimos o tratador Will cuidar da higiene bucal de Pota.

Antes, desse fato, passamos no recinto duas vezes e paquiderme estava submerso, mergulhado.

Ficamos até meio desvanecidos.

Já estávamos contente, por ter visto as capivaras. Mas a atração era paquiderme.

Então, caminhamos até o recinto do chimpanzé e dos felinos quando ouvimos paquiderme gritar.

Vinicius voltou correndo, avistou, mas a luz no espelho que separa o recinto estava atrapalhando.

Bom satisfeitos.

Dai quando fomos mais a frente Vinicius percebeu o povo no recinto de paquiderme e voltou correndo.

Eita que bacana! pensamos. Olharam, olharam...

Até que a mamãe percebeu o tratador Will com uma caixa de comida.

Ela disse vai alimentar paquiderme, vamos esperar. 

E foi melhor.

Vimos a docilidade de paquiderme que abriu a boca para Will higienizar a boca.

Até falei para o Vinicius que Paquiderme não dava trabalho.

Will passou um remédio na boca de Paquiderme, escovou os dentes, mexeu na língua enorme de paquiderme.

Paquiderme só de boca aberta, de olhos fechados nos ignorando por completo.

Então Will deu grandes cubos de gerimum para Paquiderme.

Ele comeu.

E Will abriu a fala para perguntamos sobre ele.

-Qual é o nome dele perguntei "Pota" respondeu. Agora paquiderme pota.

-Qual seu nome? Will

-Quantos anos ele tem? 14 anos

-Qual o peso dele? entre 2 a 3 toneladas

...

Saímos tão feliz.

Vinicius amou.

Pota...

A gente já tinha visto "pota" inúmeras vezes, pois essa era a nossa quarta vez no parque Dois irmãos.

Acabamos descobrindo mais coisas sobre esse animal maravilhoso.

Depois fomos almoçar e brincar no parque.


sexta-feira, 21 de março de 2025

Acoita-cavalo perfumado

 Vestido de noite vi o acoita cavalo.

Com ramos pêndulos

De flores ornado!

Tão lindo e perfumado.

Sim estava perfumado,

Com cheirinho alvo

Cheiro alvo como suas flores.

Nesse mês de março foram muitas as surpresas.

Essa foi uma delas.

Volições

 Na infância sobrava ociosidade e espaço.

Tudo que existia dependia das estações que para nos era a chuva e a seca.

Na seca que tinha para olhar? Tudo era reduzido, a comida e a água, tanto nossa como dos animais.

Desapareciam os animais invertebrados como insetos, imbuas e vertebrados que por vezes apareciam como os preás.

E sempre tínhamos a esperança de tudo melhorar no inverno seguinte.

A gente precisava acreditar no futuro por questão de sobrevivência.

No inverno o chão estava molhado e dava para fazer curral.

Tinham as flores para olhar e dissecar, frutos para brincar e comer.

Tinham ainda imbuas, formigas, borboletas, mariposas, serpentes apareciam.

A gente tinha matéria de sobra para viver.

A gente aprendeu a acreditar no futuro, mas o futuro guardava tragédias que a gente depois pela razão iria descobrir.

Na infância tudo era interessante por sermos totalmente ignorantes.

Tudo que existia ia ganhando nome...

E esses nomes depois ganharam símbolos sem as representações pictóricas.

A, E, I, O e U.

Cara! o que é isso?

Porque não aprendemos a desenhar?

A ler os desenhos.

Foi profundamente influenciado por um livro de animais da sexta série de capa verde e com animais.

Foi ali que pus os meus pés na sistemática e na biologia.

E o que me atraiu foram os desenhos

As representações.

Lembro que queria muito desenhar coqueiro.

Tínhamos uma aula e era na sexta-feira, e não tínhamos caderno de desenho.

Uma ou outra vez.

O desejo nos alimenta.

Queria desenhar.

E não decifrar as vogais e o alfabeto seco.

Queria imaginar nos desenhos e não aqueles textos abaixo dos desenhos.

Como vim parar aqui?

Me questiono.

Da infância até aqui foi um longo caminho.

E ele continua até o fim.


Cheio de nada

 A minha infância foi um vazio de conceitos. 

Minha infância estava cheia de realidade.

Eu olhava para as coisas, via as coisas, sentia as coisas com as mãos, com os olhos, com os ouvidos com o gosto.

As coisas eram o que eram não conceitos.

Desde que descobri os conceitos.

Tudo perdeu a realidade. Muita coisa passou a ser ilusão.

Prestei atenção nos movimentos.

Ah!

Essas coisas encheram tanto a minha mente que não sei como me desapegar.

quinta-feira, 20 de março de 2025

Cacaia a sapucaia

 Fiquei pensando na percepção que tive da sapucaia cacaia.

Os ramos laxos e pêndulos com folhas meio encaracoladas.

Seria algo para tristeza ou seria timidez?

Ah! cacaia.

Sapucaia.

Sapucaia a árvore imponente e copa em cabeleira.

Uma copa encaracolada.

Uma cabeleira encaracolada,

Vez por outra um fruto se cria,

Vez por outra se vinga.

Após uma cândida florada,

Um florada perfumada e abençoada.

Se deita no chão.

E tu que por cima passas,

Nem se quer pensas.

De onde veio essa flor?

Nem sequer pega na mão 

A afaga com um cheiro.

Por que me ignora pergunta cacaia?

Por que não me vês,

Por que não me sentes?

Estou aqui humanidade...

Todos os dias assisto você chegar e partir,

Gerações e gerações a se formar,

Nas ciências humanas.

Estou aqui.

Tão imponente, meu tronco fendido,

Mas não me vês não me conheces.

Sou a sapucaia cacaia.

Estou no estacionamento, na central de aulas daqui

Da ufpb...

Eu estava aqui quando me tiraram da mata,

Colocaram essas pedras para os carros dormirem.

Ninguém me vê.

Sou eu.

Cacaia a sapucaia.

quarta-feira, 19 de março de 2025

A sapucaia triste?

 No campus I da UPPB temos o privilégio de termos nove remanescentes e árvores nativas por todo o campus. Hoje percebi uma coisa interessante ou não, mas vamos lá vi as árvores de sapucaia. Duas delas avisto todos os dias. Elas são muito peculiares pois seus troncos enormes são profundamente estriados e suas folhas simples tem margem serreada, os ramos são laxos e as folhas um pouco encaracolada.


Pensei.

A sapucaia cacaia.

A sapucaia cacaia!

Estás triste sapucaia,

Seus ramos pêndulos de folhas meio curvadas,

Parecem triste,

Parecem triste.

Seu tronco imponente e estriado,

Está sempre acinzentado,

Será saudade de viver no meio da floresta?

Será saudade de está dentro de casa?

Feito um cão que não pode entrar em casa,

Nos estacionamento ai está plantada,

Nem um filho a avistar.

Nenhum filho a zelar.

Sapucaia

Sapucaia,

Seus frutos são lenhosos,

São chamados de pixídios,

Parecem um jarro de barro,

Parecem um jarro emborcado!

Porque da tristeza sapucaia?

Ou está a sorrir de quem te olha,

Rindo da ignorância alheia.

Será!

A gente fica a te avistar.

Muita gente a perguntar

Essa árvore quem será?

Aos poucos quem te conhece,

Vai partindo

E tu que eras conhecidas,

Como a gente é um desconhecido na multidão.

Sorria!

Não apenas quando florida!

Te preparas para amar,

Fica enfeitada e perfumada de flores,

Mas agora!

Te acho triste.

Isso passa.

A cigarra narra

 A cigarra narra saiu a voar quando a noite caiu. Voou, vou e seguiu uma luz. Entrou pela janela. E começou a voar desordenada batendo nas coisas. Dentro do quarto o pai e o filho brincavam de dragões. E suas atividades foram paradas. Ao perceberem narra que voava pra lá e pra cá. O papai ficou aguardando narra pousar ou cair. Pensou ele será só questão de tempo. Narra por ser maior que outros insetos como mariposas noturnas com grande destreza de voo, voava desorientada. Até que pousou! Depois voltou a voar. Atentos pai e filhos continuavam a observar até que ela pousou na porta do banheiro. O filho a encontrou. O pai pegou um pote de vidro e a capturou. Ela ficou ali segura no pote frio e transparente de vidro. Até o outro dia o menino pegou folhas e colocou no pote para narra comer, mas ela não comeu. No dia seguinte. Ele a contemplou inúmeras vezes. Ele aprendeu o que é um bicho cigarra narra. Então quando ele foi para a escola sua mãe a libertou.

terça-feira, 18 de março de 2025

O sabiá e o jucá

 O sabiá sassá foi visitar o seu amigo o jucá cacá.

Cacá tinha sido amigo de Sassá desde que este era filhote,

A mãe e o pai de Sassá construíram um ninho nos ramos de cacá que os acolheu com uma morada, uma ótima sombra e lindas flores amarelas.

No meio do vôo viu a aroeira aurora,

Que o convidou para pousar,

- Olá sassá vamos prosear.

- Que me conta dos ares lá de cima?

Canta para mim.

O sassá que gostava de conversar

Pousou e começou a conversar.

Contou tudo que havia sabido de vários lugares do cariri.

Quando deu por elas já era quase noite.

Então a aurora o convidou para ficar a noite.

Ali ele cantou uma ave maria e dormiu.

Só foi lá para cacá no outro dia.

Pavão misterioso

 Mês passado, fevereiro 2025, havia concluído a aula quando foi surpreendido por um presente maravilhoso. Ana, de Piloezinho me presenteou com um cordel "Pavão misterioso". Conhece?

Então quando cheguei na minha sala comecei a ler e não consegui parar de ler.

Li a história inteira. Fiquei encantado. Achei maravilhoso.

A historia de dois irmãos, uma fortuna, uma mulher, um sutão... Foi primeiro levado a pensar no texto da Iliada na figura de Helena. Depois não mais me vem a mente as histórias de as mil e uma noite.

Certamente, Borges teria ficado encantado ao ler o texto Pavão misterioso.

O título é perfeito já que o pavão é uma ave que em muitas culturas representa beleza, imortalidade, paz, amor, prosperidade, e renascimento. E realmente podemos abstrair tudo isso.

A parte o signo.

A narrativa é excelente!

Despertei para coisas que não entendia, mas que me encantava como o painel presente no Hemocentro em João Pessoa. 

Nesse mesmo período ao ir doar sangue parei para ver esse lindo painel e lá estava uma moça em seu claustro e um pavão.

O aeroplano.

Fez mais sentido.

Quando tive uma visita ainda no mesmo mês de um amigo natalense e então fomos a estação ciência no grande painel lá exposto também estava o pavão...

De certo, essa história faz parte do inconsciente coletivo dos pessoenses.

Certamente sem a arte não teríamos um espirito como este entre nós.

Tudo isso, pela percepção de Ana que gosto de verso e viola.

Recomendo a leitura do cordel "Pavão misterioso" de José Camelo de Melo. 

segunda-feira, 17 de março de 2025

Bom conselho

 O tempo foge de quem quer esticá-lo.

Fuja do tempo 

Fuja do tempo 

E ele te seguirá como tua sombra.

O tempo é tudo que temos.

Viva mais, deseje menos.

Vida para que entender?

 Quanto me quedo sozinho?

O silêncio é externo porque a minha mente é puro movimento.

Ontem chego a uma conclusão óbvia.

A vida é desconhecida de todos nós.

Vivemos tentando agarrá-la, entendê-la para poder aproveitar.

Mas nada conseguimos.

Nem nossos bisavós, avós, pais...

Simplesmente vivemos sem tentar entendê-la.


Fiquei quieto

 Fomos a missa ontem Vinícius, a mamãe e eu. Ontem foi um dia a moda Vinícius, ou seja muito intenso, mesmo ficando entocado como na história do tatu taruto tarantino. Nos criámos universos em nossas mentes e tudo fica grande. Bom! Brincamos demais, tomamos banho, almoçamos e a tarde fomos a missa. Vinicius não para na igreja. Pula, acena, brinca, sorri, lancha, entra em contato com os nossos amigos, fala... mas tanta atividade é sinal de fadiga. Então teve uma hora que não deu a mamãe deu mameco e ele dormiu profundamente, desde a homilia até a benção final. Dai acordou após a benção fui tomar água e ele foi comigo. Então ele solta uma pérola. Tá vendo papai como sou capaz de me comportar na igreja. Fiquei bem quietinho e a missa passou muito rápido. Morri de rir com essa deixa de Vinícius. Como dizia mamãe, fulano é parada. Vinícius é parada.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Os pássaros me disseram

 A patativa cantou,

O sanhaçu cantou,

O sabiá cantou...

Eles entenderam a alegria das plantas em floração.

Entenderam que precisam trabalhar.

Entenderam que precisam construir seus ninhos.

Entenderam que seu canto é seu atrativo.

Entenderam que sem canto sem companheira.

Entenderam que se trabalharem bem.

Seus ninhos, suas companheiras terão recurso.

Logo dividirão o trabalho.

Enquanto isso!

As flores desaparecem,

E os frutos delas crescem.

E os frutos amadurecerão.

Alimentando as patativas, os sanhaçus e os sabiás

Que terão mais energia para a grande jornada

Que é a reprodução.

Foi o que me disseram esses pássaros.

quinta-feira, 13 de março de 2025

Primo do sabiá

 Em terras estrangeiras,

Ouvi um pássaro cantar,

Tinha o tom de um sabiá,

Parecia a ave de cá,


Perguntei que ave era,

Melro me responderam,

Quase escurecia,

A ave vestia de noite,


Amarelo canto feito o bico.


Melro

Sabia sabiá

O sabiá canta
Mas canta sem alegria.
O canto é contente,
Mas quando se olha para o sabiá
Não se percebe felicidade.
O sabiá canta porque sabe cantar.
Canta para enfeitar o amanhecer,
Canta para enfeitar o entardecer.
O sabiá combinou com o dia.
Cantei, canto e cantarei...
Sabiá nem sabia que ia cantar
Para eternizar um momento entre mim e mamãe,
Entre mamãe e o sítio que ela cresceu.
Estavas na aroeira,
E era tarde,
E era 2021.
Tantas manhãs e tardes tropicais,
Esperamos esse momento eterno.
Só para esse acontecimento.
Sabiá sempre que cantar
Mamãe estará desperta!
Sabia sabiá.

Surpresa botânica

 Ontem, fomos observar uma munguba comprometida aqui no campus I da ufpb.

E para minha surpresa vi duas plantas no estacionamento que nem imaginava.

Uma Libidibia leiostachya e um Chloroleucon.

Bacana preciso voltar lar para saber mais sobre estas plantas.

Nem eu sabia(á)

 Que belo é o canto do sabiá.

Tenho uma sensação de calma,

Tenho uma sensação de paz.

Canta pausado,

Parece pensar o seu canto.

Pousado no ramo.

Tem um olhar concentrado

Ou perdido.

Suas perninhas finas e fortes,

Seus pés engarfados

Sustenta esse corpo emplumado

Que canta a pensar,

Que pensa ao cantar...

terça-feira, 11 de março de 2025

Saudade

 Saudade não mata!

mas quase consegue,

Falta fôlego!

Aquela falta.

Aquele vazio.

Nunca deveras preenchido.

Saudade.

Para pensar

 O objetivo da inteligência é o trabalho das mãos. Montessouri

Ignorância musical

 Lembro do termo cantoria!

Lembro que o tio de papai apelidado por Michico gostava muito.

Lembro que Lorival marido de tia Raimunda também gostava muito e organizava cantoria na casa dele.

Eu nunca fui.

Não gostava. Não lembro de papai ouvir.

Lembro de longe o nome Eliseu Ventania.

Só vim conhecer a voz e a obra que tive acesso a pouco tempo acho que em 2022.

E venho me familiarizando com sua obra e sua voz.

Era martinense do pé da serra.

Cada vez vou descobrindo mais sobre o poeta e sobre o gênero.

Sei que ficou cego.

Que foi morava em Mossoró e que fazia um programa de rádio.

Gosto muito de suas canções.

Em especial "Folha seca".

Pra fechar. 

Cantoria para mim soava como algo velho. 

Algo ou um gosto de velho.

Hoje, estou descobrindo a minha ignorância sobre o gênero e o tamanho da minha ignorância quanto a nossa cultura.

segunda-feira, 10 de março de 2025

A vida trágica

 Num interior pequeno uma menina nasceu com uma doença. Com poucos anos de idade perdeu a capacidade de andar e passando a depender de uma cadeira de rodas. Sua mãe extremamente cuidadora e protetora criou e cuidou com tanto carinho. Todos os dias a alimentava, a banhava e colocava sua filha para dormir. Além disto, trabalhava como costureira nos natais costumava fazer uma árvore de natal toda colorida. Esta mulher viveu com seu esposo que amava cuidar da gado. Conseguiram viver em harmonia por muito tempo. Tinha uma casa simples e móveis e uma máquina de costura. Ele tinha um cavalo, um burro, umas vaquinhas de onde tomavam leite. Um dia essa mãe faleceu e a vida continuou para a pobre menina e seu pai. Os anos os consomem estão velhos. A tragédia faz parte desta família e de todas as famílias. 

sexta-feira, 7 de março de 2025

Caminhar

 Acordei quando tudo era sombras.

Sombras da madrugada.

Despertei e orei. As orações mais lindas.

Oração de São Francisco, Divino Pai Eterno, Sagrada Família, Espirito Santo, Salve rainha.

Li um Salmo, um provérbio e Genese 31.

Assim preparado. Alimentado a alma.

Fui alimentar o corpo preparando e tomando o café.

Depois veio o banho, a roupa e o dia de sexta começou.

Mais um dia com sua rotina.

Entre tantas rotinas.

quinta-feira, 6 de março de 2025

O carnaval matuto

Fevereiro 2025.

Passei o carnaval no interior do Rio Grande do Norte. 

Lá onde abundam as matas verdes da caatinga. A terra pedregosa de barro vermelho cobertas de plantas de flores diminutas de euforbiáceas, gramíneas e anacardiáceas. Seria minha visão subjetiva daquele lugar? Quem sabe. Pensei muito sobre a simplicidade presentes nestes lugares. Sim lugares com regimes climáticos tão variáveis carecem de simplicidade. Reina no ambiente ervas e arbustos de ramos armados e intrincados, flores diminutas e bichos invertebrados multivariados. Acordava com a luz suave e o canto da passarada com destaque para o sabiá. Comia sempre algo que contendo leite. E assim os dias passavam em sua suave monotonia. E agradava o vento suave, o gosto do café, a presença de meu filho e minha esposa.   

Acaso

 Por acaso fui a Serra e tive a agradável surpresa de me encontrar com o professor de psicobiologia Cleanto Rego.  Conversamos muito, mas o tempo não foi suficiente para por o papo em dia. Meu amigo é um cientista brilhante da Serra do Martins, assim como seu irmão é biólogo formado no início dos anos 2000. Temos muitas coisas em comum. Mesma professora de biologia do ensino médio. Agora trabalhamos em cidades e instituições distintas, mas a amizade continua.

Botânica quem me ensinou?

 Papai amava a natureza, A gente se combinava, E se eu gostasse ele aprovava, Uma nova planta era preservada. Um pé de Jucá, Uma cajaraneira...

Gogh

Gogh