Como são mágicas as chuvas!
Como são hábeis em fazer germinar
As sementes e gemas dos arbustos e das árvores.
Ah! o meu sertão é tão grato,
Mais tão grato que com uma chuva,
Germinam as sementes
E florescem os arbustos e as arvoretas,
Coisas pequenas como seus habitantes,
Que explodem em flores e diferentes odores...
E me arrebata,
Pois quanta biologia ali há de se aprender ali.
E com uma câmera vou clicando,
Vou captando as formas resistentes a seca!
O agudo dos espinhos e tricomas urticantes,
A caustica faveleira, e urtigas de euforbiáceas e loasáceas,
Os acúleos das leguminosas,
O fedido das malváceas e caparáceas,
As folhas simples e as folhas compostas,
As flores dióicas dos crótons e jatrofas,
O violeta das mucunãs,
O cheiro forte dos velames e mufumbos,
O ralo capim, belas poáceas,
E o que eu vejo é mato com nome,
Mato identificado e classificado,
Os matos de Allemão, Martius,
Os matos de Lueltzelburgue,
Matos bahianos de Blanchet,
E de tantos e tantos expedissionários,
Matos meus, herbáceas minhas,
Manhã não serei nada,
Ao menos fiz coleções de matos nomeados,
E conheci a diversidade que há no sertão do seridó e do cariri...