Novembro se vai,
Entraremos no último mês do ano,
Ano de 2020,
As coisas que vivemos neste ano,
Coisas boas e ruins.
Nascimentos e mortes...
Coisas deste tipo.
Tudo vai passar,
Como passou e está passando.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Novembro se vai,
Entraremos no último mês do ano,
Ano de 2020,
As coisas que vivemos neste ano,
Coisas boas e ruins.
Nascimentos e mortes...
Coisas deste tipo.
Tudo vai passar,
Como passou e está passando.
Ir e vir,
Subir e descer,
Potência e ato,
Verão e inverno,
Manhã e tarde,
Noite e dia...
Será o universo dialético,
Universo...
Uma direção,
Um sentido...
Qualquer um que seja.
Vi o sol nascer no horizonte além mar,
Vi a areia alva,
Vi ervas secas, arbustos verdes,
Vi coqueiros,
Vi pessoas,
Pessoa de todas as formas,
Pessoas quadradas,
Pessoas ampulhetas,
Pessoas triangulares,
Pessoas longas...
Vi o dia nascer,
Neto também viu,
Aldo Neto,
Mas a noite. Esta não verá.
Nunca mais... tragédias da vida.
A manhã despertou nublada
E o brilho do sol não apareceu,
Neblinou,
E muita coisa coisa aconteceu...
Coisas maravilhosas,
Coisas boas,
Coisas... Traços,
Classes de coisas.
Algumas ruas estão mais alegres
Com a florada rosa dos jambeiros,
O chão fica rosa de elementos florais,
Estames, rosas formam um tapete
Cor de rosa, rosa azedinho.
Os jambeiros com suas copas majestosas
Me fazem lembrar minha amiga
Amada professora Rita
Pelas vezes que íamos almoçar no Lá gula
Ela estacionava seu honda Fit
numa paralela perto de uma casa cujo jardim era coberto por um imenso jardim.
Sua folhas pareciam sorrir para o sol.
Como as pessoas desaparecem,
O tempo tudo apaga,
Enquanto há memória
A essência parece existir.
Ver o sol através do mar,
Pedalar na praia,
Ir e vir,
Sentir a brisa viva,
Ouvir as ondas quebrarem na praia,
A alva areia,
Verdes salsas com flores rosas,
Numa só manhã.
Os sete chakras são os maiores vórtices de energia no corpo.
Chackra significa roda.
São eles Chackra básico,
Chackra sexual,
Chackra esplénico,
Chackra cardíaco,
Chackra laríngeo,
Chackra frontal
Chackra coronário.
Códigos,
Cores, formas, símbolos, palavras, gestos.
Impressões, pensamentos, percepções, ideias.
Ideologia, fenomenologia, consciência.
O objetivismo
E o subjetivismo do eu,
Poesia ou narrativa?
Qual é a mensagem?
Ainda era escuro,
Madrugada,
Estava desperto
Quando ouvir cantar um rouxinol,
Tão belo aquele canto que despertava a madrugada,
Então Aurora apresenta Apolo
Que pontualmente desperta as cinco horas,
E dá a luz as ruas,
Da forma e cores as coisas,
Pássaros, voando e cantando...
Minhas percepções,
Relacionada a vida,
Folhas em espiral,
Ramos ressurgentes,
Frutos coloridos...
Mudanças acontecem a todo instante,
As coisas estão sempre se metamorfoseando,
As vezes, temos que ganhar um gás para não ficar para trás,
Mas isso é só uma questão de tempo...
A eterna solidão que se aproxima,
Entre dias e noites,
Entre manhãs de chuvas
E tardes de verão,
O canto das aves que sempre nos desperta,
Um galo, um pássaro,
O que mais nos agrada seu canto ou suas cores?
Algumas coisas desejosas alimentam nosso corpo
Como uma manga, um caju, uma banana,
Outras coisas alimentam nossa alma
Como uma composição musical ou uma pintura,
A realidade e uma representação subjetiva desta,
Nossas impressões sobre o mundo,
Nossas percepções criadas,
Nossa consciência a nos nortear,
Buscando sempre está certa,
Tentando se afirmar,
Até que a eterna solidão não chega.
No descompasso da vida,
O tempo passa,
A vida passa,
O que podemos fazer para melhorar,
O que podemos fazer para tomar consciência?
Qual primeiro passo que devo dar?
Qual é a direção a seguir?
Quem sabe...
A tarde caiu ensolarada,
O sol dourado vai caminhando para o poente,
Nuvens azuis,
E eis que uma chuva caiu...
Caiu os pingos...
A brisa soprando na manhã,
O sol brilhando num céu de nuvens frouxas,
O mundo está silencioso!
Bom dia! - Dia...
Hoje ouvi uma metáfora,
O sol está ensolarado...
Ontem, à noite choveu.
Hoje o solo estava molhado,
Úmido e fresco.
Isso é tudo.
A tarde caiu nublada,
O vento soprando frouxo,
Longe canta uma cambacica,
O vizinho ouve música sertaneja,
A gente se sente bem.
Nesta tarde de sábado.
Plantei um vinca no jardim,
Ela cresceu, floresceu e frutificou...
Como ficou tão belo,
Ela envelheceu e morreu,
Mas nasceu outra geração
Que cresceu, floresceu e morreu,
Na segunda geração deu pulgão,
Na terceira geração estou vendo elas florescerem
Tem vincas rosas e alvas,
Aqui posso regá-las todos os dias.
Lá em papai tem vinca também de flores alvas,
Tinha só uma rosa.
O terreiro de lá fica tão bonito com as vincas.
A vida fica mais bonita com vincas.
As vincas são da família Apocynaceae,
A espécie é Cataranthus roseus.
Essas plantas belas são latecíferas.
Estética e botânica se casam.
Andar por ai vendo a profundidade do mundo,
Vendo o verde e suas tonalidades,
Vendo o campo de profundidade,
Vendo as flores e suas cores,
Sentindo os aromas,
Ouvindo as aves...
Sendo esse ser existencial.
Que poderia nos fazer melhor.
Aos que partiram restam apenas memórias,
Fotografias e toda obra,
Os familiares e amigos,
As relações se esfacelaram no tempo,
Sorte daqueles que ainda tem uma oração e uma vela acesa.
Tudo é tão efêmero, é tão passageiro,
O mundo que ai está continua,
E nós o que somos neste universo.
Saudades de Vó Sinhá e Chiquinha, vô José e Chico,
Os tios Aldo, Raimundo, Jussié e João...
O tempo vai aos poucos consumindo tudo,
Até mesmo nós que ainda lembramos,
Porque sabemos que um dia seremos nós.
Uma semente que germina
Em ótimas condições,
E a planta nasce,
E cresce,
E floresce,
Sob boas condições,
O se resistente for.
Através da janela, vejo o mundo
Vejo a profundidade dos espaços,
As formas geométricas construídas,
Vejo as cores,
Vejo o céu e o tempo,
Vejo movimento das aves,
Dos carros, dos transeuntes,
Através da janela sinto o ar,
Vejo a hora do dia,
Vejo a aurora matinal,
Vejo o segundo crepúsculo,
Tudo isso, através da janela.
A lua crescente crescendo no céu,
Noite após noite por uma semana,
Depois de cheia vai minguando,
Vai minguando,
O frio da noite,
Do pôr ao nascer do sol
Contando o tempo
Pela eternidade.
E as estações acontecem.
O inverno ameniza as plantas,
O verão castiga.
O sol e a lua estão ali,
Observando tudo acontecendo,
E quem ama cuida de aguar a planta
Que agradece florescendo,
E tudo vai se passando.
A tarde se vai quente,
Um gato mia por ai,
Um cão latiu,
Motos roncam nas três ruas,
O barulho de maquita grita não sei onde.
Mais um dia se vai.
Sanhaçus-de-coqueiro cantam,
A luz dourada se desfaz,
Nuvens brancas no céu azul...
Por ai.
E mais um dia se vai,
Sob uma tarde quente,
Na rua cães a latir,
Pardais a piar...
Mais um dia se vai
O que tinha para acontecer,
Aconteceu...
E a esperança de algo melhor acontecer fica para amanhã.
Amanhã ou depois.
É bom ouvir o canto do fim-fim,
Tenho muitas memórias do fim-fim,
Onde nasci chamamos de vêm-vêm.
Lá tinha e tem muitas pinheiras,
E essas árvores costumam ter erva de passarinho,
Que lá é conhecida como incherque.
As ervas-de-passarinho pertencem a um gênero chamado de Phoradendron.
Elas formam um frutinho que fica laranja quando maduro,
E os fim-fim adoram,
Os frutos tem uma mucilagem que gruda no bico dos fim-fim
E é assim que esta espécie de erva-de-passarinho é dispersada.
Então, lembro dos fim-fim cantarem no final da tarde.
Tinha Raimunda dizia que quando os fim-fim cantavam estavam anunciando visitas.
Fim-fim é um Fringilidae com nome científico de Euphonia chlorotica.
As minhas memórias ficam cada vez mais complexas com o tempo.
O céu nublado de domingo,
O sol brilhando e gaviões voando e cantando,
Nas árvores sanhaçus-de-coqueiro cantam.
Através da janela sopra uma brisa fria,
Da cozinha um cheiro de comida e calor chega a mim.
O som do celular no youtube,
O som da faca cortando,
Sobre a mesa uma caneca com a imagem de noites estrelada de Gogh,
Na parede uma moldura de gesso de Mozart,
Um copo vinho com frutos secos e sementes,
Tudo ordenado na busca de um sentido...
A ordem linear,
A ordem reticular.
Amanheceu é outubro de 2020
Sábado.
O silêncio preenche a rua.
Aves cantam,
A luz está tênue.
Eu me dou conta que o tempo não pára.
Cotidianamente se vai mais um pouco
De nós que embriagados com a vida nem percebemos.
E logo vem outra e outra manhã...
O que é o tempo?
Nosso tempo,
Nosso ser,
Nossa existência.
Penso, mas não encontro lógica,
Não encontro direcionamento,
Não sei estou buscando,
Nem sei se encontrarei nada.
Neste momento tudo que me agrada
É essa composição que ouço
Ser tocada no piano.
Grande Frans Lizst.
Amanheceu nublado,
Tempo fresco,
Dia bom!
Pássaros cantando,
Coisas acontecendo!
Aqui, ali...
Cada lugar com suas nuances.
Através da janela vejo um pé bagiado de tamarindo.
Folhas peguenas de uma grande árvore.
Através da janela o sol.
O tempo quarando o dia,
Tempo estacionado.
O corpo se curando aqui dentro.
O vento seco da manhã,
A luz do sol rutilante,
As folhas amarelas e secando,
Cana seca,
Galinhas forrageando,
A palma verde,
Folhas de catolés a dançar,
O chiado das folhas
No compasso do tempo
Tempo que passa,
Tempo eterno.
O sol alto
A estrada escura do asfalto
Está ornada de capim seda
Que dança com o sopro
Suave do vento,
A terra solta
A poeira
O verão.
O dia amanhece claro
O sol brilha no céu,
Na calçada crescem as vincas alvas,
Com um balde de água
Distribuo as um pouco de água,
E recebo flores em recompensa,
E a vida vai passando bela.
Bela vida.
Não sabemos o que é o amor até que ele se revele em toda humanidade.
O cuidado com quem se ama é o maior o amor,
Envolve todos os sentimentos de doação e generosidade
E um desejo intenso de eternidade,
Amar certamente é doar-se por inteiro,
De corpo e alma e todo o ser.
Chega parecer que o coração vai explodir ou implodir,
Não sei explicar,
Não sabia explicar,
Mas agora estou aprendendo a duras penas.
Deus é quem é nosso guia e isso é tudo.
É preciso paz,
É preciso amor,
Tudo que está acontecendo,
Tudo que estou vivendo,
É complexo e dissaboroso,
Não existe lugar de paz para um coração perturbado.
Só na fé encontraremos este lugar.
Só assim.
Serotonina que é isso!
Magia,
Felicidade,
Um composto que todos ou tem ou não tem.
Uma droga humana?
Sabe lá.
A dor não é só minha,
Mas nossa em tempos distintos,
O medo, a angustia,
A ansiedade...
E o que nos torna mais humanos
O que pode nos humanizar mais,
O que pode nos fazer despertar para a vida?
Não consigo imaginar algo mais potente,
Nas palavras proferidas por Cristo
Tenho paz...
"Pai nosso que está no céu
Santificado seja o vosso nome...
Se percebemos o óbvio,
Ficamos assustados,
Amedrontados,
Até o vento nos amedronta,
Não sabemos o que acontecerá,
Nem como,
Mas se um sinal aparece,
Morremos por dentro de medo.
Gloria ao pai,
Pai santíssimo,
Pai.
Olhai os jardins floridos,
As flores perfeitas,
Coloridas,
Simétricas,
Perfumadas,
A tarde que cai,
O dia que vai,
A esperança de mais um amanhã.
A tarde caiu novamente,
Tudo está tão diferente,
Tudo tem ficado assim tão diferente,
Talvez seja ansiedade,
Talvez seja algo mais,
Talvez seja, mas se não?
Tenho tentado manter a calma,
Mas não tenho conseguido,
Estou cansado,
Preciso de algo que me dê força e fôlego,
A existência assim não é coisa boa,
Embora as aves piem,
Embora um cachorro lata,
Embora tudo de bom...
A tarde sempre cai depois de um dia que passa,
Mais um dia.
Que sofrido é esse medo que me toma.
Essa sensação de vazio.
Se me perguntassem como mudaria o mundo,
O que faria?
Certamente não teria uma resposta.
Como poderia ser o mundo?
Eterno?
Tudo que tenho são memórias imperfeitas e mau polidas.
Em parto aceito a realidade,
Em parte tenho medo.
Tudo parece está tão frio,
Pela realidade ou pelo medo?
Tenho mais dúvidas que certezas,
Aliás sem certeza alguma.
Sentido,
Ir e vir,
Consciência, subconsciente,
Ser e não ser,
Devir...
Fenomenologia do espírito,
O pânico,
Nem tudo que é aprendido foi apreendido.
Hoje é diferente de ontem...
O mundo,
As impressões,
As ideias,
A dinâmica dos seres entre as coisas,
A ordem e a desordem,
A deriva de uma força superior,
Natural?
O agora!
Em espiral subjetiva,
Em espiral em si.
Existe alguma força reativa?
Nossos medos, nossos maiores medos,
Quando confrontados podem ruir nosso ser,
A falta de fé e de esperança
Pode ser a maior fonte de sofrimento,
Uma dor num corpo sã,
Uma dor psicológica,
Sem poder se dar a reflexão,
Abandonada ao temor e ao medo,
O fim...
Algo que foi vivo sem vida.
Tudo que é é, mas não é eterno,
Fazer de cada dia o eterno...
Esperamos sempre do amanhã...
Sem entender do hoje.
Temor, temor, temor
Sem antes tentar.
Várias vidas numa só,
O mundo da imaginação.
Dark day,
A vida é cheia de surpresas.
Qualquer dia desses ela pode te surpreender,
Ela pode te dar uma lição,
E não vai ter como se livrar,
Vai ter que crescer através do sofrimento e da dor,
Vai aparecer em sua vida a possibilidade de perder quem tanto ama,
E o medo vai te congelar,
Vai ocupar cada parte de ti,
Das unhas dos pés aos fios de cabelos,
A fé e a esperança serão suas aliadas,
Porque tudo é contingente...
Vais envelhecer neste momento,
Vai viver seu maior sofrimento,
Mas precisa ser forte,
Na esperança que o amanhã vai chegar.
Do silêncio a aflição,
O desvelado revelado,
Princípio de um mau,
Um mau cruel,
Vamos parar esse mau,
Em nome do pai,
Em nome do filho
E em nome do espírito santo.
A tarde cai ensolarada,
Do poente sopra um vento frio!
Pandemia!
Que nada todo mundo está indo e vindo numa boa.
Vou ao mercado.
Hoje as aves despertaram tão contentes.
E eu também estou contente!
Assim na vida.
Conclui a leitura do livro
A fenomenologia do espírito de Hegel,
Não entendi nada!
Tempo perdido?
Entre o dia e a noite,
Um dia vivido,
Coisas boas e ruins,
O céu azul,
O sol intenso,
O verde arbóreo,
Casas reduzidas e desbotadas,
Jardins floridos e coloridos,
Aves cantando,
Borboletas ondulantes
Planando no ar,
Borboletando,
Um dia seguindo o outro,
E o sábado partindo
🌹
Pela manhã caiu um toró.
Estava numa parada de ônibus
Vendo e ouvindo a chuva chovendo,
Os pingos formavam uma corrente de água
Que escorria transparente.
Os pingos caiam nas árvores
E escorriam ramo abaixo...
E a manhã foi despertando e a chuva parando.
A chuva parou de chover em pouco
Tempo restava apenas a corrente transparente
Que foi minando até desaparecer,
Até sumir
E se foi...
Em algum dia de agosto pelos 40 anos vividos aprendi alguma coisa com a vida.
Foram 20 anos vividos na pátria mãe Serrinha dos Pintos e 20 anos por ai vagando em busca de conhecimento. Pensando no hoje acho que nunca estive tão perdido.
Aprendi muito, mas a lição que fica é que nunca sabemos o bastante,
O mundo é infinito de conhecimento,
E nessa busca pelo saber a gente só concluí que nunca sabemos tudo,
Descobrimos que essa fome como nosso apetite por comida só é saciado parcialmente...
A fome é grande e o tempo é pouco,
As vias são os limites...
Um cheiro despertou uma memória antiga.
Quando criança, às vezes, saíamos para a casa de um vizinho para moer milho para fazer uma comida que conhecida como xerém.
Geralmente era na casa do vizinho mais próximo. A casa de Amaro era uma delas.
Amaro que era casado com Ciça e tinha um filho chamado Francisco (Chico Amaro).
Ciça zelava demais do moinho que era sempre muito limpinho.
Como a maioria das casas, aquela era realmente muito simples sem muito conforto.
O moinho ficava na cozinha.
Sempre ia para moer e ajudar mamãe.
Ela ia colocando o milho e eu ia moendo.
Os grãos ao serem moídos se transformava em xerém e farinha.
E é viva a memória do cheiro do milho moído, um odor peculiar.
A moagem geralmente se dava em duas etapas.
Às vezes, mamãe já ia peneirando.
Assim que acabava, mamãe limpava o moinho e a gente voltava para casa
Para assim preparar mais uma vez a nossa janta,
Nossa subsistência... E mais uma tarde se passava em nossa vida.
Sem pensamentos ou consciência cheia de felicidade.
O espaço está aí eterno.
As paisagens mudam com a vida que lhes habita.
Não somos eternos,
Somos apenas passageiros,
Viajando nesse mundo com nossa vida.
Estamos sempre aprendendo,
E o tempo passando,
Tudo é apenas movimento,
E quando perde o movimento
É o fim.
Há tanta coisa absurda acontecendo,
Tornando-se comum, vulgarizando.
Coisas ao meu ver absurdas.
Como assim cometer um aborto em uma criança de 10 anos é crime!?
Onde está a lógica de pessoas que são contra o aborto neste caso.
Pessoas dentro da igreja se pronunciarem contra o aborto...
Num mundo onde o outro quer dominar seu corpo.
Onde chegamos.
Desprezível estes tempos.
É estranho rever um lugar místico por ser desconhecido depois de muito tempo. As paisagens, o clima e a luminosidade deixa uma vontade de desvelar o sobrenatural.
Tudo coisa de nossa imaginação.
A mata branca esparsa, os solos rasos,
A vegetação espinhosa e baixa
É um cenário cênico que ocupa nosso imaginário.
A natureza eterna e a vida passageira
Travam uma batalha que tem destino certo.
Assim é o Seridó para mim.
Um paraíso subjetivo.
Tudo pode ficar melhor ou pior,
Com música e beleza tudo fica encantado,
Os encantadores do mundo Mozart,
Beethoven, Chopin, Lizst...
Com beleza tudo fica mais encantado,
Eis os encantadores do mundo
Gogh...
O mundo fica mais belo com arquitetura de
Gaudi...
Essas coisas entre arte e ciência.
O tempo nos constrói,
Ser é ter substância viva,
Ser é devir,
Viemos a ser e deixamos de ser,
Esse movimento chamado vida,
Quando não voltamos a ser,
Apenas deixamos de ser,
A matéria se transforma em caos.
E sobra alguma coisa?
Sem corpos não somos nada.
Quando se morre se torna nada.
E o que fica é apenas o vazio...
E quanto mais vivemos
Maior vai se tornando o vazio
Porque vamos perdendo as pessoas que amamos,
Embora tenhamos que continuar até o nosso fim.
É preciso refletir sobre esta certeza.
Chopin!
Acho que ouvir suas composições tem clima de chuva,
Tem gosto de chá com madeleines,
Tem cor azul...
Toda a calma do piano,
Ouvir Chopin aqui nos trópicos
É interessante porque as aves cantam lá fora...
Não é nightingale nem blackbird,
Não são bem-ti-vis, sanhaçus, siriris,
E nomes tupis...
Entre uma composição e outra,
O silêncio ensurdecedor da tarde,
Que breve silêncio.
A memória torna tudo tão próximo,
Ontem, hoje, agora...
Só a imaginação antevê o amanhã.
Quero dormir ao som do piano,
Composições de Chopin.
Sabe... Algo excepcional está acontecendo comigo.
Estou terminando de ler a "Fenomenologia do espírito" de Hegel...
Excepcional porque é impossível ler Hegel numa sentada.
Na verdade, acho que mau cheguei ao fim e sinto que tenho que recomeçar a reler.
Não Hegel não deve ser lido e sim estudado.
Adoro Marx, mas não entendi nada do Capital 1.
Assim como, que ler Darwin ou Nietzsche.
Pensamentos para além da academia.
Diamantes brutos como nossos cérebros indisciplinados.
Chega! Uma notícia triste nesta tarde.
Professor Alexandre da Oceanografia da UFRN partiu.
Ainda lembro de suas aulas explorando a geologia
Na sala com ar da maresia,
Os amigos de Minas,
As idas e vindas no ônibus 33.
Nada haver o mar com Chopin
Com geologia,
Com nada.
Borges escreveu,
Mozart compôs,
Nem escrevi ou compus.
Sou apenas grato por suas obras
Que ajudam a entender e organizar meus pensamentos,
Pois comungo de algumas de suas ideias.
Felizmente eles viveram e fizeram algo que os eternizasse
Na literatura e na música.
Muito do meu tempo é perdido nessa ideia de eternidade ao longo do tempo.
Se o tempo é a imagem da eternidade como definiu Platão...
A memória é atemporal...
A materialização de ideias,
Pensamentos ordenados, construídos,
Condensados...
Acho que todos aqueles que viveram e que vivem
Perdem parte de seu tempo pensando na existência...
Alguns conseguem esquecer isso em seus trabalhos.
Duas pessoas tão distintas um teve seu brilho na juventude e a vida o levou muito jovem,
O outro teve seu brilho na velhice e se foi já de idade avançada.
Um foi genial desde o berço,
O outro soube cultivar e dar asas a sua genialidade.
Amadeus e Jorge...
Aqui vivo e contemplo sua imortalidade.
De certo cairei no esquecimentos,
Mas vocês continuarão como o sol e a lua.
Quantas informações nos chegam durante um dia em forma de impressões. Nem imaginamos quantas não são sequer percebidas. Outras são supraestimada. A verdade é que somos dominados em grande por um caos pouco percebendo sobre nossa vida. Que viagem essa que é a vida. Se tentamos nos aproximar de algo de certo mais próximos estaremos, mas não sabemos qual é a medida certa, nem temos um meio termo. Será se estamos voando em torno de uma luz elétrica? Apavora-me este caos que sou.
O tempo fantasma que nos atormenta,
Enquanto seguimos a seta o vencemos,
Todavia a todo instante pode ser o nosso fim.
Passado, presente e futuro,
Memórias do passado,
Desejo do futuro,
E o devir no presente...
Ser!
Este sujeito.
Um dia de fortuna, saúde e paz
Onde o sol brilhou no céu azul,
O vento soprou suave,
As aves cantaram,
A mente até relaxou
E você trabalhou,
Tudo ocorreu na benção do Senhor,
Agora a noite chega,
Que a mesma fortuna do dia
Acompanhe a noite.
Graças ao senhor.
A realidade é áspera a maior parte do tempo.
Ficamos irritados com as impressões que temos das coisas, dos momentos, das situações e enfim tudo em nosso entorno.
Desconforto, impaciência, medo, angústia são sensações que preenchem nosso ser.
Nossas percepções nos confundem pelas memórias que guardamos.
Queremos ficar parados ou queremos entrar em movimento,
Queremos pensar e não pensar.
Quantas sensações e percepções nos trazem o caos.
O que será isso.
Viver, às vezes, parece tão difícil e duro.
Tudo que almejamos é algo que nos faça sentir bem.
Será que é por isso que nos refugiamos nos prazeres?
Comer, deitar, ficar à toa.
Por que este sentimentos vão e voltam?
Sabe lá!
Pensar no que estamos vivendo: pandemia, ignorância, intolerância e banalidade.
Prefiro crer que se trata de uma onda universal e não um fenômeno exclusivo nosso do Brasil.
Ver o que acontece na política, necropolítica do atual presidente Bolsonaro e sua família.
Este movimento não é exclusivo desta família, mas de quem estivesse no poder.
Ficamos indignados, mas o que fazemos para mudar?
Nada, sequer chegamos a pensar.
Não fomos educados para isto.
Enquanto isso vamos vivendo esta barbárie.
Algo pode mudar neste horizonte de desânimo.
Esta sensação que inunda o coração.
Até parece uma disfunção crônica da vida.
Cada um com seu carma,
Seus problemas.
Contemplar o horizonte,
Sentir as impressões,
Embora, estejamos querendo fugir desta realidade.
Embora tudo.
Embora nada.
Por que há desânimo?
Meio de tarde,
O sol está muito quente ainda,
Embora a tarde tenha o sopro frio de um vento não sei de onde.
O chão está gelado,
Assim como a água das torneiras,
Assim o dia parece incomodar aos sentidos,
A mente parece incomodada.
É, às vezes a gente se sente assim.
No alto do prédio canta desesperado um pardal,
Longe canta uma cambacica...
Hoje voltei a caminhar,
A manhã estava diferente,
Como este momento...
Como estas coisas.
Ouvir Chopin agora me faz bem.
Se fosse possível voltar no tempo,
O que seria possível mudar?
As escolhas,
Os sonhos,
As decisões,
As histórias,
Os medos,
Seria possível salvar algo?
O que seria mais importante?
Certamente tudo seria diferente...
Talvez mais imediato.
Talvez me aconselharia a ter mais calma.
Mesmo assim ainda em algumas coisas a gente age
Feito inexperiente.
A gente aprende constantemente.
Faz parte da totalidade.
Meu pensamento circular,
Talvez caótico,
Ora aprova a existência,
Ora desaprova,
As impressões perdem a força ao longo do tempo.
O sentido pode ser perdido.
Quanto mais o tempo passa, mais incerto é tudo.
Nem todos os dias nascemos plenos de energia.
Os dias são só dias,
No entanto, somos essa incerteza que age,
Que vive,
Que segue,
Que continua,
Apesar de uma consciência.
Ter e não ter coragem de nada.
Desilusão e ilusão,
Pensamentos...
Algo para crear,
Algo para ser,
Ter esperança,
Criar forças,
Seguir com a totalidade,
Compreendendo a contingência.
Força para erguer perante um novo dia.
Como ordenar o caos?
Caos de objetos,
Caos de informações,
Desorientação,
Falta de vetor, de sentido,
Oração,
Paz.
Sensações e sentidos,
Impressões e impressos,
Sentir e avaliar as sensações,
O espaço e o tempo,
Tempo, tempo, tempo...
O agora, o momento, o corpo,
Os corpos,
Céu cerúleo,
Biosfera viriscente...
Nunca imaginei viver esse pandemônio que estou vivendo. Há 20 anos no dia 8 de agosto de 2000 saia de casa pela primeira vez para morar fora e fazer faculdade. Achei que ganhava liberdade de fazer o que quisesse. Fazer o curso dos sonhos, morar na cidade perfeita. Hoje zera tudo. Já que a partir de agora todos os dias que viver serão superiores aos dias que vivi sob o teto de papai e mamãe. Tantas coisas aconteceram de lá até aqui. Agradeço imensamente a Deus pela generosidade de tudo que vivi. As cidades que vivi Natal, São Paulo, Campinas, Brasília e agora... O quanto cresci com a graduação, mestrado e doutorado e agora a docência. Os novos hábitos e gostos adquiridos pela filosofia, música, poesia e fotografia. Pelas amizades conquistadas. Tanta coisa... Mas aquele vazio me acompanhou a ausência da presença dos pais e irmãos. Dias e noites foram testemunhas de tudo que vivi. Dias de sol e de chuva, noites escuras e noites enluaradas. Tanta coisa. Tenho amigos que levo no peito apesar da distância, amigos próximos que a vida me deu de presente... Tanta coisa... Sem falar de minhas leituras Borges, Nietzsche... Até chego a me perder. São 7.295 dias idos e vividos. Tempo que oras estou profundamente mergulhado, oras estou por fora. Mas é isso a vida reviver, rememorar, reaprender e aprender... Faria tudo de novo.
Há pensamentos que são muito altos ou muito profundos para serem acessados.
Ouvindo uma excelente palestra de Roberto Machado sobre Proust, confesso que me senti um asno, literalmente um ignorante. Todavia é gostoso ver e ouvir tamanha paixão demonstrada pelo palestrante.
Creio que só com tempo e paciência será possível digerir tantas coisas.
Sensação que ainda se estende a leitura que estou tentando fazer de Hegel no livro - Fenomenologia do espírito.
Chega a ser angustiante.
Pessoa num famoso poema dizia (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso).´
É fácil organizar a realidade objetiva, material, porém organizar pensamentos em ideias é algo que precisa ser cozido com lenha de angico.
Não sei se consigo absorver ou subjetivar algo, não sei qual é o meu propósito. Se com isto estou procrastinando nos meus deveres.
Todavia salta a mente pensamentos que me humanizam e me fazem pensar além do cotidiano.
É enfim maravilhoso ouvir um entusiasta. Causa até vontade de seguir seus passos...
E cai a tarde,
Cai fria
Tarde de agosto
Sete de agosto,
Hoje, teve uma feijoada aqui em casa,
Foi boa,
Chamamos os Dantas,
Tarde de celebração,
É bom demais
Está entre amigos,
Está em paz
E esquecer do que há demais.
Um menino,
Sempre existiu um menino,
Desde o dia que foi gerado,
Um menino estava ali,
Oculto nas paredes uterinas,
A ansiedade de saber o que era deixou o povo todo curioso,
Um menino,
Isso mesmo um menino foi o que o aparelho de ultrasom revelou,
Um menino que tá mergulhado e protegido no líquido aminótico,
Não chora, mas logo, ano que vem talvez,
Berrará neste mundo.
Dayane ficou meio doidinha,
Rindo pelos átrios da casa,
Andando feito uma gata doida pra lá e pra cá.
É só um menino,
Nosso menino.
O silêncio acompanhou o dia que partiu,
A noite chegou sob o silêncio,
Um bafo gelado soprou a janela,
Bafo que com som de vento,
A noite escura vestida de nuvens,
Pegou meu coração suave,
O escuro até me fez lembrar
O dia que minha vó faleceu,
Mas o tempo já amenizou a perca
Resta saudade e amor.
Hoje, descobri uma coisa,
Na verdade descobrimos,
Teremos um menino.
Foi uma ótima revelação.
Como é bom ver a tarde cair assim
Calma com coisa para fazer,
Ouvindo a inteligência apaixonada
De Roberto Machado por Nietzsche.
Dia especial.
O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...