Na última ida a Martins, revi duas aves muito interessantes. Um sanhaçu-de-coqueiro e um surucuá.
O Sanhaçu foi na serra e o Surucuá foi na caatinga mesmo da serrinha.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Na última ida a Martins, revi duas aves muito interessantes. Um sanhaçu-de-coqueiro e um surucuá.
O Sanhaçu foi na serra e o Surucuá foi na caatinga mesmo da serrinha.
Ontem, quarta-feira, 30/07, foi o último dia de férias de Sassá. Acordou tarde e tomou um bom café. Depois foi desenhar. Passou o dia desenhando. À tarde, saímos para passear. Ao sair do prédio, no jardim arranquei um quebra. Sassá pegou a planta e foi brincando o tempo todo. Só no mundo da imaginação. Fui observando, sem intervenção. A certo momento pensei como cresceu e se tornou independente. Já tem objetivos. Queria ir a praça da paz e fomos. Lá foi escorregar na pista de esqueite. Tinha três garotinhas e três garotinhos. Interagiu com todos, mas a chuva chegou e tivemos que ir embora. Passamos a chuva e fomos a padaria comprar o pão dele. Fomos por outra rua e ele percebeu e disse que nunca tínhamos ido por lá. De fato! Na padaria o rapaz já sabia qual era o pão que ele gostava. Pegou, queria água, mas deixei para beber em casa alí muito perto. Chegamos em casa junto com a mamãe que tinha ido a academia.
Então foi desenhar.
Ontem, saímos para caminhar Sassá e eu. Fomos caminhando e Sassá tentava me convencer a comprar um lagarto da água para ele. Foi do início até o fim tentando me convencer. Nem pediu pão. Oras sabia o nome do lagarto ora se esquecia. Uma das justificativas era levar o lagarto para a casa da tia Li para este comer os insetos. Os argumentos eram interessantes. Na rua nem percebemos muitas coisas... Eu estava perdido nas minhas ideias.
Enfim!
A noite é longa para quem não consegue dormir.
Somos bombardeado de tantos pensamentos que ficamos atordoados.
Quando o sono chega e precisamos nos levantar.
Então o dia já não é tão pleno e completo.
Como lidar com as dificuldades criadas por nossas mentes?
No fim do ano Sassá ganhou uma bicicleta vermelha.
Na hora de montar, pensamos em nomeá-la. Qual seria o melhor nome. Argutamente um garotinho que observava falou flash. Pronto a bicicleta passou a se chamar flash.
Como estamos na época das chuvas, a mais de um mês flash estava parada.
Ontem a mamãe saiu com Sassá. Andaram muito lá na praça atrás do Aruanda nos bancários.
De capacete azul Sassá parecia uma mistura de Flash com Sonic.
Só Deus o que imaginava Sassá ao pilotar Flash.
Ontem, fui com Sassá a borracharia para fazer o rodízio dos pneus.
Ele me perguntou o que é rodízio.
Tentei explicar várias vezes, mas foi infrutífero.
Ele viu Nil trocando os pneus.
Vendo ele entendeu.
Depois saímos para passear (caminhar).
Foi maravilhoso. Vimos várias coisas.
O final do passeio foi na praça da paz onde escorregou com coleginhas na pista de skate.
Gostou tanto que saiu chorando.
Foi a soma de cansaço e fome.
Chegou em casa, jantou, tomou banho, escovou os dentes e dormiu.
No fim de semana recebemos uma maravilhosa visita de meu amigo Rogério, Dalila, Geane e Odilia. Foi maravilhoso, pois Sassá aprendeu mais a socializar. Eles brincaram muito. Não é fácil Sassá dividir seus brinquedos, mas ele precisa aprender isso. Então a realidade dá uma maozinha. Ele dividiu os brinquedos e acabou com o ciúme dos mesmos. Quando eles foram embora restou a saudade. Ele sozinho arrumou a bagunça dos brinquedos.
A correria!
Ontem, saímos para caminhar!
Sassá está com muita energia!
A felicidade dele é ganhar algo.
No meio do caminho o que voce vai comprar para mim.
Bom prometi um pão.
Na primeira padaria não deu certo.
Na segunda deu certo!
Ficou muito feliz.
As férias de Sassá é aproveitada para passearmos.
Sassá está de férias e assim, os dias são longos conosco e ele. É cansativo, mas maravilhoso. A gente percebe mais no nosso entorno quando não tem opção de sair.
Cheguei em casa, estava ativo, indo e voltando feito leão na jaula.
Então, almoçamos e fomos ao shop, abasteci o carro, calibrei os pneus, ele sorrindo e me olhando.
É bom.
Depois chegamos em casa. E ao chegar ele ganhou um presente de uma amiga de sua mãe.
Uma coleção de lápis de cores. Desenhou...
Ai fomos passear, coletamos flores de jasmim, de hibisco.
Ele viu um número e falou em inglês 118.
Depois, ele perguntou porque uma moto na esquina estava para vender. Não entendi como tomou ciência daquela informação.
Ai, fomos indo.
Vimos um fusca preto com detalhes beje.
Ai, fomos disse que ia comprar algo para ele.
Ficou curioso e quis, pegar um atalho na rua.
Andamos, passamos na casa do jasmim,
E quase chegando em casa, comprei um aquário para Apuleu.
Esse menino ficou radiante!
Muito bom.
Acordei de madrugada, fui a varanda e contemplei as três Marias o cinturão de oreon.
Vi naquele momento a eternidade.
Igualzinho a primeira vez que o vi, não sei quando, mas sei onde. Na casa de meus pais. Olhar para o céu é olhar através do tempo.
Um dia de tanto observá-lo percebi ordem, beleza e uma conexão que transcende o pensamento, a realidade e o tempo.
O vento frio de julho
Chuvas torrenciais.
Pensar a vida,
Memórias,
Meu Filho ainda criancinha,
Os anos caindo da partida de meus pais.
Vigoski, Borges, Spinosa.
Essa certeza da humanidade em nós.
Me apavora,
Me assusta.
Fetonte.
A internet, Instagram...
A certeza que amanhã será outro dia...
O tempo passou e não para de passar.
A fé em Deus pai, filho e espírito santo.
E a vontade da eternidade.
Fui à feira de orgânicos na UFPB. Acontece sempre as sextas da semana.
Ir a feira é sempre algo muito rico.
Lá encontramos mercadorias, comidas, músicas e histórias.
O cheiro da tapioca e o som do pífano se faz sempre presente e o balfafar de tantas conversas ocorrendo ao mesmo tempo.
A feira é semelhante a uma panela de feijão cozendo onde o calor do fogo engrossa o caldo e amolece o grão. Essa mistura de feijão e água e fogo dá comida para o corpo e para a alma.
Temos conversas com os feirantes que cultivam os alimentos e nos trazem fresquinhos.
Temos como comida de derivados vegetais tapioca, frutas, hortaliças, carne de bode.
Temos as histórias da semana,
As histórias locais e universais.
O olhar, o jeito de pensar...
Ir a feira...
Cada um encontra o que busca e muito mais.
Ontem, choveu o dia inteiro.
Sassá nem pode sair de casa.
Só no fim do dia fomos ao mercado.
Pegamos coisas favoritas dele como bolo, chocolate, iogurte e morango.
A mamãe comprou tintas então, após a janta fomos pintar.
Ele pintou um tatu.
Depois fomos para a cama ele me puxou para lá.
Não sei o que aconteceu, pois adormeci.
Sei que a mamãe teve muito trabalho, pois quando acordei
a chama estava cheio de livros.
O mundo abstrato está tomando conta da cabeça de Sassá.
Tem livros e gibis espalhados pela casa toda.
Passei o dia inteiro fora!
A tarde quando cheguei Sassá estava dormindo.
Nem fomos ao mercado.
Em função das muitas atividades do dia ele dormiu profundamente.
Dai ele acordou perguntando por mim.
- Papai já chegou?
Perguntou até eu responder.
Dai levantou, foi para o sofá e ficou mirando pelas pontas dos olhos com a cabeça nas almofadas.
Senti amor... um profundo sentimento de gratidão.
Dai, aos poucos foi se chegando.
Veio, me abraçou e me beijou e eu repeti tudo.
Dai ele e eu ficamos deitados na rede.
Ser é amar.
Borges soube ouvir e não era cantor.
Ventania não soube ouvir, sendo cantor.
A semelhança entre os dois é que ambos compunham.
Um poeta e um cantor.
Ambos compositores...
Um de versos e um de canções.
Jorge Luiz Borges o leitor, aprendeu a ler criancinha na grande Buenos Aires.
Eliseu Ventania o compositor, certamente demorou a ler, nasceu na rua das canto em Martins, RN.
Ambos não fizeram faculdade.
Ambos viveram da arte!
Um mundialmente conhecido,
Outro regionalmente conhecido...
Em ambos suas obras continuam vivas universais e eternas.
Ambos ficaram cegos.
Borges encarou a cegueira sem desânimo.
Eliseu ficou profundamente angustiado.
Um tinha o carinho e o conforto da grande fama.
O outro o carinho e conforto de sua fama.
O que tem mais em comum?
A capacidade de síntese na viola e nos textos...
Um leu Schopenhauer e todos os tratados de psicologia.
O outro leu o senso comum, o povo...
Não dar para saber qual eu gosto mais.
Mas uso o grande para dar luz o pequeno que de pequeno não tem nada.
Conheça!
Sassá e eu saímos para caminhar.
Andamos devagar.
Prestando atenção em tudo, nos números das casas, nas plantas dos jardins,
nas rochas, nos fios, nos pássaros.
Ontem, vimos uma coisa que nunca vi.
Um casal de patativa dançando.
Eles se encontraram no fio de alta tenção.
E dançaram e dançaram e depois foram embora.
Foi uma surpresa para mim.
Mas a frente vimos um bando de jandaias.
Eram 10 bichos. Ora voando, ora pousada nos postes, ora gritando.
A coisa mais linda verdes, com o pescoço e a cabeça amarela.
Os machos com parte das asas vermelhas.
Ai, falei que ia comprar um pão doce para ele.
Ficou muito feliz. Da mesma forma que ficava quando papai comprava confeito para mim.
Fomos numa padaria mas só tinha pão doce com creme e goiaba.
Ele não quis, disse que não gostava de goiaba.
Dai fomos para a padaria perto de casa onde o povo até conhece ele.
Compramos e fomos caminhando e ele comendo.
O céu estava pálido e cheio de carneirinhos e nele a lua aparecia.
Então voltamos para casa.
Ontem Sassá foi a pediatra após um ano.
Graças a Deus tudo está bem.
Seguindo a média de crescimento.
Cognitivamente bem. Estamos muito felizes. Graças a Deus.
Ao final da consulta a doutora Gilka Carvalho deu um certificado da coragem.
Ele ficou encantado com o certificado.
Quis levar até em casa.
Agora fazer uns exames para ver como anda internamente.
Ser pai é tão bom.
Sassá recebeu em casa seu tio Beg e sua tia Suzi.
Pense num fim de semana que ficou feliz.
O tio deu para ele sorvete e picolé.
Foram a vários lugares bonitos.
Tiraram inúmeras fotografias.
Ontem na missa, após uma manhã na praia, dormiu o tempo todo.
Estava feliz.
Até se comprometeu em ir para o interior, com a mamãe.
Enfim. Foi maravilhoso.
Sassá não cabe em si de tanta felicidade.
Ontem ele ganhou um peixe.
Sim um peixe vivo que não é para comer.
É para contemplar.
É um berta azul.
Parece um bailarino dançando com um lençol azul.
A gente deu o nome de Apuleu blue.
Antiontem, prometi que ia dar para ele um peixe quando fossemos a Recife pegar o tio Begue e tia Suzi.
Ele ficou radiante. Ansioso.
Foi dormir tarde.
Ligou para o tio que cria peixe para dar a notícia.
Então, nem almoçou direito.
Então, na viagem já estava muito ancioso.
Chovia quando chegamos lá e no local onde sabíamos que tinha estava fechado.
Que balde de água fria...
Mas a esperança é a última que morre.
A mamãe achou um lugar.
Fomos na Varsea, no bairro, e encontramos um lindo peixe.
Está todo feliz.
Spinosa pensava enquanto polia lentes.
Spinosa lia o talmude.
Spinosa lia Descartes.
Embora no século XVII
As idéias o escolherem para virem a luz...
Será que lia Platão?
Esse farol do ocidente!
Ah Platão.
Leria Aristóteles?
Alicerce do realismo.
Sou cego em matéria de deveio spinosiano.
Por isso me encanta.
Junho deu adeus...
Alegre, colorido, vivo e quente.
Muita alegria!
Coisas simples enchendo o coração.
Uma fogueira de São João,
Chuva de fim de inverno.
Junho parte,
Deixa saudade...
Ano 2025...
Pensar é negar a realidade.
Esta realidade que muda...
Realidade estado,
Realidade devir,
Realidade deveio.
Estive em terras distantes,
Andei onde nunca pensei,
Vi coisas que nunca a ver voltarei,
Aprendi e esqueci.
Aqui estou,
Aqui estou,
Mais velho, mais cansado,
Tentando entender o que aconteceu.
jul. 2024
Sassá de férias, os dias são todos nossos ou parte deles.
Ontem levei um guia do México para ele.
Adorou viu todas as páginas.
Depois vimos vídeos de aves.
Desenhamos algumas aves.
Foi ótimo.
Chove!
Venta,
As árvores parecem dançar.
Frio,
Sombra,
Som de piano.
A distância torna-se ainda maior.
Vamos tomar um café.
Spinosa polia lentes e pensava,
Papativa do Assaré campinava e pensava.
Borges lia e pensava.
Quem era mais leve e suave?
Spinosa filosofava,
Patativa criava versos,
Borges queria entender o absoluto.
Spinosa viveu no século XVII,
Borges foi contemporâneo de Patativa.
Spinosa era judeu.
Patativa Cearense,
Borges Argentino...
Cadê o sentido deste texto.
Patativa viveu na miséria, perdeu uma filha para a fome.
Spinosa foi excomungado.
Borges ficou cego...
Pensar é o elo,
A ideia que reúne tudo isso.
A chuva chegou,
Nem parecia que ia chover.
Mas ela chegou
E cantou com a mata.
Tão sonoro ouvir
Frases escritas por Pessoa...
A chuva chovendo!
É tão bonito isso.
A chuva chovendo agora.
A chuva eternamente choverá.
Eu, em algum momento desço da estação.
Alguém poderá achar belo como achei.
A chuva chovendo.
Ontem, fomos caminhar Sassá e Eu.
Fizemos o mesmo percurso ou quase.
Sassá já tem muitas curiosidades a respeito da natureza,
Principalmente dos bichos.
Adora saber sobre bichos...
Quais os bichos vamos encontrar?
Vimos jandaia, maracanã, bemtivizinho, gavião...
Nas ruas não colhemos tantas flores, apenas algumas.
Nós contamos os números das casas em inglês...
Na frente da escolha contemplamos o dinossauro enrrugado.
Na escola dele, leu a placa K A R L R O G E R S.
Confundiu a esquina da sorveteria.
Viemos pela praça do Rapaz, na esperança de encontrar um coleginha.
Acabamos pegando uma nebilina.
Assim foi.
Sassá o esperto, Ao sair da escolha perguntou pela bala que eu havia encontrado. Pensei que era o embaré de leite. Disse está lá no carro. ...