domingo, 25 de setembro de 2011

Ilusão



Sou quem sou.
Sou o que me fiz,
tudo que absorvi,
tudo que discerni,
tudo que escolhi.
Agora aqui estou,
preso aos meus objetivos,
preso ao meu mundo,
não creio que seja
uma prisão ruim
a que escolhi,
escolhi o meu trabalho,
escolhi o que queria aprender,
no entanto muito do que sou,
não foi por mim escolhido,
mas muito do que sou foi pelo mundo
pregado.
Sou quem sou,
e tudo que fiz me tornou assim,
atento a vida,
humano, as vezes doce,
as vezes ácido,
ou simplesmente as vezes
não sou.
As vezes penso como poderia
ser e não ser,
mas não fugo
a vida,
não sei como me fiz quem sou,
só vivi.
Escolho o que busco,
mas as vezes sou
preso ao meu querer,
pois ser não é fácil.
Preciso arrumar meu quarto,
preciso organizar meu ser,
não quero ser
um ser que existe
só por existir.
Talvez quando
entender a vida,
conheça
a felicidade plena,
talvez seja o fim,
mas pelo menos
que o seja,
que o viva mesmo
que seja ilusão.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Calma



Crescem sem pressa
as plantas no jardim.
A acacia ta quase nua,
suas vestes dão diferentes
tons ao chão do meu quintal
O sol abraça a acacia nua  no meio da rua
e invade minha janela,
que sena bela...
a sucupira com vergonha apaga
um pouco  o sol e fica amarela de flor
só pra ocultar essa sena.
Enquanto isso as plantas crescem
sem pressa
a oceocladis, dicorisandra...
crescem ao som das aves
pela manhã adentro

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

sibipiruna



E vi as flores espalhas pelo chão,
eram tão belas, tão amarelas,
tão perfumadas,
tão generosas
que enfeitavam e perfumavam,
a natureza
com elas se enchiam de beleza 
 me fez lembrar,
que a natureza é generosa,
é tão bondosa,
com a vida, 
com as flores 
nos ramos e no chão.
Dura muito não
ver as flores tão efêmeras,
me fez lembrar
quão curta é a vida,
e ver as flores,
sentir as cores...
viver é bão.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Essência



Com o tempo e a convivência ficamos tão parecidos uns com os outros que muitas vezes é difícil separar as ideias e os pensamentos ou melhor saber a quem pertence. Como num reflexo chegamos as mesmas conclusões, acabamos tendo as mesmas ideias e mesmos objetivos. Com o tempo nem percebemos, mas passamos a ser mais o outro que nós mesmos, nos parecemos com quem nos ama e é recíproco.
É como fazer uma boa comida que para que assim o seja tem que ser feita com bons sentimentos. Os ingredientes crus, sem parecem até sem graça e sabor, no entanto quando se junta tudo num só recipiente, se aquece, põe algo que uniformize o calor, e com o carinho e saber qual o ponto certo, eis que está feito uma delícia de comida.
Com o tempo vamos descobrindo mais sobre nós mesmo e geralmente é aquele(a) com quem convivemos que nos mostra o certo, de uma certa maneira estamos constantemente nos educando, aprendendo sempre mais sobre o outro e ao conhecer o outro aprendemos mais sobre nós mesmos. Vamos descobrindo nossa essência na relação. É essa relação que nos permite nos definir, e ainda faz com que suportemos as dificuldades que temos na vida.
Toda relação é uma construção uma aprendizagem, em que somamos. Tenho um amigo que sempre me dizia que uma relação só presta se for para somar. Ainda hoje concordo com ele, mas até que ponto uma relação vem a somar em nossa vida? Muitas vezes as relações sim somam muito na nossa vida, mas muitas vezes nos tira a liberdade. Se nos falta a liberdade de escolha. Se o respeito pelo outro é perdido, com certeza a relação está fadada ao fracasso. E o que sei eu sobre respeito. Creio que não sei muitas coisas,
se já fracassei tantas vezes em minhas relações, por não se dar ou perder o respeito. Acho que com o tempo que serei eu senão palavras de livros, um monte de trabalho, um mesquinho em meu mundinho.
Penso, sim penso nessas coisas. Vejo meus amigos de infância casados com filhos e seus problemas de vida. A mim, acho que não sou tão diferente, a diferença que não tenho os meus problemas, tenho os problemas de todos, porque não tenho minha própria família. Até quando evoluí? Não sei. Sei que com o tempo aprendemos e somos mais parecidos com quem amamos. E quem mais amamos sempre parte.
Um dia seremos nós, para nossa maior tristeza ou felicidade...

Pequeno mundo


http://www.sky.fm/play/solopiano trilha sonora!

Hoje, estou tão triste!
que não creio que o amanhã me fará bem.
Acho que meu mundo está tão pequeno,
parece que meu peito vai estourar,
meu horizonte está tão próximo,
As flores perderam as cores,
elas se misturam com o sol,
tenho vontade de ficar sentado,
olhando para o horizonte como fazia,
porém antigamente esperava algo,
hoje já não espero mais,
já experimentei de muito de bom
que o mundo podia me dar.

Hoje estou tão triste,
e olhe que a primavera
chegou ou chega essa semana,
mas parece que
é noite em meu ser,
noite sem cores e sem flores,
acho que preciso chorar,
quero chorar,
quero expulsar essa dor
que me atinge agora,
essa dor que doí,
e nada vai faze-la
parar, a não ser o tempo.

Meu mundo de repente ficou
tão pequeno,
meu horizonte,
ah, as flores
elas perderam o cheiro,
e as cores...

É triste querer o que não se pode,
é triste pensar
em ser outro ser,
por mais que eu tente,
não posso,
não assumo,
pois esse é meu mundo,
meu pequeno mundo,
as vezes enfeito com
poemas,
com palavras vagas,
mas me sinto
como um semeador.

Hoje sinto muita dor,
tudo vai passar.

Ação do tempo


Aves no céu,
úmido chão,
nos campos crescem as ervas
que florescem singelamente.
Crescem, colorem  e perfuma a natureza.
Nos campos podemos ver amplo o horizonte,
tão amplo como vêem as aves do céu.
Trabalha e sua o homem em busca do pão,
remove a terra, planta a semente,
cuida com carinho de suas plantas
E o fiel pasto
contempla a natureza enquanto
a vigia suas ovelhas.
As aves voam no céu,
onde um véu se forma,
onde nuvens desafazem-se em doce água.

Segue a vida,
as vezes nem tão romântica,
mas a vida segue sempre,
independente de nossos desejos,
independente do eu,

Na vida tudo nos é emprestado, 
pois somos agora,
o que fizemos no instante anterior,
não sabemos o que seremos,
pois é muito orgânica a vida.

E as aves continuarão no céu a voar,
as ervas nos campos a crescer,
e a vida seguirá,
independente de nós.

Manhã de primavera


Nasce tão bela 
a manhã de primavera,
as aves cantam sem parar.
Amanheço, abro a janela,
sinto a brisa invadir 
o quarto e roubar 
minha alma
que está calma,
a brisa leva-a
a minhas lembranças,
enche-a de esperanças.

Enche-me de esperanças,
as minhas lembranças,
que a brisa leva
a minha calma,
da minha alma,
no meu quarto,
sinto a invasão da brisa,
a janela amanhece para mim,
deixa entrar o som das aves
que cantam sem parar,
na manhã de primavera,
que nasceu tão bela.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Oração pra tese

Do meu quarto vejo o dia passar, pois luz aos poucos vai partindo.
A tarde vai passando e o clima esfriando. As aves voltam a cantar,
o sabiá cisca entre as folhas de acacia do jardim garimpando minhocas.
E minha mente vai ficando cansada, vai escurecendo como o dia.
Mas trabalhar é preciso, vamos seguindo e quem sabe assim
conseguirei terminar tudo no para. Assim seja amém.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Um canto ou um encanto "o sabiá a cantar"

Como é doce o canto do sabiá,
ave doce que canta sem parar.
Faz minhas manhãs mais sorridentes
e minhas tardes mais contentes.
Canta doce ave, canta sabiá,
é quase primavera,
sei que cantam as outras aves,
agradeço pelo apreço,
mas o que me encanta
é seu canto oh sabiá.
Tarde com seus cantos,
mais belas não há,
como é doce o canto do sabiá,
mais doce que pinha madura.
É delicioso provar do canto de quem vem pra cá,
o meu amigo sabiá.

Reflexão





Atualmente, não temos tempo para reflexão ou para pensar sobre o sentido da vida, simplesmente nos transformamos numa geração de consumistas. Queremos consumir tudo que vemos e isso pregam os veículos de comunicação que é possível que vale a pena, para isto basta usar um cartão e tudo pode ser pago. Não precisamos da religião, religiosos são ridículos e pobres assim se expressam muitas pessoas ditas esclarecidas, com uma situação financeira  suficiente.
No entanto, como pensar se os nossos pensamentos se encontram estão prontos. Se há especialistas que explicam tudo, qualquer fato que acontece pode ser explicado, ou ao menos é o que creem os canais que dominam o mercado midiático. Dessa forma recebemos empacotadinhos nas revistas, jornais, internet e tv os pensamentos mais quentes. Nos tornamos consumistas de informação também, até ai tudo bem, no entanto perdemos o hábito de pensar.
Essa grande quantidade de pensamentos feitos tornou nossos cérebros preguiçosos.
Nos achamos imortais, superiores e fortes. Sofrer é coisa de fracos. No entanto nunca teve tanta gente fazendo terapia. Consulta a psicólogos substituiu as confissões aos padres nas igrejas, apenas substituímos de ordem e de pessoa.
A morte passou a ser algo impensável na atualidade, envelhecer, só para quem não tem dinheiro, pois hoje tem remédios e plásticas. Quem quer ser gordo, gordura é doença. Eis os pensamentos da atualidade.
Atualmente, ter o corpo perfeito é o mais importante, quanto a mente basta consumir o que a mídia divulga. A verdade está nestes veículo. Nem percebemos quão fracos e dependentes estamos nos tornando.
A vida não é simples, embora seja pregado como simples, no entanto precisamos refletir sobre a condição do ser para com a vida. O sofrimento que não queremos viver atualmente, muitas vezes é necessário para entendermos a vida.
Muitas pessoas refletiram sobre os sofrimentos humanos.  São Jerônimo refletia muito sobre a vida. De certo era uma pessoa que estudava e tinha muito conhecimento sobre a vida tinha em sua mesa de estudo um crânio que represava a brevidade da vida. Embora pareça louco, era uma forma de refletir sobre o mundo, de que não fugisse de sua mente a sua mortalidade, sua humanidade.
E as vezes penso para onde estamos indo? O que será de nós. Se não pararmos para pensar como podemos para vivermos num mundo melhor. Certamente não haverá recursos para todos senão pararmos para refletir sobre um mundo melhor e fizermos o mínimo para sermos melhores.  

domingo, 18 de setembro de 2011

Ser e saber


O que está por trás da gênese do conhecimento?
Sempre achei que haveria algo que me daria inteligência,  faria-me captar tudo que desejo saber de uma só vez, de maneira a estudar e aprender o mais rápido possível sem muito esforço.
Eu achava que haviam pessoas mais ou menos inteligentes, pessoas com essa capacidade de coleta de conhecimento. Nunca havia imaginado que o conhecimento como qualquer coisa que se quer conseguir exige tempo, trabalho e muito esforço.
Só com o passar dos anos, depois de muito ler, de buscar entender epistemologia é começo a compreender que  não exige essa fórmula mágica, mas alguns fatores influência na capacidade de compreenção, como por exemplo que o lugar onde é criado influencia na sua maneira de apreender o mundo.
O desejo de aprender de ter conhecimento tem que partir do eu de dentro para fora. Temos que perceber o mundo, compreender e então aprender sempre mais.
Porque conhecer é aprender a viver e viver bem melhor.
Num dos livros do Foucault de título "Arqueologia do Saber" em que li e  não compreendi muita coisa, creio que falava da gênese ou história do saber. Serviu pelo menos depois para compreender como se daria o meu processo de conhecimento.
Primeiro para adquirir saber e ou conhecimento tem que ter curiosidade, uma sede de entender como  funciona o mundo entender os símbolos entender o significado das palavras. Como qualquer animal que necessita se alimentar e apreende o que deve fazer para aquirir alimento, também assim o somos, mas temos que irmos mais além, do necessário, temos que buscar o alimento para a alma e o conhecimento é esse alimento.
Segundo tem que alimentar  essa curiosidade seja qual for a forma, temos diferentes maneiras de entender o mundo, diferentes povos. Essa diversidade cultural enriquece nossa maneira de ver o mundo e compreender e aprender.
Terceiro tempos que tentar transformar o mundo, modificar o mundo para melhor viver.
Sendo assim como na arqueologia em que vai se encontrando peças, evidências vai-se criando e contando uma história dando sentido a vida, assim o é com o nosso saber.
Sendo assim é a construção do conhecimento algo que é gerado e substancialmente vai criando forma e vida própria.
Gosto de outro livro do Foucoult "A hermenêutica do Sujeito" o qual o autor explica muitas coisas importante na vida uma das principais coisas é o cuidado de si.
Falo muito deste autor pois foi lendo ele que passei a compreender muitas coisas sobre mim e sobre a compreensão do mundo. Precisamos dar sentido ao mundo partido de como percebemos o mundo.
Sendo assim busquei na pintura acima vemos uma figura de um ser humano adulto deitado em posição fetal uma forma de explicar como o conhecimento pode ser gerado dentro de nós. Dessa forma percebo ou concebo o mundo e a alma. Somos seres que nos tornamos independentes do corpo de nossa mãe, mas que necessita está ligado afetiva e psicologicamente a eles de maneira que tenhamos a máxima semelhança possível.
E isso responde minha pergunta, acho que não, pois não seria um simples texto que explanaria o conhecimento, mas que dá evidências para a busca se uma arqueologia do saber.

Melancolia


O que acontece em nossa mente para que nos sintamos tristes?
Mesmo que os dias sejam lindos e ensolarados,
mesmo que ouçamos as aves cantarem,
ou que tenhamos quem amamos do nosso lado.
Mesmo assim nos sentimos tristes enfadados.
Incapazes.
Essa sensação de incapacidade
nos quebram a felicidade,
nos mostram o quanto somos humanos.
Mesmo que tenhamos tudo que queremos
almejamos a nossa frente mesmo assim nos sentimos
em estado de crepúsculo
é como se um véu negro nos envolvesse.
Melanu=escuro colles =biles.
A melancolia é uma sensação interna inerente a nossa espécie.
Acho que tomei desse mal líguido esse  fim de semana,
espero que tudo se vá pela urina,
ou que minha alma expulse
amanhã é outro dia...
espero que não reste nada.
Mas obrigado por me sentir assim,
logo vai passar...

sábado, 17 de setembro de 2011

Solidão

A noite silenciosa cala minha alma.
No escuro dos meus pensamentos
nem um vento, nada perco a calma.
Certamente a solidão é só momento

Então, calo quem sou e o que sou,
me fecho feito uma concha,
e espero melhoras,

essa solidão vai passar

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Doce é a vida

Doce é a vida
doce de maneira intensa.
doce no sentido mais amplo,
muito além da substância...
Sim como é doce ouvir algo belo
uma poesia, uma música ou uma bela conversa.
Doce sentir a brisa roubar o calor e parece querer levar nossa alma, nos trás a calma,
assim como é doce sentir os pés molhados da grama,
pisar sobre areia da praia, e sentir a água salgada purificar seus pés.
Doce é sentir o sabor da fruta madura na planta...
A vida é tão doce, tão cheia de doçuras,
nem sempre é assim,
mas se tentarmos sentir sempre o doce da vida,
talvez possamos nos livrar um pouco
das amarguras
que insistem em serem mais intensas que a doçura.

O rio

Quando parti,
logo senti
senti que o rio
havia deixado um vazio,
um grande vazio,
nas minhas manhãs.

Quando parti
não mais vi
o rio, o rio
a quem tanto olhava,
a quem tanto admirava,

o rio com suas marés
que subiam
e desciam.
Rio que nunca parava,
nem no feriado,
nem no dia normal
fazia-no parar.

Mirava o rio
na sala a trabalhar,
na cozinha a tomar
um delicioso chá

e sempre me encantava
com o rio
e seus hospedes
barcos, caiaques...
suas árvores.
Hávia até uma bétula
que me avisava quando ventava...
o rio Thames
me deixou um vazio,
uma saudade gostosa
que me faz querer

voltar e em suas margens caminhar




Manhã

Manhã
Nasce o sol e a noite dar adeus ao dia.
As aves cantam tão alegres.
A brisa ainda sopra fria.
As ruas ficam vazias.
Tudo parece tão calmo como no deserto.
As flores desabrocham.
Folhas caem.
Tudo segue sem sentido,
tudo segue contido,
sem o homem,
nada parece ter vida.
Não há manhã,
som...
nada só o silêncio da eternidade.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Temos medo

Temos medo
Temos medo do incerto,
do amanhã.
Temos medo da solidão,
para algumas coisas não há solução.
Todos os dias acordamos com um vão,
que precisa ser preenchido,
precisamos sair da escuridão
que é nosso medo de perder tudo que nos é querido,
por sabermos tantas coisas temos medo
e esquecemos de viver como
assim o faz a flor,
muitas vezes tememos a dor.
Tudo hoje é tão incerto como sempre foi,
Somos tão inseguro quanto sempre fomos,
mas agora com o adágio de que podemos
prever muito do que pode acontecer...
Temos medo,
mas tudo um dia vai passar,
pra nossa desgraça queremos
que o aconteça tão logo,
queremos consumir nossa vida
sem tentar viver,
pois vivemos de expectativas
e é ai que nos enchemos mais de medo.
Um dia teremos de partir,
mas se vivermos sem medo,
nos sentiremos felizes,
por ter vivido sem medo,
tudo passa:
a beleza e o encanto,
afinal não somos tão profundo quanto
achamos que o outro é
por isso temos medo...
as vezes tentamos nos encantar
e só nos tornamos mais solitários
e medrosos.
Temos medo do amanhã,
pois assim a natureza nos ensinou,
e nossos desejos cimentou,
não adianta temos medo
da morte, do mais forte...
mas o importante é continuar
lutando, mesmo que o fim
já saibamos é a morte,
nem por isso a flor deixa de ser bela,
nem por isso as coisas deixam de valer a pena,
encha sua alma de sonhos,
tenha medo...
ache em si o sussego.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Guapuruvu

O céu, ultimamente, tem estado tão azul,
e na praça amarelo está o guapuruvu,
amarelo da cor do Brasil, o chão
pintado de pétalas e folhas secas.
Hoje vai ter uma linda lua nua cheia,
e com esse céu pintado de estrelas
como o chão fica de pétalas do guapuruvu.
E a noite caiu pra amenizar
o calor no lindo guapuruvu.
Porque vejo tudo tão desconexo,
tudo tão sem verso,
serão pétalas do guapuruvú,
Schizolobium paraiba...

A tarde ensolarada

Que tarde bela, no quintal folhas caídas no chão dão um tom de verão.
Um quintal seco com uma palma e uma acacia o sol a brilhar,
canta forte o sabiá, logo a primavera vai chegar,
mas já posso ver o jasmim e seus buques branco e amarelos,
os ipês nus, mudando de roupa,
alguns coberto de flores,
como cantam o sanhaçus,
que tarde fatigueira.

Estralinha

Estrela partiu,
a rua calou,
nenhum cão latiu,
agora é estranho
chegar em casa
e não encontrar
ele alegre a correr,
nunca mais o vi,
partiu e nem se despediu...

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Tudo passou

Já não sou quem eu fui,
já não tenho o mesmo vigor,
já experimentei tanto da vida,
tantos sabores, tantas cores
e formas e movimentos,
mas sou tão restrito,
meu mundo é tão pequeno
e o meu tempo tão curto,
não curto o suficiente,
as vezes sou deficiente,
o mundo que tanto ensina,
também muito aprende,
E espero que o tempo passe,
que a vida passe,
tenho ansiedade por encontrar
com minha morte, pelo amanhã.
Espero pela sorte, mas se não vier?
Já não sou quem eu fui...

Parar o tempo

Quem dera parar o tempo,
mesmo que fosse um momento.
Quem  me dera dominar o vento,
controlar seu movimento.
Mas nada disso posso,
sou impotente, não sei pintar
como assim fazia Gogh,
controlava o tempo
e parava o vento.
Parou tudo nos seus quadros,
azuis e amarelos,
são todos tão belos.
Acho que numa poesia
posso parar o tempo,
controlar o vento,
porque sei que o que tenho,
nada me pertence,
onde vou tudo é passageiro,
tenho tudo e não posso nada,
o que levo são risos e pensamentos.

Quem me dera parar o tempo,
mesmo que fosse por um momento.

domingo, 11 de setembro de 2011

Algo no mundo

Pensei algo e pus no mundo.
Algo não muito interessante,
algo que saiu errante,
palavras rimadas, cantadas,
nesse mundo de raimundo.
Mundo em que tudo podemos
encontrar, mas nem sempre expressar,
pensei algo e pus no mundo,
palavras vagas,
um movimento, códigos,
foi como plantar uma semente
em um bom lugar,
alguma coisa há de acontecer,
a alguém pode servir,
o mundo é tão vasto
e as pessoas tão normais,
ou anormais...
Pus algo no mundo que ganhou vida,
sabe lá onde poderá parar.

Liberdade

O céu a azul,
Que linda paisagem das ruas, árvores e jardins tão limpos.
Não é difícil amar a vida,
mas ao mesmo tempo não é difícil sofrer,
com nossas incertezas e medos.
Saber que todos morreremos,
quem mais amamos, quando será?
Mas a vida nos mostra tanta coisa bonita,
uma flor com seu perfume e sua cor,
uma criança, tanta coisa.
Saber que a vida sempre continua,
que independente de nós há tanta
coisa interessante, que é curto o nosso tempo,
mas é nosso tempo e podemos fazer
nossas escolhas que são só nossas.

A tarde de domingo

Hoje, domingo, choveu pela manhã e todo o resto do dia foi agradável. Não fiz nada, além de ver filmes. Vi Alexandria, Macacos no espaço e o Ritual.
Agora olhei pela janela que linda que está a tarde, umida.
O sol se esconde atrás de nuvens azuis.
Pardais cantam pelas ruas,
andorinhas voam pelos céus.
As ruas estão tão calmas.
Brisa alguma sopra agora,
nenhuma planta se move.
Aqui não posso ver bétulas,
rosas perfumadas, ou ericas nas ruas,
como tinha em Londres,
mas tenho muitas palmeiras e ao invés de aviões tenho
aves.
É domingo e pelo que vi,
domingo é sempre igual
aonde quer que vá,
a beleza está dentro de nós,
nas expectativas que pomos sobre as coisas.
Sinto o aroma deixado pela chuva
entrando pela janela,
ouço o canto da cambacica e de muitas aves.
Quero caminhar,
sei que tenho muito o que fazer,
mas agora me sinto bem,
me sinto bem no domingo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Descrever o meu mundo

Às vezes, gosto de explicar o mundo, através das palavras, a minha maneira. Como tudo que faço fica meio torto, troncho ou inacabado, assim ficam os meus textos. Então para embelezar um pouco o minhas descrições sobre o meu mundo, coloco a coisas belas como as flores, o canto das aves, um dia de de sol pu de chuva. Às vezes falo sobre a chuva, pois a chuva sempre foi algo bom para mim, antes do homem morar em barracos ou ribanceiras, chuva sempre foi sinônimo de vida; e o mais difícil de descrever é quando falo sobre mim ou sobre os sentimentos humanos. Sei que não escrevo bem,  mas pelo menos tento traduzir o mundo a minha maneira, pois vejo e sei que a beleza da vida está nas coisas simples e pequenas. Não é fácil materializar o mundo em palavras ou melhor traduzir o mundo, mas como sou meio largado, vou alinhavando os meus textos como quem costura sacos de castanha, com uma agulha grande e com barbante, pelo menos as castanhas não caem do saco. Acho que nunca escreverei como um Borges, um Pessoa, um Drummond, um Bandeira ou um Neruda, mas pelo menos ao tentando traduzir o mundo a minha maneira. Desta forma vou bebendo na filosofia, na literatura, nos jornais e muitos outros canais como entender o mundo, que é para depois tentar traduzir o mundo a minha maneira. Não tive a sorte de ter livros em casa quando criança, mas tive a sorte de ter tido pessoas que contavam histórias, pessoas que conversavam, talvez porque não tinham televisão. Mas aquelas pessoas conversavam, contavam seus causos. O mundo naquela época era muito mais colorido e cheio de sabores e texturas. Só que logo a televisão chegou e passei a ver o mundo no preto e no branco, sem cheiro e sem cor e eu não aprendi a conversar, nem a ouvir e fiquei assim vivendo de aforismos, completando ou concordando com o que os outros pensam e falam. E foi ai que aprendi a ler, e assim lendo, um pouco mais a cada dia que descobri Gandhi, Aluízio Azevedo e meu mundo vou se ampliando com a leitura, fui lendo textos de alguns poetas e escritores. Não sabia que a poesia era tão metafísica, e gostava de ler mesmo assim, talvez por preguiça. Não tem sido tarefa fácil tentar traduzir o mundo, mas eu vou mesmo assim dando cores, cheiros e sons aos meus textos, umas ficam bonitos, outras ficam horrorosas as que falam sobre mim por exemplo. Um dos grandes problemas é a minha deficiência com língua materna, pois cometo erros grosseiros de ortografia, sintaxe, concordância dentre outros. Pelo menos, alinhavo com algumas metáforas que é o que me salva ou me condena, sabe-se lá. Não tenho um grande público mesmo, mas nem por isso não devo deixar de limar minhas frases, talvez por não ter um público crítico, vou alinhavando minha pequena obra. Acho que tenho que ter mais carinho com as palavras, pois elas são a substância de minha expressão. Quem é o meu público? Acho que só me leu, vagos amigos. Acho que não me faço interessante, mas já falei, não sei tecer bem com as palavras, não sei monologar e raras são as vezes que engatilho um diálogo com alguém. Na maior parte do tempo fico assim sem jeito, sem graça, como menino envergonhado, e as palavras somem de minha cabeça. Mas eu sou cabeça dura, nunca desisto fácil e vou conversando comigo, mesmo tendo dificuldades ou com as pessoas que me rodeiam, vou buscando pela metafísica tentando descrever o mundo a minha maneira.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Luar

A lua prateada adorna o céu,
a noite chegou e trouxe consigo,
de abrigo um escuro véu
que fez a natureza se recolher,
as aves dormir e as árvores respirar,
algumas flores desabrocham a noite.
Flores de manacá, tecoma e espirradeira,
flores brancas perfumam a noite.
E a luz da lua revela a presença
de mariposas a voar no céu,
Ah, que belo que é uma noite de luar.

Que á no tempo?

Passa o tempo...
A lua e suas fases,
as estações do ano.
As marés dos rios e mares,
dentro de nós
nossos mares
as vezes claros, as  vezes escuros,
as não percebemos que o tempo passa,
talvez seja melhor não perceber.
Dia após dia, noite após noite.
Essa luta incessante,
essa batalha na busca
da felicidade é tão boa.
As vezes angustiante,
ainda bem que há os deuses
para nos vigiar,
o tempo passa...

Setembro

Setembro,
A lua está crescente,
as noites são tão claras e estreladas,
Vi a lua em roma,
Vi a lua no Ribeirão,
lua crescente, parece a mesma lua
que alumiava o meu sertão,
acendia todo o vale...
Setembro os dias são tão largos,
com manhãs tão hamoniosas
ao som das aves, latidos dos cães,
e as ruas perfumadas de flores,
creio que nunca senti tanta coisa,
uma sensação boa que enche meu coração
de esperança.
Setembro, 2011,...
logo o ano vai passar,
alguns dormirão,
outros seguirão a vida.
Setembro, quinta-feira,
na rua faz poeira,
o vento sopra forte,
assobiando nas janelas,
bulinando com as árvores....
tudo isso em setembro.

Calma


A nossa vida é um eterno descobrir. Somos curiosos e adoramos conhecer o novo, o diferente, coisas que melhorem nosso modo de viver. As vezes é necessário fazer uma viagem, encontrar uma grande paixão e vive-la, ter algo que nos faça sentir melhor e nos ensine novos caminhos e novas descobertas.
Todavia essas aprendizagens nos custam caro, custam movimento, energia, autocontrole e muitas vezes paciência e escolhas. Temos que escolher o que é melhor para nós o que não é uma tarefá fácil. Muitas vezes a escolha é um golpe de sorte, uma aposta em que não sabemos se vai dar certo ou errado. Eis que ai se esconde os nossos maiores receios. O medo de fracassar muitas vezes nos torna estáticos. Então nos angustiamos, nos fechamos e vivemos tristes. Nos tornamos assim através da pressão do mundo e da vida. Muitas vezes somos nós quem cobramos mais de nos mesmos. Não tenho uma receita para o sucesso, porque sou assim também inseguro, no entanto tenho sede de aprender, muitas vezes quando acho que não vai dar, fecho os olhos e peço a Deus ou o seja lá no que acredito. Sempre é muito importante a voz dos amigos quando se está distante e dos familiares e por fim a crença na vitória. É preciso calma, a vida é uma luta incessante que só acaba na hora da morte. Portanto é preciso ter a alma serena para viver bem.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sensação

As vezes o peito aperta tão forte que explodimos de tanta emoção, mas que gostoso quando é uma sensação boa.

Sete de setembro

O dia sete de setembro em Serrinha dos Pintos sempre foi um evento. No dia sete de setembro, antes de irmos ver o desfile, íamos todos primeiro à escola onde estudávamos, hasteávamos a bandeira, cantávamos o hino e seguíamos para a ruinha, serrinha, a pé ou de bicicleta.
Por, este dia, sempre ter sido um evento naquele pequeno lugar. Os poucos eventos nos deixavam muito felizes, as vezes num lugar que pouca coisa acontece, qualquer acontecimento é um evento. Passei a adorar os sete de setembro.
Gostava de ver a bandeira hasteada em nossa escola isolada e de ver que os adultos ao passarem diante da bandeira tirarem seus chapéus em respeito a pátria. Achava e acho muito belo sinal de respeito e civismo. Em minha cidade, como em todas as cidades do nordeste, havia e creio que ainda há desfiles em homenagem a pátria. 
 Era lindo de ver os desfiles pelas poucas, pequenas e apertadas ruas de Serrinha que na minha infância ainda era um distrito.
 Então umas duas semanas antes do sete de setembro havia uma atmosfera de patriotismo. Havia todo um preparo nesse período os professores ensinavam os meninos a marchar. Eram duas escolas que desfilavam em serrinha, a Escola Estadual Serrinha do Pintos e a Escola José da Câmara, cada uma com pelotões diferentes. 
Lembro do trabalho que dava para organizar o esforço das pessoas para domar as crianças, todos os professores reunidos em uma só causa o sucesso do desfile, além de organizar ainda tinham de fazer o esforço de tomar emprestado as roupas ou faziam quando podiam. Era um esforço feito em conjunto.
 A cada ano tentava-se ser melhor que no ano anterior. Finalmente, no dia sete de setembro como num riacho que começa a tomar a primeira cheia, as ruas iam enchendo aos poucos de gente. E como numa manhã de inverno em que todas as plantas desabrocham suas flores coloridas, bomba d'aguas, comelinas, de azuis; jitiranas, ipomoea, de rosas e azuis; senas de amarelo; os calumbins e juremas, mimosas, de branco; as crianças e adolescentes todos perfumados e coloridos começavam a colorir a cidade. O barulho das motos, das mãe agitadas arrumando seus filhos para o desfile, do pessoal da banda afinando os instrumentos. Tudo isso gerava em mim uma sensação de felicidade tão boa, uma sensação de esperança, afeto e orgulho por fazer parte de tudo aquilo que me dava uma identidade. Uma emoção forte explodia no peito de poder olhar para as meninas mais bonitas sem que elas pensassem que estava olhando para sua beleza dela, mas para suas roupas. E nós meninos que não eramos bestas íamos em busca dos pelotões onde estavam as meninas mais bonitas, fazíamos nossas avaliações. 
Enfim, Neste dia a igreja abria e ali na matriz, Chiquinho de Raimundo Moura explanava o significado de cada pelotão. No desfile o primeiro pelotão era o da guarda da bandeira nacional, seguido do pelotão das bandeiras estaduais, municipais; logo após vinha a banda de música e se seguia hierarquicamente,   onde vinham os agricultores quase no final, só não iam no final por causa do pelotão das bicicletas.
  Eu que morava no sítio adorava ver aquelas pessoas desfilando e queria participar desfilar, ficava imaginando desfilar no melhor pelotão, tocar na banda, mas nada disso nunca aconteceu, eu era muito matuto, todos meus irmãos desfilaram, menos eu.
Então ao final do desfile todo mundo se reunia em frente a matriz, cantávamos o hino nacional e estava consumado. Restavam os comentários e aguardar para o próximo ano.

Feriado

É feriado,
o dia nasceu tão calado.
As ruas estão vazias,
as aves cantam como num feriado.
As pessoas não saíram para trabalhar,
pois é feriado,
absolutamente tudo está tão calado.
É primavera, as árvores, engraçado,
se desposam de suas folhas,
para se cobrir de flores
como noivas, mas noivas
modernas coloridas e perfumadas,
coloridas de azul, de amarelo, de vermelho,
e assim se vai,
Os pássaros como músicos
cantam sem parar
o roxinol, sanhaçu e sabiá,
mas hoje as calles estão vazias,
é feriado nacional de
sete de setembro,
em respeito a pátria
todo mundo fica calado.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Vermelho doce

O vermelho da romã é doce,
o vermelho do morango é ácido,
nem sempre gosto de
lamber as coisas com os olhos,
pois quando o faço sinto
intenso desejo.
O vermelho da pitanga é doce,
vermelha calda que me faz salivar,
o cheiro que me faz desejar,
do doce odor de frutas,
do calor tropical, 
que tinge minha cor 
e minha de amor
por ti o terra amada,
meu brasil verde e amarelo
como manda,
como couve...
cheia de doces vermelhas frutas.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Vida

Tudo na vida é aberto,
tudo na vida continua inacabado,
enquanto houver vida.
Pois se nunca atingiremos a perfeição completa,
ou nossos objetivos mais profundos...
o que nos sobrará...
Talvez nunca atingiremos nada,
mas e dai a vida continua mesmo assim.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Vaga

A noite veio mais tarde. Foi recebida por um céu todo azul.
Com ela vieram as estrelas e a lua e toda a rua ficou feliz.
Árvores desnudas, sem folha ou flores, vagos ipes...
ora aqui ora ali florindo, sorrindo para a vida.
Amanhã será um lindo dia, senão posso fazer uma poesia
ou nada.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ir

Agora que é a hora de ir embora,
sinto um friozinho na barriga,
não sei se é ansiedade,
não sei se é saudade.
Mas sentirei falta das rosas,
das tímidas flores,
dos belos jardins,
das sólidas casas,
das escuras janelas.
Das grandes árvores,
das velhas pontes,
do rio...

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Coilheta

Não sei o que vou encontrar pela frente, nem sei nada sobre o amanhã. Tempo por meu amanhã mesmo sabendo que aves não plantam nem colhem ou que os lírios não fiam nem tecem e são belos e felizes. Mesmo entendendo que não está sobre o nosso controle, mesmo assim eu temo. As vezes busco força e sentido nos jardins, nas paisagens, na música, na literatura, lendo os jornais. Eu tento compreender o mundo, mas não consigo, pois quanto mais desvendo mais descubro que há por descobrir. Agora aprendi a me interessar por poesia ou melhor pelos poetas, complexos poetas. Que sabiam e sabem quão efêmera é a vida e que vivam ou vivem o presente, mas que guardam em se a angústia de não saber o que vem pela frente. As vezes penso que seria mais feliz se fosse um ignorante. As vezes penso que seria mais forte se fosse um trabalhador do campo, se tivesse continuado no lugar onde nasci sei que é uma visão russoniana. Talvez esse meu medo do amanhã advém de ter vivido num regime do pouco. Não sei explicar a gênese do meu medo. Acho que tenho medo de sentir que estou perdendo sempre alguma coisa. É impossível não sentir isso, sinto que perco todos os dias, ou melhor ganho e perco. O que me é dado me é tirado... Acho que sou um louco, na maior parte das vezes que acredita no que faz, mas que não sabe o que está fazendo. Estou descobrindo a vida como quem cultiva a terra na força, na marra, como quem colhe batatas não sabe se terá uma boa raiz na próxima planta... Por isso tenho medo da minha colheita.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Som ao vento

As flores murcham e secam ou se tranformam em frutos.
Onde está a beleza da rosa depois de despetalada?
Tudo é efêmero. Logo tudo passa e cai no esquecimento,
nada é eterno, podemos ter obras que se imortalizam,
é o que cremos, mas simplesmente a ideia como uma
semente continua viva a se expressar por se mesmo.
As vezes temos crenças tão maravilhosas e vem
alguém a as poda, não sentimos o chão e como uma
cipsela somos levado para longe, precisamos
nos recompor e nos reconstuir nessa efemeridade
que é a vida.

Às vezes

Às vezes penso que sou imortal, que o tempo não passa e que a vida melhor me espera no futuro. Às vezes penso que a morte me cerca, que o tempo é tão curto e que a vida melhor já tive ficou no passado. Às vezes acordo com um medo da morte, e como uma planta que vai estiolando, assim vai atrofiando minhas ideias,  e apagando minhas glórias mais peculiares como a simples capacidade de ler um texto e compreender. e então me sinto tão depressivo. Às vezes me sinto o melhor do mundo em tudo, outras vezes me sinto o pior do mundo. Não sei, mas a vida parece um jogo em que há horas  que se está ganhando e  me parce que a maior parte das outras horas estamos perdendo, parece que é o pensamento que mais habita nossas mentes. Já me passou pela memória que quando era criança o tempo não passava e agora que sou adulto o tempo some de minhas mãos como grãos de areia. Depois que crescemos e ganhamos entendimento passamos maior parte do tempo no mundo das ideias, dos planos, do futuro e do passado. Acho que meu maior problema é que não sei lidar com o tempo, com as coisas, quero viver tudo ao mesmo tempo, como um guloso que quer se deliciar de todas as mangas de um pomar, mais ai me lembro que só tenho um estômago que não cabe tanta fruta. Não é difícil de me empolgar com as coisas, os fatos, adoro tentar compreender o mundo, mas isso  me faz dispersar fácil, fugir de meus objetivos. Às vezes sou como menino curioso, outras vezes como adulto ranzinza, não é fácil viver. Eu descobri que não somos, mas escolhemos viver o que queremos ser e as vezes usamos a máscara de que nos disseram que caia melhor, as vezes não temos a oportunidade de escolher. As vezes somos apenas coadjuantes e muitas vezes quando podeiriamos ser protagonistas e quando finalmente podemos ser escolhemos ficar no escuro por medo. Sei que muitas vezes somos demagogo,s pois sabemos do que somos capazes, nos convencemos disso, mas as vezes na maior parte do tempo, não  nos ajudara  superar essas faltas, ou na maioria das vezes me apontam os erros e não nos ensinam a superar. Para ser humano não há uma receita, uma regra, temos que aceitar nossas condições e termos bom senso. Porque o que penso muitas vezes é a coisa errada, o outro pode está com a razão ou não. Às vezes.

domingo, 28 de agosto de 2011

Noite

A noite vem como grande companheira, me abraça e me põe para dormir,
a noite não é brincadeira, quantas vezes não me faz refletir.
O silêncio escuro da noite, sinto meu eu mais vivo, mais meu.
Quantas vezes não peço a noite por meio de oração
paz, saúde e prosperidade. A noite acalenta todos os seres,
as vezes é mais generosa do que deve, as vezes gera tantas tramas,
esconde tantos mundos, mas enfim ela pode pois é mística...

sábado, 27 de agosto de 2011

O caracol e a manhã


Acho que o mundo pode ser maior do que parece, como um caracol que o é, sendo um ser spiraçada é maior do que se percebe. Quanto espaço tem nossa mente para apreender tanta informação? Assim como o mundo do caracol não sabemos, desconhecemos. Às vezes, quando tomava café, percebi que havia um caracol vivia num jarro de flores e quando ainda era cedo saia se movia por alguns centímetros e volta va para dentro do jarro. Seria o caracol triste? Não sei seria o mesmo ou seria outro. O fato é que por dias seguidos vi aquele caracol ali se arrastando, se movendo. O que estaria buscando? Sob aquela bela petúnia de flores atropurpúrea que para ele seria uma árvore se comparado o nosso tamanho. Ele como um ioio ia e voltava, acho que temia o mundo, não o gato que aterroriza as aves cuidadosas que apareciam sempre no jardim, as vezes cantando, as vezes silenciosas. Aquele personagem engraçado com aquela concha não tem medo de nada, acorda cedo, se é que dorme, e dorme cedo. Vive sozinho, não senti frio, calor ou medo, não tem amigos. Simplesmente vive. Os caracois são hermafroitas com isso poderia ele ter sua própria família. Então qual seria sua geração? Pelo percebia o jarro não teria muitos anos, mas ele veio de outro lugar ou sempre esteve ali no jardim? Não quis sair para entrevistá-lo,  pois apesar de ser verão, aqui em kew, faz frio pela manhã e chove muito por vezes. O caracol que se arrasta e deixa um gel por onde passa, é uma figura muito interessante, estava sempre ali, me esperando para tomar o café, até tentei um discurso metafísico, mas não tive muito sucesso, acho que não prestei-lhes a atenção devida. Olhei várias vezes para ele, mas na verdade estava afogado em meus pensamentos. Estava embelezado pelo jardim que tem um lindo gramado, flores brancas de asteraceas e de beriberiaceas, tem até uma linda papoula vermelha, maravilhosa, até a fotografei outro dia, tem uma trombeta que floriu por duas vezes e ontem estava divina, linda era uma flor noiva, branca como a neve. Gosto desta paisagem, tem um carro de mão que sempre está cheio de restos mortais de plantas. Agora que o verão está indo o jardim quase não tem flores, tem nada não o caracol ainda está lá. Hoje acordei mais tarde, ou melhor, levantei mais tarde porque acordei no mesmo horário. Fiquei no colchão no chão deitado pensando, o que fazer já que é meu último sábado, só fui para a cozinha depois das oito. Quando cheguei lá a dona Francis estava, preparei meu sereal, sentei no lugar de sempre, mas nem reparei no caracol, conversei com a dona Fran. O sol brilha mais que ouro aquecido. Nem vi o caracol, nem pensei. Acho que não gosto de pensar. Meus pensamentos são tão simplórios. Bem não vi se o caracol estava lá. Preciso organizar minhas ideias, uma por cada vez senão meu mundo não vai ser suficiente, não vou ter tempo e espaço para viver tanta coisa que quero. Vou pedir conselhos para o amigo caracol, acho que ele sabe muito bem o que fazer e como me ajudar.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cair da tarde

A tarde!
O silêncio...
Após o almoço,
finalmente é tarde.
Toda a natureza cala.
e cheias as barrigas,
nossos corpos relaxam,
silenciosa a tarde calada,
vai passando como a mare do rio,
está frio...
frutos pendurados,
folhas paradas,
é tarde!

Borges

As palavras faladas são substâncias da alma. "Borges"

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pensamento

O que se esconde atrás de cada pensamento?
O que gera o pensamento e desperta o desejo
de desvendar, descobrir e melhorar?
Um luar, uma noite estrelada,
uma rosa perfumada desabrochada
Um rio a cantar na cachoeira,
o som de um caracol.
As palavras não ouvidas,
mas ecoadas por alguém.
O que desperta em nós essa vontade
de melhorar a cada dia?
Seria uma poesia, um riso ou a busca do paraíso,
seria vaidade?
Seria a vontade de ser diferente, de ser eterno ou imortal,
ou seria a mania de perfeição.
A mim, não sei...
Gosto das flores, das poesias,
gosto de ideias de filosofia,
e todos os dias pego no fio de minhas
ideias e vou seguindo meus pensamentos,
tentando encontrar sabe lá Deus o que,
algo que me faça melhor, perfeito, imortal,
isso sou eu, mas cada um tem um motivo,
uma epifania que oras pode ser despertada por mim,
ou por ti...
Quem sabe o que são os pensamentos,
nenhuma ciência conseguiu explicar nada ainda,
ou a explicação fica no materialismo que
não diz nada ou vai para o misticismo
que também não explica nada.
Cada um pegue e se apegue a sua ideia,
a sua fé e ou crença
em nada pensa,
talvez seja a mais feliz das pessoas,
ou não seja gente seja um Deus...
Porque é pelo pensamento
que damos sentido a vida.

Conhecer a si

A vida  provoca em mim tanta coisa.
Sou uma bomba de sentimento,
oras vivo felicidade, oras sofrimento.
Ao longo do tempo vou dando
sentido a minha vida,
a minha pessoa, a minhas ideias,
não é fácil essa luta,
é uma luta diária
que travamos com a vida,
com as pessoas e conosco.
Nosso pior inimigo
por incrível que pareça
é o nosso ego
que teimamos
em alimentarmos
e alguns dizem isso é bom
e outros dizem isso não é bom,
e ficamos na dúvida,
e passamos a maior parte
do tempo entender a nos mesmos,
o que não é fácil,
pois aprendemos a sermos
sentimentais
e quanto mais  o tempo passa,
mais vamos nos impregnando do que queremos ser,
mas as adversidades da vida
nos faz sofrer,
porque nunca sabemos
o que vai ser bom hoje ou amanhã,
o mesmo riso que aprova, desaprova.
E passo tanto tempo pensando,
tanto tempo imaginando
que muitas vezes esqueço de viver.
É difícil viver só,
é difícil viver com o outro,
viver é uma prova,
que desconhecemos
onde vai parar,
certamente nunca descobriremos,
pois será nosso fim quando
pudermos nos definir.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tarde silenciosa

Hoje a tarde não está fácil. 
O sol não apareceu, 
não parou de chover, 
toda a natureza está recolhida.
 O rio está calmo, um espelho. 
O vento não soprou 
fazendo as árvores dançar,
acho que não vou poder
cheirar as rosas.
Essa tarde triste e vazia,
é uma tarde fria,
logo vai se doar
para a noite, logo
passará.


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Escolha

Há muitos caminhos no mundo,
caminhos que devemos escolher,
sabemos que uma escolha não tem volta,
então quando fizermos nossa escolha,
sigamos em frente, pois o tempo
não vai esperar que concerte o erro,
nunca tenhamos dúvidas de nossas escolhas,
uma vez feita, não podes escolher novamente,
não podes voltar no tempo,
se tenter resolver o erro,
esta fazendo uma nova escolha.
E suas escolhas espelharão em seus
atos no amanhã, serão essêncial para
o seu crescimento como humano
e como pessoa.

Mundo

Como me sinto pequeno diante da grandeza do mundo, da beleza da vida.
O céu tão azul, o rio tão sereno e as flores tão singelas. As vezes me sinto
leve como um papus ao vento, sinto o som da eternidade da alma,
mas sobretudo, muitas vezes me perco pelos caminhos da vida,
me perco, sinto medo, me sinto fraco, outras vezes sinto totalmente
o contrário.
Porque sou um humano cheio de sentimentos,
tenho meu mundo subjetivo e desconheço os demais,
respeito, mas cada um com o seu mundo...

domingo, 21 de agosto de 2011

Onde algo começa e onde termina?


Não se sabe, pois a vida é incerta e curta. O que me espanta e o que me desperta, certamente não desperta em outrem. Porque somos muito peculiares. Temos nossos mundos subjetivos que queremos enche-lo de tudo que há de melhor, mas nem sempre fazemos o devido esforço para atingirmos os objetivos, por semos insolentes ou preguiços. Dispendiamos nosso tempo tentando satisfazer nossos desejos sensuais. Adoramos colher os frutos, mas odiamos preparar a terra, gostamos do resultado pronto, achamos muitas vezes que o tempo dispendiado não vale a pena. De fato não sei o que despertou em mim uma louca vontade de saber tudo, não sei. Agora confesso que sou cabeça dura como meus parentes e como meu sobrinho mais novo e por ser cabeça dura, sempre que ponho uma ideia na cachola, quero provar que estou certo e essa persistência me levou a descobrir muitas coisas interessantes e a me despertar para o mundo abstrato. Sempre quis ser mistérioso o que não conseguir por não saber guardar segredos. Tenho que nem eu mesmo consegui arranhar, onde tudo começou, sei como tudo pode terminar. Na verdade tenho medo do incerto. Amanhã quem sabe.

sábado, 20 de agosto de 2011

Mistério



Sei que o que sou é o que desejo ser,
que o meu mundo subjetivo é profundo,
sei também que no meu mundo,
posso combinar com outros mundos,
Sei que o meu mundo encontrou o seu mundo,
e foi uma troca muito rica, 
voce me ensinou e eu aprendi,
voce me viciou a gostar de falar,
mas principalmente a gostar de pensar.
Sinta-se, pois és a estrela que me deu um norte,
ensinou-me a ser mais eu e a ser forte,
e que independente de onde venhamos,
não há um limite, não há limite para a mente,
é preciso ter fome de cultura, de aprender,
é preciso mesmo compreender,
que quando tudo parece bom ou bem,
logo virá uma mudança,
Aprendi com você que saber
não ocupa espaço,
é preciso ter nervos de aço,
para suportar e esperar,
o que não foi prometido,
é preciso ter convicção no que se pensa,
é preciso ter imaginação
e dar sentido a vida,
tirando-o da natureza, do humano, ou do divino,
pois nos vários mundos há muito mistérios
que povoam na mentes vivas,
e por isso que mergulhei no seu mistério,
para tentar construir o meu mistério
e dar sentido ao meu mundo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O beijos das rosas

Enquanto cai a noite,
suave a brisa sopra,
nos ricos jardins,
flores coloridas se apagam,
enquanto as rosas se perfumam.
E a cada jardim beijo uma rosa,
vermelhas, roxas, amarelas,
todas as rosas são tão belas,
sei onde posso encontrar muitas delas,
algumas roseiras estão vermelhas de frutos,
e outras como vigens desabrocham em botões e flores,
as rosas perfumadas, são tão belas,
e o sol que se esconde apaga a beleza delas,
se não fosse seu perfume que seria delas,
e finda o verão, acaba mais uma estação,
nas calçadas folas secas se espalham,
frutos e sementes pelo chão.
E namoro, e cheiro e beijo as rosas
as rosas alheias, belas rosas perfumadas,
tão efêmeras rosas,
e quando o sol se apaga e a noite chega,
sinto uma forte solidão,
sinto como quem sabe que a morte se aproxima,
que a noite e como o tempo apaga
qualquer rastro.
Aprendi com as rosas que sua efêmera
beleza, vale a pena,
pois é melhor existir,
que nunca existir,
por isso beijo as rosas,
e fecho meus olhos para sentir
minha alma, sentir a calma que pode existir na vida...

Noite

Quando a noite caiu, fez-se o escuro e o silêncio.
O feito breu não mostrou as estrelas.
Dentro da casa escura e fria,
meus olhos embutidos em saudades
e silêncio calaram a qualquer movimento,
Senti o peito bater, o braço pulsar,
senti a noite fria me abraçar,
a noite como estava vazia,
tão vazia de tudo
que apagou qualquer coisa visível,
apagou minhas ideias,
me senti feito pintura
imóvel eterno.
Toda a natureza recatada...
toda a noite calada.

Busca

Não adianta buscar a paz no deserto,
no mosteiro, nos jardins, no alto de uma
montanha. A paz está dentro de ti.

Marcas

Sei que o tempo passa,
sei também que não é de graça,
o tempo nos leva as forças,
o vigor, a beleza,
mas sei também que o tempo
ensina, aperfeiçoa.
Carrego na minha mente,
os vários lugares e pessoas
que o tempo me permitiu carregar,
carrego no peito muita saudade.
O tempo me ensinou que a vaidade
é um sentimento idiota,
ele me ensinou tirando tudo
que achava que tinha,
o tempo voa,
podemos ver isso nas
faces alheias,
porque muitas vezes
não nos vemos no espelho,
o tempo e o espaço,
o céu, o mar
minha vida como as ondas
se acabam na praia,
e descubro quem sou,
descubro que poderia ser,
mas a areia é o meu limite,
no relógio e na praia,
o tempo não existe
o que existem são
as marcas da vida,
feliz quem não tem cicatriz.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A carne

Saliva minha boca,
minha alma perde a calma,
sinto um intenso desejo,
do sabor salgado da carne,
arde em minha alma
o desejo do sabor da carne,
feito animal,
salivo quando sinto
o cheiro da carne
quente na chapa,
ardendo, salgada...
Como um animal,
desejo provar
da salgada carne,
macia, salgada,
sangrando, queimando.
Adoro o sabor da carne.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Brasil

Eu sou Brasil,
não sou vil,
sou lá do Brasil,
de bem longe,
entre Paraiba e Ceará,
sou potiguar,
terra de Cascudo,
de gente pobre, humilde
mas forte,
gente que sobrevive no sertão.

Sim sou Brasil,
não sou vil,
quando nasci,
a lamparina alumiava minha casa,
não sabia ler, na tinha livro,
mas não perdi o pavio,

descobri na palavra
a escada e a força
para sempre andar para frente,

sou Brasil,
não sou vil,
onde quer que eu vá sou BRASILEIRO,
seja do norte ou sul,
de tudo o Brasil me ensinou
um pouco, as vezes fico louco,
mas no Brasil,
aprendi a não ser vil.

Última luz

No fim da tarde,
quando tudo parecia
perdido o um fio de luz vermelha do sol
apareceu na lareira da casa,
mas foi tão breve,
tão raro que me pareceu
o mais belo de todos,
as vezes as coisas raras
são as mais belas,
as vezes inperceptíveis,
e eis que a luz se foi,
o dia se foi,
e a noite chegou.

Verão

O verão aos poucos parte,
árvores secam e perdem a folhas,
os dias longos começam a encurtar,
e as flores que floriam agora são frutos
que amadurecem, cheios de cores e apodrecem
nas calçadas, nas ruas.
O sol já não está tão intenso
e o vento sopra com maior frequência,
os dias já não são mais tão azuis,
logo o verão partirá,
e deixar para o outono
o trabalho de remover as folhas
secas e alcamar o rio,
o vento vai soprar mais frio,
as flores já não mais abrirão na manhã,
e as árvores nuas, já não mais dançarão
com o zefiro.
Logo o verão irá passar,
logo o outono vai chegar,
e depois o inverno
e novamente a primavera e o verão,
sempre virão,
todas as estações, mas
as casas e os jardins serão renovadas,
ficarão mais belas,
e a ponte que liga os lados do rio
já não mais poderemos cruzar com
as próprias pernas,
as estações passarão,
quantos verões ainda virão?
Sabe lá, hoje, tenho certeza
de minha existência, de que não estamos
juntos, mas logo estaremos nos encontraremos,
mesmo que neste verão não estejamos juntos
e as vezes me sinto feliz,
e as vezes me sinto triste,
faz parte da vida,
a passagem das estações.

A chuva

No fim da tarde,
em que o sol não apareceu,
no fim da tarde
quando a noite
começara a chegar,
a chuva começou
a suar no telhado,
e então sai a caminhar,
sentindo os pingos
da chuva levar minhas
boas e más ideias,
a chuva veio e me livrou
de um dia de cansaço.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A morte

A noite enquanto todos dormiam,
era uma noite muito escura,
as estrelas piscavam no céu negro,
os animais quietos nos seus lugares,
e vênus subia ao céu,
saudoso como olhos
a lacrimejar,
o galo cantou,
e o ressono calou,
ela veio como o vento
do norte, que chega sem avisar,
veio, foi breve,
ninguém percebeu,
veio e se foi levando
consigo uma alma,
o dia nasceu,
o leite foi desmamado,
mas ela não acordou,
desesperado as pessoas
começaram a chorar,
a pensar no que ia ser
e não ia ser.
Aquele corpo esfriava à eternidade,
não mais ressonará,
nem verá uma nova noite,
ou um novo dia,
a mãe mandou
avisar a vizinhança,
na igreja o sino soou seu som fúnebre.
Os vizinhos vieram,
os parentes mais distantes,
enquanto isso a alma sorria
sua desencarnação,
quando o corpo partiu
para o cemitério,
a alma sumiu como
o vento do norte...

Descoberta

Descubro todos os dias a beleza de viver no perfume de uma flor, nas diversas cores do céu, na generosidade das chuvas para com os jardins, no gesto do simples bom dia, boa tarde ou boa noite, na timidez da luz da lua.
E quando caminho e exploro o mundo ao meu redor com minha visão, minha audição, meu olfato descubro
quão grande pode ser o meu mundo quando estou atento as simples coisas. Há dias em que me sinto mais sensível a essas descobertas e outros dias menos sensível a generosidade da natureza. São nos dias que sou mais egoísta que me afasto do que pode me oferecer as pequenas coisas. Estou aprendendo a viver, sei quanto não é fácil, pois são tantas sensações, mesmo assim vou caminhando com o tempo, vou descobrindo que o tempo e o mundo deixam marcas em minha mente e em meu corpo e vai domando meus sonhos, e muitas vezes afiando meus desejos, preciso ser mais forte e rejeitar a tanta coisa ruim que me persegue, como sentimento de fraqueza e de medo. Quem sabe assim não me sinta mais feliz todos os dias.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sangue e alma

Não podes encontrar minha alma,
não podes me encontrar com calma,
pois em meu peito bate o coração,
em meu peito infla cada pulmão.

Circula em meu corpo
o quente sangue,
sangue cheio de ar,
sangue líquido,
sangue sólido,
circula sem parar,
em minhas vias quentes,
em minha mente quase sempre ausente,
há de está minha alma,
há de está minha calma.

Minha alma certamente está lá,
porque estou cada dia
no passado, no futuro
e no presente,
sou mais nunca estou,
quando arde em meu peito,
quando uma lágrima desfia
de meus olhos,
quando explode o meu peito
tanto ar,
quando como uma caldeira
meu sangue pulsa,
sou mais humano... sou mais animal,
porque sei que corpo e alma
neste instante são um só.

Alma

Assim como um rio turvo
é o nosso pensamento
desconhecido.
Desconhecida a profundidade,
a força de sua correnteza,
assim é a nossa alma,
desconhecida.
Sem sede ou lugar,
sabemos que existe,
mas onde está?
isso é um mistério
que nos espanta.

Segredos do rio

Silencioso, misterioso é o rio,
em suas águas turvas sabe-se
o que o habita e o que conduz,
no movimento de vai e vem
de suas mares, nas ondas
ganhas pelo sopro do vento,
o rio cria e recria formas,
movimentos, sutis.
O rio silencioso e misterioso,
nunca se revela,
embora reflita o que está
em suas margens.
O rio não cessa
seu movimento,
nem na noite ou no dia,
nem sob lua ou sob o sol,
nem no calor e nem no frio,
pois para ser rio,
necessita de movimento,
de água, caso contrário,
não o seria,
O rio por mais transparente que seja,
carrega seus mistérios,
por que não se conhece,
as vezes é o vento que o doma,
as vezes é a chuva,
a natureza é que muitas vezes
o decifra, porque é sua mãe,
e as mães conhecem
profundamente suas crias,
embora algumas vezes
desconheça, mas sempre
sabe qual o curso que o rio
vai tomar.
O rio é silencioso, quando não
tem cachoeira,
mas em si é misterioso.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Outono

As rosas e as árvores
com seus frutos maduros,
começam a amadurecer
as folhas que aos poucos
perdem o verde e o viço,
e começam a se espalhar
pelas ruas e jardins.
O sol brilha intenso e
o vento que não para de
soprar oras esfria,
oras esquenta,
e os dias que eram
longos encurtam,
as bétulas espalham
suas sementes
a fora,
logo será outono...

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Noite

Quando a noite cai silenciosa e fria,
sinto uma saudade, de tudo que vivi.
Quando a noite cai eu lembro
de tanta coisa, nao sao todas
as noites, mas a noite cai,
cai e passa.

Pensar

Cada dia que passa e cada momento é algo a menos em minha vida.
Tenho esse carma de ficar pensando nas coisas, quando poderia
está fazendo e pensando algo mais proveitoso.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Momentos

Sei que é impossível viver todos sonhos que tenho,
mas viver sem sonhar é impossível, é doloroso,
é seria triste como o trabalho de sisifu.
No entanto são tantos sonhos e tantas coisas
pequenas que me satisfazem.
Por momentos sinto-me feliz.
Os pequenos momentos de felicidade
que tenho se somados são superiores
aos momentos de dores.
São os momentos alegres
que me fazem esquecer dos
problemas, da dor e da morte.

Morte

Eis que da vida
se passa à morte,
no último suspiro,
os músculos
se contraem e distendem,
a carne ainda viva
recebe as últimas descargas
enviadas pelo cérebro,
agoniza o corpo,
e então tudo para,
o calor esfria,
e o que era vivo
já não o é,
o que tinha entendimento,
nada mais entende
a matéria inteligente,
se desfaz em
matéria morta,
só restam
feitos e fatos
nada mais.

Indisposição

Hoje, segunda-feira, quando acordei, não queria sair da cama. Queria ficar ali sob os cobertores, dormindo e sonhando, queria ficar imóvel, mas a realidade bate na mente e tive que levantar, tomar café e tomar um banho e seguir minha vida normal. Senti uma moleza no corpo e na mente, minha vontade era de não fazer nada. Olhei para o jardim e as cores não me animaram, abri a geladeira e a comida não me animou. Liguei a tv e não vi nada de interessante. Tomei um banho quente, escovei os dentes e nada. Hoje meu corpo está duro na queda, se me conheço isso pode durar dias. Estou indisposto e nada parece que vai me animar. Nem um chá quente vamos tentar.

domingo, 7 de agosto de 2011

Histórias

Na minha infância não tinha livros de histórias, poesias contos, nem uma bíblia em minha casa havia, sequer jornal. A unica forma de comunicação era oral. Não falo de muito tempo atrás falo dos anos 80. Então ou ouvíamos rádio ou conversas de adulto, ou conversávamos sobre nosso quotidiano. As pessoas conversavam bem mais, se reuniam mais. Era de constume ir casas dos outros, além de casa de parentes, ou iam para passear, passar o tempo, tomar um café, pegar uma janta ou um almoço,  para tomar emprestado alguma coisa café, açúcar, sal ou o que faltasse em casa, fazer ou pedir que alguém fizesse um serviço simples como concerto de roupas. A noite sempre meus pais iam para a casa dos vizinhos onde ouviamos muitas conversas, muitas histórias, as quais não me lembro mais de nenhuma, talvez por não ter a mínima graça. Então fui para a escola e lá pela primeira vez ouvi uma história sobre um rei muito arrogante. Foi uma das melhores coisas que ouvi até aquele momento. Demorei a aprender a ler, sim, muito tempo mesmo. Nunca vi em minha infância ninguém lendo, pois as letras para as pessoas de minha cidade era um peso, um fardo e ler um grande texto era muito enfadonho. Agora sei que as pessoas eram analfabetas funcionais, que são pessoas que sabem ler, mas não sabem interpretar. É muito triste porque perdemos muito com a falta de hábito de leitura. Enfim quando entrei na escola, aprendi a ler só no terceiro ano, e fui ler meu primeiro livro no décimo ano. A muito custo li o Cortiço, para um trabalho da escola, depois deserolei a ler a gostar de histórias. Hoje mais de uma década quero contar as histórias. Sei que minha infância não foi tão rica de letras, mas foi de vivência, nada que não possa ser superado.

sábado, 6 de agosto de 2011

Horizonte

Meu amor minha flor,
quando veres o mar,
e olhar para a linha
do horizonte e ve-la
distante, ah!  meu amor,
minha linda flor,
lembre-se que estou
la no horizonte,
estou esperando
por ti mesmo distante,

Estarei la
no azul do mar...

Londres

    Caminhar, calmamente, pelas ruas de Londres e muito muito interessante. Sentimos algo extremamente intenso, nao sei se sao as pessoas ou as construcoes. O fato e que por aquelas ruas antigas onde muitos fatos aconteceram e entraram para a historia, alimetam a imaginacao de quem por elas transita. Podemos perceber ou ver diversos detalhes nas fachas, nas janelas, nas portas, nas calcadas, nos muros, nos telhados. Percebomos ainda que as pessoas sao muito reservadas, alem do mais, acho que e mais facil encontrar  um indiano ou um japones por estas ruas que um ingles propriamente dito. Talvez seja porque eles ficam enclausurados em seus quartos escuros ou entre seus jardins observando o que acontece na rua. Nao sei por que, mas sensacao que temos e que estamos sendo espionado a todo instante.
    O tempo que na maioria das vezes esta nubaldo nao contribui com para torna-los expressivos. Acho que  talvez seja o habito de gostarem tanto de jardins que acabaram se assemelhando muito com as plantas em seu silencio.  No entanto as pessoas daqui sao muito bem humoradas, parecem rir de tudo e quando conversam usam muito os gestos que tornam muito mais engracado. No comeco acho que ria deles, mas agora estou aprendendo a rir com eles, nao sei se chegarei a tanto. O fato e que andar pelas ruas desta cidade e algo muito agradavel, sinto, realmente, que sao pessoas acolhedoras e generosas. Acho que sao muito timidos e muito  contidos em suas expressoes. Bem acho que o tempo e a sombra e o escuro das grandes construcoes silenciaram as geracoes que se sucederam. Talvez nao tenha entendido nada do que percebi. Quem sabe. 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Silêncio


Às vezes nosso corpo faz silêncio
E nossa alma fica calma.
Às vezes o mundo faz silêncio
E nós nos apavoramos com o silêncio,
Pois cremos na força do movimento
Que a vida é movimento contínuo.
Então o tempo passa,
Com seu movimento contínuo e
Desapercebido e no silêncio
Do tempo as coisas
Se constroem e se destroem,
Isso é parte do mundo
E parte nossa.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Age

Meu irmão hoje completou quarenta,
daqui a nove anos serei eu,
pensa que estou feliz?
Não sei.

Verão

Flores nos jardins,
flores perfumadas
flores enfeitadas,
flores nos jardins,

o sol brilha no céu,
o céu todo azul,
nuvens feito véu,
o céu todo azul,

quente o tempo,
quente o tempo,

sob a sombra
das árvores
sopra o vento,

e pessoas fatigadas
cochilam após comer,

assim é o verão,
com flores,
jardins
e chás...

As rosas nunca
tiverão tão belas,

nunca estive aqui 
no verão
e a primeira vez,
é emocionante
...

Resfriado

A tanto que me conheço,
e desconheço meu corpo,
que as vezes fraco adoece,
sinto minha garganta colar,
sinto calor, sinto frio,
isso me dar um vazio
algo anormal,
mexe com meu existencial,
e se muda o tempo,
se faz calor,
ah o cansaço,
toma espaço em minha mente,
acho que estou doente,
sei que é só um
bendito resfriado,
mas que essa praga
não mata, mas incomoda paca.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tudo que vejo

Tudo que vejo,
nem sempre vejo,
às vezes vejo as cores,
às vezes vejo as formas,
e às vezes, olho e nada vejo.
Vejo o que conheço,
porque conheço,
porque gosto do que conheço,
o que desconheço,
muitas vezes muitas vezes
não estou aberto a conhecer,
simplesmente não quero ver,
mas o tempo me ensina a ver
as coisas e também me
ensina a não ver as coisas.
Percebo o que quero,
percebo o que quer ser
percebido...
As flores querem ser percebidas,
pois exalam cheiro,
e chamam atenção
com suas cores
e sua delicadeza,
vejo o que quero,
pois sou o que
entendo ser
um ser vivo
efêmero.

Meu lugar onde buscar

Caminhando pelo mundo e pensando na vida, encontrei o meu lugar. Sim o meu lugar está aqui, bem dentro de mim. Está comigo a todo momento, o meu lugar é o meu corpo, minha mente, minha alma. Por mais louco que pareça. O meu universo carrego nos giros de minha mente. É lá que encontro tudo que quero que preciso, onde posso viajar a velocidade da luz. Posso ir além da física é lá que busco tudo que preciso para me manter vivo. É onde guardo tudo que necessito. Descobri ainda que o mais difícil é organizar, ou domar esse universo, talvez seja impossível, mas ao menos podemos tentar. Eu descobri um monte de coisas interessantes, mas muitas vezes só depois que havia passado, muitas vezes mesmo sabendo eu me perdia no meu universo. Continuo tentando como antes, só que cada vez mais cauteloso.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A tarde

O vento sopra na tarde de sol,
uma tarde tão clara, tão limpa,
tão suave tarde de verão,
no começo da tarde cheguei
a cochilar, mas depois despertei
da sesta. E o sol foi cruzando
o céu limpo, só umas frouxas
nuvens e alguns aviões
maculam o azul do sol.
E o vento que sopra
torna este lugar uma delícia.
O rio está cheio agora,
cheio de suas águas turvas.
Fui tomar o chá,
e que delícia de costume
chá com leite...
Encontrei até umas pessoas,
mas não prestei muito atenção
no que eles falavam,
não preferia ver a luz do sol,
ouvir o som do vento,
acho que é mais interessante
que ouvir ingleses
falando de seu quotidiano
ou aprender meia dúzia de palavras.
Fiquei mesmo sentindo
o sabor do chá com leite quente,
e vendo a paisagem
que do refeitório é linda,
olhando o rio, as bétulas,
e tantas outras plantas belas
europeias, e viajando em
minha mente,
terminei o chá,
desse chau e sai sem
uma palavra ou algo
que me interessasse
em inglês.
A tarde está muito bonita
como nunca esteve.
Acho que é porque faz sol,
porque o céu brilha, ou
simplesmente por minha existência.

O sol e a alma

Adoro os dias ensolarados
em que o vento sopra solto.
Adoro ver o verde intenso
das folhas refletindo a luz
do sol. Adoro ficar com
a cabeça no vazio,
me sinto mais vivo,
sim mas tudo passa na vida,
é preciso muita força
para viver, para amar,
para ser.

Humanos

As vezes a vida parece tão longa,
as vezes somos tão impacientes
que a vida é uma eternidade,
não somos como o rio
que espera pela chuva
pela água para transbordar seu
leito ou como as plantas
que esperam pacientemente
por melhor tempo
para florir,
somos humanos,
animais e o fluxo que
corre por nosso corpo
certas vezes queima.
Somos cheios de loucuras, de belezas,
porque somos humanos.

domingo, 31 de julho de 2011

Dúvidas

Vivemos só uma vida,
temos um só mundo,
somos uma só pessoa.
Quantas coisas podemos fazer?
O que podemos fazer
para tornar a vida melhor?
Quem sabe cultivar uma flor,
criar um filho,
ou viver e morrer
como se nunca tivesse
existido?

sábado, 30 de julho de 2011

Sábado

Que belo dia de sol,
acho que hoje é o sábado,
mais ensolarado e belo.
Resta saber o que vou
fazer hoje.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mente

Quantas vezes me perco
e me acho no tudo ocorre
bem na minha frente,
tudo que passa ocorre
e minha mente.

Sentir

Algumas pessoas conseguem simplesmente ficar quietas no seu canto, sem nunca se  separar das pessoas mais queridas. As vezes isso é simplesmente maravilhoso, por outro lado, estas pessoas tem um circulo de amizade muito restrito ao seu lugar, sente saudades das coisas e não das pessoas e quando uma destas pessoas parte o sofrimento parece ser maior. Bem já vivi parte da vida como uma destas pessoas. No presente vivo criando novas amizades, as vezes tenho que partir, seria o outro lado da moeda, mas sofro do mesmo jeito, a ausência das pessoas queridas, a distância os afetos que horas são fortes oras fraco. O fato é que sigo a vida como uma caravela levada ao vento, oras cheio de felicidade oras vazio e isso é a vida, uma verdadeira incognita.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Intervalo

A tarde corre a passos longos,
mas o sol já se aproxima
do poente. O rio está calmo,
e o barulho surdo do ar
ainda está ligado, a noite
ainda vai demorar,
e a vida continua
lenta e mansamente.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Descoberta

Descubro a cada dia que nada sei e o quanto posso aprender.
As vezes me surpreendo quando aprendo algo novo ou
quando ouço algo que nunca tinha escutado.
E quando paro para pensar no tempo
vivido parece que vivi uma eternidade.
Meu corpo que não é imortal
já começa a dar sinal da finitude de minha vida,
embora minha alma pareça cada dia mais nova.
É amável conhecer as novas e velhas pessoas,
fazer novas amizades e manter as velhas amizades,
com o tempo descobrimos muitas coisas
as quais ignorávamos, mas que era tão importante
quando acreditamos ser agora que descobrimos.
Descobrimos que amar vai além do material,
muito além de qualquer coisa
é algo sublime, espiritual humano.
Descobrimos que as flores mesmo
por ser tão efêmeras não perdem o viço.
Descobrimos que quando achamos
que sabemos fazer bem uma coisa
é hora de refletir, pois podemos
estar completamente enganados.
E quando saímos da rotina que
não gostamos descobrimos novas
coisas e nova forma de viver.
Grandes mudanças requerem
grandes reflexões, e muito esforço
pois mudar as vezes parece impossível,
no entanto tudo depende de ti.
Todo o mundo que existe,
todas as coisas que acreditamos
são ideias...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Brasil

Quando chega a hora da noite
e não vejo a tarde,
não vejo o crepúsculo,
não vejo as estrelas,
vejo tudo claro como o dia
que coisa mais esquisita.
Sinto falta do Brasil,
das nossas estações,
por mais breve que
seja essa viagem,
por mais bairrista
que seja e não sabia
que era, sinto falta
do Brasil,
das coisas do nosso pais,
onde sou muito feliz...

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O rio Thames

O rio turvo, Thames, como o mar
tem uma mare alta e uma mare baixa.
Nao entendo o rio,  pois nao sei
se ele enche para secar ou
se seca para encher,
so sei que ele marca
meu tempo, quando chego
de manha ele esta
acabando de secar,
e gasta mais de quatro
horas para encher,
depois quando
e hora de parti
ele esta acabando de secar.
Acho que ele sempre tem
algo para me falar,
talvez nao, mas
sempre, ele
tem algo para me mostrar,
mostrar que tem
admiradores,
que tem moradores,
que tem muita gente
que nao vive sem ele,
nao e facil conversar
com o rio,
pois preciso trabalhar
e ele precisa secar e encher...
estou me entendendo com o
rio, as fezes ou quase sempre frio.

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh