terça-feira, 2 de setembro de 2014

Barão Geraldo - Asa norte - Bancários

A noite que se aprofunda nas horas,
Uma caneca de chá,
Palavras, reflexões...
O calor ou o frio,
Os planos para o futuro,
O presente imediado,
O presente próximo,
Aflição, medo...
Tudo que constitui a vida...
A noite aflita e mal dormida.

Dúvidas...

As sibipirunas perdendo as folhas,
A acácia florindo,
As paineiras florindo,
Chuvas torrenciais,
A luz branca no quarto,
Os livros e o desejo da leitura,
O cansaço de um dia,
Na luta que se desenrola em espiral,
De uma manhã povoada pelo sol vivo,
A banca de revista,
A grama orvalhada fresca,
A poeira vermelha,
As tipuanas com exsuvia,
As manhãs de quinta,
O povo vindo da festa,
E o dia começando
E o dia se encerrando,
E a vida passou,
Passando.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Memória viva

O espaço,
Espaços e lugares conhecidos,
Ambientes compartilhados,
Uma casa antiga,
Cheia de memórias,
Casa de paredes brancas e janelas azuis,
Com piso de cimento talhado em desenhos,
De portas e janelas antigas
Rachadas da luz e do tempo.
De telhas grossas e caibros roliços,
Linhas de carnaúbas,
Tornos de forquilhas de pereiros,
Uma casa grande e alta,
Muito maior que a sua,
Com pessoas muito experientes
E doces, nossos avós.
Poucas coisas nos restam
Além da memória,
Tudo que temos é emprestado,
Tudo que somos é passageiro,
Hoje senti minha avó paterna,
Ouvi minha avó paterna,
Que se encantou,
Desde a última vez que fui a casa dela e a vi,
Não voltei mais,
Seu corpo se encantou em minha memória,
Daquele ventre vivo, nasceu
Quem me gerou,
E no fio da vida
Ela para a eternidade voltou,
E eu!
Quem sou?
Memória, corpo,
Meio para o fim.

Segredos de uma manhã

A manhã chuvida,
Mais uma manhã em minha vida,
A chuva chovendo,
Chovendo e cantando,
Ouço os pingos se derramarem das nuvens,
Sobre as folhas cantam
E molham
E esfriam a manhã.
Que doce manhã chuvida,
Como é interessante a vida
Com seus mistérios,
Seus ocultos segredos.
Que são revelados
A todo instante.

sábado, 30 de agosto de 2014

O silêncio

Tenho familiaridade com as coisas,
As rochas, as estradas  e as plantas
E tudo que tem o seu próprio universo,
Não fala o que não sabe.
O silêncio é uma sabedoria
Que poucos sabem utilizá-la.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Canto da vida


23 de agosto de 2014
Sábado à tarde,
É tarde,
O sol já se decai no poente.
Sentado em frente de casa,
Estou no ócio,
Eu olho para o tempo,
Olho para mamãe e ouço,
As vozes do sertão,
O canto intermitente dos galos,
De muitas aves,
Vem-vem, peidos de veias,
Galos de campina, periquitos,
Cantam também as cigarras,
E o vento faz chiar as folhas dos catolés.
E na estrada passam pessoas

De riba para baixo, de baixo para riba.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Cedo da tarde

É cedo,
Cedo da tarde,
Esta hora em que o sol arde,
Os galos canta,
O periquito corruchia,
Um leve cochilo,
Entre o sonho e as memórias
Assim me percebo,
As ervas secam,
As árvores se despedem de suas folhas,
E a tarde que entardece,
Entardece, mas não envelhece,
Como envelhecemos,
É forte e vigorosa,
Enquanto isso enchemos de memórias,
E partimos para o fim,
Fim de tarde,
Fim da vida.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A vida é curta

Os dias que se passam,
Passam para a eternidade,
Para que a vaidade,
Os dias são apenas dias,
Os dias são longos para os jovens,
E curtos para os idosos,
Longos para os doentes,
E curto para os sadios...
Independente de qualquer coisa
A vida passa...
A vida passa,
E é curta demais para não escrever um poema,
É curta demais para não cultivar uma flor,
É curta demais para não cultivar um amor,
A vida é curta,
Por isso os grilos cantam,
Por isso as aves cantam,
Por isso os galam cantam na aurora,
As flores desabrocham com o desabrochar do sol,
E as estrelas com a noite,
E as chuvas encantam as ervas,
E os homens continuam sua caminhada,
Na esperança da eternidade
Porque a vida é curta.a

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Coisas simples

Um rouxinol canta feliz na borda da mata.
O sol quara as gotas de orvalho da noite passada,
Ramos e folhas estáticos são acariciados pela luz solar.
Tudo passa devagar,
E embalados em nossas ideias,
Nem paramos para contemplar
Coisas simples.
Estamos perdidos em fazer
Algo, sabe lá pra quem ou pra que.
Então toma os sentidos
E vive um momento
Mesmo que breve,
Vive o mundo que o cerca. 

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O giro dos sonhos

A noite cai,
O corpo cansa,
A alma viaja,
Sonhos,
Estrelas,
Cama e cansaço.
Tudo turvo,
Tudo curvo,
Nas órbitas dos olhos,
Giram os sonhos,
Giram os sonhos.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Tutano

Objetos, no espaço,
Os sentidos,
As formas,
As texturas,
Os aromas,
A delicadeza de perceber,
Uma flor,
Um gato,
Um ser.
A água que molha tudo,
Que faz germinar a semente.
A sutileza de tudo,
Muitas vezes ocultos.
É preciso ter calma para perceber,
É preciso calma para viver,
Porque quase sempre não percebemos nada,
Apenas o que nos interessa,
E tudo permanece oculto,
No curto tempo de uma vida.

domingo, 17 de agosto de 2014

Contas a pagar

Como bichos,
Vivem os homens encarcerados,
Em suas aconchegantes celas,
Olhando através de suas janelas eletrônicas,
Sonhando em ter mais, ganhar mais,
Se destacar mais e ser mais...
Trabalhando sem parar,
Sem saber quando nem por que parar.
Os homens estão cada dia mais loucos.
Uns acumulam tanto
E outros não tem nada.
É o paradoxo da contemporaneidade.
Omni vanitas.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Manhã amanhecendo

Manhã de agosto,
O vento venta soprando forte,
O galo canta atrasado,
Canta, canta...
Canta também o bem te vi.
Daqui posso ouvir,
O mundo a acontecer,
Cachorro a latir,
Carro a roncar,
A manhã a despertar.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Revelado

O tempo,
O espaço,
Os seres vivos,
O seres não vivos,
Tudo em meu entorno,
O que eu percebo
O que está oculto,
Tanta coisa oculta
A minha percepção
Que pode ser revelada,
Pela poesia,
Pela alegria,
Pela simplicidade,
No tempo e no espaço.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O olhar

Que lindo é ver a lua nascer,
Lua cheia,
Lua grande,
Lua prateada.
Grilos cantando,
Vento ventando,
Estrelas brilhando,
A noite caindo,
Cheia, plena...
Uma poesia sendo parida,
Uma poesia ganhando vida,
Em versos tímidos e lúdicos,
Cheios de nada,
Ocos...
Como o quengo do autor...
Mas ao menos mostra a beleza
Do singelo,
Todo o mundo é belo,
Dependendo do olhar.

domingo, 3 de agosto de 2014

Angústia

Tenho no peito
Qualquer coisa que me causa pavor,
Tenho no peito
Qualquer coisa que me causa dor,
A angústia angustia nossa alma
E nosso corpo,
Nos tira a razão
Nos tira a calma,
Como viver assim,
Temos que ter uma fé,
Temos que nos entregar ao divino
Que nos preenche,
Que nos anima,
A viver mais um dia,
E no dia seguinte
Tudo pode ser diferente.
Sem angústia ou dor.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Os mistérios da noite

O silêncio da noite,
Compacto nas janelas
De luz branca fria,
Pessoas sozinhas,
No celular no leptop.
Televisões desligadas,
O vento sopra na janela,
A música baixa,
O corpo cansado,
A vida vivida cotidianamente.

Existencialimo

A gente vive,
A gente vive tateando no mundo, nas coisas, nas relações, nas nossas percepções.
E assim vamos experimentando e vamos nos alimentando de nossas vidas.
Vamos alimentando nossas vidas ao mesmo tempo que consumimos nossos tempos.
A vida é um mistério, a alguns longa e a outros curta.
Alguns aprendem a viver cedo,
Outros vivem uma vida longa de desconhecimento...
A gente vive,
A gente vive,
A gente conhece gente, se relaciona com gente,
E sempre se surpreende com a gente e com o outro,
Muitas vezes nos desconhecemos,
Conhecer a si mesmo, eis algo sobrenatural,
Entender os próprios erros...
A gente constrói o que a gente é.
Existencialismo.

Ser o ser

Queria saber inventar, contar histórias,
Escrever contos, crônicas, ideias...
Quando quero, quero demais,
Contar contos como Veríssimo,
Contar histórias enigmáticas como Borges,
Coisas divertidas como Millor,
Mas não,
Não sei copiar,
E o que invento, não dá para pagar um café.
O gato gateia,
O sapo Sapeia,
E eu identifico plantas.

Felicidade

A noite,
A música,
O chá,
Os livros...
Pensamentos, ideias e memórias.

Quando a tarde cai doce,
Quando a noite chega alegre, suave,
Com coisas simples como ensinar...

O corpo entra em estado de êxtase,

Uma sexta-feira,
O quebrar da barra,
A leitura reflexiva,

Pedalar em busca da felicidade,
Parar, fotografar,
Contemplar a mata,
Ver as mulheres generosamente
Varrerem o campos,
Os corredores,

O café da manhã,
O riso dos amigos,
A comida gorda,

As conversas ricas e sabias,
Outras nem tanto,
A generosidade de Vera,

A manhã partindo,

O encontro na geografia,
Bartô e seus orientandos,
A irreverência de Mônica,

O almoço com pessoas inteligentes,
No Lando,
O ir e o voltar,
Doces conversas, com pessoas generosas e inteligentes,


A tarde vindo com os risos,
Das amigas e um lauto almoço,

E a tarde se passa,
Brindando-me com a companhia,
Das minhas estagiárias,
Manu, Rayana e Sâmara,
Que me ensinam a aprender,
Coisas simples,

O aconchego do lar,

A saudades da família,
E assim segue a vida.


Faz

O que faz sentido?
Algo ouvido,
Algo olhado,
Algo vivido?
O silêncio.
O sol dourado,
Ano passado,
Ano passado...

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Acordar

A manhã nasce tranquila.
Podemos sentir seu aroma
Ao abrirmos a janela,
Um delicioso bafo de mundo,
Fresco e úmido.
As aves felizes a cantar!
Cães a ladrar,
Enquanto o sol desperta suave.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ver

Na contra mão,
Viver,
Viver na solidão,
Viver a solidão,
Ver os dias passarem,
Ver a brisa passar,
Ver o dia passar,
Ver o primeiro e o segundo crepúsculo passarem,
Ver as luas passarem,
Ver os dias e as semanas passarem,
Sem saber o que espero passar.

O tempo já foi mais lento,
Hoje, percebo mais poeira, mais cinza no horizonte.
Vejo as aves partirem,
Vejo as aves partirem,
Eu vejo a idade impressa nas faces dos meus amigos,
Vejo no espelho a impressão do tempo,
E doí perceber que as aves partem,
Porque elas partem e levam o que nos faz bem
Sua presença...

Mas é preciso viver,
É preciso viver,
Cada minuto,
Cada segundo,
E ver tudo passar,
Até que passemos,
E a vida continua...

Sem sentidos

A solidão,

Olhos que não vêem,
Ouvidos que não ouvem,
Bocas que não falam,

Tem olhos, mas não vêem,
Tem ouvidos, mas não ouvem,
Tem bocas mas, mas não falam,

Os cegos,
Os surdos
E os mudos.

De uma certa por uma deficiência,
Tem olhos, mas não vêem,
Tem ouvidos, mas não ouvem,
Tem bocas e balbuciam...

Hoje estas pessoas se comunicam são normais,
Mas no passado não tão remoto.

A cegueira,
A moquiça,
Eram prisões aos idosos,

Conheci Vicente de Joana,
Conheci o cego da casa do sampaio,
O cego que tocava flauta.
Uns sisudos,
Outros falantes,
Uns contentes e outros tristes.

O que é a natureza humana?
Certamente se tivesse uma deficiência
Seria triste...
Por falta de fé ou por indisposição?

Onde estão as paredes que encerram nossa prisão?

Em busca do amanhã

Aqui,
Ali,
Acolá.
Onde minha mente está?
Muitas vezes distante,
Muito distante do meu corpo,
Fico a matutar.
Minha alma, minha calma...
Minhas memórias vivas,
Que surgem a cada olhar,
A cada tocar,
A cada impressão que tenho.
E reflito sobre tudo,
Inclusive sobre nada.
Vejo a vida desfiar,
Por um fio,
Cada coisa a se desfazer
E a reconstruir.
Ah!
O poder das fotografias, espelhos com memória
De nos fazer refletir,
A doçura dos aromas,
Viver é quase sempre reviver.
Nunca estaremos plenos.
Pessoa nos ensinava a voltamos
Aos sentidos... Sinta o mundo e viva o presente...
Mas ecoa em minha mente,
Instantes de saudosismo.
E vamos buscando o melhor
Que sempre nos promete o amanhã.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Matutar

Um chá quente
Para esquentar a brisa fria.
O sofá no escuro,
Para o corpo descansar,
E pensar, matutar...

Cães a ladrar,
Os vigias a apitar.
O barulho dos carros.

Penso tanta coisa,
Quem sabe meus pensamentos,
Não marcarão um pessoa.

Sabe lá.

O rio

O rio que como o mar
tem maré, oras esta cheio
e oras esta vazio,
como entender esse rio,
se enche para secar
ou seca para encher?
Vá entender o rio
que todo tempo é frio.

Errante

Sinto um doce aroma quando passo perto de um pequeno arboredo,
aroma de ar puro matinal.
gosto de ver a grama orvalhada.
manhã ensolarada,
flores brancas e roxas,
canto do sabiá,
vivo aqui, ali aculá.

Noite

Quando a noite caiu, fez-se o escuro e o silêncio.
O feito breu não mostrou as estrelas.
Dentro da casa escura e fria,
meus olhos embutidos em saudades
e silêncio calaram a qualquer movimento,
Senti o peito bater, o braço pulsar,
senti a noite fria me abraçar,
a noite como estava vazia,
tão vazia de tudo
que apagou qualquer coisa visível,
apagou minhas ideias,
me senti feito pintura
imóvel eterno.
Toda a natureza recatada...
toda a noite calada.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Passagem

Segue o tempo,
Segue o vento,
Segue a noite,
Seguem os dias.
Cremos na nossa permanência eterna na terra.
Só cremos,
Porque nada temos,
Nada é nosso,
Tudo é emprestado.
O nosso corpo,
A nossa família,
O nosso nome,
A nossa profissão,
Nossos dias.
E tem dias que nos falta coragem,
E assim nascemos,
E assim vivemos,
E assim cremos
E passamos por nossa vida.

Vidas numa vida

A manhã está pálida e calma,
Canta contente o rouxinol,
A chuva choveu brevemente,
Nessa paz vem a  minha mente,
Cenários de inverno de minha infância,
Das manhãs alegres pós chuva,
Do calor perfumado de nossas cobertas
De malha de rede.
O vento ventando no telhado,
A voz agitada de mamãe,
O badalo paciente do chocalhos do gado.
E a cada manhã,
Posso perceber e reviver as vidas em minha vida.

domingo, 27 de julho de 2014

Praia

O sol,
O céu azul,
O mar,
Ondas se espalham na areia.
A brisa fresca,
Grupos de pessoas,
Comida,
Coqueiros
Praia.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Humanidade

E na hora profunda da noite,
Na hora última,
Aceite senhor,
Aceite senhor,
A minha calma,
A minha alma.
Quando já não resta vida,
Tende piedade de nós,
Que a humanidade é tamanha,
Que quase não há humanidade.

Rogado senhor

Meu Deus,
Meu Deus,
Cadê a minha fé?
Aquela fé que me destes agora me tirastes?
As minhas esperanças,
Os meus sonhos...
Tanta coisa que parece me faltar,
Talvez seja sua ausência
Gritando em meu ser.

Ser triste

A noite e a solidão se misturam,
Se confundem e se fundem.
Noite sem lua,
Sem ninguém na rua,
Noite de sexta-feira,
Ah, a vida se passa,
A noite se passa.
Eu estou perdido em minha solidão,
Estou perdido em meu ser.
Está tudo tão vazio...
E porque me entrego
Ao meu fim...
Ser triste é ruim.

Chuva

A chuva chovendo,
Canta, dança,
Escorre,
Escoa,
A chuva chovendo
Molha, lava e umedece.
A chuva chove numa vitalidade.
Chove de manhã,
Chove a tarde,
Chove a noite,
Chove e para
E a vida segue.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Balé da vida

O que eu consigo ver
E tudo aquilo que consigo descrever,
Tudo aquilo que serve para expressar-me,
Eis o universo que preciso dominar.
Não necessito me expressar para viver,
Basta apenas viver.
Basta apenas consumir,
Ler, ouvir, sorrir...
É preciso muito pouco para viver.
É preciso paz e saúde e sabedoria
Para suportar a vida,
Para levar no peito alguma alegria.

Ah, as curvas elípticas de uma flor,
Sua simetria, textura, odor e cor.

A textura da areia, a cor da areia...

As propriedades da água,

A distância das estrelas...

Tudo me encanta,
Tudo evidencia minha humanidade finita,
E infinita em minhas sementes,
Esse tecido humano que se faz e desfaz,
Que se eterniza na fusão de esperma e óvulo,
geração após geração,
Geração após geração,
Nascem e morrem os grandes gênios...
E de onde surgiram os gênios
Senão de um pequeno útero frágil e feminino,
Ocultos no escuro da noite,
Oculto no pudor humano.

E a criatura ganha forma,
Ganha vida,
E esta o consome
E se renova,
Ah aqueles que se eternizam,
Mas no final todos não somos mais que estrume
Que matéria pustulenta,
Que desagrega em menos de um dia..
Vanita, de que serve.
Vitae sedes hoje,
Quem sabe amanhã.

Um louco confabulando

A vida
A vida deve ser vivida,
A vida deve ser bebida,
A vida deve ser respirada,
A vida deve ser experimentada,
Pois a vida um dia será acabada.
Nem sempre estamos em estado de graça,
Temos dias bons e dias ruins,
Dias alegres e dias tristes,
Temos todos os nossos dias.
Precisamos fazer a vida valer a pena,
Pois a vida é muito curta pra ser uma vida pequena.
Tem gente que aprende a gostar das coisas,
Mas tem gente que gosta de graça.
Será uma graça do Criador?
Criador, cria...
Criatura.
Será uma graça saber criar?
Talvez não ou talvez sim.
É importante aprender a viver todos os momentos da vida desde cedo.
É importante aprender com os outros
E cedo tomar as rédeas da própria vida,
Pois a vida passa,
Pois a vida é breve,
É preciso aprender a ser leve.
E viver e amar, e respirar,
Até o fim.

Um piano ao cair da tarde

As vezes uma infecçãozinha não é de todo mal.
A quanto tempo não tomava sopa ouvindo música de piano.
Cada lugar por onde passei aprendi diversos hábitos.
Em Brasilia, comia sopa ouvindo um piano ao cair da tarde,
Com a linda voz de Lúcia.
Cá estou em João Pessoa quente que só,
Onde tomar sopa não é tão agradável,
Nem consigo ouvir o programa pela net.
Ao menos tem o youtube.
Como é doce o som do Piano.

Julho

Julho,
2014,
Chove,
Faz sol,
As aroeiras da praia
Tem seus ramos balançados pelo vento
Que vem de longe,
Que delícia de dia frouxo,
Que beleza e quanta alegria
Que há no mundo,
Aos tudo vai melhorando,
E o dia vai passando.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

O melhor

O corpo em febre,
O mundo sem cor,
O mundo sem sabor,
O corpo enfermo,
Tudo tão ermo,
O que é bom?
Nada.
Saúde é muito importante,
O amor é uma invenção,
Depois da saúde,
O calor do corpo,
Calor da noite,
Impaciência,
Demência.
Esperamos sempre,
O melhor que está sempre por vir.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Dor

A noite,
A garganta infeccionada,
O inoportuno da infeção,
Dor, dor, dor.
E o corpo quer dormir,
Descansar...
E assim se segue
A noite calada, longa,
Tudo se passa,
Bem devagar.

domingo, 20 de julho de 2014

Felicidade

A noite,
Minha simples existência.
Uma música,
Balões de memórias,
Sensações desencadeadas neste momento,
Lembrei das manhãs úmidas
De Barão Geraldo,
Da Unicamp,
Boas sensações,
Em que a vida era tão fresca e intensa.
Quatro anos que se passaram
Muito rápido em minha vida
E que deixaram profundas marcas de felicidade.

Estrada

Não sei o que me aconteceu,
Mas sei que um dia quis der diferente,
Quis viver algo diferente do mundo que me cercava naquele pequeno distrito.
Vivia numa casa limpa e aconchegante, seguro sob os cuidados de  meus pais.
Ali tínhamos duas estações inverno e verão (seca).
Os dias em casa estação pareciam semelhantes. Pareciam, mas não eram.
Com pouca comunicação, pouca gente.
Restava-me o ócio.
Nossa casa pequena e baixa rodeada por fruteiras.
Cajueiros, cerigueleiras, pinheiras e palmatoreas.
Tínhamos galinhas, porcos, vacas e um burro para conduzir a água que usávamos no cotidiano,
Principalmente durante o verão.
Não sei, mas naquela monotonia, ouvia dizer que quem estudava se dava bem na vida.
Então me apeguei a essa ideologia.
Comecei a ler por autoestimulo.
Lia tudo que caia em minhas mãos. Não gostava de textos longos nem de textos que tivessem apenas letras.
Gostava mesmo eram dos livros didáticos que tinha figuras,
Pois as figuras dão asas a nossa imaginação.
E como quem vai construindo algo sem saber o que fui construindo o meu saber.
Lia, lia e lia, só lia.
Eu construí um castelo ao meu redor.
Acho que passei a maior parte do tempo vivendo no mundo das ideias.
Acertando e errando, aprendendo com os erros.
E quando olho do alto de meus anos, vejo um grande abismo.
Sinto que conquistei o que desejava,
Mas quer saber ainda vivo no ócio, tenho angústias, medos e todos os sentimentos humanos.
E se me perguntarem aprendeu a viver.
Responderei que viver é algo mecânico,
Todavia cada dia é um dia, cada momento é um momento
E a vida vai nos surpreendendo a sua maneira,
De forma maravilhosa, mas de forma triste também.
E assim vamos vivendo nossos dias,
E assim vamos completando a nossa vida.
Não sei se construí muita coisa,
Ao menos tive ideologia.

sábado, 19 de julho de 2014

Desapercebidamente

A tardinha,
A rua vazia,
A luz que se esvai,
A brisa fresca,
O corpo cansado,
O jazz,
A solidão,
O sofá da sala,
Pipocas,
A mente que se esvazia,
A tarde que se esvazia,
A noite que se entrega
A terra,
Somos o que pensamos,
Somos o que vemos,
E o que construímos,
E organizamos nossos mundos,
E a tarde passa,
E a vida passa,
Desapercebidamente.

Adeus a Rubem Alves


A tarde vai caindo,
A tarde vai se despedindo,
Lentamente, lentamente...
O sol desaparece no poente,
E com ele a luz,
A noite vem chegando vem devagar,
Essa tarde agradável de brisa fresca.
Hoje, a tarde parte, o dia parte,
E com o dia parte o último suspiro
De quem tanto amou e respirou,
Rubem Alves.
Eis que hoje foi último dia
Que alumiou sua visão,
Último afago solar,
Aquele que se dedicou
A tornar belo o mundo
Através das palavras,
Educador e destro escritor,
Partiu bem devagar,
Da porta do céu aguarda João Ubaldo...
Este dia será o último de um grande homem,
Este ano o último de grandes homens...
E nos temos que darmos continuidade a vida
E ao mundo.
O sol nascerá amanhã,
E depois de amanhã,
Até que tenhamos o último suspiro...
E assim seguirão as gerações!
E teremos a oportunidade de relembrar
Essa que é a nossa era,
A era que viveu o grande Rubem Alves,
Sobe para o céu dando Adeus,
Adeus!

Amor a vida

Podemos até dar um sentido científico,
Classificar a natureza, conhece-la com destreza
Através da ciência,
Mas ainda sim ela é plena e encantadora.
A natureza é perfeita.
Busquemos nela exemplos
De como existirmos com harmonia,
Nela se encontra criador e criatura,
E dela tudo retiramos necessário a nossa existência,
Que sejamos capazes de entende-la, compreende-la,
O tempo passa e a natureza trata de amenizar a nossa dor,
Mas até quando sustenta-se-a?
Precisamos construirmos como seres para o amor,
Amando cada instante de vida ou ao menos tentando.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Paz

O mundo é tão belo quando estamos em paz.
A manhã é mais viva com o canto das aves
E com todo o brilho do sol.
Viver em paz é um estado de graça.
Viver em paz, eis a grande sabedoria humana.
Contemplamos o mundo quando estamos em paz.
Tudo fica mais vivo, mais belo, mais interessante,
Mais agradável.
O canto das aves nos faz tão bem,
A brisa da manhã,
O doce de uma fruta,
O sossego de um lar.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Perfume da manhã

É incrível a manhã,
O canto das aves,
O quebrar da barra,
Doce aurora.
Contemplar o horizonte,
Ver os primeiros raios do sol brilhar,
E quando abrimos a janela,
Fresca a brisa da manhã,
A brisa tem um aroma de novo,
De especial,
As cores e as formas são reveladas,
A criatura é revelada
Pela luz do Criador.
E a construção de um planeta continua,
Manhã universal,
Nasce para os bons e para os maus.
E como cheira a manhã.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Geometria

A noite escura
Que se acende com o brilho da lua.
As rochas sólidas que formam a rua.
Os muros pintados ou abandonados,
As plantas cuidadas,
Árvores podadas.
Ocultos e revelados pela lua.
O oceano que é a noite alumiada.
Salvo minhas memórias,
Nestas horas revivo e renovo minha vida.
Aprendo a viver mais um pouquinho.

Graça

Quando amanhece, antes do sol sair, cai a chuva que lava a rua. Desperto e olho para a rua, olho para o horizonte. Vejo tudo tão distante. Eu vejo o mundo despertando, e me vejo despertando, vejo a chuva vir e a chuva ir. Não sei como interpretar a chuva, não sei como interpretar o desabrochar de uma flor! Apenas contemplo. Sei que por um instante sou só eu e o Criador. Não sei quanto tempo ainda me resta, ainda bem. Assim contemplo a aurora, e acordo para a vida, para mais um dia.

Lua infinita

A lua cheia encheu a vastidão da noite,
Encheu o mar de brilho,
Encheu os campos de formas turvas,
Pintou a areia da praia de branco.
Então veio uma nuvem e a apagou,
E sua água derramou,
E partiu.
E enquanto a água escorria,
E enquanto o espelho da água se formou,
A lua se multiplicou,
Foram milhares de luas,
Luas grandes,
Luas pequenas...
Luas de luz.
A lua é eterna,
E nossas vidas passageiras.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Dimensão

Somos tão pequenos perante o mundo,
Perante o céu e o largo horizonte.
Somos um grão de areia na praia,
Somos formigas no solo de uma floresta...
Tamanha imensidão merece contemplação,
Contemplar toda esta vastidão
E compreender quão limitados somos,
Mesmo aqui quanto podemos fazer.
Salve as manhãs, o canto das aves,
A brisa...

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Movimento

E quando a noite cai,
E quando os olhos cerram,
A mente nem sente,
E o corpo descansa,
E a vida deslancha,
Segue seus dias,
Feito poesias,
E as noites caem,
E as noites caem,
E os olhos cerram,
E o tempo passa...

Descoberta de Borges

Certa vez ainda em Campinas,
Folheando livros da coleção poker
Encontrei um livro e descobri e me apaixonei por um autor.
Naquela tarde de domingo,
Descobri Borges,
Jorge Luiz Borges.
Já o conhecia, mas confesso que passei a adorar essa figura mitológica.
Desde então, leio, releio
E tento encontrar mais sabor, cor e beleza na vida.

Contemplar

Ah, este universo tão imenso,
Este mundo tão belo,
Este lugar que estou,
Minha vida,
Esta manhã que amanhece,
O calor de minha casa.
Na vida tudo passa,
Quão fugaz é a vida assaz.
Parti coração parti,
Cada manhã é impar,
Cada manhã se passa,
O tempo que passa,
Já não volta mais.
Vanita vanitas...
Sobe e desce o sol,
A cas que tinge de experiência,
E agora manhã abençoada,
Um dia não mais terei,
Voltarei para o meu criador.

sábado, 12 de julho de 2014

Como tem que ser

A tarde que passa
Tas em si a chuva,
Que cai intermitente.
A tarde que passa,
Não é a mesma tarde
Que sábado passou,
Estávamos cheios de esperança,
Mas é uma tarde nova
Que fica velha,
Que passa depressa,
Para dar espaço a mais um mera.
A tarde passa quente e chuvosa.
Passa como tem que passar.

Elo da vida

Como é belo o canto das aves,
Como canta maravilhosamente cada ave,
Bem-ti-vis, patativas, sabiás...
Qual fugaz é um canto,
Quão belo sua expressão.
Como podemos cantar se não sabemos,
Não gorgeamos, raros são aqueles que cantam,
Aqueles que produzem música.
Aqueles que fazem um poema.
E poematiza a própria vida.
Que seja além das vaidades.
Não tem vaidade a ave ao cantar.
Canta porque a vida lhes dar o canto.
E o canto dar sentido
E permite que a vida permaneça
Num elo atado pelo sopro da vida.

A noite em conjunto

A lua cheia,
A noite suave,
A sombra das copas das árvores.
Num tom escuro e frio,
A brisa,
As pedras soltas frias,
A areia fria,
O sono profundo,
Grilos ciciando,
Cães acordados,
As estrelas num céu infinito
A rutilarem seu brilho tão antigo...
Como me percebo no mundo.

Tenho que aprender
A tentar compreender o outro mundo,
As vezes nossos mundos são impares demais.

E a vida segue.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Passagem do que foi ao que virá

A noite profunda
Que se vai,
Que se entrega na madrugada de um novo dia,
A lua cheia de julho,
A brisa fria do novo dia,
Que acabou de surgir,
O agora que torna-se ontem.
Sono e ressono na madrugada.
A lua continua cheia,
Amanhã que o sol surgirá
E revelará toda a graça
De um grande criador.

Ah, este criador...
Sua existência
É a nossa última esperança,
Porque seguimos
Sempre em frente em direção ao infinito,
E ao pó nosso castelo voltará.

A madrugada embrionária...
Nossas impressões
Pálidas, vivas
Existentes.

Doce manhã salina

Desperta a manhã de céu cinza,
Enquanto o sol sobe sobre o mar,
O céu torna-se cerúleo,
Belo, lindo suave,
As ondas quebram lambendo
As areias da praia,
Fresca areia,
Macia areia,
Vasto horizonte,
Como é universal o céu e o mar.
Como são felizes aqueles que desfrutam
De uma praia,
Ver o nascer do sol e da lua,
No fundo, no amplo horizonte.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Eternidade do tempo

Caem as estações,
Caem as manhãs,
Caem as tardes,
Caem as noites,
Caem as horas,
O tempo sempre a passar
Independente,
O tempo sempre novo,
Infinito presente em todas gerações,
Tempo que se renova em cada ser
Que nasce, que acorda.
O tempo presente entre as estrelas,
Entre as lua,
Presente entre tantas e tantas gerações
Que encerradas dormem para a eternidade.
Sozinho, nascemos e partimos.
Cada um com sua solidão,
Cada um com seu universo.

A tarde

E no cair da tarde,
Quando o sol quebra para o poente,
As águas da superfície mornas,
Exalam um cheiro de água,
Exalam um cheiro de sal de mar.
E vemos a tarde partir,
Sentimos a tarde partir,
A tarde marca com sua partida,
muito mais que as manhãs.
As tardes parecem serem vivas.
Vivas como um coração a pulsar,
Vivas ao se desfazerem no ar.

O encanto

Nasce mais uma manhã,
Mais um dia entrará para o infinito,
Um dia feliz ou dia triste,
Haverá gente com ambos humores.
Esta  manhã que nasce e já vai partindo lentamente,
Nasce fosca e vai ganhando cores e formas,
Nasce nublada, mas embalada
Pelas aves...
Quem ensinou as aves cantar para a manhã?
Hoje a aurora foi cinza
E a luz chegou tímida.
Levanto forte,
Olho tudo ao meu redor,
Inclusive como chegará o sol.
10 de julho de 2014.
Passo a passo segue-se a vida,
Minuto a minuto passa o tempo,
Desfecha nossa realidade,
E assim segue mais um dia.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Subjetivo

Conchas,
Rochas,
Sementes,
Frutos secos,
Cores, textura sólida.

No vaso viridescentes plantas acomodam suas raízes...

Tanta coisa acontecendo no mundo,
Tantos mundos lá fora.
Tantos mundos além do meu submundo subjetivo.
E a maneira como organizo meu mundo,
Nem sempre agrada ao outro mundo.

Nem sempre as coisas fazem tanto sentido a todos.
Então sigamos em frente.

Tempo que sobra

Quando nos sobra tempo para pensar?
Corremos tanto em busca de nossos sonhos
Que mal temos tempo para pensar.
Pensar na vida, pensar no mundo, pensar nas pessoas,
Pensar naquilo que nos é oferecido.
Quanto temos tempo para amar quem realmente nos ama.
O tempo é curto, então diga que ama a quem ama.
Sorria com intensidade e celebre a amizade.
Imagine que boas amizades são construídas com o tempo,
Boas amizades nos acompanha vida afora.
Bons amigos estarão sempre ao nosso lado,
Quando a vida nos evidenciar sua fragilidade.
Lembre-se que o tempo passa,
Os anos caem e aqueles que amamos partem muito cedo.
Talvez sejamos capazes de mudar parte de nossas histórias.
Quando nos sobra tempo?

Encanto e desencanto

Os anos passam,
Os anos passam,
Os anos passam e arrastam os dias e as noites.
Dias de alegria,
Dias de tristeza,
Noites de alegria,
Noites de tristeza,
Encontramos o conforto em viver
Dia a dia...
A vida sempre segue em frente.
Não podemos nem devemos olhar para trás,
O passado não existe mais,
Volto ao infinito da inexistência.

Os anos passam,
Os anos escoam de nossas mão como grãos de areia ao vento.
Não sabemos como viver melhor ou pior.

Os anos passam levando nossa juventude e vitalidade
E nos devolvem em experiências,
Uns plantam suas sementes e outros não saem da sombra da inexistência.

Eterna noite estrelada,
De brisa frouxa
Que me afaga,
Alegras as árvores das ruas
Que não entendem que o tempo passa,
Simplesmente florescem.

O vento simplesmente sopra
E a lua surge e desaparece,
Num movimento eterno,
De encantamento e desencantamento,
E tudo desaparece como apareceu.

Seguir


Como se percebe o mundo,
Cada um percebe a sua maneira,
Cada um com suas limitações.
Vive-se como se deve viver.
O tempo passa,
A vida passa,
Nos acendemos e apagamos,
Temos que encontrar sentido na vida,
Além das paixões,
Além dos desejos,
Perceber que tudo é tudo
E nada é nada...

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Companheiras

Sempre fui solitário e tive os livros como companheiros,
A solidão nos cerca, nos abraça,
Então resolvi cuidar de flores,
Tenho sete flores e uma amarilis.
Cuido de todas elas com muito carinho,
Com elas não me sinto tão sozinho,
E assim passa a vida.

domingo, 6 de julho de 2014

Ser sensual

Arrumar a casa,
A tanto desarrumada,
Sentir a vida em cada parte e curtos momentos,
Sentir a textura do chão
Com a palma do pé,
Porosa a terra,
Macio o chão arenoso
Onde nascem ervas e árvores.
Vemos e conhecemos as ervas
Que crescem ornamentadas e perfumadas,
Suas flores tênues, seus tricomas e suaves folhas,
Raízes aromatizadas.
Poder sentir o aroma desfiado do incenso,
E ver o sólido tornar-se fumaça e cinzas.
Poder sentir a brisa que vem sabe lá de onde.
Tragar do cálido chá,
Sentir o gosto do líquido caliente
Sobre as papilas escorrendo pela boca
Seguindo a laringe e invadido o profundo de nosso ser.

Ouvir o outro, o externo o que expressa o mundo...

Rever aquilo que já foi visto,
Ressignificar a vida,
Reencontrar o caminho,
Numa cantiga, num poema,
Na vida branda.
O amanhã desconhecido que muitas vezes nos assusta,
O ontem que se distancia tenuemente
E saber que a vida passa independente de tudo...

É necessário aprender a sentir o gosto da vida,
A textura do sono,
Coisas do mundo.


Alegria em viver

Que delícia que é a vida, uma poesia,
Com seus ritmo e sua sintonia
O despertar de mais um dia
A brisa suave e fria
O céu azul,
Ao  infinito nuvens de algodão sobre o mar.
Minha alma em meu corpo alegre desperta,
E sinto a brisa vibrar,
Sinto uma alegria imensa.
Em ver a beleza do mundo,
Em sentir-se um ser profundo,
Mais nada.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Felicidade breve!

São tão raros os momentos plenos de felicidade,
Creio que nunca felizes nos tornando cada vez mais racionais.
São tão poucos os momentos que valem a pena!
Parece que o importante é sentir-se bem.
Tudo passa.
Então procuremos fazer algo que nos faz sentir bem
Sem passar pelo direito do outro.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Todo silêncio!

Suave como uma flor desabrocha de seu botão,
Desabrocha a manhã, embalada pelo som da chuva,
Aos poucos surge a luz e o dia se revela,
Terno e sonolento, sob o alento da chuva,
As aves sequer saíram de seus ninhos,
E a chuva que cessou, voltou e cessou
Por toda a manhã que se desfecha...
Bom dia! Anuncia a rádio,
Nada de corrupção assunto hoje é o brilho da seleção.
E o dia vai se revelando,
Todo mundo dormindo,
Descansando...
A rua é toda silêncio.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Neblinada

A manhã,
A neblina que cai,
O canto das aves...
Senti a presença de mamãe.
Tantas manhãs chovendo.
E agora senti-me em casa.
A terra molhada,
Galhos gotejando,
Manhã se passando,
Vontade de não fazer nada.
Ler uma poesia
E dormir...

Outro amanhecer

O relógio desperta,
Antes que o sol nasça,
A aurora não veio enviou a chuva.
E a chuva chovendo canta,
E as aves que também encantam,
Anunciam a manhã sem a aurora.
Acordado, mas não desperto,
Levanto, contemplo o mundo
Cheio de mistérios e formas indecifráveis
E sinto a manhã presente em minha vida.
Outro dia!
Que diria Borges ou Buda ou Tangore?
Fecho os olhos,
Ouço o bem-ti-vi.
Profundo o meu ser em silêncio.

domingo, 22 de junho de 2014

Se não fosse a internet

Feriado de festas juninas,
Estamos na copa do mundo de 2014,
Hoje é domingo,
Dia 22 de junho.
O dia hoje foi longo e vazio.
A ruas vazias,
Casas vazias.
Não sei o que seria de mim se não fossem a internet.
Talvez lesse mais,
Conversasse mais,
Tivesse mais amigos...
Sabe lá.
Nunca se sabe.
O dia passou, se foi...
Agora resta a noite
e mais dois feriados.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Fragmentos

Uma poesia,
Uma sinfonia,
O vazio frio da casa.
A literatura,
Aquilo que habita em nós.
Nossos sonhos,
Contentamentos e infelicidades.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

As memórias rasas

A noite quando se está só,
As memórias são tão rasas,
Os sentimentos tão saudosos.

Resta-nos contemplar o céu,
O silêncio.
As memórias quase falam.

É tão belo o céu estrelado ou mesmo nublado.

Uma poesia,

Música clássica...

Tanta coisa para ocupar a noite e as memórias.

Mas as memórias.



terça-feira, 17 de junho de 2014

Fração do tempo

A noite que passou dormi bem,
Hoje não sei,
Amanhã quem sabe.
Tudo anda tão incerto.
Tudo é tão incerto.
O vento venta,
A chuva chove,
E eu vivo,
Tudo é tão causal.

Algumas coisas nos fazem nos sentirmos bem,
Outras nos fazem sentirmos mal.

Tudo parece tão dialético.

Quem tem alguma certeza?

São tão poucas as certezas,

A morte é a maestrina de todas as certezas.
Por isso escrevemos,
Construímos e existimos.

Para ver o sol nascer e a noite escurecer.

E tudo seguirá sempre o mesmo fluxo,

Geração após geração.


Acho que no final

Acho que Mozart já foi um passarinho.
Acho que Bethoveen também foi passarinho.
Acho que Borges já foi um grande um tigre.

Acho que há aqueles que vieram a vida para nos abrirem os ouvidos, os olhos e despertarem nossa imaginação.

Os fatos muitas vezes não merecem nossa atenção.

A primeira aurora essa sim,

As sinfonias sim,

O desabrochar das flores sim.

No final vale aquilo que nos fez bem,

No final vale aqui que nos fez felizes.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Encontrar

A vida
O cerne da vida é viver.
Viver!
Viver é esta vivo,
Viver é amar e sofrer e nascer e desaparecer.
Desde o primeiro até o segundo crepúsculo,
Não importa o que separe,
Aprender a ordenar a beleza
Em um feixe de flores,
Saber como encantar a vida,
Saber como encantar tudo aqui que toca,
Aprender a viver os dias que nos são doados,
Até o fim de nossos dias.
É difícil sem ti ver,
Sem sentir a brisa de deus,
Que se mistura ao teu respirar,
Viver...

Viagem

Céu, sol, luz.
Horizonte... o verde das árvores,
O vento que sopra,
A luz que tudo alumia.
Os aromas.
A vida que passa tão depressa,
Quando reconhecemos o mundo,
Temos que partir.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Antitese

Dormem as estrelas eternamente no céu e as flores desabrocham sempre perfeitas. As estrelas e sua infinita permanência e as flores em sua finita permanência. Do meu jardim vejo as flores e as estrelas, ambas tão belas, não é possível ver as estrelas e as flores ao mesmo tempo, um espaço de tempo as separam, quão belas são as estrelas e quão belas são as flores, as flores são ocultas pelas sobras da noite e as estrelas pela sombra da luz. As flores veem as estrelas, mas as estrelas não conseguem ver as flores. E as flores se perfumam para serem encontradas na noite. A impermanência do ser, a impermanência do ter. Agora vejo em partes, mas veremos face a vace como dizia Paulo, neste dia tudo será revelado, os meus erros e os seus engando, e nossos desencontros. Porque sei que um dia verei estrelas e flores no mesmo instante.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Aurora, brisa e pensamentos

A brisa que sopra da manhã,
Doce e fria nos acarícia,
Dormia quando me acordou,
E ouvi as aves cantarem,
E vi a aurora sorrir,
E ouvi as aves cantarem,
E percebi a toda paz que há na vida,
Tudo que nos amedronta é tão humano,
O medo de envelhecer,
O medo de morrer,
O medo de perder...

Tudo que não está em nossas mãos.
Como nuvens leves,
Somos levados ao infinito,
Na vida tudo deve ser muito bonito,
Porque tudo na vida é impar.

Sentir a brisa da manhã e ver aurora.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

As pessoas mudam

Conheci um cara que achava que era muito maluco, mais maluco foi quando ele passou o email: aspessoasmudam@...

Como entender essa frase.
As pessoas mudam.

Nunca acreditei que as pessoas mudavam. Enganei-me deveras.
As pessoas estão em constante processos de mudanças.
As pessoas são como as estações.
As pessoas são como a chuva.
As pessoas que estão ao nosso redor mudam sempre.

Mudam de lugar,
Mudam de decisão,
Mudam de ideia,
Mudam de vida,

E fazem a gente mudar,
Mudar por fora,
Mudar por dentro,
Mudar tudo ao nosso redor.

Nem sempre estamos preparados para as mudanças
Que são são frequentes na nossa vida.

E como nos apegamos a tudo,
As mudanças nos fazem sofrer,
Sofremos por viver,

Momentos que acontecem
em nossas vidas podem mudar
completamente nossa maneira de viver
Nossas maneiras de ver a vida.

Cheiros e memórias

Memórias de infância,
As estações tinham aromas,
O inverno iniciava com o cheiro da chuva,
O frio do barro molhado e perfumado,
O cheiro das mimosas floridas, das mucunas,
Cheiro dos marmeleiros e mufumbos são aromas do inverno.

Depois segue o verão,
Com o cheiro do mato secando,
Cajueiro florindo,
Cajá azedando,
Caju no chão,

O cheiro do pau seco no curral,

O cheiro da roupa limpa com a água da chuva...
Os cheiros tem tantas memórias.

Cheiros, aromas e sentidos

Um aroma!
Uma manhã de chuva,
Uma tarde de sol,
A grama cortada,
O mato roçado,
Folhas secando,
Caju no chão,
A coceira do feijão,
Cajá na estrada,
A vida passada
Revelada pelos cheiros.

domingo, 8 de junho de 2014

Movimento da vida

O dia passou,
Com ele a manhã e a tarde,
Eis que se vai mais um domingo.
É inevitável que o tempo passe,
É inevitável que a vida passe.
E como passa rápido.
Tão rápido como um dia.
E ainda vivemos solidão,
E ainda vivemos tristezas.
E ainda vivemos...
Quem sabe o que é felicidade?
Tudo passa.

sábado, 7 de junho de 2014

Volátil

A noite,
Crianças correndo na rua,
O guarda apitando,
Músicas da adolescência,
A preguiça,
A solidão,
A noite passa,
A solidão,
A felicidade aparece poucas vezes,
Ainda mais quando estamos sós.

Uma leitura,
Um filme,
Sempre tempos coisas para fazer,
E reclamamos do ócio,
E a vida continua.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Rememoração

Entre uma e outra sensação,
Entre um segundo e outro,
Entre uma memória e outra,
Lá se vai a vida.
E ela se vai independente de tudo,
Gostando ou odiando...
Temos saudades dos tempos dantes...
Sabe, vem a minha memória,
Continuamente doces memórias
De coisas tão simples
Como as ruas de onde morei pela manhã,
Ou a tarde ou a noite...
Nada mais é como foi.

Tudo passou,
E me restou amizades e recordações
Que se vão como água no fim de inverno...
A vida passa,
Tudo passa
Nada fica.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Pedido a noite

Oh, noite que me a afaga,
Oh, noite companheira,
Tu que nunca me abandonas,
E sabe como a vida é passageira,
Agradeço a Deus pela noite,
Que amedronta ou que acalenta...
Quanto tu chegas,
Bem que não queria está sozinho.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Chuva

Chuva,
Chuva que molha,
Chuva que molha o solo,
Chuva que molha as árvores, arbustos e ervas,
Chuva que enche os lagos e os rios,
Chuva que chove,
Chuva chovendo,
Chuva que chove a qualquer hora, pela manhã e agora.
Continue chovendo,
Pra que a vida continue brotando.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Vida e família e tempo

A família,
Pai, mãe e irmãos.
Somos todos e não somos ninguém.
Avó, avó e tia.
Gente próxima,
Gente distante.
E a vida segue com seus mistérios,
E leva consigo tudo que nos foi dado.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Tudo passa

Solidão,
Saudades,
Noite e noites,
O silêncio,
As memórias,
Uma fotografia,
Um breve momento,
Coisas que acontecem
Instantaneamente despertam
A memória e desencadeiam a saudade.

O curso da vida segue sempre o mesmo leito,
Pode até fazer curva,
Mas sempre segue o mesmo leito,

Antes de tudo preciso saber o que é saudade.
Antes de tudo preciso reconstruir tudo
E esquecer ou ao menos tentar esquecer
O passado que muitas vezes é pesado.

Solidão,
Atrai saudade,
E a noite grita pelo passado,
No fim tudo será passado um dia.

Doce manhã

Calma a manhã nasce perfeita.
Sexta-feiras e as águas de maio,
O canto das aves, roxinós, doidelas,
Tantas aves enfeitam a manhã!
Sinto falta do sabiá.
O céu nublado,
A floresta fresca.
Eita vida boa.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Qualquer coisa da noite

E quando a noite chegar,
E quando a noite chegar,
Quero está vivo,
Quero está pronto,
Para enfrentar o que amanhã virá.
Quem somos nós, senão nosso espírito,
Tudo ou nada.
Amanhã,
Quem saberá o que.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Noite caipira

Noite,
Tu que me consolas,
Noite, minha eterna companheira,
Sempre que estou sozinho,
Tu vens e me afaga,
No ápice de ti um pensamento humano,
Ou mesmo vários,
A vida e a morte,
Começo e fim,
Recomeço,
Reconheço que a vida se renova,
A cada hora,
E o tempo passa,
E amadurecemos
E envelhecemos,
Entre dias e noites,
Tudo passa,
Tudo passa,
E quando aurora contemplo,
E quando aurora contemplo,
Me disperso de ti.
Noite

sábado, 10 de maio de 2014

Acompanhado

A noite,
Bach,
Um corpo, um ser só.
Sem ninguém,
Sozinho com suas flores.
Após uma jornada de um dia de trabalho,
Seus pensamentos,
Seus livros
Quem pode deduzi-los como os organiza seus pensamentos?
Ah, quão vazio é a vidas certas horas,
E como pode ser mudada.
A noite,
Bach
Acompanhando a solidão.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Noite solitária

O céu,
As estrelas,
Os grilos,
Os cães,
O atropurpúreo da noite,
Casais se beijam na praça,
Crianças brincam e gritam,
Adolescentes falam... falam.
As pessoas conversam,
Exceto meu ser que permanece em silêncio.
Eu vejo o mundo por minha objetiva,
E a vida passa,
Como uma noite solitária,
Silenciosa e constantemente.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Despertar e a manhã

O relógio desperta,
Quebra o silêncio em minha alma,
Quando acordo ouço o mundo,
Presto atenção no mundo,
Ouço as aves,
Sinto se está quente ou frio,
Penso por vezes na finitude da vida.
Leio um pouco Dalai,
E ouço a chuva que chega,
Ouço a chuva chovendo bem devagar,
A chuva vem e vai...
Agora penso mais na vida, no finitude da vida,
Aos poucos os anos caem para o fim.
Que sentido dei a minha vida,
Só Deus save,
Olho para o céu
Com o mesmo olhar que quando criança,
Ouço maritacas, som bom,
Vejo aqueles pontinhos pretos,
um bando voando e gritando,
Sabe lá.
As aves cantam de graça.
E o dia segue e os pensamentos também,
Cristalizo aqui este momento,
E vou a vida lá fora...

terça-feira, 6 de maio de 2014

Maio e a chuva

Mês de maio,
Este é o meu primeiro mês das mães em João Pessoa.
Nossa que mês agradável,
O clima está ameno e chove,
Como chove,
Chove até mesmo com poucas chuvas,
Quando menos se espera, desfia do céu uma chuvinha fresca,
E quando saímos de casa,
O frescor das calçadas,
A força com que crescem as ervas é tão maravilhosa.

Pleno o dia se passa em maio...
Suave.

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh