terça-feira, 22 de abril de 2025

Na casa de Chiquito

 Era uma tarde de quinta feira santa 17.04.25. o céu azul, os raios dourados iluminaram o alto do Sampaio, na base do alto no terreiro da casa de Francisco uma catingueira grande toda bageada explicava seus frutos secos dispersando suas sementes.

A quebrada vermelha estava coberta de milho pendoado, fava e Bananeiras. Uma bananeira sapo com um cacho cheio me chamou atenção.

Chegamos em frente a casa que foi do meu bisavô Chiquito, do meu avô Chico e de tia Nina.

Entrei na casa e pude ver através das paredes e da minha memória a profundidade da minha existência. Tanta coisa vivida ali em minha infância. As primeiras impressões de está distante de casa.

Peguei a cadeira e pus na calçada e fiquei contemplando a frente muito bem cuidada. Os dois pés de salsa de flor rosa, os araçás, o milho e feijão, subindo a lombada, a pitombeira, os cajueiros, as aroeiras, lá no fundo os mororos.

Lucia de Chico estava ali sentada, depois chegou Franci e Chico, e a conversa entrou a noite.

Ouvi histórias e distrinchei a genealógia da família.

Enquanto Vinícius brincava com Pedro, Lavínia, Laís e Sofia. Corriam gritando feliz. A felicidade foi plena quando lhes demos uma caixa de chocolate essas crianças saltaram de felicidade.

E a tarde caiu e a noite subiu.

terça-feira, 15 de abril de 2025

Coelho novo

 Sassá faz as lições de casa.

Chegou da escola, viemos caminhando.

Aparentemente nada nos afetou muito.

As memórias são laxas.

Chegamos em casa, aguamos as plantas do jardim.

Subimos e em casa! foi fazer uma atividade de páscoa.

Uma pergunta inquietou a mamãe.

Como nascem os coelhos.

A mamãe imprimiu imagens de coelho.

Sassá as pintou.

Colou na lição, mas ficou em aberto "como nascem os coelhos"? 

Como caracterizar um coelho é fácil tem orelhas grandes, pelo macio, pernas longas, dentes incisivos grandes.

O que comem os coelhos? verduras, legumes, frutas, folhas e capins.

Como nascem os coelhos.

Da mamãe uai.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Parei e não estacionei

 Olhei para o mundo para fugir de mim.

Imerso no sujeito!

Vi azul!

Despertei!

Vi cores, vi formas, vi profundidade, vi proximidade.

Parei de ver e ouvi os pássaros cantando.

Um gavião no ninho!

Parei de ouvir e senti o cheiro,

Nenhum cheiro específico.

Parei de cheirar e senti as pegadas,

A aspereza da parede.

Foquei em cada coisa.

Excluí cada sensação!

Ficando atento a seguinte.

Dei atenção ao que merecia!

A realidade.

Porque nossa mente é cheia de representação.

Passível de ilusão.

Visita a bica

 Sassá foi ao zoológico novamente. Desta vez pode ir a sessão dos rapinantes.

Viu as cohujas orelhudas cleo, fique e gloria; nem deu muita atenção aos gaviões caramujeiro e caboclo, a atenção foi especial para o recinto do carijó.

Eduardo, o zookeeper, passou para limpar a água e as aves ficaram todas agitadas, mas o carijó não.

Ele estava deitado, parecia está choco. 

Eduardo se aproximou e retirou o gavião carijó fêmea que estava chocando um ovo lindo!

Um ovo alvo com manchas marrons numa harmonia que enchia os olhos.

Ficamos ali contemplando por um bom tempo.

Depois passamos pelos asa de telha, pelos urubus e pelos carcarás.

Fomos ver as águias pé de Serra Ana e Ricardo.

Ficamos ali contemplando a beleza deles...

Depois, observamos as flores de palmeira imperial no chão, repleta de abelhas diminutas.

Depois Sassá foi dirijir os tratores.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Despertar da fumaça

 Acordei cedo como de costume. Deitei na rede e comecei minhas orações. Então, ouvi o som de um caminhão passando  na rua. O som de um carro grande e pesado a julgar pelo rangido da carroceria. O som persistiu, pois o motorista estava estacionando. Fui conferir e nada vi. Entretanto, rapidamente senti o cheiro do diesel e exposto na fumaça! Eureca! Minha mente repentinamente despertou e acessando memórias muito primeiras. E não é um passado que se repete não é um passado encerrado. Pois bem aqui estão  minhas memórias.

Minha mente voltou no tempo. Num tempo muito saudoso, por já ser perdido. Sim quando na casa onde morei toda a infância a estrada era de barro. Então a gente sentia o cheiro do diesel misturado com o pó da estrada. No entanto de madrugada a poeira era fria. Naquela época, chegar a cidade maior, Pau dos Ferros era um sacrifício então tinha um ônibus que fazia a linha. Era o ônibus de Ci de Damião. Todas as manhãs as cinco horas, na estrada lá vinha o ônibus gemendo, levantando o pó e deixando a trajetória de pó, fumaça e o cheiro do diesel. A gente aprendeu a saber quando, ficando atento ao barulho do motor com seu timbre e pela forma peculiar do motorista dirigir. 

Entretanto, nesta cena havia outro caminhão, ai sim, um mercedes 1113, vermelho de Nego de Zé de Lindolfo. O caminhão 1113 vermelho, desejo de todo menino, passava carregado de Caixão de frutas, tiradas na serra, nas terras de Zé de Euzébio. Lá vinha o carro cheio de sobreviventes de jornada dupla sendo agricultor na semana e feirante no sábado. Coisa muito peculiar de Serrinha. Lá ia tio Michico o amante do som, amava cantoria e passarim, seu Duca, saudoso seu Duca com uma voz gostosa tremida e peculiar, Zé Bianca, saudoso Zé Bianca, Júlio Souza, Tio Dico, também memorista e artesão e agricultor e pedreiro, Juca...

E por ai se vai.

Esses heróis cada um com uma família maior que outra, trabalhavam incessantemente.

Às sextas-feiras desciam atrepados nos caixões de frutas em busca de um dinheiro a mais.

E eram felizes, pela amizade, pelo valor em comum cultivados.

Quando o 1113 passava a poeira cobria e o cheiro de Diesel e a poeira e a fumaça tomava conta de nossas imaginação. Quem não queria dirigir um focinho de porca vermelho.

Aquele circulo estrelado na venta, aqueles lindos faróis redondos concebidos o modelo na Alemanha, produzidos no ABCpaulista, Servindo ao povo humilde da Serrinha Grande.

Então despertei e pensei em compartilhar essa memória com voces. 

Até 15

 Quando acordo!

Sassá dorme. Então dou um cheiro bem gostoso em seu cabelo.

Quinze segundos! de plenitude! Quinze segundos de paz.

Antes de sair para trabalhar se dorme bem.

Dou outro cheiro.

É tanto amor que meu parece que vai explodir.

1, 2, 3, 4, 5... 15, parece infinito.

É eterno.

Conte até 15.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Oco, moco, toco

 A eternidade

Ausência de tempo,

Nem passado,

Nem presente,

Nem futuro.

Tudo é fugaz.

Tudo que tem início tem fim.

Tudo que existe para existir

Necessita de um corpo.

É e não é.

Que dualismo.

Que monismo.

Ler! Sassá

 Ontem, senti que o sabiá Sassá está quase decifrando as palavras.

Senti que ele logo estará lendo.

Senti pela primeira vez que ele abocanhou uma palavra.

Nós após o banho dele, fomos para cama.

Eu pensava sobre tartarugas.

Não me lembro o contexto!

Sim, lembrei.

Com caixa de creme dental fiz um bico doce.

E com uma caixa de uma pomada fiz algo parecido com um réptil que saiu mais parecido a um quelônio.

Veio a minha mente tracajá, mas não era.

Então peguei nossa coleção 199 animais.

Pedi para ele procurar tartarugas lá.

Ele achou.

Lá abaixo de um bicho, ele leu - L - A - G - A - R - T - O.

E pronunciou.

Me animei.

Mas ficou naquela leu a imagem ou a palavra.

Pedi para ele ler, mas leu mesmo foi a imagem.

Só um trisco para entender a junção das palavras formando as sílabas e a junção das sílabas formando as palavras.

Fiquei tão feliz.

A mamãe trouxe outro livro melhor.

Mas Sassá é esperto leu a figura e não a palavra.

Pedi para ele ler Ilha. Já que não conhece.

Ele leu.

Prometi um presente na sexta.




Quê?

 Somos donos de nossas histórias. 

Somos produtos de nossa história.

Somos nossa história.

Uma afirmação de ser cotidiana.

O passado está encerrado em nós.

Somos o que decidimos ser se tivermos sorte.

A estreiteza pela qual as coisas podem se tornar fato ou não.

Seria a ideia a grande nutridora do ser?

Onde beber dessa história.


quarta-feira, 9 de abril de 2025

Sassá filosofa

 Ontem Sassá me fez pensar.

No carro voltando da escola, na nossa conversa ele disse quando você voltar a crescer e ficar jovem.

Engoli a seco e não falei que não ficaria mais jovem.

Cai num choque de realidade.

O que me resta é a velhice.

Tenho que aproveitar o máximo de tempo.

A noite exausto deitado, enquanto Sassá queria brincar.

E minhas energias se iam.

Deu tempo dele fazer a lição.

Elogiei-o.

Montessouri falou que depois dos seis vai toda a magia vontade de desvendar o mundo.

Foi o que li a pouco.

Tenho tentado construir o meu próprio castelo quanto a vida, entretanto não é fácil.

Sassá é minha maior bateria.

O aquário

 Sassá está de férias e assim, os dias são longos conosco e ele. É cansativo, mas maravilhoso. A gente percebe mais no nosso entorno quando ...

Gogh

Gogh