quarta-feira, 30 de julho de 2014

Em busca do amanhã

Aqui,
Ali,
Acolá.
Onde minha mente está?
Muitas vezes distante,
Muito distante do meu corpo,
Fico a matutar.
Minha alma, minha calma...
Minhas memórias vivas,
Que surgem a cada olhar,
A cada tocar,
A cada impressão que tenho.
E reflito sobre tudo,
Inclusive sobre nada.
Vejo a vida desfiar,
Por um fio,
Cada coisa a se desfazer
E a reconstruir.
Ah!
O poder das fotografias, espelhos com memória
De nos fazer refletir,
A doçura dos aromas,
Viver é quase sempre reviver.
Nunca estaremos plenos.
Pessoa nos ensinava a voltamos
Aos sentidos... Sinta o mundo e viva o presente...
Mas ecoa em minha mente,
Instantes de saudosismo.
E vamos buscando o melhor
Que sempre nos promete o amanhã.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Matutar

Um chá quente
Para esquentar a brisa fria.
O sofá no escuro,
Para o corpo descansar,
E pensar, matutar...

Cães a ladrar,
Os vigias a apitar.
O barulho dos carros.

Penso tanta coisa,
Quem sabe meus pensamentos,
Não marcarão um pessoa.

Sabe lá.

O rio

O rio que como o mar
tem maré, oras esta cheio
e oras esta vazio,
como entender esse rio,
se enche para secar
ou seca para encher?
Vá entender o rio
que todo tempo é frio.

Errante

Sinto um doce aroma quando passo perto de um pequeno arboredo,
aroma de ar puro matinal.
gosto de ver a grama orvalhada.
manhã ensolarada,
flores brancas e roxas,
canto do sabiá,
vivo aqui, ali aculá.

Noite

Quando a noite caiu, fez-se o escuro e o silêncio.
O feito breu não mostrou as estrelas.
Dentro da casa escura e fria,
meus olhos embutidos em saudades
e silêncio calaram a qualquer movimento,
Senti o peito bater, o braço pulsar,
senti a noite fria me abraçar,
a noite como estava vazia,
tão vazia de tudo
que apagou qualquer coisa visível,
apagou minhas ideias,
me senti feito pintura
imóvel eterno.
Toda a natureza recatada...
toda a noite calada.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Passagem

Segue o tempo,
Segue o vento,
Segue a noite,
Seguem os dias.
Cremos na nossa permanência eterna na terra.
Só cremos,
Porque nada temos,
Nada é nosso,
Tudo é emprestado.
O nosso corpo,
A nossa família,
O nosso nome,
A nossa profissão,
Nossos dias.
E tem dias que nos falta coragem,
E assim nascemos,
E assim vivemos,
E assim cremos
E passamos por nossa vida.

Vidas numa vida

A manhã está pálida e calma,
Canta contente o rouxinol,
A chuva choveu brevemente,
Nessa paz vem a  minha mente,
Cenários de inverno de minha infância,
Das manhãs alegres pós chuva,
Do calor perfumado de nossas cobertas
De malha de rede.
O vento ventando no telhado,
A voz agitada de mamãe,
O badalo paciente do chocalhos do gado.
E a cada manhã,
Posso perceber e reviver as vidas em minha vida.

domingo, 27 de julho de 2014

Praia

O sol,
O céu azul,
O mar,
Ondas se espalham na areia.
A brisa fresca,
Grupos de pessoas,
Comida,
Coqueiros
Praia.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Humanidade

E na hora profunda da noite,
Na hora última,
Aceite senhor,
Aceite senhor,
A minha calma,
A minha alma.
Quando já não resta vida,
Tende piedade de nós,
Que a humanidade é tamanha,
Que quase não há humanidade.

Rogado senhor

Meu Deus,
Meu Deus,
Cadê a minha fé?
Aquela fé que me destes agora me tirastes?
As minhas esperanças,
Os meus sonhos...
Tanta coisa que parece me faltar,
Talvez seja sua ausência
Gritando em meu ser.

Ser triste

A noite e a solidão se misturam,
Se confundem e se fundem.
Noite sem lua,
Sem ninguém na rua,
Noite de sexta-feira,
Ah, a vida se passa,
A noite se passa.
Eu estou perdido em minha solidão,
Estou perdido em meu ser.
Está tudo tão vazio...
E porque me entrego
Ao meu fim...
Ser triste é ruim.

Chuva

A chuva chovendo,
Canta, dança,
Escorre,
Escoa,
A chuva chovendo
Molha, lava e umedece.
A chuva chove numa vitalidade.
Chove de manhã,
Chove a tarde,
Chove a noite,
Chove e para
E a vida segue.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Balé da vida

O que eu consigo ver
E tudo aquilo que consigo descrever,
Tudo aquilo que serve para expressar-me,
Eis o universo que preciso dominar.
Não necessito me expressar para viver,
Basta apenas viver.
Basta apenas consumir,
Ler, ouvir, sorrir...
É preciso muito pouco para viver.
É preciso paz e saúde e sabedoria
Para suportar a vida,
Para levar no peito alguma alegria.

Ah, as curvas elípticas de uma flor,
Sua simetria, textura, odor e cor.

A textura da areia, a cor da areia...

As propriedades da água,

A distância das estrelas...

Tudo me encanta,
Tudo evidencia minha humanidade finita,
E infinita em minhas sementes,
Esse tecido humano que se faz e desfaz,
Que se eterniza na fusão de esperma e óvulo,
geração após geração,
Geração após geração,
Nascem e morrem os grandes gênios...
E de onde surgiram os gênios
Senão de um pequeno útero frágil e feminino,
Ocultos no escuro da noite,
Oculto no pudor humano.

E a criatura ganha forma,
Ganha vida,
E esta o consome
E se renova,
Ah aqueles que se eternizam,
Mas no final todos não somos mais que estrume
Que matéria pustulenta,
Que desagrega em menos de um dia..
Vanita, de que serve.
Vitae sedes hoje,
Quem sabe amanhã.

Um louco confabulando

A vida
A vida deve ser vivida,
A vida deve ser bebida,
A vida deve ser respirada,
A vida deve ser experimentada,
Pois a vida um dia será acabada.
Nem sempre estamos em estado de graça,
Temos dias bons e dias ruins,
Dias alegres e dias tristes,
Temos todos os nossos dias.
Precisamos fazer a vida valer a pena,
Pois a vida é muito curta pra ser uma vida pequena.
Tem gente que aprende a gostar das coisas,
Mas tem gente que gosta de graça.
Será uma graça do Criador?
Criador, cria...
Criatura.
Será uma graça saber criar?
Talvez não ou talvez sim.
É importante aprender a viver todos os momentos da vida desde cedo.
É importante aprender com os outros
E cedo tomar as rédeas da própria vida,
Pois a vida passa,
Pois a vida é breve,
É preciso aprender a ser leve.
E viver e amar, e respirar,
Até o fim.

Um piano ao cair da tarde

As vezes uma infecçãozinha não é de todo mal.
A quanto tempo não tomava sopa ouvindo música de piano.
Cada lugar por onde passei aprendi diversos hábitos.
Em Brasilia, comia sopa ouvindo um piano ao cair da tarde,
Com a linda voz de Lúcia.
Cá estou em João Pessoa quente que só,
Onde tomar sopa não é tão agradável,
Nem consigo ouvir o programa pela net.
Ao menos tem o youtube.
Como é doce o som do Piano.

Julho

Julho,
2014,
Chove,
Faz sol,
As aroeiras da praia
Tem seus ramos balançados pelo vento
Que vem de longe,
Que delícia de dia frouxo,
Que beleza e quanta alegria
Que há no mundo,
Aos tudo vai melhorando,
E o dia vai passando.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O melhor

O corpo em febre,
O mundo sem cor,
O mundo sem sabor,
O corpo enfermo,
Tudo tão ermo,
O que é bom?
Nada.
Saúde é muito importante,
O amor é uma invenção,
Depois da saúde,
O calor do corpo,
Calor da noite,
Impaciência,
Demência.
Esperamos sempre,
O melhor que está sempre por vir.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Dor

A noite,
A garganta infeccionada,
O inoportuno da infeção,
Dor, dor, dor.
E o corpo quer dormir,
Descansar...
E assim se segue
A noite calada, longa,
Tudo se passa,
Bem devagar.

domingo, 20 de julho de 2014

Felicidade

A noite,
Minha simples existência.
Uma música,
Balões de memórias,
Sensações desencadeadas neste momento,
Lembrei das manhãs úmidas
De Barão Geraldo,
Da Unicamp,
Boas sensações,
Em que a vida era tão fresca e intensa.
Quatro anos que se passaram
Muito rápido em minha vida
E que deixaram profundas marcas de felicidade.

Estrada

Não sei o que me aconteceu,
Mas sei que um dia quis der diferente,
Quis viver algo diferente do mundo que me cercava naquele pequeno distrito.
Vivia numa casa limpa e aconchegante, seguro sob os cuidados de  meus pais.
Ali tínhamos duas estações inverno e verão (seca).
Os dias em casa estação pareciam semelhantes. Pareciam, mas não eram.
Com pouca comunicação, pouca gente.
Restava-me o ócio.
Nossa casa pequena e baixa rodeada por fruteiras.
Cajueiros, cerigueleiras, pinheiras e palmatoreas.
Tínhamos galinhas, porcos, vacas e um burro para conduzir a água que usávamos no cotidiano,
Principalmente durante o verão.
Não sei, mas naquela monotonia, ouvia dizer que quem estudava se dava bem na vida.
Então me apeguei a essa ideologia.
Comecei a ler por autoestimulo.
Lia tudo que caia em minhas mãos. Não gostava de textos longos nem de textos que tivessem apenas letras.
Gostava mesmo eram dos livros didáticos que tinha figuras,
Pois as figuras dão asas a nossa imaginação.
E como quem vai construindo algo sem saber o que fui construindo o meu saber.
Lia, lia e lia, só lia.
Eu construí um castelo ao meu redor.
Acho que passei a maior parte do tempo vivendo no mundo das ideias.
Acertando e errando, aprendendo com os erros.
E quando olho do alto de meus anos, vejo um grande abismo.
Sinto que conquistei o que desejava,
Mas quer saber ainda vivo no ócio, tenho angústias, medos e todos os sentimentos humanos.
E se me perguntarem aprendeu a viver.
Responderei que viver é algo mecânico,
Todavia cada dia é um dia, cada momento é um momento
E a vida vai nos surpreendendo a sua maneira,
De forma maravilhosa, mas de forma triste também.
E assim vamos vivendo nossos dias,
E assim vamos completando a nossa vida.
Não sei se construí muita coisa,
Ao menos tive ideologia.

sábado, 19 de julho de 2014

Desapercebidamente

A tardinha,
A rua vazia,
A luz que se esvai,
A brisa fresca,
O corpo cansado,
O jazz,
A solidão,
O sofá da sala,
Pipocas,
A mente que se esvazia,
A tarde que se esvazia,
A noite que se entrega
A terra,
Somos o que pensamos,
Somos o que vemos,
E o que construímos,
E organizamos nossos mundos,
E a tarde passa,
E a vida passa,
Desapercebidamente.

Adeus a Rubem Alves


A tarde vai caindo,
A tarde vai se despedindo,
Lentamente, lentamente...
O sol desaparece no poente,
E com ele a luz,
A noite vem chegando vem devagar,
Essa tarde agradável de brisa fresca.
Hoje, a tarde parte, o dia parte,
E com o dia parte o último suspiro
De quem tanto amou e respirou,
Rubem Alves.
Eis que hoje foi último dia
Que alumiou sua visão,
Último afago solar,
Aquele que se dedicou
A tornar belo o mundo
Através das palavras,
Educador e destro escritor,
Partiu bem devagar,
Da porta do céu aguarda João Ubaldo...
Este dia será o último de um grande homem,
Este ano o último de grandes homens...
E nos temos que darmos continuidade a vida
E ao mundo.
O sol nascerá amanhã,
E depois de amanhã,
Até que tenhamos o último suspiro...
E assim seguirão as gerações!
E teremos a oportunidade de relembrar
Essa que é a nossa era,
A era que viveu o grande Rubem Alves,
Sobe para o céu dando Adeus,
Adeus!

Amor a vida

Podemos até dar um sentido científico,
Classificar a natureza, conhece-la com destreza
Através da ciência,
Mas ainda sim ela é plena e encantadora.
A natureza é perfeita.
Busquemos nela exemplos
De como existirmos com harmonia,
Nela se encontra criador e criatura,
E dela tudo retiramos necessário a nossa existência,
Que sejamos capazes de entende-la, compreende-la,
O tempo passa e a natureza trata de amenizar a nossa dor,
Mas até quando sustenta-se-a?
Precisamos construirmos como seres para o amor,
Amando cada instante de vida ou ao menos tentando.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Paz

O mundo é tão belo quando estamos em paz.
A manhã é mais viva com o canto das aves
E com todo o brilho do sol.
Viver em paz é um estado de graça.
Viver em paz, eis a grande sabedoria humana.
Contemplamos o mundo quando estamos em paz.
Tudo fica mais vivo, mais belo, mais interessante,
Mais agradável.
O canto das aves nos faz tão bem,
A brisa da manhã,
O doce de uma fruta,
O sossego de um lar.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Perfume da manhã

É incrível a manhã,
O canto das aves,
O quebrar da barra,
Doce aurora.
Contemplar o horizonte,
Ver os primeiros raios do sol brilhar,
E quando abrimos a janela,
Fresca a brisa da manhã,
A brisa tem um aroma de novo,
De especial,
As cores e as formas são reveladas,
A criatura é revelada
Pela luz do Criador.
E a construção de um planeta continua,
Manhã universal,
Nasce para os bons e para os maus.
E como cheira a manhã.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Geometria

A noite escura
Que se acende com o brilho da lua.
As rochas sólidas que formam a rua.
Os muros pintados ou abandonados,
As plantas cuidadas,
Árvores podadas.
Ocultos e revelados pela lua.
O oceano que é a noite alumiada.
Salvo minhas memórias,
Nestas horas revivo e renovo minha vida.
Aprendo a viver mais um pouquinho.

Graça

Quando amanhece, antes do sol sair, cai a chuva que lava a rua. Desperto e olho para a rua, olho para o horizonte. Vejo tudo tão distante. Eu vejo o mundo despertando, e me vejo despertando, vejo a chuva vir e a chuva ir. Não sei como interpretar a chuva, não sei como interpretar o desabrochar de uma flor! Apenas contemplo. Sei que por um instante sou só eu e o Criador. Não sei quanto tempo ainda me resta, ainda bem. Assim contemplo a aurora, e acordo para a vida, para mais um dia.

Lua infinita

A lua cheia encheu a vastidão da noite,
Encheu o mar de brilho,
Encheu os campos de formas turvas,
Pintou a areia da praia de branco.
Então veio uma nuvem e a apagou,
E sua água derramou,
E partiu.
E enquanto a água escorria,
E enquanto o espelho da água se formou,
A lua se multiplicou,
Foram milhares de luas,
Luas grandes,
Luas pequenas...
Luas de luz.
A lua é eterna,
E nossas vidas passageiras.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Dimensão

Somos tão pequenos perante o mundo,
Perante o céu e o largo horizonte.
Somos um grão de areia na praia,
Somos formigas no solo de uma floresta...
Tamanha imensidão merece contemplação,
Contemplar toda esta vastidão
E compreender quão limitados somos,
Mesmo aqui quanto podemos fazer.
Salve as manhãs, o canto das aves,
A brisa...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Movimento

E quando a noite cai,
E quando os olhos cerram,
A mente nem sente,
E o corpo descansa,
E a vida deslancha,
Segue seus dias,
Feito poesias,
E as noites caem,
E as noites caem,
E os olhos cerram,
E o tempo passa...

Descoberta de Borges

Certa vez ainda em Campinas,
Folheando livros da coleção poker
Encontrei um livro e descobri e me apaixonei por um autor.
Naquela tarde de domingo,
Descobri Borges,
Jorge Luiz Borges.
Já o conhecia, mas confesso que passei a adorar essa figura mitológica.
Desde então, leio, releio
E tento encontrar mais sabor, cor e beleza na vida.

Contemplar

Ah, este universo tão imenso,
Este mundo tão belo,
Este lugar que estou,
Minha vida,
Esta manhã que amanhece,
O calor de minha casa.
Na vida tudo passa,
Quão fugaz é a vida assaz.
Parti coração parti,
Cada manhã é impar,
Cada manhã se passa,
O tempo que passa,
Já não volta mais.
Vanita vanitas...
Sobe e desce o sol,
A cas que tinge de experiência,
E agora manhã abençoada,
Um dia não mais terei,
Voltarei para o meu criador.

sábado, 12 de julho de 2014

Como tem que ser

A tarde que passa
Tas em si a chuva,
Que cai intermitente.
A tarde que passa,
Não é a mesma tarde
Que sábado passou,
Estávamos cheios de esperança,
Mas é uma tarde nova
Que fica velha,
Que passa depressa,
Para dar espaço a mais um mera.
A tarde passa quente e chuvosa.
Passa como tem que passar.

Elo da vida

Como é belo o canto das aves,
Como canta maravilhosamente cada ave,
Bem-ti-vis, patativas, sabiás...
Qual fugaz é um canto,
Quão belo sua expressão.
Como podemos cantar se não sabemos,
Não gorgeamos, raros são aqueles que cantam,
Aqueles que produzem música.
Aqueles que fazem um poema.
E poematiza a própria vida.
Que seja além das vaidades.
Não tem vaidade a ave ao cantar.
Canta porque a vida lhes dar o canto.
E o canto dar sentido
E permite que a vida permaneça
Num elo atado pelo sopro da vida.

A noite em conjunto

A lua cheia,
A noite suave,
A sombra das copas das árvores.
Num tom escuro e frio,
A brisa,
As pedras soltas frias,
A areia fria,
O sono profundo,
Grilos ciciando,
Cães acordados,
As estrelas num céu infinito
A rutilarem seu brilho tão antigo...
Como me percebo no mundo.

Tenho que aprender
A tentar compreender o outro mundo,
As vezes nossos mundos são impares demais.

E a vida segue.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Passagem do que foi ao que virá

A noite profunda
Que se vai,
Que se entrega na madrugada de um novo dia,
A lua cheia de julho,
A brisa fria do novo dia,
Que acabou de surgir,
O agora que torna-se ontem.
Sono e ressono na madrugada.
A lua continua cheia,
Amanhã que o sol surgirá
E revelará toda a graça
De um grande criador.

Ah, este criador...
Sua existência
É a nossa última esperança,
Porque seguimos
Sempre em frente em direção ao infinito,
E ao pó nosso castelo voltará.

A madrugada embrionária...
Nossas impressões
Pálidas, vivas
Existentes.

Doce manhã salina

Desperta a manhã de céu cinza,
Enquanto o sol sobe sobre o mar,
O céu torna-se cerúleo,
Belo, lindo suave,
As ondas quebram lambendo
As areias da praia,
Fresca areia,
Macia areia,
Vasto horizonte,
Como é universal o céu e o mar.
Como são felizes aqueles que desfrutam
De uma praia,
Ver o nascer do sol e da lua,
No fundo, no amplo horizonte.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Eternidade do tempo

Caem as estações,
Caem as manhãs,
Caem as tardes,
Caem as noites,
Caem as horas,
O tempo sempre a passar
Independente,
O tempo sempre novo,
Infinito presente em todas gerações,
Tempo que se renova em cada ser
Que nasce, que acorda.
O tempo presente entre as estrelas,
Entre as lua,
Presente entre tantas e tantas gerações
Que encerradas dormem para a eternidade.
Sozinho, nascemos e partimos.
Cada um com sua solidão,
Cada um com seu universo.

A tarde

E no cair da tarde,
Quando o sol quebra para o poente,
As águas da superfície mornas,
Exalam um cheiro de água,
Exalam um cheiro de sal de mar.
E vemos a tarde partir,
Sentimos a tarde partir,
A tarde marca com sua partida,
muito mais que as manhãs.
As tardes parecem serem vivas.
Vivas como um coração a pulsar,
Vivas ao se desfazerem no ar.

O encanto

Nasce mais uma manhã,
Mais um dia entrará para o infinito,
Um dia feliz ou dia triste,
Haverá gente com ambos humores.
Esta  manhã que nasce e já vai partindo lentamente,
Nasce fosca e vai ganhando cores e formas,
Nasce nublada, mas embalada
Pelas aves...
Quem ensinou as aves cantar para a manhã?
Hoje a aurora foi cinza
E a luz chegou tímida.
Levanto forte,
Olho tudo ao meu redor,
Inclusive como chegará o sol.
10 de julho de 2014.
Passo a passo segue-se a vida,
Minuto a minuto passa o tempo,
Desfecha nossa realidade,
E assim segue mais um dia.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Subjetivo

Conchas,
Rochas,
Sementes,
Frutos secos,
Cores, textura sólida.

No vaso viridescentes plantas acomodam suas raízes...

Tanta coisa acontecendo no mundo,
Tantos mundos lá fora.
Tantos mundos além do meu submundo subjetivo.
E a maneira como organizo meu mundo,
Nem sempre agrada ao outro mundo.

Nem sempre as coisas fazem tanto sentido a todos.
Então sigamos em frente.

Tempo que sobra

Quando nos sobra tempo para pensar?
Corremos tanto em busca de nossos sonhos
Que mal temos tempo para pensar.
Pensar na vida, pensar no mundo, pensar nas pessoas,
Pensar naquilo que nos é oferecido.
Quanto temos tempo para amar quem realmente nos ama.
O tempo é curto, então diga que ama a quem ama.
Sorria com intensidade e celebre a amizade.
Imagine que boas amizades são construídas com o tempo,
Boas amizades nos acompanha vida afora.
Bons amigos estarão sempre ao nosso lado,
Quando a vida nos evidenciar sua fragilidade.
Lembre-se que o tempo passa,
Os anos caem e aqueles que amamos partem muito cedo.
Talvez sejamos capazes de mudar parte de nossas histórias.
Quando nos sobra tempo?

Encanto e desencanto

Os anos passam,
Os anos passam,
Os anos passam e arrastam os dias e as noites.
Dias de alegria,
Dias de tristeza,
Noites de alegria,
Noites de tristeza,
Encontramos o conforto em viver
Dia a dia...
A vida sempre segue em frente.
Não podemos nem devemos olhar para trás,
O passado não existe mais,
Volto ao infinito da inexistência.

Os anos passam,
Os anos escoam de nossas mão como grãos de areia ao vento.
Não sabemos como viver melhor ou pior.

Os anos passam levando nossa juventude e vitalidade
E nos devolvem em experiências,
Uns plantam suas sementes e outros não saem da sombra da inexistência.

Eterna noite estrelada,
De brisa frouxa
Que me afaga,
Alegras as árvores das ruas
Que não entendem que o tempo passa,
Simplesmente florescem.

O vento simplesmente sopra
E a lua surge e desaparece,
Num movimento eterno,
De encantamento e desencantamento,
E tudo desaparece como apareceu.

Seguir


Como se percebe o mundo,
Cada um percebe a sua maneira,
Cada um com suas limitações.
Vive-se como se deve viver.
O tempo passa,
A vida passa,
Nos acendemos e apagamos,
Temos que encontrar sentido na vida,
Além das paixões,
Além dos desejos,
Perceber que tudo é tudo
E nada é nada...

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Companheiras

Sempre fui solitário e tive os livros como companheiros,
A solidão nos cerca, nos abraça,
Então resolvi cuidar de flores,
Tenho sete flores e uma amarilis.
Cuido de todas elas com muito carinho,
Com elas não me sinto tão sozinho,
E assim passa a vida.

domingo, 6 de julho de 2014

Ser sensual

Arrumar a casa,
A tanto desarrumada,
Sentir a vida em cada parte e curtos momentos,
Sentir a textura do chão
Com a palma do pé,
Porosa a terra,
Macio o chão arenoso
Onde nascem ervas e árvores.
Vemos e conhecemos as ervas
Que crescem ornamentadas e perfumadas,
Suas flores tênues, seus tricomas e suaves folhas,
Raízes aromatizadas.
Poder sentir o aroma desfiado do incenso,
E ver o sólido tornar-se fumaça e cinzas.
Poder sentir a brisa que vem sabe lá de onde.
Tragar do cálido chá,
Sentir o gosto do líquido caliente
Sobre as papilas escorrendo pela boca
Seguindo a laringe e invadido o profundo de nosso ser.

Ouvir o outro, o externo o que expressa o mundo...

Rever aquilo que já foi visto,
Ressignificar a vida,
Reencontrar o caminho,
Numa cantiga, num poema,
Na vida branda.
O amanhã desconhecido que muitas vezes nos assusta,
O ontem que se distancia tenuemente
E saber que a vida passa independente de tudo...

É necessário aprender a sentir o gosto da vida,
A textura do sono,
Coisas do mundo.


Alegria em viver

Que delícia que é a vida, uma poesia,
Com seus ritmo e sua sintonia
O despertar de mais um dia
A brisa suave e fria
O céu azul,
Ao  infinito nuvens de algodão sobre o mar.
Minha alma em meu corpo alegre desperta,
E sinto a brisa vibrar,
Sinto uma alegria imensa.
Em ver a beleza do mundo,
Em sentir-se um ser profundo,
Mais nada.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Felicidade breve!

São tão raros os momentos plenos de felicidade,
Creio que nunca felizes nos tornando cada vez mais racionais.
São tão poucos os momentos que valem a pena!
Parece que o importante é sentir-se bem.
Tudo passa.
Então procuremos fazer algo que nos faz sentir bem
Sem passar pelo direito do outro.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Todo silêncio!

Suave como uma flor desabrocha de seu botão,
Desabrocha a manhã, embalada pelo som da chuva,
Aos poucos surge a luz e o dia se revela,
Terno e sonolento, sob o alento da chuva,
As aves sequer saíram de seus ninhos,
E a chuva que cessou, voltou e cessou
Por toda a manhã que se desfecha...
Bom dia! Anuncia a rádio,
Nada de corrupção assunto hoje é o brilho da seleção.
E o dia vai se revelando,
Todo mundo dormindo,
Descansando...
A rua é toda silêncio.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Neblinada

A manhã,
A neblina que cai,
O canto das aves...
Senti a presença de mamãe.
Tantas manhãs chovendo.
E agora senti-me em casa.
A terra molhada,
Galhos gotejando,
Manhã se passando,
Vontade de não fazer nada.
Ler uma poesia
E dormir...

Outro amanhecer

O relógio desperta,
Antes que o sol nasça,
A aurora não veio enviou a chuva.
E a chuva chovendo canta,
E as aves que também encantam,
Anunciam a manhã sem a aurora.
Acordado, mas não desperto,
Levanto, contemplo o mundo
Cheio de mistérios e formas indecifráveis
E sinto a manhã presente em minha vida.
Outro dia!
Que diria Borges ou Buda ou Tangore?
Fecho os olhos,
Ouço o bem-ti-vi.
Profundo o meu ser em silêncio.

domingo, 22 de junho de 2014

Se não fosse a internet

Feriado de festas juninas,
Estamos na copa do mundo de 2014,
Hoje é domingo,
Dia 22 de junho.
O dia hoje foi longo e vazio.
A ruas vazias,
Casas vazias.
Não sei o que seria de mim se não fossem a internet.
Talvez lesse mais,
Conversasse mais,
Tivesse mais amigos...
Sabe lá.
Nunca se sabe.
O dia passou, se foi...
Agora resta a noite
e mais dois feriados.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Fragmentos

Uma poesia,
Uma sinfonia,
O vazio frio da casa.
A literatura,
Aquilo que habita em nós.
Nossos sonhos,
Contentamentos e infelicidades.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

As memórias rasas

A noite quando se está só,
As memórias são tão rasas,
Os sentimentos tão saudosos.

Resta-nos contemplar o céu,
O silêncio.
As memórias quase falam.

É tão belo o céu estrelado ou mesmo nublado.

Uma poesia,

Música clássica...

Tanta coisa para ocupar a noite e as memórias.

Mas as memórias.



terça-feira, 17 de junho de 2014

Fração do tempo

A noite que passou dormi bem,
Hoje não sei,
Amanhã quem sabe.
Tudo anda tão incerto.
Tudo é tão incerto.
O vento venta,
A chuva chove,
E eu vivo,
Tudo é tão causal.

Algumas coisas nos fazem nos sentirmos bem,
Outras nos fazem sentirmos mal.

Tudo parece tão dialético.

Quem tem alguma certeza?

São tão poucas as certezas,

A morte é a maestrina de todas as certezas.
Por isso escrevemos,
Construímos e existimos.

Para ver o sol nascer e a noite escurecer.

E tudo seguirá sempre o mesmo fluxo,

Geração após geração.


Acho que no final

Acho que Mozart já foi um passarinho.
Acho que Bethoveen também foi passarinho.
Acho que Borges já foi um grande um tigre.

Acho que há aqueles que vieram a vida para nos abrirem os ouvidos, os olhos e despertarem nossa imaginação.

Os fatos muitas vezes não merecem nossa atenção.

A primeira aurora essa sim,

As sinfonias sim,

O desabrochar das flores sim.

No final vale aquilo que nos fez bem,

No final vale aqui que nos fez felizes.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Encontrar

A vida
O cerne da vida é viver.
Viver!
Viver é esta vivo,
Viver é amar e sofrer e nascer e desaparecer.
Desde o primeiro até o segundo crepúsculo,
Não importa o que separe,
Aprender a ordenar a beleza
Em um feixe de flores,
Saber como encantar a vida,
Saber como encantar tudo aqui que toca,
Aprender a viver os dias que nos são doados,
Até o fim de nossos dias.
É difícil sem ti ver,
Sem sentir a brisa de deus,
Que se mistura ao teu respirar,
Viver...

Viagem

Céu, sol, luz.
Horizonte... o verde das árvores,
O vento que sopra,
A luz que tudo alumia.
Os aromas.
A vida que passa tão depressa,
Quando reconhecemos o mundo,
Temos que partir.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Antitese

Dormem as estrelas eternamente no céu e as flores desabrocham sempre perfeitas. As estrelas e sua infinita permanência e as flores em sua finita permanência. Do meu jardim vejo as flores e as estrelas, ambas tão belas, não é possível ver as estrelas e as flores ao mesmo tempo, um espaço de tempo as separam, quão belas são as estrelas e quão belas são as flores, as flores são ocultas pelas sobras da noite e as estrelas pela sombra da luz. As flores veem as estrelas, mas as estrelas não conseguem ver as flores. E as flores se perfumam para serem encontradas na noite. A impermanência do ser, a impermanência do ter. Agora vejo em partes, mas veremos face a vace como dizia Paulo, neste dia tudo será revelado, os meus erros e os seus engando, e nossos desencontros. Porque sei que um dia verei estrelas e flores no mesmo instante.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Aurora, brisa e pensamentos

A brisa que sopra da manhã,
Doce e fria nos acarícia,
Dormia quando me acordou,
E ouvi as aves cantarem,
E vi a aurora sorrir,
E ouvi as aves cantarem,
E percebi a toda paz que há na vida,
Tudo que nos amedronta é tão humano,
O medo de envelhecer,
O medo de morrer,
O medo de perder...

Tudo que não está em nossas mãos.
Como nuvens leves,
Somos levados ao infinito,
Na vida tudo deve ser muito bonito,
Porque tudo na vida é impar.

Sentir a brisa da manhã e ver aurora.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

As pessoas mudam

Conheci um cara que achava que era muito maluco, mais maluco foi quando ele passou o email: aspessoasmudam@...

Como entender essa frase.
As pessoas mudam.

Nunca acreditei que as pessoas mudavam. Enganei-me deveras.
As pessoas estão em constante processos de mudanças.
As pessoas são como as estações.
As pessoas são como a chuva.
As pessoas que estão ao nosso redor mudam sempre.

Mudam de lugar,
Mudam de decisão,
Mudam de ideia,
Mudam de vida,

E fazem a gente mudar,
Mudar por fora,
Mudar por dentro,
Mudar tudo ao nosso redor.

Nem sempre estamos preparados para as mudanças
Que são são frequentes na nossa vida.

E como nos apegamos a tudo,
As mudanças nos fazem sofrer,
Sofremos por viver,

Momentos que acontecem
em nossas vidas podem mudar
completamente nossa maneira de viver
Nossas maneiras de ver a vida.

Cheiros e memórias

Memórias de infância,
As estações tinham aromas,
O inverno iniciava com o cheiro da chuva,
O frio do barro molhado e perfumado,
O cheiro das mimosas floridas, das mucunas,
Cheiro dos marmeleiros e mufumbos são aromas do inverno.

Depois segue o verão,
Com o cheiro do mato secando,
Cajueiro florindo,
Cajá azedando,
Caju no chão,

O cheiro do pau seco no curral,

O cheiro da roupa limpa com a água da chuva...
Os cheiros tem tantas memórias.

Cheiros, aromas e sentidos

Um aroma!
Uma manhã de chuva,
Uma tarde de sol,
A grama cortada,
O mato roçado,
Folhas secando,
Caju no chão,
A coceira do feijão,
Cajá na estrada,
A vida passada
Revelada pelos cheiros.

domingo, 8 de junho de 2014

Movimento da vida

O dia passou,
Com ele a manhã e a tarde,
Eis que se vai mais um domingo.
É inevitável que o tempo passe,
É inevitável que a vida passe.
E como passa rápido.
Tão rápido como um dia.
E ainda vivemos solidão,
E ainda vivemos tristezas.
E ainda vivemos...
Quem sabe o que é felicidade?
Tudo passa.

sábado, 7 de junho de 2014

Volátil

A noite,
Crianças correndo na rua,
O guarda apitando,
Músicas da adolescência,
A preguiça,
A solidão,
A noite passa,
A solidão,
A felicidade aparece poucas vezes,
Ainda mais quando estamos sós.

Uma leitura,
Um filme,
Sempre tempos coisas para fazer,
E reclamamos do ócio,
E a vida continua.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Rememoração

Entre uma e outra sensação,
Entre um segundo e outro,
Entre uma memória e outra,
Lá se vai a vida.
E ela se vai independente de tudo,
Gostando ou odiando...
Temos saudades dos tempos dantes...
Sabe, vem a minha memória,
Continuamente doces memórias
De coisas tão simples
Como as ruas de onde morei pela manhã,
Ou a tarde ou a noite...
Nada mais é como foi.

Tudo passou,
E me restou amizades e recordações
Que se vão como água no fim de inverno...
A vida passa,
Tudo passa
Nada fica.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Pedido a noite

Oh, noite que me a afaga,
Oh, noite companheira,
Tu que nunca me abandonas,
E sabe como a vida é passageira,
Agradeço a Deus pela noite,
Que amedronta ou que acalenta...
Quanto tu chegas,
Bem que não queria está sozinho.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Chuva

Chuva,
Chuva que molha,
Chuva que molha o solo,
Chuva que molha as árvores, arbustos e ervas,
Chuva que enche os lagos e os rios,
Chuva que chove,
Chuva chovendo,
Chuva que chove a qualquer hora, pela manhã e agora.
Continue chovendo,
Pra que a vida continue brotando.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Vida e família e tempo

A família,
Pai, mãe e irmãos.
Somos todos e não somos ninguém.
Avó, avó e tia.
Gente próxima,
Gente distante.
E a vida segue com seus mistérios,
E leva consigo tudo que nos foi dado.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Tudo passa

Solidão,
Saudades,
Noite e noites,
O silêncio,
As memórias,
Uma fotografia,
Um breve momento,
Coisas que acontecem
Instantaneamente despertam
A memória e desencadeiam a saudade.

O curso da vida segue sempre o mesmo leito,
Pode até fazer curva,
Mas sempre segue o mesmo leito,

Antes de tudo preciso saber o que é saudade.
Antes de tudo preciso reconstruir tudo
E esquecer ou ao menos tentar esquecer
O passado que muitas vezes é pesado.

Solidão,
Atrai saudade,
E a noite grita pelo passado,
No fim tudo será passado um dia.

Doce manhã

Calma a manhã nasce perfeita.
Sexta-feiras e as águas de maio,
O canto das aves, roxinós, doidelas,
Tantas aves enfeitam a manhã!
Sinto falta do sabiá.
O céu nublado,
A floresta fresca.
Eita vida boa.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Qualquer coisa da noite

E quando a noite chegar,
E quando a noite chegar,
Quero está vivo,
Quero está pronto,
Para enfrentar o que amanhã virá.
Quem somos nós, senão nosso espírito,
Tudo ou nada.
Amanhã,
Quem saberá o que.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Noite caipira

Noite,
Tu que me consolas,
Noite, minha eterna companheira,
Sempre que estou sozinho,
Tu vens e me afaga,
No ápice de ti um pensamento humano,
Ou mesmo vários,
A vida e a morte,
Começo e fim,
Recomeço,
Reconheço que a vida se renova,
A cada hora,
E o tempo passa,
E amadurecemos
E envelhecemos,
Entre dias e noites,
Tudo passa,
Tudo passa,
E quando aurora contemplo,
E quando aurora contemplo,
Me disperso de ti.
Noite

sábado, 10 de maio de 2014

Acompanhado

A noite,
Bach,
Um corpo, um ser só.
Sem ninguém,
Sozinho com suas flores.
Após uma jornada de um dia de trabalho,
Seus pensamentos,
Seus livros
Quem pode deduzi-los como os organiza seus pensamentos?
Ah, quão vazio é a vidas certas horas,
E como pode ser mudada.
A noite,
Bach
Acompanhando a solidão.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Noite solitária

O céu,
As estrelas,
Os grilos,
Os cães,
O atropurpúreo da noite,
Casais se beijam na praça,
Crianças brincam e gritam,
Adolescentes falam... falam.
As pessoas conversam,
Exceto meu ser que permanece em silêncio.
Eu vejo o mundo por minha objetiva,
E a vida passa,
Como uma noite solitária,
Silenciosa e constantemente.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Despertar e a manhã

O relógio desperta,
Quebra o silêncio em minha alma,
Quando acordo ouço o mundo,
Presto atenção no mundo,
Ouço as aves,
Sinto se está quente ou frio,
Penso por vezes na finitude da vida.
Leio um pouco Dalai,
E ouço a chuva que chega,
Ouço a chuva chovendo bem devagar,
A chuva vem e vai...
Agora penso mais na vida, no finitude da vida,
Aos poucos os anos caem para o fim.
Que sentido dei a minha vida,
Só Deus save,
Olho para o céu
Com o mesmo olhar que quando criança,
Ouço maritacas, som bom,
Vejo aqueles pontinhos pretos,
um bando voando e gritando,
Sabe lá.
As aves cantam de graça.
E o dia segue e os pensamentos também,
Cristalizo aqui este momento,
E vou a vida lá fora...

terça-feira, 6 de maio de 2014

Maio e a chuva

Mês de maio,
Este é o meu primeiro mês das mães em João Pessoa.
Nossa que mês agradável,
O clima está ameno e chove,
Como chove,
Chove até mesmo com poucas chuvas,
Quando menos se espera, desfia do céu uma chuvinha fresca,
E quando saímos de casa,
O frescor das calçadas,
A força com que crescem as ervas é tão maravilhosa.

Pleno o dia se passa em maio...
Suave.

domingo, 4 de maio de 2014

Visitas de família

Domingo,

Na minha infância, domingo era sinônimo de visita a casa dos avós.
Íamos mamãe e eu ou para a casa dos pais dela ou de papai.
Cedinho, quer fosse inverno ou verão, após o café saímos caminhando,
Não tínhamos carro ou moto, então lá íamos nós subindo alto a cima.
Preferia ir visitar meus avós no inverno.
No inverno tudo era tão bonito.
A água escorria dos locais abrejados.
Mimosas floridas com flores branca ou rosa tão perfumadas,
As unhas de gato com flores brancas,
As bignoniáceas com flores rosa,
As canafístulas com flores amarelas,
As cajaraneiras forravam o chão de frutos maduros, acre-doces e perfumados.
E a todos que encontrávamos cumprimentávamos.
Quando íamos para a casa de vô Sinhá,
Depois de cruzar o corrego do porção que hoje está coberto pelo açude
Bebíamos água na casa de Nitinha,
Mamãe dizia que Nitinha era a limpeza em vida.
Ela tinha um cachorro de balaio que achava muito bonito.
Mais na frente pausávamos para um café em tia Nevinha e ai
acabávamos de chegar no sítio de fora.
Gostava de chegar em vovó.
De longe ouvia o pigarreado de vô José
E a voz baixa de vô Sinhá.
Ali passávamos o resto do dia.
Quando voltávamos que era bom porque muitas vezes ia brincar com meus amigos
De infância, as flores tinham murchado, as águas secado,
A vida passado.

sábado, 3 de maio de 2014

Vendo a vida passar

Madrugadas de chuva,
Manhãs de chuva,
Tardes de chuva,
Noites de chuva,
Como chove em maio,
Como chove em João Pessoa,
A floresta úmida,
A tarde enxombrada,
O campos vazio,
Caminho contemplando
O mundo
Vendo a vida passar
Em maio.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Tarde de maio

A tarde que passou,
Passou,
Passou nublada,
Passou chovida,
Passou fria,
Nem o sol apareceu,
A tarde passou vazia,

Mas passou
e a noite veio molhada,
As estrelas vinham e iam
E as nuvens choravam
é mês de maio.

Mês das mães,
As mães que dormem,
As mães inexperientes...
E agora que é maio,
E agora que a tarde passou...
Se foi,
Amanhã terá outra tarde.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Consumo da existência

Que noite bela,
A lua nua
É uma fresta de luz,
As estrelas brilham
Enquanto o vento sopra as nuvens
Que acendem e apagam as estrelas,
O céu azul marinho,
O som do mar,
E meu sentimento
De que estou perdido no universo,
Aquela sensação
De nada ser.
A vida é o consumo da existência.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Nada

A noite
Cada minuto,
Cada segundo,
Que passa.
O tempo se esvoaça.
E o que temos,
Nada,
Temos um corpo que usamos,
E logo, nada mais será.

domingo, 27 de abril de 2014

Agora existo

Agora, existo.
Assim como
Ontem existia,
Semana passada,
Mês passado,
Ano passado,
Neste momento palpito,
Penso,
Mas amanhã quem sabe!
Quem sabe se verei o sol brilhar novamente.
Se assim acontecer amém.

Agora sou carne, sangue, pensamento e vida.
E a vida, todavia se vai
E a carne e o sangue se desfazem.
Logo a vida passará,
Mas as palavras agora
Organizadas permanecerão
Ou desaparecerão.
Amanhã é outro dia.



terça-feira, 22 de abril de 2014

Inércia da vida

A manhã,
A brisa que atravessa a janela,
Toda a luz que alumia o mundo,
O tempo que se encerra
E inicia um novo ciclo,
Entre o medo e a coragem
A vida passa.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Triste tarde

A tarde está pálida, cândida tarde.
O céu azul celeste pálido.
Dia após dia o encontramos na vida,
Uma tarde pálida se um riso,
Átrios vazios,
Preocupação...
Solidão...
Que tarde pálida e quente
Que logo há de passar.

Sem ti

Quando você partiu,
Era abril,
A lua minguava no céu,
Feito um véu
Que oculta a profundidade
Senti-me só.
E como foi triste
E como foi doloroso,
Não pensei que isso ainda
Acontecesse...
Ah, mês de abril.
Como lidar com a vida
Como tocar a vida sem te ver,
Sem você.

Tantas interrogações

Um átrio vazio,
o pó e pelos se acumulam no chão.
Tudo aqui tem um dono,
Tudo aqui tende a cheirar a mofo.
Os objetos, tomam minha forma e o meu jeito.

Já percebi que os caem como os pelos,
Como a beleza...
E a gente é substituído.
E a gente é esquecido.

Em nosso peito o medo de errar
É cada vez mais vivo e reticente.

Como o tempo cai
e as memórias boas
Nos trazem sofrimento.
E isso é viver?

domingo, 20 de abril de 2014

Seguindo em frente

Carrego minha história.
Sou aquilo que me fiz e me foi concebido.
Sou a soma dos meus amigos,
Dos meus amores,
Minhas alegrias
E minhas dores.
Tantas memórias compartilhadas
E dissolvidas.
Tantas histórias recontadas
E reinventadas...
Meu coração está rasgado
Metade de mim é o que me faz bem
E a outra metade
Me constitui por constituir,
Agora sofro,
Agora entendo Borges,
Mas estou perdido
Estou perturbado,
Hoje, chorei...mas sobrevivi.
Amanhã não sei,
A vida segue em frente.

A dor

Um encontro,
Uma pessoa especial
Que surge em sua vida,
Uma amizade ou um relacionamento
Se constroem e se dissolvem,
Somos uma uma unidade
Ou nenhuma...
Por que a vida é assim?
Sofrer,
Amar,
Aprender,
Esquecer...
Dor no peito.
A vida é uma ilusão.

sábado, 19 de abril de 2014

Agora tudo se vai

A noite,
A lua minguante,
A brisa ululante,
O canto do grilo,
O corpo indisposto,
Nuvens passam devagar,
Se arrastam suavemente,
Olho para a lua,
Com seu brilho prateado,
Nunca olhamos para a lua com o mesmo olhar.

Cada noite é impar,
Hoje, agora que delícia esta noite de lua,
E hoje o dia foi tão lindo,
O sol, o mar e o céu azul.
Agora tudo se vai,
Serão apenas sonhos,
Será apenas sono,
Mais nada.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Águas

Águas que são tão importantes para a vida.
Águas dos mares,
Águas dos rios,
Águas das chuvas,
Águas que se derramam,
E se escorrem no alto da serra,
Riacho abaixo,
Águas que fazem parte de mim,
Que permitem que as flores floresçam.
E que tudo aconteça na vida.

domingo, 13 de abril de 2014

Dimensão da vida

A  noite de lua,
A lua clara pálida e branca,
Rodeada de estrelas,
O céu sem limites.
Paro para contemplar o céu
Com toda sua plenitude,
E vastidão...
A noite esta ai,
E estará ai sempre,
Noite que encantou meu avó
Quando menino,
Quem sabe quantas gerações ainda viverão sob seu manto estrelado.

O som dos grilos,
O mando refrescante que nos cobre a brisa.
Tantas sensações
Que só a vida,
Pode nos fazer sentir
Só a vida e o existir.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Primeira noite

Por que um galo canta a noite?
O cantar do galo a noite
É simplesmente algo sinistro.
O que ele anuncia?
E anuncia o advento de um novo tempo.
Para uns um agouro
Para outros presságio.
As aves não cantam para atrair suas fêmeas,
Não seria semelhante com o galo?
Quem não tem na memória o canto de um galo na madrugada.
É sinistro porque é sempre igual,
Mais parece que o tempo parou,
A gente guarda viva na memória
O canto do galo a noite
Ou na madrugada.
A cena é a mesma em qualquer lugar.
O escuro frio da noite,
As vezes luzes apagadas,
O vento sopra,
As estrelas brilham no céu,
Muitas vezes parecem um brilho de lágrimas.
E o galo bate as asas.
PAPAPAPAPA,
Enche o peito e
Cococoricocóooo.
Ouvi o galo cantar
E agora a noite de sono vai iniciar.
Ah, memórias, histórias...
Serão só minhas?



Relação

E quando a noite chega caliente,
E quando o vento não venta,
Quanto calor, quanto cansaço,
Parece que o tempo para,
E nada mais fala.
Que relação medonha
Da noite com o calor.

domingo, 6 de abril de 2014

Tempo, momento, espaço

O relógio sobre a mesa,
Sem pressa expressa o tempo,
Segundo a segundo,
Minuto a minuto,
Hora por hora.

Paredes brancas,
Sobre o sofá estão deitados os livros
Com suas capas brancas, azuis e pretas,
As letras juntas expressam os nomes dos autores.

Eu podia deitar e ler e descansar,
Mas há tanta coisa para fazer.

Que nem sei por onde começar
E muitas vezes não inicio
E procrastino...

Se o relógio parar

O tempo seguirá..

Se eu parar o mundo seguirá ileso.
Tic-tac, tic-tac...
A cigarra canta,
as aves cantam,
A noite cuidadosamente cai,

Sem desespero,
Sigamos em frente.

Aprender com a vida

O que a vida nos ensina?

A vida por si trata de nos ensinar tudo, mas não nos prepara para aquilo que pode nos acontecer.

Tudo está constantemente acontecendo a todo instante em qualquer lugar e hoje podemos tomar conhecimentos dos fatos que blindamos para não ver, tais fatos nos permitem uma reflexão sobre o que é a vida.

Esses fatos parecem que só acontecem conosco, mas com outros.

Sabemos como estes se expressam que pode ser na forma de uma doença terminal ou um acidente que evidencia a data final. Desta forma até que estejamos cientes do nosso ponto final, vamos vivendo excessivamente egoístas expressando nossos problemas que na maior parte das vezes são vaidades das vaidades. Coisas bestas como desentendimentos por puro e simples orgulho.
Todavia quando o nosso prazo de vaidade é tatuado em nossa pele só ai caímos na realidade.
Tendo em vista que para tais coisas acontecerem são independentes de idade, de classe social, de sexo ou até mesmo de cor.
Tudo passa.
E a vida através destes mecanismos nos humanizam.
Somos seres capazes de nos sensibilizarmos com o outro. Nada mais humano que nossa humanização.
Quando passamos por situações de extremos aprendemos novos hábitos, esquecemos os velhos, aprendemos novas coisas, esquecemos outras. E sempre, sempre lutamos por dias melhores, mas a vida não respeita nossos esforços, nossos credos e acontece como tem de acontecer.
E a vida se revela mais valiosa, mais bela, mais plena.
Valorizamos o que perdemos.

Valorizemos então a vida.
Valorizemos a luz do sol e o escuro da noite,
Valorizemos os bons e os maus aromas,
Valorizemos os momentos de sofrimento, de dor,
Pois são extremamente importantes, se não fossem não existiriam.
Tudo que existe é.
Tudo que existe nos ensina.
Tudo passa,
Vaidade das vaidades.
Viva a vida da maneira que julgar melhor,
pois nosso relógio está contando cada segundo de nossa existência.
Evitamos qualquer tipo de sofrimentos e problemas,
Mas se eles existem, pois que encaremos de frente.
Pois um no dia que o ponto final se apresentar,
Restará apenas o suspiro e o pensar
Vivi da melhor forma.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Aprendendo com a reflexão

O que entendo do mundo?
Que me dizem o canto das aves e das cigarras?
O que eu vejo no horizonte quando o sol desponta?
O mundo são as coisas, os seres, tudo aquilo com que me relaciono,
Mas o mundo é muito mais que isso, o mundo está para além do meu ser.
O mundo é construído entre mim e aquilo que se me aparece,
Aquilo que o torna belo, aquilo que me espanta que me encanta.
Há um vasto mundo além de mim.

O canto das aves e das cigarras soa-me misterioso,
Muito mais além do que se pensa a biologia.
A minha relação com as aves e as cigarras é muito mais além
Que o científico,
Quando as aves e as cigarras cantam
É como se a natureza falassem a mim.
Estes seres que cantam e o fazem com destreza,
Com tamanha destreza que além de encantar o que almejam,
Encantam-me profundamente, o canto do roxinó e da patativa...

Ah, quanta beleza no horizonte que se me revela,
Sou parte da natureza que aprendeu a reagir e a construir,
Mas que muitas vezes a relação que se dar entre mim e o outro
É tão complexa que só Deus para mediar...


"Agora vejo em partes, mas então veremos face a face" Paulo de Tarço

Flor e alegria

Um som,
Uma imagem,
Um cheiro,
Sensações que vivo,
Sensações de desconforto,
Tudo muito subjetivo,
Tudo muito peculiar.
Não fugimos daquilo que aflige em nossa vida,
Estamos sempre aflitos com ou sem motivos.
Buscar o equilíbrio.
Uma flor quem sabe não faz desabrochar uma alegria.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Perspectiva

Mais um dia se passou que grassa que a noite chegou.
Às vezes nem percebemos quando ela chegou.
Não percebemos quão bela são as cores à tarde.
Sinto-me cansado após um longo dia de luta e calor.
Tantas falas, tantas coisas por apreender e por fazer.
Sento-me no sofá e por um instante penso na vida,
Penso ainda naquilo que está para além da vida profissional.
Levanto, vou ao computador e escolho uma música.
É bom saber o que se quer ouvir.
Volto, sento e penso no tempo.
Tenho vivo na memória a presença de minha avó Sinhá,
Os meus outros avós, praticamente as lembranças já foram dissolvidas.
Meus sobrinhos crescem tão rápido,
E o tempo tirou meus cabelos e me impõe uma barriga e rugas.
Acho que agora sou capaz de mais reflexões,
Mas falo tantas gafes como antes.
Há uma lógica na vida?
Sabe lá.
Tudo acontece a todo tempo e em todo lugar,
o mundo acontece além de mim.
Seguir em frente é o que resta.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Plenitude revelada

Desperta a manhã feliz,
Flores desabrochando,
Aves cantando,
Tenro calor,
A luz quebra a escuridão,
As as cores e as formas são reveladas.
O universo se amostra pleno,
E a vida palatável...
Canta roxinó,
Canta cambacica,
Cantem aves...
E este canto ecoe em  minha alma,
E o dia independente de tudo,
Seja pleno,
Seja pleno.

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh