domingo, 12 de junho de 2011

Alone

Estou em silêncio, nunca estive tanto tempo em silêncio. Posso até falar com as pessoas, mas estou em silêncio.
Converso, mas meço as palavras. Não posso conversar a vontade numa língua que não domino. Por isto, estou me sentindo só. Estou conhecendo tanta coisa maravilhosa, rica e não tenho com quem compartilhar. Estou em silêncio, completo silêncio. Contemplo o que tenho que tenho que contemplar, mas pouco me expresso. Até estou conversando com uma galera do hostel, eles são muito legais, falam mal o inglês como eu então nos entendemos. Bem esse silêncio me ajuda a prender a língua.
Caminhando pelas ruas, vejo as pedras, os prédios, as coisas, percebo que elas estão ali, sempre estiveram ali, eu que nunca estive ali, não estive na ora da construção. Nunca estive ali, mas elas sempre estiveram ali, presenciaram tudo frio, calor e nunca falaram, até estavam presente quando Mozart por ali passou, mas permaneceram caladas.
Estou me sentindo uma rocha, calado.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Tempo

O tempo é curto,
muito curto,
mas dar para tudo.
Dar para caminhar
sem parar e reparar
o mundo.
Nem tudo é preciso,
mas com um pouco de tempo
tudo dar,
dar para cantar,
uma ou outra coisa,
uma prosa,
uma poesia,
então ria,
o tempo não nos
pertence, nada nos pertence,
nada,
somos passageiros
que escolhemos o que olhar.

Flores no jardim

Flores de petúnia no jardim,
flores doces e singelas
todas elas para mim,
flores cheias de cores e belas.

São tão importantes assim,
uma flor, duas flores,
todas são todas enfim
cheias de odores e cores,

são todas importantes assim,
para abelhas, beija-flores,
mariposas, simples mente são assim.

Manhã que passa

O dia nasce lindo,
ensolarado, e
a manhã se faz
serena
sobre o aroma
que o sopro da
bruma da manhã
espalha por
esse mundo.
E quando saio
vejo os belos
jardins com
flores em
diversas cores,
com diversos odores
doces, suaves.
Umida manhã
onde pessoas
trabalham em silêncio,
limpando os jardins,
ou reclusos em suas
células.
A grama fresca
orvalhada
tão verde
chamam a um momento
de contemplação.
Os pinos
e os carvalhos
com seus troncos
fortes seguram o peso
de seus corpos
estático
sem mover uma
folha.
O céu azul
é refletido pelo espelho
das águas do lago.
Nenhuma criança corre
nos jardins,
ainda é cedo
e a manhã
é tão linda
que senti-se vontade
de paralisa-la.
não deixa-la
passar.
Contudo o sol
sempre vai,
vai... e a manhã
segue junto.

Geneve 09-06-2011 

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Fim do dia

O dia permaneceu cerrado,
uma chuva fina não parou de cair,
agora, nessa hora, que seria fim de tarde,
o céu continua cerrado.
Resta ir para casa e descansar.

Herbário

Que diferença que é trabalhar sem ver o sol. Todos os dias em Campinas trabalho olhando para o jardim, para o céu. Aqui em Geneve, não vejo nada, pois o herbário fica no subsolo. Fico sem referência do tempo e do mundo lá fora.

Chuva

A chuva não parou de cair.
Cai fina e lentamente,
o dia até está claro,
mas a chuva que cai
não permite
sair, que chuva
gostosa, pra ficar em casa,
mas na própria casa
não aqui, não ali...

Chuva pela manhã

Quando a chuva cai pela manhã
as aves calam, o sol não aparece,
a brisa não sobra aquele vento
gostoso.

Quando a chuva cai pela manhã,
as flores ficam molhadas de água
e perfume, algumas nem abrem,
permanecem fechadas.

Quando a chuva cai pela manhã
a terra fica mais unida, molhada,
e de tudo recebe marcas, pegadas.

Quando a chuva cai pela manhã,
a natureza toda se recata
para observar e senti-la passar.

Manhã chuvosa

A manhã desponta no horizonte,
com uma brisa suave e fria,
cai uma pequena neblina.
O jardim está vazio,
o parquinho está vazio,
sem crianças,
adultos, sem ninguém.
A chuva não permitiu
que as pessoas saíssem
de casa, mesmo assim
a manhã está perfeita.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Tudo passa.

Tudo passa
o vento,
o trem,
o dia,
a noite,
a infância,
a juventude,
a vida.
Tudo passa,
mas nem tudo é doce,
nem tudo demora pra sempre,
nem tudo ficará por passar,
se tudo está na nossa mente,
então tudo é finito.
Tudo passa,
a vida passa sem voce perceber.
Nada é eterno,
pois tudo passa.

Silêncio

As vezes, no silêncio da noite, quero ficar em silêncio.
As vezes quero parar de pensar um pouco, mas
simplesmente não consigo. O barulho não
é exterior, é interior, não sei se são minhas
víceras ou se é minha mente, talvez sejam 
coisas de minha imaginação, será fermentação
no meu tubo intestinal, ou serão meus 
neurônios cozendo. Ah, comi tanta coisa no 
dia, comi pensamentos, ideias, palavras
que ainda são indigestas. Por isso
quero tanto a paz, o silêncio,
mas não tenho. Fazer o quê?
Acho que vou ouvir um tango
argentino, deve fazer bem, já
que fez pro Bandeira, quem sabe
não faz pra mim.

Herbario Jardin

Paredes e portas extremamente maciças.
Armários todos organizados em ordem.
Tudo aqui é tão silencioso e frio,
mais parece uma casa habitada
por ratos que só saem a noite.
Uma ou outra pessoa entra ou sai.
Ouço os passos no andar superior,
ouço uma música, o jornal,
mas que diacho, são seis horas
no computador,
mas aqui são 11 horas.
Trabalho, penso, fotografo.
Parece que sou um bicho,
parece que não!
Será! Silêncio.
Poc, poc, poc. Alguém caminha
penso, viajo.
Vivo o momento.

Bom dia

Acordei cedo, a luz frouxa da manhã invadia meu quarto. Não sei por que mas aqui sinto uma vontade tão gostosa de ficar deitado dormindo mais um pouquinho. Mas tive que levantar, tomar um café e curtir um pouco a manhã fresca. Depois de tomar um lauto café, vim caminhando pelo jardim até o herbário.
Bom dia de trabalho para mim.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia

Acordei,
Caminhei,
sorri.
Trabalhei,
conversei
e fui.
O sol brilhou frouxo.
O dia foi maravilhoso.

domingo, 5 de junho de 2011

Dimanche

Minha manhã, nasceu fresca com um vento super agradável e muito ensolarada. Acordei disposto, tomei um café e um banho. Pus uma roupa de sair e comida numa bolsa. Depois vi o meu destino no mapa. Cemitério Panplain, onde está enterrado Jorge Luis Borges. Sai de casa bem disposto, ainda no jardim fiz alongamento e começou minha caminhada. primeiro pelas calçadas, depois entrei num parque e logo cheguei ao calçadão do lago Léman e fui indo, curtindo cada momento, como quem não tem pressa de chegar. Fui caminhando borda adiante. Fui seguindo o mapa. Foi extremamente fácil chegar ao meu itinerário. Quando cheguei ao cemitério estava vazio. Estranhei, pois não vi nenhuma coisa grandiosa. Tudo ali era tão simples. Mas, ali estavam pessoas muito ilustres. Então caminhei e não consegui achar a cripta do Borges. Voltei a entrada e vi no  mapa. Então retornei e nossa tudo é tão simples que imagina que tinha passado em frente e não percebi a cova dele estava bem ali. Passei do lado. Passei alguns instantes ali. Depois fui a Tumba do De Candolle e por fim a do Piaget.  Aquele cemitério parece algo de filme, pois até corvos com aquele som estranho tinha.  Sai dali e fui para o museu de história, mas antes passei em uma feira, muito rica em cheiros, maravilhosa, tal qual no Brasil. Depois fui ao museu, maravilhoso, onde vi diversas coisas de roma e egito. Vi quadros Monet, Rubens. Além do quadro da morte de Sócrates. Vi mas não gostei de armas antigas de guerra. Depois sai e fui caminhando por ruas, praças e fui até o relógio de flores. Fui a um roseiral. No fim da tarde estava morto.
Enfim foi um dia muito longo e intenso, todo fotografado.

sábado, 4 de junho de 2011

Silêncio

O silêncio do meu quarto,
no silêncio do meu quarto,
nada fala, nada mexe,
tudo é escuro,
apenas a luz se move,
apenas a luz quebra o
silêncio, além
do meu coração.
De vem em quando
passa um trem,
de vez em quando
ouço um barulho
lá fora.
Mas aqui
tudo é silêncio.
Os lugares
A noite
segue calada,
ela só aparece
as 22h,
e eu enquanto
isso vivo
cada momento
do silêncio
em Geneve,
ou falo inglês
ou me calo...
ou me calo...

Cidade Antiga Geneve

Os dias, aqui em Geneve, são longos, porém muito gostosos. Hoje, sábado, fez muito sol. Acordei as onze horas no horário daqui. Tomei um banho e em seguida um forte café. Estava planejando ir ao túmulo do Borges, mas ficou para amanhã, pois precisava saber onde fica o lugar que vou comprar a passagem para Viena. Então sai de casa disposto. Planejei ir ao mercado comprar energético já que é barato. Preparei-me todo, levei refrir gelado na garrafa. Passei protetor, pra minha sorte porque estava um sol muito forte. O dia estava lindo feito os dias de outono em Campinas. Sai caminhando, então encontrei uma senhora que observava os sapos, perguntei se ela falava inglês para perguntar se sabia onde ficava o cemitério. Ela falou que falava seis línguas. Nossa foi super simpática, ela sabia espanhol, mas preferimos falar em inglês. Tivemos um breve papo, mas muito bom. Segui caminhando. Tirei muitas fotos. Então passei no mercado Lidl, onde comprei cinco energéticos. Em seguida passei no Micro pra comprar chocolate. Depois sai bem em frente a estação central de Trens. 
Depois desci uma rua e fui para num monumento no lago Lénam, e fui caminhando até a cidade antiga onde vi muitas coisas lindas. Vi diversas fontes, cada rua, cada casa era uma coisa ímpar, uma coisa mais linda que a outra. As portas, as fachadas, as placas dos casarões cheias de detalhe. As ruas limpas, sem odor fedido, as fontes de água potável, as janelas, as placas, as pessoas, tudo tão rico e tão diversos. O movimento das formas que adereçam as janelas e as portas, tudo tão rico em detalhes, e as pessoas num silêncio de buda. Pouco se ouve alguém falar, só quando tem jovens, ai tudo é alegria, fanfarrices. Todas as pessoas aqui são tão simples. As pessoas conservam, se adaptam e convivem, com as coisas antigas. É maravilhoso esse silêncio, parece que tem uma orquestra tocando e ninguém quer falar. Aqui, na cidade antiga, tudo é muita contemplação. Deve-se caminhar por essas ruas só, para não perder um detalhe. Cada vez que se pensa que já viu algum prédio ou monumento mais bonito, é superado pelo seguinte, seguinte... Acho que poderia passar um ano aqui só estudando, observando as coisas. Meu objetivo era chegar a igreja presbiteriana de São Pedro finalmente cheguei. Simplesmente perfeita. Na entrada da frente tem lindas colunas gregas ou latinas. Ao entrar na igreja reina o silêncio. Ver aquelas paredes, sentir a textura e imaginar que a mais de 400 anos ali naquele lugar se realizam cultos. Quantas gerações não se passaram por ali, quantos cultos ou missas.   Quanta coisa não aconteceu  no mundo e aquele monumento continua do mesmo jeito, intacto e bem conservado. Só mesmo um povo consciente para conservar suas memórias materiais. Então me arremeto para o Brasil e penso como seria bom que nossa terra fosse assim. Depois de muita reflexão saio caminhando novamente pelas ruas. Feliz por está ali, naquela tarde, vendo tantas pessoas. Ai ouço uma mulher que segura a mão de uma criança, falar que lindo, tinha certeza era brasileira. Brasileira e ela sim, nós duas. Trocamos pouca ideia. Ela era de Santos, Brasil, e ele alemão. Continuei. Andei até o museu, depois fui a uma linda praça, mas logo a bateria da câmara foi acabando e veio um tempo de chuva que me pós para casa mais, cedo. Todavia foi um dia maravilhoso. 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Lago Léman

A noite aqui na Suíça, em Genebra, demora a cair.
Fui ao mercado caminhando, depois do expediente, onde senti
um certo receio, mas logo perdi; depois que fiz as compras,
voltei caminhando, contemplando as fachadas,
então senti o peso da bolsa, parei, sentei e abri
um energético, de certo, me deu muita energia, continuei
a caminhar, achando que logo passaria,
então quando estava próximo vi um parque que nem
achei que seria grande, mas aquela era a pontinha do
iceberg, então fui caminhando, e como quem
ler um livro muito bom e vai descobrindo partes
melhores, assim fui eu descobrindo as paisagens,
fui caminhando, mais e mais, logo dei de cara
com um chafariz, com esquilos bebendo água,
mas na frente uma roda de garotos e garotas
num piquenique, tocando música, nem me
perceberam, me ignoraram, então vi ali
na minha frente o lago Léman, enorme,
fui caminhando e descobrindo mais e mais
paisagens, cada uma mais linda que a outra.
Queria muito que Ana, minha namorada,
estivesse aqui comigo. Então segui caminhando
e fotografando,  mais fotografando, passei em frente
a lindas casas, um restaurante, bem  na frente
sentei num banco verde, onde comi um
delicioso biscoito e um pedaço de chocolate,
enquanto isso ouvia um grupo de chineses falar,
não entendia nada, mas a conversa tava muito boa,
pois eles riam sem parar, riam como gente
matuta. Comi, o suficiente pra me senti bem,
então sai caminhando mais um pouco,
depois voltei, fui para o lado oposto,
quando voltava vi uma linda estátua
de mármore, era uma mulher
semi nua, segurando um menino
com a parte de baixo em forma de bode,
acho que era baco, pois tinha um cacho de
uvas e oferecia a linda moça,
de seios rijos, pernas torneadas
e pés perfeitos. Eles se olhavam.
Que ela pensava, que ele queria?
Segui e mais a frente vi uma linda casa
em frente tinha uma linda
escultura datada de 1885,
um garoto tocando flauta.
Segui e fui indo vi uma escultura
em metal, de uma mulher,  mais na frente um
homem e um cavalo.
E fui indo,
vi muita gente árabe.
Então foi assim que passou toda o fim de tarde
a noite caiu só as 22:30.
Voltei pra casa feliz...
Estou muito cansado.


O lago Léman
tem sua água doce
tão calma,
tem suas bordas tão colorida
de árvores, de flores
e de gente. Parte
de sua borda pertence
a um parque e outra parte
aos luxuosos prédios
de delicada e suntuosa arquitetura.
Em sua borda
onde há um largo calçadão
podemos contemplar,
manções, uma enorme montanha,
prédios e pessoas, que por sinal
são lindas pessoas,
usando cores mais diversas.
No calçadão do Léman
podemos ouvir pessoas
falando ingês, francês,
alemão, árabe
e tudo quanto for língua,
basta que para isso saiba
reconhecer.
Usufrui da brisa
do lago Léman
crianças, jovens,
adultos e idosos,
a pé ou de bicicleta,
pessoas coloridas,
pessoas sem cor,
pessoas felizes,
pessoas tétricas,
brancos e negros,
indianos, árabes
e um brasileiro,
Que delícia
poder caminhar aqui,
respirar
o ar do Léman.
Viver aqui  deve
ser o paraíso,
mas ainda bem
que moro no Brasil,
senão minha vida passaria
muito rápido,
mas foi maravilhoso,
caminhar,
sentir os cheiros
e ouvir o som
multicultural
do lago Léman.

Almoço no jardim de Geneve

Um dia claro no jardim,
crianças pra lá e pra cá,
adultos almoçam na tendinha,
crianças brincam no parquinho,
sopra uma brisa fria.
Grandes pinheiros a balançar.
No cercado cervo são observados
por adultos e crianças.
No cercado das
aves, flamingos estão imóveis,
um cisne negro flutua sobre a água,
aves aquáticas frenéticas.
Pavões soltam um grito.
Uma turma de crianças
passa olhando as aves
e falando francês,
nada entendo, mesmo
assim ouço uma rádio em francês.
Almocei uma deliciosa salada,
com sobremesa
a brisa, as luzes
e novas paisagens nunca vistas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Rosas

Rosas branca, vermelha e creme.
Cada uma mais formosa,
cada uma mais cheirosa.
Armada de acúleos
a roseira desabrocha
em flores e expondo
suas cores e seus odores.
Ah, como são perfumadas
e macia as pétalas das
rosas. Como encanta
e embeleza um jardim,
uma roseira e suas rosas.

Mar mediterrâneo

Enquanto cochilei,
acordei sobre o mar mediterrâneo,
onde pude ver um
aurora ímpar,
e o sol foi despontando
devagar, e quando olhei
pra trás vi luzes acesas
em algum lugar da África,
enquanto nuvens de algodão
cobriam o mundo,
então ouvi uma
música para
meu dia começar
a 1:45 da manhã.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Viagem

Em poucas horas, estarei embarcando. Estou ancioso e nervoso. Deus me proteja.
Já começo a sentir saudades de nossas ruas, nossas praças, nossas árvores,
nossos dias azuis ou de chuva, pois aqui é meu lar, sei que vou passar pouco tempo,
mas sair da segurança do lar não é fácil para marinheiro de primeira viagem.
Uma coisa é viajar Brasil a fora, onde me sinto em casa, não tenho medo de
ir pra qualquer lugar, pois temos a mesma língua, os mesmos costumes,
mas é isso precisamos conhecer a diversidade que há no mundo.
Não é todo dia que vamos para fora do país, tenho certeza que vai ser uma
grande experiência. Deus me leve e me traga. Amém.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Maio e tudo

Os dias de maio se passaram tão rápido que quase não os percebi passar. Foram todos tão lindos, claros, verdes e com lindo céu azul. Este maio foi um muito especial, acho que nunca o senti tão intensamente. Amanhã começa um novo mês, sim logo estaremos no meio do ano, junho chegará trazendo as festas juninas, o inverno, trazendo o tempo futuro. Mas depois virá a primavera, quando a primavera chegar, quero chegar junto com esta estação. Maio, logo acabará. Logo irei viajar. Estou com um frio na barriga, mas tudo bem vai passar como maio passou. Tudo passa na vida. Tudo.

Manhã

Quando acreditamos em algo, fazemos tudo para que esse algo se torne real.
Quando acordo cedo, acredito que meu dia vai ser melhor, sou o inverso de
muitas pessoas, prefiro ver o sol nascer, mas Ana, minha namorada,
tem um apetite pelo sono voraz. Acho que poderia dar o título de pestana
de outro, quiçá de diamante. E quando estamos juntos fico no escuro
ouvindo seu ressonar, e dorme, se deixar até a manhã acabar. Eu prefiro
acordar cedo, bem cedo. Gosto de ver aurora, de ver o sol nasce,
a grama orvalhada, as flores enebriadas com seu arma branco e doce,
gosto de encontrar as pessoas e falar bom dia, gosto de ler o jornal,
de ouvir o que se passa no mundo pela internet. As vezes acordo muito
cedo e penso ser anormal, mas talvez não. Quando morava em serrinha
eu adorava acordar cedo pra ouvir o canto da passarada e depois dormia,
mas não gostava de dormir, gostava de ficar sob as cobertas,
pois lá fazia um frio muito forte. E foi assim que me constitui,
confesso que quando acordo tarde eu fico irritado, assim como
quando estou com fome. Então aprendi a pensar em algo,
não dar para ver nada no escuro do quarto, além da luz que atravessa
a fresta da janela. E eu fico assim divagando,  ouvindo Ana
ressonar, pensando na vida, no que fiz ou deixei de fazer.
O fato é que adoro a manhã por usa aurora,
por seu clima ameno,
por ser a manhã linda e maravilhosa,
vestibulo do dia, começo de poesia
e assim é.

Cruz

Noite estrelada,
noite vazada de luz,
pontos brilhantes
no céu a piscar,
feito uma cruz,
pontos do cruzeiro,
ao sul ligeiro me conduz,
noite, noite
noite de maio,
de Maria, das mães,
me espanta a noite,
a noite estrelada,
que me faz viajar,
me faz chegar lá,
no plano da imaginação,
onde sou e não sou,
sei e não sei,
simplesmente contemplo
o que vejo
a luz da cruz,
do sul.

Noite de outono

O dia hoje passou tão rápido que quase não percebi, mas percebi que foi um lindo dia azul quase nu de nuvens.
Poucas coisas eu fiz, pelo menos tentei e fazer algo, acho que consegui. Essa viagem está me deixando aéreo, não consigo pensar em outra coisa senão "vai dar certo", mas quem sabe que acontecerá que desfeche tomará essa viagem, não sei e se soubesse que graça teria. Então reuni com os amigos, pra conversar, comer uma carne, tomar um refresco. A Noite caiu escura e fria. Antes que  noite caisse fui ao mercado, comprei algumas coisas, depois acendi o fogo, então assei carne e comemos e bebemos todos felizes. Quando vimos as horas  já passava da meia noite, da uma da manhã. Sob o céu estrelado escuro e silencioso fomos dormir. Carrego no peito a certeza de que levo no peito amigos. Hoje foi um dia muito especial. Dia de outono azul, noite de outono negra e fria.

domingo, 29 de maio de 2011

Observatório e Saturno

A noite, hoje 29 de maio de 2001, caiu tão escura e fria. Estava com Ana, Maurício, Marcelo, Lorena e Leo nem percebi a noite chegar. O céu estava tão limpo que podíamos ver tudo quanto há de estrelas. Então, depois de irmos comer um bolo feito pelo Mau (Maurício), fomos ao observatório que fica em Joaquim Egídio, distrito de Campinas. Fazia muito frio, mas não podíamos deixar de não ir, pois o céu estava totalmente limpo e estrelado. Fomos de carona com o Marcelo. Logo que chegamos lá, fomos ver centro de exposição de objetos utilizados para observar o espaço, em seguida fomos ao telescópio. Para chegar ao telescópio tivemos que caminhar por um local de concreto escuro com luzes vermelhas indicando onde estaria o telescópio. Finalmente chegamos ao lugar, onde já haviam diversas pessoas, dentre elas dois instrutores que  mostravam e explicavam as constelações. Podemos ver constelações dos zodiácos, do cruzeiro do sul, do escorpião, ouvi ele falar sobre o nome de estrelas que não consegui apreender o nome. Então, ele mexeu pra cá e pra lá e encontrou um planeta o qual apontou com um lazer o planeta Saturno. Então vi pela primeira vez na vida aquele lindo planeta envolto de anéis, Saturno, maravilhoso com suas luas. Fui sensacional poder ver aquela imagem ao vivo. Então revemos, novamente, em seguida vimos constelações, e por fim uma estrela chamada mimosa que faz parte do cruzeiro do sul. Certamente, hoje foi uma noite inesquecível.

sábado, 28 de maio de 2011

O outono e a viagem

Hoje, sábado de maio de 2011, o dia nasceu claro e limpo, mais um maravilhoso e lindo dia de outono. Uma brisa suave sopra do nascente e balança os ramos da acácia. A forte luz do sol clareia toda a casa. O tempo está passando muito rápido, logo será quarta-feira e terei que viajar. Agora que vou viajar estou sentindo mais agradável e o aconchego do meu lar. No entanto, o outono logo passará, nem sempre terei essa casa, logo também precisarei mudar daqui e ir para outro lugar, então esta viagem será apenas uma nova experiência. Como todos que já vividas até hoje, mas esta será muito intensa. Espero poder registrar o máximo possível e que seja tão boa quanto os dias de outono do presente ano. Já estou longe da minha terra natal, mas logo estarei fora do meu país. Que Deus me leve e me traga em paz.

segundo

Até que o último instante passe.
O último segundo feche o tempo,
ainda temos algo,
um suspiro.
Ficamos ansiosos em ser
mas não temos mais tempo
mais.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sigamos

E o dia e a noite passaram. O mesmo aconteceu com as semanas e com os meses. Não estive nem estou sozinho, nessa caminhada, pois conheci uma pessoa muito especial que gosta das mesmas coisas que gosto e que compartilha e durante todos os dias da-me um pouco de atenção. Certas vezes nos desentendemos, mas mais por culpa minha. A família dela me acolheu e tem muito carinho por mim e o mesmo acontece com minha família para com ela. Assim seguimos com a vida.

Tempo

Suave a manhã plena e ensolarada,
se aquece pouco a pouco lá fora.
Aqui no quarto, meio escuro,
ainda esta frio. Sinto meus pés
gelados, meu corpo agasalhado.
Ouço rádio Amadeus,
enquanto viajo em minha
viagem próxima.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Mundo Subjetivo, um fim

Tenho um mundo só meu e de mais ninguém. Cada pessoa tem o seu mundo. Posso tentar compartilhá-lo com alguém, posso até tentar descrever, transmitir o que há em meu mundo, mas nunca ninguém poderá atingi-lo. Somos mesmo assim seres muito complexos. Damos, ao nosso mundo, o nome de subjetivo. Compartilho com muitos que viveram comigo muitas, e boas, recordações. Compartilho com meus pais, meus irmãos e vizinhos o meu crescer como indivíduo, meu educar, meus bons e maus momentos e eles também compartilham comigo. Temos memórias com eles. Mas o tempo nos distancia todos os dias. Já não compartilhamos mais a companhia do presente, perdemos o elo do cotidiano, embora nos falamos sempre, nos amamos, todavia não estamos presentes todos os dias. E isto é bom e é ruim. Bom, pois com tempo esquecemos ou apagamos as desavenças, ficam só as boas memórias, ruim porque perdemos de vivermos juntos. Nos, por estarmos distantes, percebemos a idade chegar, os corpos cansados, perdemos de não vemos este momento, percebemos que quem mais amamos há de partir, dar um aperto no peito. É como se estivéssemos em uma caminhada e ao olharmos pra trás não vemos aqueles que começaram a caminhar conosco. E quando olhamos para trás, vemos a distância do tempo.Como doí saber de tudo isso. Saber que todos iremos morrer, que quem mais amamos, morrerão. Não gostaria de ver alguém sofrer por minha partida. Certa vez, um amigo me convenceu de que queria morrer  depois de quem mais o amava, morresse. Realmente são sábias palavras. Quem morre, se eterniza na lápide, não sofre, mas quem fica, esse sim sofre.
Sofrer é uma sina que carregamos por termos esse mundo subjetivo e por carregarmos sentimentos. Puxa vida, que desespero me dar saber que vou perder as pessoas que amo, que já perdi. No entanto a vida é sábia, a natureza é sábia, muitas vezes não acompanhamos e evolução das ideias, das coisas do mundo, e morrer é o maior sussego. Um descanso desse mundo subjetivo.
Ontem, faleceu mais uma vizinha nossa, lá de serrinha, se chamava Cacau, era uma pessoa muito especial, muito amiga minha e de meus pais e eu dela e de seus filhos. Quando estive em lá no começo deste ano de 2011 ela já estava ruim. Então, hoje quando liguei pra casa, papai me falou triste. Fico triste também. Cacau com muito sacrifício criou uma família muito grande e um de seus filhos Airtom morava bem do lado de minha casa, tinha vários filhos que eram meus melhores amigos. Lá em Serrinha estávamos mais para uma grande família e eu compartilho que aquele povo muitas memórias em comum. Talvez um dia eu volte a morar lá, ou nunca mais, sei lá, o futuro é uma incógnita. Sei que minha alma está impregnada daquele lugar, daquelas pessoas, daquela cultura. Tenho as mais doces memórias de minha vida, da minha infância, dos modos que lá aprendi, mas que desaprendi. Não posso conter as lágrimas que vertem minha alma, meus olhos das lembranças, dos medos e dos temores que guardo. Nada do que possuo está mais lá. Estão comigo e levo onde quer que vá. Levo um pouco de cada mundo por onde passo, levo saudades e tento deixar amizade.
Quantas coisas posso falar do meu  mundo... mas isso fica pra outro dia.

Viagem

Bem, logo mais estarei distante. Vou, mas volto, mas estou sentindo um aperto no peito. Espero que ocorra tudo bem.
Amém.

Fim do dia

O sol brilha intensamente neste fim de tarde.
O céu está limpo e azul, mas aqui dentro está quente,
lá fora  na sombra deve está fresco, mas aqui
onde a luz entra através das janelas transparentes,
mais parece uma estufa.
Apesar do calor o dia está lindo!
Verde.
Acabo de perceber que o Phyllanthus acidos
do jardim ainda está nu, seus ramos
crescem muito devagar,
mais agora que está tudo tão seco.
Mesmo assim o dia
tem ar de poesia, de alegria.

Calma

Quando é dia e o sol fica oculto entre nuvens que chovem  não podemos ver o sol azul.
Quando é dia e o sol aparece e as nuvens chuvosas não aparecem não podemos ver a chuva.
Gosto dos dias de sol, mas também gosto dos dias de chuva, todavia jamais poderemos ver os dois fenômenos juntos. A natureza, sabia, inventou as estações. Nas transições entre cada uma podemos encontrar algo parecido, mas nunca plena.
E como é a nossa natureza humana?
Lidamos com sentimentos que podem serem comparados aos dias tanto chuvosos como ensolarado. No entanto quando temos sol e chuva, realmente nos encontramos perturbados. E o que fazemos para suportar essas diversidades? Muitas vezes não sabemos e simplesmente sofremos. Sofrer faz parte da natureza, mas aprendemos a lidar e controlar e a fugir do sofrimento. No entanto, como na natureza temos época de transições que nos perturbam. Para isso, tenha Calma. 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Acalma a alma

Há coisas que acalmam a alma como uma música, um riso, uma singela flor ou um ato de carinho. 
As vezes, quando estamos receosos, queremos um colo de pessoas queridas que nos ouça e nos apóiem. 
Bem a essa hora da noite, só tenho uma música do Mozart  - Clarinet Concerto In A Major K 622 Adagio. Nossa! Seria capaz de ficar ouvindo essa música por muito tempo, de certo é minha música favorita.  

Esta música ou peça é linda, doce, suave e, verdadeiramente, divina.

Poderia ainda, ouvir um lindo poema do Manuel de Barros - Gratuidade dos pássaros e dos lírios.

Certamente, são umas das obras mais belas produzidas pela humanidade.

Acalmam-me e deixa-me feliz.

Cestrum e a noite

Escura, fria, vazia
desce a  noite sobre o dia,
as luzes se acendem frias,
mas não ocultam do escuro
as cores das formas.
Flores de cestrum
desabrocharam, hoje,
a noite. Nesta noite
de lua nova,
andando através
das escuras ruas,
sinto o cheiro
das noturnas
flores de cestrum.
O odor que toma
todos os lugares,
perfumam e enbriam
junto com a noite,
corpos cansado
do longo dia.

Voltar

Quando amanhecia o dia,
e o sol despontava no nascente,
dourados raios atravessavam
as frestas da janela de casa,
então mamãe me chamava.
O frio vento subia a serra,
acordava-me e me dava preguiça,
estica-me na cama,
vestia uma blusa
e pegar uma carga d'água.
Mantava no jegue e saia
trotando, o jeque parecia
está com a mesma disposição
que a minha, por isso era
obrigado a recorrer ao cipó.
Tinha dias me sentia alegre
e outros triste,
E os dias se seguiam
pareciam que não iam
passar,
hoje, vejo,
puxa como passou rápido,
ah, se pudesse voltar
no tempo!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Folhas

As árvores estão desnudando,
suas folhas doando ao vento,
o chão enfeitando, com
o mais belo tapete castanho.

As árvores nuas mostram
suas curvas, suas ramificações,
mostram seus ápices.

É outono e as árvores
ouvem o que ele diz,
e ele diz que logo
chegará a primavera,

e quando a primavera chegar,
cada uma das árvores devem
está vestida de flores,

para o mundo ficar cheio de cores,
mais rico em odores,
e assim a vida ficar
mais bela,

As árvores então
tecem em suas gemas
a confecção de flores,

aos poucos desabrocham
os ipês roxos,
as ervas estão dormindo
e o solo está pleno,
coberto de folhas.

Que belo é o outono,
o vento sopra frouxo,
os dias são tão claros
e a vida frouxa.

Rua

Escuras as ruas se esvaziam,
só o brilho da lua e das estrelas
ali alumia o escuro da noite
que enche toda a rua.
A rua Felizberto
cheia de árvores
que fazem sombra
que acalmam
e esfriam
a quem passa.
A noite fica vazia
escura e fria...

Viver e o cansaço

Vivo,
Canso-me muitas vezes.
Canso de pensar,
canso de tentar,
canso de reagir,
canso!
Mas enquanto não morro!
Ainda estou vivo
e por isso sinto,
e supero o cansaço
a vida é uma dádiva,
e cansar uma parte,
e viver é uma arte.

Os inteligentes

Lembrei!!!
Na minha infância, eu acreditava que as pessoas mais inteligentes eram aquelas que sabiam fazer coisas que ninguém mais ali sabia ou as que faziam com maior perfeição.
Dentre as pessoas que admirava, ou melhor achava inteligente, havia um senhor chamado Elizeu que mexia com carpintaria e com soldagem. Em minha casa guardávamos os sereias, milho e feijõ, em silos de zinco. Então todos os anos era a mesma coisa, sempre que usávamos os silos as bocas por onde passavam os grãos ficavam quebradas, eram defeituosa por gênero. Então todos os anos era a mesma cantiga quebrou a boca, tem que concertar. Em algumas das vezes papai chamava o Elizeu, que trazia aquela coisa sólida e depois fundia no fogo e soldava as bocas, para serem quebradas do mesmo  jeito. Ele tinha uma marcenaria, e quando quebrava algum objeto, ou melhor foice, xibanca ou lavanca, papai levava pra ele soldar. Gostava de ir com papai, porque achava  muito legal aquelas máquinas que ele tinha. Aquela super plaina, um torno eu acho. Achava que aquela era uma toca do professor Pardal. Mas ele nunca inventava nada, só concertava. Tinha Severino Manases que tinha um jipe que só faltava falar. Roda movido a gás, bojão, e concertava-se com arame. Era muito interessante a relação dele com a mecânica, que acho que ele não entendia nada, só tinha paciência de Jó.
Hermes era outro senhor que mexia com ferro e tinha um carro que nunca se acabava. Bem uma má qualidade compartilhada por eles, com exeção de Serveino, era a ignorância. Eram pessoas como dizem lá, brutos de dar nó em arame farpado.
Enfim eram essas figuras que acreditavam ser os mais inteligentes, e realmente eram muito inteligentes.


O pensar e o tempo

Penso, porque tenho tempo para pensar.
Sobra-me tempo e ainda reclamo sua falta.
Penso porque vejo a natureza tão bela,
vejo a liberdade que tem as aves,
os insetos e as flores. Quantas vezes
não sinto vontade der um outro ser,
Mas penso por pura ignorância,
pois cada um é o que é por
acaso da natureza.
Agora, sou homem,
mas ser é um estado passageiro,
passa muito rápido.
Então quando tenho tempo
vago eu penso.
Quase sempre acredito ter
tempo vago e protelo,
entretanto não tenho,
e a cada segundo
perco os segundos
como as flores perdem
os polens,
como a ribanceira
perde argila,
areia levada ao vento.
Algo que perco e não
recupero jamais,
mas estou aprendendo
a convergir o tempo
na moeda do pensar,
estou economizando
o tempo, organizando
minha vida,
estou apreendendo
a eternizar o tempo,
mas pra isso,
preciso gastar do tempo
que me falta.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Carta ao amigo



Tenho medo do tempo que passou,
do tempo que passar, do tempo por passar,
a vida é breve, se sei disso por que do temor,
por que sinto uma dor peito intensa dor.
Mano sei que a vida vai passar, que está
passando, e estou perdendo a coragem,
nem sei mais o que é vadiagem,
aliás nunca soube, nem tive tempo para isso,
não me arrependo, senão não 
teria conhecido pessoas tão 
valiosas para mim,
por medo de perde-las me sinto assim,
Caro amigo,
caríssimo amigo,
acho que preciso ir a igreja,
preciso de alguém pra conversar,
mas alguém que saiba me escutar,
em que eu confie,
É nas horas que nos sentimos
fracos caro amigo,
que somos tristes
e se não temos
em quem conversar!!!!
Meu caro amigo,
eis ai onde mora o perigo,
podemos enlouquecer,
as vezes perde-se o sentido viver,
somos assim humanos,
oras bárbaros, tiranos,
oras fracos.
Caro amigo,
nem tudo que parece forte é,
nem tudo que parece sólido é forte,
muitas vezes somos entregues a nossa sorte,
outras vezes quando chega a morte,
apodrecemos.
Meu amigo
tenho que ser forte,
não quero passar a vida
sendo um mero produtor de merda,
preciso produzir ideias,
porque merda, gente mediocre é,
gente que não tem fé.
Caro amigo,
a vida é um perigo,
iminente,
é preciso ser valente,
mas ando meio triste,
situação assim pior não existe,
ouço Neruda,
leio bandeira,
e reflito,
quero produzir ideia,
não ser mero produtor de cocô,
e isso muito me angustia,
a vida, meu caro amigo
precisa de muita amizade,
de pessoas de confiança que te compreda,
precisa de gente humana,
então segue-se o caminho
que a a vida traça,
e desfia o fio do destino
tecido pelas moiras.
Caro amigo
é lua minguante,
sinto minha alegria
minguar, mas
bem logo uma
lua nova surgirá.
Minha alegria é que é outono,
é que posso ouvir Bach, Mozart,
posso tentar entender filosofia,
ou sei lar uma poesia,
ao menos tenho voce pra escutar,
ou sei lá,
assim é a vida passageira,
ligeira, tirana,
mas fazer o que
tudo que nos é dado, nos é tirado,
ao menos boas memórias
pra cova se leva,
ou o simples ato de existir,
por si se sacia.

Imagens

Antes, muito antes, encontrava a felicidade numa tenda de flores,
nas flores e seus odores, andando pela mata de manhã e a tarde.
Podia caminhar livremente pela mata, a qualquer hora.
Sentia o cheiro das flores, o vento soprar.
Ouvia o riacho ecoar suas águas pedras abaixo.
Sentia a terra molhada, terra perfumada,
de flores, terras pintadas pelas ervas.
Como era belo ver a mata se fechar,
se vestir de folha,
ouvir cantar o sabiá, acauã, o joão de barro
no fim da tarde.
Como era bom ver a terra enxuta no fim do dia
e vertendo na manhã seguinte.
Quebrar um ramo de marmeleiro,
cheirar flor de jurubeba
ficar a contemplar a natureza.
Sinto muitas saudades,
muitas saudades,
hoje descobri que
a música pode abrir a minha mente
as doces memórias,
lá de Serrinha, toda minha...
Toda minha.

Prece

Deus, ando com medo do tempo,
com medo de perder o que não tenho.
Não sei, mas ando temeroso,
sei que não tenho motivos,
mas acho que estou me apegando
demais a matéria!
Dai-me luz,

Maio

Como estão sendo claros, frios e agradáveis
os dias de outono, agora em maio.
Temos o dia todo de céu azul,
nuvens brancas,
as manhãs e as tardes vermelhas
como brasa.
Passam tão rápidos
os bons dias,
é tão bom vive-los 
intensamente,
maio, oh maio,
de brisas frias,
de sol claro,
de flores coloridas.
Maio que nunca mais voltará,
maio quem o sabiá
está calado,
mas as manhãs estão tão fagueiras,
logo partirás maio,
e eu também partirei,
deixando doces adeus
a ti maio.

Tempo ecoa

O tempo ecoa
na aurora,
no ocaso,
o tempo voa,
rouba de nós
a juventude,
a vaidade,
a energia,
o tempo é impiedoso,
cobra de nós cada segundo,
mas o tempo é justo,
e nos dar a liberdade
de fazer o que quisermos
enquanto o tivermos.
Por não saber o que fazer
com o tempo que vivemos,
sofremos,
nos angustiamos,
mas o tempo,
como o vento,
não é piedoso
e nos ceifa
no momento certo,
a morte
sua serviçal
é impiedosa,
chega e nos
leva e deixa
a dor a quem fica,
tempo,
soa na concha da vida,
da memória,
tempo,
tempo.

Não me vejo

Diante do espelho não me vejo.
Sei que os anos passaram, pois
festejei cada um e com muita alegria,
mas não vi o tempo passar,
sempre estive comigo,
todavia não vi as marcas do tempo
em mim.
Quando percebi meu primeiro
cabelo branco, senti aflição,
percebi que envelhecera,
o corpo já dava sinais,
mas só o diferente me fez ver,
não vi as rugas aparecerem,
não vi o tempo passar,
contei o tempo,
mas não percebi, que passara,
ainda bem, senão estaria louco.
Então tem um dia que nós acordamos
e vemos que o tempo passou,
cai a ficha,
corremos para o álbum de fotografias
e então temos um choque,
o tempo realmente passou,
mas não vi as marcas no espelho,
eu não me via,
ainda bem.
Mas as fotos revelam
a relevância da vida,
dar um frio saber que envelhecemos
e morremos.
Então buscamos as memórias
e vemos que são tão longas.
As jornadas e não temos como
contornar,
resta perceber e assumir
que o tempo passou,
e trabalhar vida a fora.
Ainda bem que esquecemos,
por senão tudo seria
tristeza.

domingo, 22 de maio de 2011

Desfaz

Nada resiste ao tempo. 
Tudo muda já diziam os gregos.
Nunca fazemos a mesma coisa do mesmo modo.
As coisas são peculiares, até podem parecer
iguais, mas não são.
Toda a matéria tende ao caos. 
Chamamos de tempo
o período de desordem desta matéria.
A noite e o dia servem pra marcar o tempo,
e assim vamos subtraindo nossos dias,
nossa vida,
algumas pessoas, se angustiam,
outras ignoram.
O tempo resiste a tudo
é eterno,
uma ideia.
Tempo ecoa em nossa alma,
nosso ser.

Tempo

Sol e dia,
lua e noite.
Primavera, verão, inverno e outono.
Flores, cores, odores, beleza.
Tudo passa, enquanto a terra gira,
dias e noites acontecem,
nos aproximamos de nosso fim.
Contamos nosso tempo.
Os dias, meses e anos se passam.
O tempo, não se  ver no espelho,
não se ver nas praças,
não se ver em nada,
mas o tempo deixa marcas,
suas evidências se mostram
ao espelho.
O tempo ensina
que dia, após dia,
o tempo é
e não é.
Tempo não existe,
não canta,
o tampo não existe fora de nós,
o tempo é subjetivo.

Ciclo

A aurora,
o dia,
o ocaso,
a noite.

Aurora calada, sob pouca luz,
anuncia a chegada do sol.

O sol chega e traz consigo o dia.

O ocaso anuncia a partida do sol
e a chegada da noite.



Ribeirão

Gosto muito de Ribeirão, agora no outono mais que nunca.
Ontem fomos ao centro caminhando daqui do Jardim Paulista.
Adoro as casas da década de trinta. Fomos admirando as construções,
o palácio Rio Branco, a igreja de São Sebastião, o Teatro Dom Pedro II,
depois comemos num restaurante muito bom a toca do esquilo.
Enquanto estávamos no centro pude ver as pessoas
no seu ir e vir, comprar e vender.
Ver no rosto das pessoas as rugas da experiência,
na paciência da lida, na riqueza da vida,
em qualquer lugar sei que há,
mas aqui, é muito bom, é interessante demais.

fim de semana

Um dia ímpar
Ah, como é bom acordar do lado que quem se gosta
e ficar matando o tempo bem devagar. Levantar e tomar
um café. Falar bobeiras, muitas bobagens.
Poder abraçar, beijar e falar da importância
da pessoa ao seu lado.
Depois deitar na cama e se esconder debaixo do
cobertor, pensar, viajar nas ideias.
Combinar o que vai almoçar,
sai para comprar a comida,
e até lá ir olhando as casas, os jardins,
cumprimentando as pessoas.
Depois, fazer o almoço,
comer, lavar a louça,
e ficar vendo qualquer filme besta.
E depois ver a tarde partir,
a noite cair e assim,
ir dormir feliz
por simplesmente viver o corriqueiro
e fazer do fim de semana a melhor coisa da vida.

Noite de outono

E a noite aqui, em Ribeirão,
cai tão limpa, tão atropurpurea,
e torna-se tão escura.
Então, numa noite de outono
quando tudo esfria,
a noite parece mais escura,
a cidade mais silenciosa,
e as estrelas despontadas no céu,
como açúcar
sobre chocolate negro,
desperta desejo,
de seguir saboreando,
os momentos, doces,
belos,
vivos.

Reais

As palmeiras são tão esplendorosas e belas,
que são as primeiras plantas a acenarem
ao sol quando nasce e a últimas a acenarem
ao sol quando partem.

Com suas firmes estirpes,
crescem até o céu,
e suas lindas folhas, canescentes,
brilham, e acenam para o vento.

Palmeiras são tão reais,
tão geométricas,
que a todo lugar
enfeita, embeleza,
até mesmo
dentro de catredais.

Superar

Na vida é necessário superar as  próprias dores, 
os próprios sofrimentos e as próprias fraquezas.
No entanto, nem sempre, por não saber quais são
nossas dores, medos e sofrimento,  é possível
superá-los. 
É muito importante conhecer nossos limites,
testando-os e assim conhecendo-os e 
assim vencendo-os ou sendo vencido.
É preciso ser forte, as ações que são
geradas quando saímos a busca.
Supera-se não é fácil, mas quando
cruzamos nossos limites,
há um doce sabor no vencer,
tudo na vida naquele instante 
é irrelevante. Tentar se superar sempre,
pois sempre, na vida, vai haver medo
e sofrimento e neste caminho
encontraremos nossas fraquezas
que poderão serem superadas
ou não, isso compõe a vida.

sábado, 21 de maio de 2011

Ilusões

A manhã está fria aqui dentro,
mas lá fora está tão ensolarada,
aqui dentro todos os objetos estão
parados sem vida,
lá fora há vida, plantas,
aves, e gente indo e vindo.
Aqui dentro só
a energia sustenta meu
computador que me engana,
me ilude som sons
e imagens.
Isso é real?
Construo um universo
em minha mente,
mas aqui continua frio,
lá fora que há vida,
aqui só meu corpo
pulsa, vive,
lá fora há luz,
vida,
e aqui ilusões.

Família

A vida é uma semente.
Pois, assim como uma semente, cresce e torna-se uma árvore.
E quando uma árvore torna-se adulta, flora e reproduz-se.
Mas uma árvore para ter uma geração diversa, precisa das flores das outras árvores.
Às vezes precisa ainda de polinizadores.
A vida, ao longo do tempo, se diversifica e se enriquece.
Com o tempo a toda a vida renova.
Como as árvores que renovam suas folhas,
a vida se renova, mas  o tronco, as raízes
continuam a existir.
E quando penso nos meus avós,
nos meus tios, pais e irmãos,
penso que uma semente se desenvolveu
e se tornou minha família,
e me vejo como um destes ramos
que continua a crescer,
desenvolver e eterniza-se. 

Busca

Quando o corpo adoece,
todo o ser padece,
a alma também adoece,
perdemos todos os rumos
e canalizamos nossas forças
na busca da saúde.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Crepusculo

O crepúsculo aqui é sempre tão belo,
o céu tinge-se de vermelho e aos poucos
a noite vai cobrindo o sol
como sereias que encantam
guerreiros o sol se enebria,
dorme numa alegria,
enquanto a noite
sai abre as festas,
e todo mês chama a lua
pra fazer a festa dos românticos.
Ah, crepúsculo mais belo que aqui não há.

Manuel de Barros

Barros,
Querido Manuel,
Tu que contas a gratuidade dos pássaros e dos lírios.
Que gênio, mais meigo e doce tu sedes.
Barros tu sedes tímido e sábio como uma coruja,
quando leio, ouço suas poesias,
Barros,
Querido Manuel,
Tu sabes mesmo fazer encantamento!

http://www.luisnassif.com/profiles/blogs/gratuidade-das-aves-e-dos

Tarde

Que linda tarde de céu azul com nuvens branca.
E o frio que faz torna-a maravilhosa.
Pássaros voam no céu.
As nuvens passam devagar,
tomam diversas imagens.
A brisa fria prende as pessoas
no conforto de suas casas. 
É uma tarde típica de outono.
É maio, o ano está passando tão rápido.
Estou só em casa, sinto vontade
de comer, fazer algo, sair deste estado,
mas nada mudará é a tarde
é maio, é o frio
e nada que eu faça me sacia,
não adianta comer, dormir, correr,
resta ficar quieto
e contemplar a tarde
que passa devagar,
fria, bela.
Diferente do ano
que voa na asa de um jato.

Por que escrever?

Escrevo sobre o que está ao meu redor e que me desperta curiosidade, ou faz acordar alguma ideia, ou ainda me faz lembrar de algo. Tem muitas coisas que nos faz bem e enche nossa mente de desejo de escrever de eternizar aquilo pra si ou quem sabe pra outra pessoa. Nem sempre somos tomados de tal vontade. E muitas vezes somos indolentes. Nos somos tomados pelas preocupações quotidianas, coisas que achamos ser essencial  para nossa existência, mas que na verdade não faz a mínima diferença. Somos nos quem julgamos o que é melhor para nós. Acreditamos muitas as vezes que os nossos julgamentos servem para julgar as situações, o caráter dos outros, somos muito subjetivos. Eis um grande engano. Com a correria do cotidiano, esquecemos da humanidade do outro e no unimos com quem pensa igual a nós e categorizamos o que está ao  nosso entorno. Acabamos por esquecer quem somos, o que queremos e a que viemos, por que viemos. Nossa vida muitas vezes parece sem graça, interessante é o alheio achamos. Esquecemos as pequenas coisas que nos dar prazer e por fim felicidade. Esquecemos de viver as mínimas coisas, de refletir sobre certas coisas,  de não racionalizar muitas coisas, simplesmente viver aquilo. Uma das maneira que encontrei para estar comigo mesmo, foi escrever. Quando comecei a por uma ideia no papel, percebi que precisava de fatos, de ideias geradas destes fatos, então passei a prestar atenção nas coisas, nas situações, nas pessoas, nos seres ao meu redor, na natureza, no céu. Percebi a partir de então que a vida é colorida, que existem pessoas além de mim, pessoas que muitas vezes precisam de mim, e  na maioria das vezes não, mas as minhas atitudes diante destas pessoas pode mudar seu comportamento e mudar o nosso comportamento junto. Eu descobri a riqueza das poesias, da filosofia e de todas as ciências. Descobri ainda a minha importância para as pessoas que estão no me entorno, para o meu bairro, para minha cidade, quiçá para o meu pais. Sou um cidadão, como todas as pessoas tenho direitos e deveres. E foi nessa busca por algo que escrever, que acabei dando significado a vida e foi ainda tentando entender o mundo que senti um intenso desejo de ser um escritor.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Flor de Jasmim

Tomava uma flor na mão,
tirava sua vida
só para sorver seu odor.
Muitas vezes nem tinha a cheiro,
simplesmente tomava-a
pelo prazer de desfaze-la.
Tomava uma flor na mão,
para desmachá-la
numa brincadeira boba
de bem me quer e mal me quer.
Tomava uma flor na mão,
olhava-a profundamente,
cheirava-a com carinho,
contava suas peças
as sépalas, as pétalas,
os estames e guardava-a
entre papéis.
Guradava-a em minha mente,
numa doce memória.
Sempre fora assim,
não acreditava na alma das flores,
até que em um certo dia
que encontrei uma flor
num velho livro,
da biblioteca municipal.
Aquela flor perdera a cor,
estava amarela,
doara a folha do livro uma cor em forma de flor
amarela e o livro doara a flor
a forma plana.
Aquela flor marcava
uma página onde
estava impressa
um poema de amor.
Então tomado pela
flor, comecei a refletir
quem pusera aquela flor ali,
o que pensava, quem pusera
a flor ali? Sofria? seria homem ou mulher?
Era uma flor de jasmim,
sim, fora branca, e se tornara
era amarela.
o poema tratava do amor
doce e maravilhoso como o jasmim,
nele havia
diversas palavras jasmim.
Sim aquela flor
se impregnou em minha mente,
roubou minha alma, por aquele instante,
tirou-me a calma.
Sim causou-me angústia
as dúvidas sobre a flor,
naquele livro de folhas desgastadas,
e capa preta.
Estava entre tantos livros.
Quem pusera a flor ali,
quem seria? Seria jovem?
Seria idoso?
Estaria vivo.
Peguei o livro emprestado,
li e reli o poema.
Então devolvi o livro
adormeceu em minha mente
a memória daquela flor.
Na correria da vida,
parei de olhar para as flores
até certo dia
ver um grande pé de jasmim,
a numa grande casa,
era o  maior jasmim
que já vi,
estava florido,
perfumado
de flores brancas.
Tomei uma flor do chão,
despetalei-a.
A casa estava fechada.
Então sempre que
por lá passava roubava uma
flor,
estava sempre fechada,
supunha que teria
sido da li,
a flor seca de jasmim.

Casa

Acordo cedo, está tudo escuro, as luzes da rua tem um brilho ainda muito intenso. Pego o computador e vou para a sala, ligo-o e começo a acessar o mundo, como uma janela que dar  para qualquer lugar. Para isso só preciso digitar o sítio e dar um enter. O sol ainda nem nasceu para o dia, mas eis que eu já. Tudo aqui é silêncio que é quebrado com o dedilhado no teclado. Meu primeiro sitio a ser acessado é o da rádio, assim poderei ler e ouvir as notícias do mundo. Então acesso duas rádios uma brasileira e outra inglesa. E me fico entretido acessando o que aconteceu, acontece e está previsto para acontecer no Brasil e no mundo. As notícias não são nada animadoras, graças a Deus tem as colunas pra entreter.
 Está frio, então me enrolo. Esquenta, desenrolo. Olho através da  janela e vejo a lua como um espelho de reflexo pálido. Então o sol nasce devagar, parece está cansado.
Ana finalmente acorda, tomamos o café, arrumamos as cobertas e finalmente começo a trabalhar, na janela mágica. Faz um frio muito gostoso, nunca visto aqui em Ribeirão Preto.
A impressão que tenho é que o a cor verde do piso torna mais frio o ambiente. Esse quarto pequeno de paredes brancas, com uma cama, uma escrivaninha e uma cadeira e um armário, se não fosse tão organizado não seria tão confortável. Então permaneço sentado em frente ao computador. Em outros tempos seria um louco. Como pode alguém ficar o dia todo em frente a uma máquina? Confesso que muitas vezes fico impaciente. Então olho através da janela. Olho para a organização dos objetos, presto atenção nas coisas, nas formas. Então escrevo algo. Procuro sítios com entrevistas, informações de escritores. Acesso uma rádio espanhola e ouço música erudita. Escrevo e respondo emails. Enquanto isso no mundo lá fora, as aves cantam ou voam pelo céu; as árvores esperam pacientemente pela primavera, a brisa esfria mais o mundo. Melhor assim, merecemos o frio, afinal aqui é sempre tão quente. Volto novamente para o quarto. E então entro no meu mundo subjetivo e penso e viajo em minha mente onde encontro uma ideia que quer ser investigada, volto ao mundo. Digito no sítio google que me dar n informações em milésimos de segundo. Leio, reflito.
E quando estou concentrado sou obrigado a ir ao açouge  comprar carne moída. Vou e volto, comprei uma melancia e ao provar que não é lá essas coisas. Sinto frio o dia todo. Então almoço...
Saímos para ir ao banco, voltamos volto para a janela mágica. Leio, completo os dados de uma tabela...
E chega então a noite...
E mais um dia vivido.

Açucena

Certa tarde, no outono, quando caminhava, à toa, numa estrada vazia, tentando alongar as pernas e um pouco corpo. Fazia muito frio naquela tarde. Era de costume caminhar no fim do dia ali, conhecia tudo que tinha naquele lugar. Mas naquela tarde, em que o sol brilhava intenso, e era um brilho tão vermelho. Então quando subia uma pequena declinação com a vista voltada para o chão. Eis que vi no barranco algo parecido com uma flor desabrochando. Era muito branca, algo parecido com uma mão com dedos fechados que estava pra se abrir. Então, aproximei-me e vi bem de perto era um lindo botão de uma flor muito parecido com açucena. Aquilo era uma açucena. Então, ouvi suave um estalo e como uma espigas de milho sendo desfolhada, vi aquela flor desabrochar, lentamente. Ah, fiquei boquiaberto, e quando ela se abriu e começou a exalar um doce odor. Então a noite já tomava conta de todo o lugar. Todas as formas desapareciam, quando repentimanente ouvi um som forte e rápido, som de asas batendo e eram mesmo asas, pois vi chegar uma grande mariposa escura. A mariposa voava com muita destreza, chegou na flor, desenrolou a probócide e ficou ai tomando o meu. Tudo já estava escuro, mas continuei vendo a bela flor a mariposa. Em poucos instantes só podia sentir o cheiro da flor. Então fui pra casa com aquela imagem das belas e suaves pétalas, do doce cheiro, da grande mariposa. Cheguei em casa ébrio com o cheiro e as imagens daquela flor, do seu desabrochar. Era como se tivesse acordado de um sonho. Seria um sonho? Comecei a me questionar. Tomei um banho. Comi uma graviola doce e me sentei na cadeira de balanço. Aos poucos em frente a minha casa a lua começava a despontar, junto com ela uma brisa soprava. No céu estrelas piscavam numa festa, mas aos poucas a lua ia ofuscando o brilhos das estrelas. Eu via as coisas e nada percebia. Tudo que minha mente pensava era na açucena, no cheiro, na mariposa. 
Então comecei a me indagar, mas naquele barranco nunca vi nenhuma açucena, nunca ninguém plantou nada lá.
De onde veio aquela açucena?

Dia frio

Está tão frio hoje. É muito estranho esse frio aqui em Ribeirão, confesso que é a primeira vez que sinto frio aqui, mas não seria referência, se nem mesmo moro aqui. Venho as vezes, nos fins de semana. No quarto, minhas pernas nuas, sentem um frio. O chão está tão gelado, apesar do sol está brilhando. O céu hoje está cheio de carneirinhos. Nossa como adoro esses dias frios. 

Silêncio da manhã

O silêncio da manhã.

Ainda está escuro, a sombra da noite não partiu.
A lua prateada brilha serena no céu, mas o tempo
é chegado. As horas anunciam a chegada do dia.
Aurora começa a acender suas brasas e logo
chegará o sol.
Todavia neste momento vivo o silêncio.
O meu corpo como o dia desperta
de uma noite de sono, neste momento tudo
é silêncio.
Um silêncio escuro e frio.
Dentro de casa nada se mexe,
nada se ver.
Através da janela o frio atravessa
frouxo trazendo de fora
o silêncio frio.
E minha mente desperta.
e começa a funcionar,
e encontra no silêncio paz.
Vivo  um intenso silêncio.
Ouço o respirar das pessoas
em suas quentes camas.
Além disso tudo é silêncio.
Na cozinha as baratas se recatam
leves. Os ratos voltam para o escuro dos esgotos,
e os morcegos mordem suas
vítimas cautelosamente,
então no silêncio desperta o dia,
mais um dia, que pode ser o último
dia, o melhor dia,
mas o dia faz segredo
e em silêncio desperta a terra.
Gosto de sentir o silêncio da manhã,
de tocar no silêncio da manhã,
pois é frio,  é belo,
é fantástico.
Quando era criança
e nas noites de São João
tinha um ritual de acender a fogueira,
papai se encarregava
de tudo e eu apenas ajudava.
Aquilo era como o nascer do dia
silencioso, o fogo precisava de
atenção para pegar, para acender
então ficávamos calados
até o fogo pegar,
acho as vezes que o fogo também curte
o silêncio para despertar.
Então a noite  como o dia
começavam depois que se fazia
brasa, e chama,
e só através do silêncio despertava
a beleza da noite, do dia.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

A casa de meus avós



Meus avós, pais de minha mãe, tinham duas casas uma na serra e outra no sertão. É da velha casinha do sertão que tenho as minhas primeiras lembranças deles, pois era nela que moravam até então. Aquela casa era pequena, velha, baixa e escura, com por ter poucas janelas. Era uma casa sem conforto, feita sem capricho; construída para abrigar trabalhadores durante o inverno, guardar a safra da chuva e do sol. Mamãe contou-me que meus avós foram morar lá depois que todos seus filhos deles se casaram.  Como meu avó já estava ficando cansado e não podia mais trabalhar tanto como fazia quando era jovem, resolveram que seria melhor morar naquele lugar que se chamava Vertente, pois tinha ali terras mais planas e mais próxima de casa para cultivar. Exigindo menor esforço no trabalho. Assim foram morar nas naquela propriedade, naquela casa.
Eles viviam do trabalho, criavam gado, porcos, galinhas e perus. Meu avó cuidava da lida da roça, cultivava feijão, arroz, milho e algodão. Enquanto minha avó cuidava dos afazeres caseiros. O passa tempo  naquele lugar era trabalhar. Ali, trabalhava-se de inverno a verão. No inverno cultivava-se feijão, arroz e milho, melancia e melão, e no verão se cultivava algodão e preparava as terras para plantar no inverno. Já o trato com o gado se estendia por todo o ano.
Naquele tempo as Vertentes era muito povoada. Até tinha uma escola funcionando. Tinham várias famílias que conviviam em paz.
Meu avó era uma pessoa muito, como diz lá no sertão, gaiata, brinachona, feliz. Gritava naquele sertão velho.
-Olha a erva rasteira.
E dava uma bela gaitada.
Já minha avó era séria e recatada. Não tenho muitas recordações de quando eles moravam lá.
Minha irmã do meio, mais velha que eu um ano, morava com eles. Meu avó a chamava carinhosamente de Lera.
Todavia o tempo foi passando e chegou o dia que meu avó não podia mais trabalhar. Então tomaram o caminho de volta para a serra, onde ficariam mais perto dos filhos, e da cidade no caso de doença.
Então, eles partiram de lá, na mesma época que as pessoas começavam a ir embora dali,  em busca de melhores condições de vida.
Aquela vida pacata já não bastava para as pessoas que ali viviam.
A velha casa do sertão logo foi ocupada por um tio que viveu nela por muito tempo, ele recebeu de herança aquela velha casa com uma pequena quadra de terra, mas ele trocou aquela propriedade pela propriedade de  meu irmão que fica na serra. Então mais uma vez a casa foi abandonada. Hoje a velha casa das Vertentes está abandonada.
Na última vez que fui a casa de meus pais resolvi ir visitar e rever a velha casa.
Fiquei muito triste de ver aquela casa que tanto pulsou, foi tão cheia de fartura, de gente e agora se encontra vazia com as portas fechadas e por vezes com algumas partes ruindo. Foi de cortar coração. Como deixar a velha casa desmoronar?
O que se pode fazer. Conservá-la de pé seria muito bom, mas falta capital. Então como corpo decadente a casa morre a cada dia. Chegará o dia que não mais existirá.
A casa também envelhecera e agora aos poucos como toda matéria desfaz-se as estruturas.
Minhas memórias daquela casa são muito vagas, eis que todos aqueles que tinham diversas memórias de lá, dormem eternamente.






Pessoas se encantam

As pessoas ficam velhas e se encantam.

Outro dia, quando visitava uma área de cultivo de plantas aromáticas no núcleo da Unicamp, durante a tarde, enquanto caminhava através das hortas. Chamou-me a atenção uma grande casa rosa com um grande pé de jatobá em sua frente. Então parei para observar, pois gosto de ver o estilo como eram construídas as casas antigas. Eis que vi ali, bem na frente da casa, sentado um senhor idoso. Quem seria? O que fazia? Não sei, mas aquela cena. Um senhor sentado com a cabeça baixa ou seria sinal de cansaço ou de pesar na alma. Nem imaginei sobre isso. Só imaginei quantos anos haveria de ter? Que teria feito durante a juventude? A tarde estava quente, mesmo assim estava sentado diante do sol. Eis que o seu tempo estava gasto. Só lhes restava descansar, seu corpo consumido pelo tempo, aguardava o descanso. Esperando se encantar

Oculto

A manhã vem vindo. O sol logo despontará no nascente, mas ainda está escuro. O que me aguarda este dia?
Nada me conta. A manhã chega silenciosa e fria. Estou preparado para viajar, mas o desenrolar do dia é quem vai dizer o que vai acontecer comigo. A cada instante que se desvenda o mistério da vida é algo totalmente desconhecido. Se tudo sair como penso vou viajar, ver o mundo claro, mas eis que a tudo e a todos é oculto o que vai acontecer.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Viva e deixe eu viver

"Viva e deixe eu viver" foi uma frase que sempre vi escrita na parede da casa de João de Licor, um vizinho nosso lá de serrinha. Essa era a frase emblemática daquele senhor. Sua mulher era evangélica e ele se dizia também ser evangélica, participava dos cultos que havia em sua casa. É realmente uma frase muito forte. Ele era uma pessoa muito prestativa. Só tinha um problema. Não tinha piedade de gatos, quantas vezes não matou gatinhos novos. Nesse ponto de vista cria como Descartes que os animais eram autômatos. Mas como assim, "Viva e deixe eu viver". Quanta demagogia, por acaso os gatos não mereciam viver? 

Aprender a conversar

Vivi toda minha infância numa casa simples no sítio, que ficava numa comunidade muito pequena, pertencente a uma cidade também pequena. Nos primeiros anos de minha vida, não tínhamos eletricidade em nossa comunidade. Então as noites eram escuras, clareadas por luz de lamparina, lâmpada a gás e pela lua quando estava cheia. Não tínhamos televisão, mas tínhamos um rádio alimentado por carregos, onde tínhamos notícias do mundo, das cidades vizinhas. Acho que ninguém ouvia o programa a voz do Brasil ali. Vivíamos quase em total isolamento. O fato é que para passar o tempo, tínhamos que fazer alguma coisa. Senão a vida ali não passaria. Então, saíamos para o mato pra caçar pássaros, maribundo e preá. Não tinha muita coisa pra fazer. Realmente era um tédio. Eu era um garoto tímido. Lá em casa, só podíamos ouvir a conversa, não tinha nada que se intrometer em conversa de gente grande. E eu cresci neste ritmo, só ouvindo as conversas. Sem nunca reportar uma conversa. Mamãe era assim, se chegasse com conversa das casas dos outros apanhava. Já imaginou, não poder reportar, conversar nada. Então cresci só ouvindo as pessoas conversar. Acho isso muito engraçado porque imagina quando vou para casa, eu converso bastante com meu pai, mas se tem alguém de fora, meu pai e eu, fico calado, não sei o que falar. Veja só que engraçado. O mesmo acontece comigo quando estou com meu irmão mais velho. Eu descobri que não aprendi a conversar, a expor o que penso e isso me fez uma pessoa calada. Quando fui para Natal não sabia conversar, mas não tinha ninguém pra conversar por mim, aprendi a falar o que viesse a mente. Que louco, eu aprendi a falar muita besteira, a não levar as coisas a sério. O que foi muito ruim para mim, pois com o tempo percebi minha dificuldade para me comunicar. Eu tive que me inventar, não foi fácil me relacionar com as pessoas. Só o tempo foi me ensinando. Bem uma vez um um vizinho e amigo nosso falou que quem fala menos erra menos, acho que ele tem razão, mas é tão difícil ficar calado quando se acha que tem algo para fazer, mas na verdade não se tem nada para falar. E foi como um cego que quer conhecer o mundo, que sai tateando, ouvindo e sentindo o mundo para conseguir  compreender o mundo. Assim estou fazendo com a linguagem. Primeiro já sei ouvir e agora estou aprendendo como conduzir uma conversa. Percebo que é preciso muita calma, paciência e reflexão para conduzir uma boa conversa.

Lua, luna, lune, moon, Mond...

Que generosa a lua em maio,
quanta beleza a cada noite.
Hoje, nasceu tão cheia,
estava tão prateada.
Fazia tanto frio,
mesmo assim a lua nasceu,
Nua.
Vinha na rua,
parei para ver ela, a lua,
parei para contempla-la.
É porque a lua. A lua meus queridos,
é uma chave inestimável.
E mais para mim que nasceu no campo.
É uma chave inestimável
que abre as portas de minha memória.
Sabe, não sei por que, mas quando era pequeno
eu acreditava que a lua nos seguia,
achava que ela era tão companheira como um cão,
pois para onde agente ia, ela nos seguia.
iluminando nossos passos do escuro da noite.
É lembro que a luz da lua brincávamos de cai no poço,
uma brincadeira de adolescente do interior, bem interiorano.
Brincadeira que permitia dar uma volta no terreiro e um beijo.
A lua era muito romântica e indiscreta, pois sempre vigiava para
ver se não fazíamos nada além de um beijo e uma volta.
Sob a luz da lua brincávamos de tantas coisas.
A cresci sempre junto da lua,
ela me é tão familiar quanto qualquer coisa.
Afinal é a lua plena.
Moon, luna, lua, lune, Mond...
Simplesmente lua maravilhosa, mãe, protetora da noite.

Riacho

A água do riacho corre para baixo
faz curvas, cai nos poços e segue
sempre em direção ao lugar mais baixo,
as vezes o riacho se cansa e as águas
nem chegam a chegar,
simplesmente evaporam,
mas a intenção é correr
sempre para baixo der
onde for dar, segue o riacho,
água abaixo.

Quarto

No quarto escuro dos fundos da casa havia uma janela. Que não dava para ver nada, pois bem a frente desta havia um muro. Na janela havia uma grade para evitar a entrada de ladrões. Daquela janela que dava para ver o mar, o sol nascer, pescadores passarem com os sextos de carregar peixe dias cheios, dias vazios. Já não pode mais ver o mar. Bem naquele quarto havia uma senhora que morava ali desde a infância. A janela era elegante feita de madeira de lei e vidros trazidos da França. E todas as manhãs assim que o sol nascia no mar a senhora abria a janela e então a brisa do mar ocupava aquele átrio. O cheiro do mar trazido pela brisa da manhã fazia aquele lugar pulsar e expulsar o bafo do átrio de toda a noite. Então a senhora sentava numa cadeira de balanço com uma xícara de cheiroso café e ficava mirando as ondas chegarem do alto mar. Mas certo dia a senhora não acordou, a janela não abriu, não se sabe o que aconteceu. Só sabe-se que no fim daquele dia, uma caixa grande saiu daquela casa e seguida de muitas pessoas. Desde então o quarto nunca mais foi aberto as manhãs. Construiu-se um grande muro e pôs-se uma grade na janela. O quarto então permaneceu escuro, durante as manhãs o sol enviava sua luz iluminar aquele lugar, o vento não mais ali entrou, nem o mar pode mais mirar o a senhora que ali morava. 

Castelhano

Subi as escadas, a luz atravessava a janela intensamente, então contornei e caminhei em direção ao laboratório de anatomia, repentinamente uma linda menina vinha saindo do laboratório de citotaxonomia. Era uma ninha, filha de dois professores da universidade de Cordoba. Não me segurei, não podia deixar de fazer uma piada. Então mirei a menininha, e os pais e soltei uma frase.
 - Essa menina é muito inteligente.
 E continuei. - Deste tamanho e já sabe falar espanhol.
Felipe meu amigo que estava com eles, complementou.
- E desde pequena.
Então todos riram muito.
Creio que a menina não entendeu nada, pois seguiu com um olhar de anjo indiferente a toda situação.
Talvez tenha pensado que fosse um palhaço ou não pensou nada, pois talvez nunca tenha vivido tal situação.
Então eu sai rindo por dentro. Os pais dela e todos que os seguiam riram também.
Voltei ao trabalho, após um bom tereré e uma piada.
Fui ao trabalho rindo por dentro.
Que doce momento.

Maio

Não sei por que, mas sempre ouvi as pessoas falarem que maio é o mês das mães. Talvez, porque tenha um dia que se comemora o dia das mães, mas seria esse o motivo? Bem, pelo que sei, lá de onde eu vim. Maio é o mês das floradas. E na minha cidade natal, durante todo o mês celebra-se novenas, onde as pessoas se reúnem na igreja, para celebrar a bomdade e a existência de Maria, mãe de Jesus. É uma coisa linda. Na celebração lê-se o evangelho, faz-se oferendas a Maria, a igreja é enfeitada, cantam uma canção chamada ladainha.  É muito bom pois todas as pessoas se reúnem e no final solta-se fogos para a Santa. Bem, conheci, quando aqui em São Paulo cheguei, umas flores chamadas flores de maio, nome que faz jus, pois essas plantas ficam floridas apenas neste mês. Suas flores são lindas com tons variando de branco, rosa e vermelhas. Geralmente é um mês frio em que nos sentimos só e é na figura da mais que achamos aconchego. Nos aproximamos mais de nossas mães.

Manhã fria

Que manhã fria!
E o sol brilha tão intenso.
Que lindo o gramado verde nas nossas praças.
As espatódeas com suas flores vermelhas,
as quaresmeiras com suas flores roxas
e as palmeiras com suas folhas a acenar
para o vento.
O catavento do Aulos gira feliz.
Os carros enchem as avenidas de movimento.
Pessoas caminham agasalhadas,
nessa manhã fria de outono,
as pessoas não param.
Só a natureza se contempla,
por está tão fria, tão colorida,
tão gostosa.
Essa manhã fria.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Esperar

Esperar.

Por que não paramos de esperar?
Esperamos crescer, passar no vestibular, terminar a faculdade, arrumar um emprego.
Esperamos na fila pra comprar pão, pra tomar uma condução.
Esperamos chover pra tomar chocolate quente.
Esperamos que faça sol para irmos a praia.
Esperamos que surja dinheiro no fim do mês pra comprar aquele celular, tênis ou sei lá ir ao cinema.
Esperamos ficar bom quando estamos doentes.
Esperamos na fila, sentados, de pé, deitado.
Por que estamos sempre esperando?
Cresci, passei no vestibular, terminei a faculdade e ainda espero o emprego. E dai isso me fez feliz, sim, mas não do jeito que esperava.
Espero todos os dias nas filas do RU, do caixa, do ônibus, pela carona, mas por que não aprendi a ser paciente ainda?
Quando menos espero a chuva aparece, então tenho que esperar a chuva parar.
Espero ir a praia caminhar sobre o horizonte.
Espero acabar com esse desejo de querer ter um celular e tudo que acho que me faça feliz.
A felicidade é um estado de espírito e esperar não vai me trazer felicidade.
Viva o agora, se estiver numa fila conte quantos tem a sua frente, observe suas roupas, o que falam 
e seja paciente, pois esperar cansa e envelhece.
Seja feliz.

Lua

Plena nasceu a lua, nem esperou a noite chegar, nem esperou as seis horas,
nasceu cheia, linda no horizonte. Calma foi seguindo para o meio do céu.
Foi seguindo sobre a rua, sobre as praças, as cidades,
lua democrática esbanja sua beleza por toda a terra,
lua sedutora lua, como tornas a noite mais bela,
como me faz para todo mundo te olhar, te admirar,
sendo tão simples? Quem sabe, o tempo talvez,
ou o vento, ou sei lá as rochas, o mar...
Não sei, e sei que és plena lua...

Bom dia

Quando o dia nasce a luz invade meu quarto e me acorda. Quando desperto, minha mente está tão leve e descansada que me sinto pleno e feliz. Então levanto e começo o meu dia. Primeiro provo de sabor de alguma
fruta ou comida de massa. Depois tomo um banho para lavar o corpo da noite se sono é como se renovasse, rejuvenescesse. São todas coisas tão simples, tão bestas podes até pensar, mas são essenciais para ter um bom dia. Quando cuidamos de nosso corpo, ele agradece e responde nos dando calma, paciência e felicidade. Está tudo dentro da tua mente, para mim funciona assim, todavia, cada pessoa tem uma maneira de construir o próprio dia. Descubra o seu.

domingo, 15 de maio de 2011

Família

Gosto de está em família, mesmo que não fale nada, mas gosto sentir que estão ao meu lado, saber que estão bem. Gosto de comer a comida fresca, rodeado de meus sobrinhos reclamando que não querem comer,
gosto de ouvir minhas irmã forçando a barra para eles comerem. Gosto de ficar só no quarto ouvindo-os falar na sala. Gosto de minha família porque sou parte dela sou um tijolo. Pois sei que ali, mesmo que na desordem sou amado. Porque sei que ali sou unidade, amor e paz.

Domingo

Hoje, domingo de maio, a manhã nasceu tão bela, mesmo nublada. Fazia um frio gostoso e eu ali debaixo do cobertor bem aconchegado. Acordei cheio de preguiça e fiquei pensando na vida, então abri os olhos e olhei atentamente para os objetos do quarto ainda quase escuro. Então abri a janela, peguei meus livros, escolhi o de Bandeira. Comecei então a viajar em suas poesias. Inspirei sua poesia dele e comecei a viajar em suas ideias, a voltar no tempo, em suas memórias. Em seguida fui a padaria, comprei pães frescos com frios e quando voltei deliciei de um maravilhoso café. Fui a casa de meu irmão e passei o resto da manhã dando atenção a meu sobrinho. Lemos um livro sobre o coelho Felício em seguida vimos ao filme Chuva de amburger. Tive um dia tão suave quanto a manhã que passou.

sábado, 14 de maio de 2011

Sentimentos

Muitas vezes me sinto alegre como uma ave a cantar,
as vezes fico calado e fechado como uma tartarura,
as vezes me perco em meus pensamentos.
Na maior parte das vezes me sinto só, somos
seres solitários é a nossa cina.
Amamos a saudades porque nos apegamos as coisas,
as pessoas, aos sentimentos e as memórias,
mas que podemos fazers se faz parte de nós esses
sentimentos, se constituem nossa essência,
Não sabemos o que sentimos até que pensamos
no que sentimos. Então porque não esquecer
esses sentimentos?
Ora se não podemos ver, nem tocar, por que mesmo assim
cremos. Sabemos que estes sentimentos
não exitem além de nós.
Por isso se vejo o quarto ou a casa vazia,
se percebo que estou só, me sinto triste,
mas não creio que seja de um todo ruim.
Ora, acredito que é um momento para a reflexão.
Posso pensar por exemplo, quem eu sou?
Qual o meu propósito?
Já tentei explicar tantas vezes essas ideias,
mas elas sempre necessitam de um complemento,
por que não se pode definir.
Só podemos sentir
e como o sentimento é subjetivo,
cada pessoa constroi sua definição.
Crendo nisso sigamos então nossas vidas.

São Paulo

Há algo na cidade de São Paulo que me encanta. Não sei bem o que é, mas sei que me sinto muito bem quando estou aqui, ainda mais se está nos meses frios entre maio e agosto. Pode ser a rádio fm cultura que toca música clássica no rádio de meu celular, ou as ruas curtas, ou ainda o caos. Realmente não sei. Mais sabe quando voce se sente feliz por esta ali naquele lugar, mesmo que o céu seja poluido ou que as fachadas dos prédios estejam pichados, mesmo assim me sinto muito bem. Eu aprendi a gostar daqui, de fato quando aqui cheguei pouco gostei, mas depois fui aprendendo os modos, os costumes, fui pegando o traquejo e fui ficando e acabei seduzido. Talvez porque tenha muita gente, gosto de massa de povo. Só sei que me sinto feliz quando tudo vai bem e quando venho aqui a São Paulo.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Noite

Quando o sol se põe no horizonte
e a noite cai devagar, As luzes
frias das ruas tentam imitar o sol,
mas ai, a noite é bem maior,
A noite sabe como ocupar
todo o mundo com o escuro.
Então, sinto o frio
cair junto e percebo
a natureza mestra
tudo calar.
Cala as aves e os animais.
Toda a natureza
se recolhe. Sinto o meu corpo
se recolher também escurece
e como a noite vazia
preenche todo espaço
vaio com o escuro e o silêncio,
silencio e calo em mim,
como a noite,
calada.

Meu mundo

Meu mundo.

Quantas vezes não me perco no mundo.
Fico observando as coisas, os seres, os movimentos tudo que me espanta.
Acabo me perdendo no universo que me rodeia,
perdido como formiga do cordão,
como ave do bando.
Eu me perco tentando encontrar um mundo só meu
onde possa me comunicar com qualquer coisa.
Acredita que estou ficando esperto ou leso.
Sei lá, mas de uns tempos para cá,
dei para me perder no mundo
a ver tudo tão grande.
Será?

Universo

Quando sinto a brisa na minha pele,

Sopra suave pela janela,

Eu lembro da brisa do poente.

Lá onde eu morava, sempre que a brisa

Soprava do poente era certeza

Que a tarde choveria.

E as vezes quando estava sentado

Passando o tempo no terreiro

Da cozinha e sentia a brisa,

Já sabia que a tarde, podia tardar,

Mas sempre chovia.

Percebia sempre que era de manhã,

Sempre que era inverno,

Então quando sinto

A brisa soprar através da janela

Minha memória

Como uma flor desabrocha

E revive o momento,

Neste instante sou pleno

E feliz.

Céu

O céu da manhã está tão azul.

Cirros brancos tornam o azul mais claro.

Suave e leve uma borboleta passou voando,

Vinha de algum lugar,

Nem posso imaginar de onde,

Sei que passou leve voando e planando,

Como golfinho nadando saltando e mergulhando

No fundo do oceano, a bela borboleta,

Mergulhava e saltava pra fora da terra,

Mergulhava no céu pleno azul,

Um voo horas errante,

Não sei que sentido seguia,

Talvez nada seguisse,

Voava sem compromisso,

Voava por voar, talvez para

Exercitar suas asas,

Ou estava a espreitar alguma flor.

Aproveitava o céu azul

E cheio de cirros.

Aproveitava sua breve jornada,

A linda borboleta.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Doçura

Nem todas as pessoas tiveram a oportunidade de colher uma fruta do pé e degustá-la ali mesmo. Há pessoas que não conhecem o doce das frutas, tão pouco desfrutaram de um pomar. Quando amanhecia o dia, cedinho, acordava e corria para a goiabeira e alí mesmo comia várias goiabas. Comia primeiro as cascas e deixava para comer as sementes depois por serem mais doce. E assim era com os cajús, com as seriguelas, cajaranas, pinhas. Gostava de sentir o doce da fruta fria pela noite, se desmanchar em minha boca e agradar meu paladar. Era muito gostoso sentir o cheiro das goiabas maduras, esmagar as goiabas do chão e ver as larvas nadarem sobre o mel. Era gostoso sentir o mel do caju escorrer braço e abaixo e logo se transformar em nódoa. Era gostoso, os banhos que mamãe me dava antes de almoçar, esfregava com força pra tirar a nódoa dos braços e da barriga.
Como gostava de está no sítio, em casa, correr pra lá e pra cá com os cachorros; por milho para as galinhas esganiçadas; correr montado no lombo do jegue, ou nos cavalos feito de folhas de coqueiro, com cabrestos de cordão.
Era muito bom poder imaginar poder tudo, e ali eu podia, meu pai não era de brigar.
Mexia na sua caixa de ferramenta, andava de bicicleta.
Derrubava cocos, tomava água e depois mascava o miolo, chupava o sumo e cuspia o bagaço pras galinhas, pro cachorro.
Tudo ali era possível, correr de lá pra cá, cheirar as flores, tocar nas malicas e ver elas se fecharem.
Ver cobras e aranhas. Caçar prear com dogue, ou por acaso ao ir buscar o gado matar um teiu, ou ainda ver o nosso dogue acuá, timbu, ou raposa.
E depois de tudo isso, de tantos sabores, tantas coisas ricas e dormir com a certeza de acordar e fazer tudo de novo e novamente, sem tempo ou porteira pra nada.
Como era bom poder acordar e ir correndo a goiabeira, ou aos cajueiros,
ou melancieiras ou mamoeiros...
Que infância mais rica, não sei se poderei ao meu filho dar.
Se poderia dar a ele o prazer de tirar da planta e comer o doce fruto,
direto da terra, Deus é que sabe onde vamos parar.
Gosto do canto do sabiar, do fruto doce no pé.


Coçadinha

Um casal de rolinhas pousou num galho da malva do campo. Ambas muito contente e ágeis a limpar suas penas. Nunca vi um casal tão contente, por isso me pareceu tão belo. Sem cerimônia, sem pudor de quem por ali passava, a elas não interessava. Se coçavam sem parar, com seus bicos tão agis quanto agulha na mão da alfaiate. Sacudiam suas assas, todas as penas do corpo numa pomponice maluca. Numa habilidade e numa agilidade incrível tão logo se acharam saciadas das coçadas, abriram asas e voara, sei lá pra onde.

Bob Marley

Mais que nunca me sinto vivo. As músicas são verdadeiras chaves que conseguem abrir as nossas memórias. Hoje faz 30 anos que morreu o rei do reggue Bob Marley. Ao ouvir a primeira música que tocou no documentário, meu corpo arrepiou todo. Doces memórias vieram a minha mente. Memórias da época de graduação, das praias de Natal, dos meus amigos. Então respirei fundo. Lembrei do meu grande amigo Robério e Edilson, companheiros de festas e conversas. Então senti o cheiro das praias, o ritmo das músicas de Bob estão incrustadas nos giros de meu cérebro, em minha tempo. E ao ouvir uma música, pude ver a minha trajetória de vida que anda oculta. Quem sou em senão esse humilde potiguar que respira e vive a vida, mas sente saudades das pessoas de seu estado, de seu sotaques, de suas expressões e de seus amigos. Amém, Bob, amigos, minha terra natal.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Silêncio da seca

Quando o riacho do sertão míngua suas águas, as plantas ou morrem de sede ou adormecem e as aves migram dando adeus a mais uma estação de chuva. Eis o que sobra nos campos, nas serras, nos baíxios é o silêncio.
As paisagens ganham a um tom de cinza e se encantam. Toda a natureza repousa. Tudo ali cala.
Resta apenas o silêncio.

Para suportar algo é necessário o silêncio. Tem que fazer silêncio para suportar a falta de água, a excessiva luminosidade e o intenso calor.

Nada ali tem vigor, nada trabalha tudo está encantado no silêncio.

Vez por outra sopra o vento um ar quente feito boca de fornalha, mas logo a natureza o cala.

Os animais também silenciam e se encantam.

Nos campos vazios pedras soltas pelo chão e garranchos enfeitam os ambientes.

Os grandes serrotes de granitos ficam nus, muitas vezes ecoam o som do vento nos garranhos das árvores. muitas vezes nestes serrotes pode-se ver cardeiros candelabriformes e macambira são o que resta de tom verde, ambos armados da base ao ápice com afiados espinhos.

Pode-se ver ali ainda cipós de mucunã e pinhãos e umburanas perdendo suas finas cascas.

Tudo ali é silêncio nada fala, nada ecoa até que caia a chuva e a molesta da seca parta.

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh