terça-feira, 17 de novembro de 2015

Descanso

O descanso,
Rejuvenesce,
Alma,
Noite,
Sono,
Sonho.

Caos tropical

Sol a pino,
Pente fino,
Calor, luz e suor,
Tudo que me incomoda, me provoca,
Destroi-me e constroi-me,
Ontem, hoje... E a incerteza do amanhã.
Que hei de encontrar,
Espero ser quem sou,
Amém.

domingo, 15 de novembro de 2015

Consumir

Que ocultas vida?
Bons ou maus presságios.
Se bons que esteja pronto para a alegria,
Se maus, Deus dai-me força.
Noite, dia,
Lua cheia, minguante, crescente ou nova...
Tempo intermitente,
Passa sem parar,
Os grãos de areia da ampulheta,
O tempo que escorre
Como o vento,
E nossa alma se humaniza.
Vivendo descobriremos,
Consumiremos nossa vida.

sábado, 14 de novembro de 2015

Tentação

Noite,
Noite profana,
Noite insana,
Noite,
Noite faceira,
Perfumada espirradeira,
D'alvas flores,
Deliciosos odores,
A noite é sua apoteose,
A noite quem sabe se nos encontraremos
Em meus sonhos,
Uma noite a mim,
Só tenho olhos para o sono,
E me perco
E me ordeno,
E sou o que sou.

Moer

O moinho,
O milho,
Braços a trabalhar,
Aço a moer,
O fruto seco,
A farinha,
A conversa,
Para moer é sempre bom está acompanhado,
Moinho emprestado,
Um canto fixo,
Moe,
Tudo se foi é passado.

Fogo

Fogo que aquece,
Suavemente amolece,
Ferver, dilatar, fundir,
Mudar de estado,
Cozinhar,
Alterar,
Relações,
Calor,
Luz,
Cor,
Cheiro evidente,
Dilatação,
Instante infinito,
Último respirar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Algo passado

Perdido no tempo,
Imerso no cotidiano
Que se faz e desfaz
No ontem, no hoje,
Amanhã quem sabe?
Aquela rotina que se desfez,
Ir de lá pra cá,
De está juntos,
De observar seu lindo batom,
Cachos loiros,
Allstar,
Feijoada,
Cinema,
Beijos...
Ver e sentir o tempo passar,
Acompanhado,
Algo passado.

Trans

As vezes a gente não quer o silêncio,
Não quer está só,
As vezes a gente pensa na solidão,
Pensar é está doente dos olhos dizia Pessoa,
As vezes, meu Deus,
Parece que tudo perdeu sentido,
Mas num golpe de vista tudo muda,
Tudo muda para melhor
ou não.

Sem direção

As vezes perdemos o mais precioso a razão,
Tentamos nos resguardar no futuro ou no passado,
Mas onde fica o presente?
Nossos anseios, nossos desejos, nossos medos...
Perde-se a razão por se viver na imaginação.
Mas é preciso despertar do sonho que é a paixão,
É preciso se curar.
É preciso encontrar uma direção.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Errante

Um lugar,
Uma paisagem,
Um encontro,
Flores perfumadas desabrochando,
A luz tênue da manhã,
A brisa,
Areia fina,
Ervas, lianas,
Caminhar,
Respirar,
Ser...
Eis o universo,
Eis o ser.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Rimando

Suave movimento,
Som,
Folhas chiando,
Nos ramos,
No não,
Tom verde, ocre, rufo,
O perfume doce e branco da guetarda,
Na manhã que se doa ao sol.
Dia dia...
Breve poesia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Caos

Faz-se o caos,
Faz-se o caos em minha vida,
Como um furacão,
Tudo se desarruma,
Tudo se desorganiza,
Livros de literatura,
Filosofia, botânica...
Quero mostrar o mundo.
Pipocas,
Um chá,
Forró que dor,
Esse caos que vem e vai,
Perfume de mufumbo,
No fundo,
É tudo tão bom,
Diferente...

Angústia

O tempo, ah o tempo...
Dias de sol e vento,
Tristes e maus tormentos,
O que me aflige?
É o medo.
Medo do tempo ido,
Do dia vivido,
Do passado longo,
Medo da eterna angústia,
Da falta de astúcia.

Ah, o tempo,
Ah, memórias...
Ser esse ser.

Borges, Pessoa,
Nietzsche,
Faróis em dia de névoa...
Espantalhos da solidão.

Materialismo

Penar,
Agir,
Criar,
Qual nossa intenção como ser?
Amanhece e desperto para a vida,
Não é mais um dia, mas o dia,
A possibilidade,
De ser diferente,
De sair da mente,
De materializar o impossível,
De ser além do humano,
Tudo isso numa vida.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Disseram-me

Ah,
Cada dia,
Cada dia que passa,
Uma nova descoberta,
Um poema,
Versos,
Uma música,
Uma história,
O desenrolar de uma situação,
Aprendizagem,
Experiência,
O tempo,
Borges,
Gogh,
Esquisofrenia...

Uma amiga me falou que todos os grandes eram esquisofreÊnicos...
Será...

Que isso importa.

Bossa nova.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Tentativa

Quão passageira é uma estação,
A primavera se enfeita de flores,
Se perfuma se enche de cores,
Depois as flores deitam-se no chão,

Tenho deitado flores pelo chão,
Tenho feito coisas que não deveria,
Tanta coisa nessa vida poderia,
Ter feito mais ou menos não?

Tentativas e mais tentativas em vão,
Ah, essa vida, essa vida cadê alegria,
Não sei, falta-me de longe expressão,

Mas a manhã tudo vai voltar a brilhar,
Sabe lá,
Sabe lá.

Caminho

Suave cai a tarde,
O vento sopra leve,
E faz as árvores balançar,
Faz as folhas chiarem
O som do além,
Aqui no aquém,
Incerto dia a se passar,
Algo em mim sorri,
Algo em mim falta,
Essa existência,
A graça de ser,
De ter um guia,
Deus.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Sem perceber

O dia,
Silêncio,
A noite,
Risos amigos,
Um bom papo,
A noite perfeita,
A vida perfeita,
Com seus altos e baixos,
Suas veredas,
Becos e esquinas,
E assim passam os anos,
A vida,
Sem percebermos.

domingo, 1 de novembro de 2015

Aniversário

Os anos,
Os anos passam,
Passam sem parar,
Passam por passar,
Hão de contar nossa história,
Alegrias, dores e glórias,
Ontem existiu,
Hoje possibilidade,
Amanhã incerto,
E a vida passa.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Determinado

E como o vento que passa,
Passam dias,
Passam as flores,
Passam as aves,
E tudo acontece,
A vida enaltece...

Vida,
Poesia,

Alegria,

Num determinado tempo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Tardes

Tarde maravilhosa tarde,
É tão maravilhoso senti-la passar,
Quantas tardes já não deitaram em minha vida...
Inúmeras...
Tardes bonitas, chuvosas...
E agora tardes limpas,
Bonitas, cheias de melodia,
Roxinós,
Vem-véns...

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Plenitude

Quão grande é a tarde,
Perfeita e maravilhosa,
Hora que caminhamos para casa,
Hora que se fecha mais um dia,
E quando chegamos em nosso lar
Podemos contemplar e está feliz por isso...
Contemplar a imensidão do mundo,
Sentir que tudo deu certo,
Tudo agora se recata
Para ser abraçado pela noite.

Poeta

Com a alma inquieta,
Leio versos de um poeta,
Fico matutando, pensativo,
Com palavra e substantivo,
Que cantam sentimentos,
Sensações e coisas como ventos,
Sempre a passar,
Sempre a deixar,
Algo que aquiete,
A alma humana,
E que a vida continue cigana,
Orbitando na humanidade,
Esquecendo a vaidade,
Desquietando a existência.

domingo, 18 de outubro de 2015

Fases

Que a num peito solitário?

A noite a espreita,

A brisa caridosa,

Folhas ao vento,

O tempo, o tempo, o tempo.

A arte, a escrita,

Emoção!

Como captura-la?

Profunda escuridão,

Melancolia,

Tudo faz parte de compreender a existência,

As tardes profundas antes do sol,

Raios dourados,

Breves,

Apagados,

Pela noite,

Não se pode ser feliz a todo instante,

Nem triste incessantemente,

Tudo são fases da vida.

A beleza da existência

Existir!
Ver e compreender
E sentir a alma feliz
Num amanhecer,
Num entardecer,
Num anoitecer,
Num enluarar,
No sono de um recém nascido,
Na chegada das estações,
No desabrochar das flores,
Na leitura de um poema,
Numa jornada concluída...

E sentir saudades do livro lido,
Do filho crescido,
Do casamento,
Do juramento de formatura,
De uma vida boa vivida,
A incerteza do amanhã
Nos humaniza...

Saudades dos grandes mestres,
Dos amigos de infância,
Dos lugares secretos, nossos refúgios...
Viver nos ensina,
E vivemos descobrimos tamanhã
Beleza da existência.

sábado, 17 de outubro de 2015

Labirinto

O tempo,
Através de um labirinto de espelhos,
Vejo meu corpo,
Mas não percebo minha alma,
Não captamos as almas,
Mas podemos ver as marcas
Que o tempo deixa em nós,
Através da profundidade dos espelhos,
Nos vemos ao infinito,
Onde vai nossa imagem?
Mais ampla que nosso ser.
A curta certeza do ontem,
A incerteza do amanhã.
Esse ser pulverizado de memórias,
De experiências,
Tão aberto a conhecer,
E a esquecer,
Mistérios que nos encantam,
Apenas povoam nosso ser,
nossos sonhos.

Noite macia

Cai a noite,
Esse imenso mistério,
Profundo encanto,
Sombras da noite,
Oculta matéria,
Oculta forma.

Que há na noite?
Olhos rasos,
Alma, sensação no próprio ser,
Ouvimos nosso ser,
Nossa respiração.

Podemos tocar na solidão,
Cuja textura é macia e fria,
Nesse instante nossas memórias
Rutilam feito estrelas no céu,
E vemos nossa vida
Passar em nossa mente...

Tudo é necessário viver,
Para entender a vida,

Pois a noite nos proporciona
Tais momentos,
Um dia seremos todos
Estrelas noturnas...
Memórias perdidas.

Coisas necessárias

Vida maravilhosa,
Tendes tanto a nos ensinar,
Cada dia impar que vivemos,
O quanto não aprendemos,
Todavia precisamos aprender mais,
Sempre mais,
Cada suspiro é raro,
Cada suspiro é caro,
Pois é impar,
E mesmo assim porque alojamos no nosso peito,
Tantas coisas desnecessárias?
Dúvidas, medos, anseios, ansiedades,
Tristeza...
Bom precisamos entender também que tais coisas são necessárias...
Entender a vida ou não entendê-la,
Tanto faz.
A vida há de ser consumida como uma vela...
Tudo há de passar de qualquer forma,
Mas a vida é maravilhosa.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Reflexão noturna

A noite passa silenciosa,
Aqui, neste momento quanta paz repousa em minha alma.
Sinto a noite de tantas formas,
Posso ouvi-la,
Posso vê-la,
Posso vivê-la,
Percebo a noite,
Como sempre percebi,
Como aprendi a vivê-la,
Na calma,
Na paz,
Deixando meu ser partir
Para o universo, além do verso,
Para o sonho...
Profundo.

Sei que a noite passa silenciosa,
E adoro que passe assim,
Porque é assim que sou,
Do contrário,
Desexisto,
Inexisto...
Serei outro ser,
Que não quero viver.

Sexta-feira

Parte semana,
Vai...
Sexta feira,
Tem dia melhor?
O sol brilha aliviado,
O almoço é tão saboroso,
E a tarde se passa fagueira,
E a noite se prepara para algo especial...
Cada um com seu motivo,
Cada um com sua alegria...
Sexta feira é poesia.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Natureza

Quão graça há na natureza,
Encanto profundo e beleza,
Aves que voam e cantam,
Formigas que trabalham sem parar,
Cigarras a cantar,
Peixes nos rios, lagos e mares,
Abelhas por toda parte,
Flores, cores, textura e odores,
Tudo a nos encantar,
Quanta graça,
Quanta graça,
Mãe natureza,
Seio de tudo,
De encanto e beleza.

Metamorfose

A tarde hoje, mesmo em outubro,
Não caiu dourada, mas fria e cinzenta,
Silenciosa, tímida,
Só faltou um sabiá cantando,
Para me sentir numa tarde de inverno...

Memórias,
Memórias,
Tempo,
Essa viagem vida...
Esse ser dia a dia.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Silenciosa tarde

Que tardes belas e silenciosas,
ocorrem em outubro,
Hoje até choveu,
Esfriou e o sol reapareceu,
Quanta luz,
Quanta beleza,
Quanta alegria,
Ah, graças dou a Deus,
Por um ano difícil,
mas que se cobre com um véu de beleza,
Uma doce inteireza...
Dias de profunda beleza e paz,
Noites estreladas...
A vida quando é boa, voa...

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sinestesia

Sinestesia,
Aromas,
Texturas,
Cores,
Sons,
Que pode me dizer a natureza?
Tanto quanto, consiga aprender,
O cheiro do cajá,
Sua cor amarela,
Sua forma cilíndrico-oblonga,
E quando aduro estoura no chão,
Sua suculência ecoa suave,
Ou quando cai rola pela areia,
Suave até parar,
Quem sabe formigas se deliciarão
O acre-doce fruto do cajá.
Cajazeiras...
Cajazeiras,
Crescem no barro duro,
E impera anos afinco,
Sua cortiça testemunha
Dos difíceis anos...
Essa existência
Além de mim,
Essa existência
Que atravessou milhões de anos,
Me impressiona,
E há de varar sua existência,
Fazendo salivar nossa espécie humana.

Ondular

Noite, dia, noite, dia,
Horas a fio!
Vivendo cada momento,
Sentindo cada instante,
Breves, longos... Momento.
São sinuosidades da vida,
Essa plena onda,
Oras na crista, oras na depressão,
Para entender tudo isso!
Basta viver,
Crer em ser,
Tudo é tão velado,
Quando desvelado
Torna-se tão simples,
Ser,
Viver,
Existir.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Criança

Segunda feira de feriado,
Após o domingo,
O dia das crianças,
E uma casa sem criança,
Sem alegria,
Sem poesia,
Assim é.
Não há alegria,
Nem presentes sendo rasgado,
Não há memória,
Nem importância.

Mas ao menos é Dia de nossa Senhora de Aparecida,
Ainda há a fé...

Há Chopin,
Há livros,
Há trabalho,
E imaginação...

Há memórias dos dias das crianças,
Quando mamãe me fazia feliz com brinquedos,

Havia algo muito mágico neste dia,
E eu sei que há,
Para as crianças que serão um dia adultos como eu,
Que façam melhores escolhas
De como queiram ser,
Que brincando encontrem uma ótima forma de ser feliz,

Que tenha orgulho e respeito pelos pais
E não realizadores de desejos.

Porque ser criança é mágico,
Divino,
Extraordinário,
É ter a certeza que o mundo não termina hoje,
Só amanhã,
Amanhã...

domingo, 11 de outubro de 2015

Escolha

Escolher!

A tarde sempre se vai
E com ela o dia,
Cheio de histórias,

Sim porque cada dia é impar,
E não percebemos isto muitas vezes...

Podemos fazer a escolha certa,

Entre partir ou ficar,
Entre um girassol ou uma rosa,

O que nos leva a fazer a escolha mais correta?

É preciso ter convicção,

Porque a tarde sempre se vai,
O dia,
E tudo que cremos ter ou ser.

Superfícies

A
Cor,
Forma,
Dimensão,
Profundidade,
O que é o mundo físico?

Onde nos imergimos,
Onde existimos,
Onde existem coisas maravilhosas
E não maravilhosas...

Podemos escolher um prisma para ver o mundo...

Cada segundo é precioso.

É preciso cuidado para não gastar seu tempo com o nada...

E compreender o mundo,
Pode ser maravilhoso,
Essa aventura tem que ser apreendida,
Cedo!

Me atenho a contemplar o mundo
E suas diversas faces...
E assim somos.

Movimentos da vida

Existir,
Ser,
Viver!

Essa breve existência,
De lutas, vitórias e derrotas,
De energia e cansaço,
De alegria e cólera...

Movimento dialético do ser...

Esta trama do conhecer,
O mundo,
As relações,
O ser!

Algo denso,
Algo profundo,

Entender a transformação irreversível da matéria,

Os movimentos, acontecimentos e tudo que nos rodeia,

Compreender tudo,
Para aceitar

A humanidade,
Os limites,

E assim transpor as maiores barreiras,

Mas tudo é impossível,

Se não compreender,

A que existimos...

Os movimentos da vida.

sábado, 10 de outubro de 2015

Outubro

Não tenho dúvidas,
Outubro é um dos melhores meses do ano,
Se não melhor,
As madrugadas têm lindos auroras,
Encarnados feito brasa de fogueira,
As manhãs de outubro são tão lindas,
Frescas...
As brisas sopram frouxas,
A luz é tão nítida,
O céu tão azul,
E há um perfume de cajueiros floridos,
Uma alegria viva nas pessoas,
Bouganviles mais encarnadas,
E o como é intenso o canto da passarada.
Outubro...
Outubro,
Depois Novembro.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Te amo mamãe.

O tempo passou e nem percebemos,
Não percebi, mãe, como o tempo agiu em nós
E deixou marcas e nos uniu e uma história vem se cumprindo,
Como sou feliz em vê-la envelhecer,
Mesmo diante de tantas dores que te vi sofrer,
Envelheci junto, e vamos envelhecendo juntos,
E assim segue a vida nós vivemos feito satélite,
Hoje eu quem quero cuidar de você,
E tenho o mesmo medo que tinha comigo
Quando me pegou quando bebe,
É a vida mamãe,
Parabéns, pelos 65 anos.
Te amo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Harmonia

O silêncio
Noturno,
Estrelas a brilhar,
Pulsando no céu,
A pulsar e nos encantar,
Noite silenciosa noite,
Noturna, soturna,
A noite dorme encantada,
Cada ser persegue sua paz,
Seus sonhos,
Tudo descansa.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Após tudo

A noite,
Após um dia longo,
Em que tocamos a aurora,
Após ouvir as aves cantarem radiantes na manhã,
E voarem felizes,
Após a manhã,
Após o almoço,
Após a tarde,
Após ir e voltar,
E agradecer pelo dia,
Como não crer na felicidade?
Como esquecer que tudo é vaidade,
O mais agradecimento.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Café

Madrugada,
Aurora desponta no horizonte,
Como um braseiro de fogueira de ontem,
O céu estrelado como em todo o passado,
Estrelas rutilam no monturo,
O graveto quebrado,
De mameleiro,
Sabe lá, maravalha fina que acende com palha de milho,
E eis que uma luz a mais se acende no fogão,
Água fria na vazia,
Em seguida vai ao fogo,
E se aquece e quando começa a mudar de estado,
Borbulhando,
Vai ao bule pelo coador,
E a água quente tem um som diferente
Ao se derramar,
Um som oco!
Aquece e estrai do café a cor, o aroma e o sabor,
O café desperta a gente para o dia,
Para a vida, para o mundo,
Só então a manhã pode nascer.

domingo, 4 de outubro de 2015

Engrenagem

Calmaria,
Silêncio,
Domingo,
Preguiça,
Comida farta,
Praia,
Areia,
Sol,
A tarde cai rápido,
Tempo apressado,
Esperança,
Expectativa,
Noite,
Silêncio,
Amanhã tudo recomeça...
Nessa grande engrenagem,
Mês, ano, tempo...

Contemporaneidade

Levanto,
Vou à janela, abro e sinto o cheiro frio do mundo,
Meus olhos acariciam
As cores e as formas,
O verde das plantas,
E os prédios que crescem sem parar,
Este materialismo que nos envolve,
Este eterno materialismo contemporâneo...
A riqueza, a beleza que nos seduz,
Alimenta a inveja, a luxuria,
A gula,
Corre, treina,
Fotografa...
Loucos!
A contemporaneidade a qual estamos imersos,
Vai nos consumir
Com seus vícios e desejos...
Com a total ausência do ser.

Além do ser

Quantas faces tem o mundo?
Cores,
Formas,
Odores,
Textura,
Sons,
Gostos,
Quanto mais apreendo,
Mais posso expressar,
Quanto mais sinto,
Mais sou capaz de ser.

Viver é sentir, reagir, existir,

É crer no hoje, no agora, no amanhã,
São tantas as possibilidades,
E tantas as realidades,
E tantas as escolhas,

E é nossa a escolha,
Somos livres para escolher,

Mas a incerteza,
Mas essa incógnita que é a vida!

Densa angústia,

E nosso corpo que envelhece,
Que se adapta,
Sob dor, pressão, calor, frio...

Ser,

Este ser que sou, que sedes!

Há de haver algo maior,

Que esse breve materialismo...

Além do desenrolar desta manhã,

Além do ser.

sábado, 3 de outubro de 2015

Verão, folhas e sol

A mata sem chuva exala um cheiro
Tão agradável,
As folhas brilhosas,
Ramos secos,
Doce aroma,
Folhas secas,
Cor de coro,
Chiado seco,
Vento a arrastar,
Vento intenso,
Baila pra lá e pra cá,
Flores de cajueiro, aroma do verão,
Alegria, trabalho,
O cheiro do mato roçado,
Poeira,
Aspereza...
Sol,
Lua,
Céu azul,
Céu nu...

Silenciar

A pouco o sol brilhava, era tarde,
Uma linda tarde crepuscular,
E o sol se foi, partiu,
Ainda há luz,
As aves cantam os últimos cantos,
A brisa sopra suave,
As formas perdem as cores e ganham as sombras,
Depois de um sábado,
Virá um domingo,
Início de outubro,
2015 se vai...
Tudo vai passando
Despercebidamente,
Envelhecendo,
Rejuvenescendo...

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Se

Se cada momento é único,
A vida se passa em momentos,
Então é preciso aprender a viver,
Pois cada momento é impar,
Cada momento que se segue na vida,
Há de ser o mais belo,
Mesmo que desesperador,
Cada momento é um ensinamento,
Então por que vivemos tantos momentos
Que cremos serem desoladores,
Não sabemos a caso o valor da vida?
E só perdendo,
Só vivendo
É que aprendemos a valorizá-los,
E já vemos o que miramos,
Ouvimos o que soa,
Entendemos o que sentimos,
Somos o que devemos ser,
O ontem não existe,
O amanhã é incerto demais,
Só temos a certeza do momento,
Deste instante que terminas de ler estas palavras,
Escritas ao som de Chopin,
E sentindo uma brisa suave,
Fresca da nova noite.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Igual

O que é a vida?
O que é viver?
Com o cair dos anos,
A vida se revela por inteiro,
Quantos que nos envolvia não partem,
Sem perceber vemos gerações desaparecer,
Enquanto quanto seres vamos substituindo,
E sendo substituído,
Gerações, pós gerações,
Envolvidas, encerradas em criptas
Quantas histórias não desapareceram e desaparecerão,
Fortes e fracos, novos e principalmente velhos,
Se vão sem se perguntar o que é a vida e o que é viver?

Coisa mais inútil. Não.

Carrego na lembrança milhares de imagens dos mais variados lugares,
Das  mais variadas existências,
Sinal de tempo vivido...
Tempo percorrido,

E agora que é verão,
Dias de brisa frouxa,
Ouço no amanhecer
As mesmas aves de minha infância,
Tanta coisa marcante,
Cajueiros,
Mangueiras,
Jaqueiras,
Tanta coisa imbricada em minha mente,

Viver, viver é descobrir os limites,
O cansaço e ao mesmo tempo
Aceitar-se como ser...
Porque no fim tudo é igual.


terça-feira, 29 de setembro de 2015

E como

E o tempo e o vento,
Senguem sempre uma direção,
Passam sem voltar atrás,
Há se senti-lós naquele exato momento,
Há de compreende-los,
Entende-los,
Para não ser surpreendidos
Em não percebe-los,
As coisas são tão efêmeras,
Como a vida assim é,
Como uma manhã,
O viço de uma flor,
A alegria,
A juventude,
Tudo, absolutamente tudo,
Passa
Como o vento
E como o tempo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sensual efemeridade

O silêncio da tarde é belo.
O mundo oco na tarde,
De crisa luz se refratando entre ramos,
O vento que sopra suave,
Dança com ramos,
Faz mexer as cortinas e janelas.

Tarde oca!
Silêncio,
Longe canta um vem-vem,
Este ouvido que ouve,
Se recorda, memórias profundas no tempo,
Já comungou tardes semelhantes
Com aqueles que dormem na eternidade,
A existência é uma dádiva,
Um mistério...

E viver tardes surdas assim...
E compartilhar as memórias
E tentar não cair no esquecimento,
De uma existência efêmera,
Como a tarde que parte.

Caatinga

O tempo eterno,
Lugares, floras, fauna,
Calor da manhã,
Cigarra cantando,
O tempo sempre o mesmo,
Gerações geradas, vividas,
Tecnologia, evolução,
Tempo eterno,
Sempre o mesmo,
Cigarras a cantar,
Cajueiro a florir,
Marmeleiro nu!
Caatinga,
Serra,
Mata seca,
Riacho torrado,
Tudo cinza,
Tudo armado,
Perfumado...

Sozinho

É preciso,
É preciso de algo para esvaziar a casa de solidão,
É preciso de algo para encher a casa de alegria,
Será que tudo que sinto não será profunda ilusão?
Sinto o grande vazio, até percebo o quanto fica fria,
Essa casa grande e vazia, de profunda escuridão,
Tenho que encher de informações,
Livros, objetos, móveis,
Tudo para me desviar da solidão!
Após um sábado e um domingo só,
O fim de semana torna-se enorme,
Mesmo falando com gente da Argentina,
Costa Rica, Espanha, México,
Minas, São Paulo, Rio Grande do Norte,
Teresina...
Eis que a ausência de uma presença real,
Tudo é solidão...
Incerteza,
Desesperança,
Mas é preciso ser forte,
Para não se entediar
Com tanto tédio.

domingo, 27 de setembro de 2015

Acontecendo

Meio dia,
A  luz intensa,
A terra frouxa,
Poeira e vento,
Ervas murchando,
Árvores sombreando,
Que fazer primeiro?
Preguiça,
Tira a cortiça,
Enche a taça e brinda,
Que mais uma tarde chegou.

Vida e morte

Vida,
Morte,
Movimento, ação,
Inércia, estática,
Ser,
Foi,
Existência.

sábado, 26 de setembro de 2015

Tarde

A tarde que encanta,
Quem sabe cantar, canta,
Quem sabe pintar, pinta,
Por outro lado sou só contemplação,
Ouço e sinto o vento,
Vejo as cores encarnadas,
Se apagando feito vela,
E o dia partindo,
Sumindo,
Até a eternidade.

Ter amor

Pouco temos consciência de que nossa existência é finita.
Temos a certeza da morte, mas quando virá é uma incógnita.
O tempo vai nos domando, nos experimentando, nos preparando
Para a partida que muitas vezes é dolorosa,
Não é maravilhosa e festejada como a chegada.
E a gente vai descobrindo a vida e se encantando
E se apegando ao mundo, às pessoas,
Até que não aceitamos a partida e queremos permanecer aqui,
Sem perceber que estamos constantemente em mudança,
Dia e noite, mês após mês,  lua após lua,
Estação após estação, doença e cura...
E o ciclo da vida se completa,
E a imortalidade e o tempo nos torna prisioneiros de nossos próprios corpos,
Nossos subjetivos seres.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Envelhecer

Envelhecer
Algo surpreendente e dramático,
A gente chega cada vez mais perto do fim,
Mas no meio pode está todo o início,
No meio pode surgir uma nova vida,
Envelhecer ao lado daquilo que iniciou novo,
Que se conheceu, se uniu, se cimentou,
Saber como é isso é doce,
Mas temer é se perder,
Que caminhos seguimos?
Acho que envelhecer
E se perder é trágico
E nada poético
E um fim abreviado.

Subjetivo

O silêncio da noite enluarada,
Um carro a passar,
Grilos a cantar,
Estrelas cintilando,
Memórias,
Doces memórias,
O calor,
O sono,

Niílismo,
O medo,
Egoísmo!

Tudo que me envolve
É tão peculiar,
Subjetivo...

Alteridade como crer?

Só o meu ser,
A pensar,
A penar,
A existir
E se angustiar com o ser,
Isso é viver.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Continuidade

A noite,
As ervas pequenas fecham suas folhas e flores,
Parecem dormir,
E pela manhã abrem suas folhas e flores,
Parecem sorrir,

A vida é assim,
Dia e noite,
Feliz e triste,
Dialética,
Poética,

De um dia para o outro,
De um mês...

As coisas acontecem,
As coisas se tecem...

E não existe um fim,
Apenas uma continuidade.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Arte

Faz falta,
Correr no tempo,
Buscar com sede algo,
Nos faz esquecer dos movimentos da vida,
Elucidado pela poesia,
Pela música,
Pela pintura,
Tudo quanto é arte,
Das mãos de um humano qualquer,
Pode surgir uma beleza eterna,
Da rocha,
Da madeira,
Da corda,
Do pano...
Engenho humano,
Puramente humano...

Calypso

O silêncio limpo da noite,
Grilos a cantar,
Escuro,
Lua crescente,
Um chá,
O sono,
O descanso mais que merecido, vigoroso,
Depois de um longo dia,
Só uma noite para repor as forças,
Amanhã é outro dia,
Sabe lá o que virá.

domingo, 20 de setembro de 2015

Prazer

Domingo,
A cama caliente,
Um livro,
Café lauto,
Um chá,
Tempo para si,
Sair a passear,
O prazer de almoçar,
E sentir a tarde passar,
Suave, fresca,
E a noite ornada pela lua,
Todo mundo bem,
Saúde e paz,
Hoje foi um dia perfeito,
Como são bons dias assim.

sábado, 19 de setembro de 2015

Reflexão


Passado, presente e futuro,
Eis que fomos, somos e seremos,
Este ser que é
Que cruza o tempo,
Que tem perspectivas,
Passamos pela vida,
Cremos ser lentamente,
Mas no alto do tempo vivido,
Percebemos que o tempo voa,
Que não há mais tempo,
Que podia ter sido melhor.
Onde depositamos nosso tempo?
No trabalho, nos livros, na diversão, nas viagens,
Na luta pela vida, na cultura...
São tantas e imensas possibilidades que sabemos apenas onde depositamos o nosso
Deveras nos perguntamos fiz a melhor escolha?
Estou sendo o que quero ser?
Refletir sobre a vida é importante, mas quem o faz?
Não ficamos imbuídos em nossos umbigos!
Deveras devemos refletir sobre nossa existência,
Porque a vida voa.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ousar

Manhã
Aurora embrasada,
Vai apagando a noite,
E anunciando o novo dia,
O silêncio impera
Até que o canto do galo
Anuncia o novo dia,
Despertamos para uma nova ousadia,
Viver com intensidade,
Mais um dia,
Se possível sempre o melhor,
Para isso precisamos ver sempre
O belo, o perfeito, o alegre,
Encher nossa vista,
Nossa alma,
Nosso ser,
E ver sempre o meio copo cheio,
Sentir sempre esperança
No dia que cai,
Porque cada dia é uma aposta,
Cada dia é uma incógnita,
Que devemos ousar viver.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Valorizar

O que quer que eu faça,
O que quer que eu sinta...
Tudo em mim são ações,
Tudo em mim são emoções,
Tudo em mim são representações,
Que implicam em minha existência,
Em meu eterno jeito de ser,
Que as vezes nego ou legitimo...
E há tanta coisa velada,
Vidas não serão suficiente para entender,
Por isso cada dia é impar.

Primaveras

Algo em mim sente-se feliz,
Algo me faz sentir de peito cheiro,
Respirando alegria,
Por existir, por viver,
As vezes coisas simples
Como uma manhã ensolarada,
Com a brisa correndo,
As flores desabrochadas.
Coisas como uma canção,
Uma poesia,
Um riso,
Um flerte,
Um email,
Uma boa notícia!

Os anos caem,
E eu continuo com as mesmas impressões...

Somos assim mesmo,
Sempre evoluindo,
Sempre nos transformando,
Até que não tenham mais primaveras.

Madrugada

Madrugada, suave fim de noite,
O frio,
A aurora,
O silêncio...
Despertam-se as aves,
Soam doces cantos,
Canta o galo animado,
E os cães dormem,
Quando acordamos,
Certamente a essa hora,
Desilusão!
Enche a alma de esperança,
A vida vai continuar.

Caminha

Um caminho a se seguir,
Como seguir,
Caminha,
Caminha,
Caminha,
Quem sabe o que pode encontrar?
Onde vai parar?
Caminha,
Caminha,
Caminha,
Sempre...

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Ser e Tempo

Suave noite grande rio,
Que escorre sem perceber,
Que se passa ao anoitecer,
Noite fresca, suave, distante.
Esse movimento que tinge os cabelos,
E enriquece a memória,
Movimento criativo,
Que aquece e constrói,
Que nos torna seres.

Saudoso

Setembro está tão fresco,
Aqui em João Pessoa cheguei
A exatos dois anos,
Quanta coisa se passou,
Quanta coisa mudou,
Quanta coisa mudando,
Em minha mente,
Em meu ser,
Em minha vida...
Ei que tudo vai mudando,
Se transformando,
Se resolvendo,
Se dissolvendo.

domingo, 13 de setembro de 2015

História do ser

O tempo,
O vento,
Desbotam a matéria,
As formas,
E tudo envelhece,
E tudo se acaba, se finda,
O tempo cria e apaga,
As coisas e suas memórias,
E as histórias só existem,
Para os que viveram,
E cada dia vemos nossa história de desfechar,
Se concretizar,
E fazermos quem somos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Agosto

Foi-se agosto,
Setembro chegou
E junto veio o calor,
Breves ventos refrescam a tarde que passam,
Como o ano,
Ano que se revela cheio de mudanças,
Cheio de altos e baixos.

Esta semana que voou,
Este dia que começou fresco,
E se mostra cheio de metamorfoses,
Revelada pela perca das folhas
Das grandes castanholas das três ruas,
Todo o jardim coberto de folhas,
Grandes folhas obovadas,
Douradas,
Vão se indo,
Em pó se transformando...
Foi-se Agosto.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Acontecendo

A noite,
Grilos cantando,
Estrelas brilhando,
Solidão,
Aconchego,
O vento ventando,
A noite anoitecendo,
Tudo acontecendo,
Suave e leve como a noite...

Permanencia

A vida,
O momento,
Aquele instante
Último,
Aquele que pode ser o último suspiro!
Nos faz crer
Em forças,
Em uma religião,
Em um santo,
Tudo pela vida,
Tudo pela permanência...

Nem tudo é permanente,
Ou melhor nada é permanente,
Tudo é desbotado pelo tempo,

Mas aquele momento
Que pode ser o último,
Nos trava,

Essas coisas nos faz pensar na vida.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Impermanência

A praia, areia, água salobra
Vasto horizonte,
Impermanentes seres que somos,
Experiências breves,
Porém eternas e subjetivas.
Construção e descontração
Imersão em nosso ser.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Physys

Ondas do mar,
Rio de luz,
Cores,
Cor,
Sal e água,
Som do mar,
Ondas a quebrar,
Luz, luz extrema,
Uma salsa,
Uma flor,
Feijão da praia,
Maré,
Tudo que há,
Areia salobra...

Noite

A noite,
Quando passa,
Deixa o corpo mais leve
Se não a vemos passar, mas se percebemos!
A noite estardilhaça nosso ser.
A noite,
É estranha e escura,
É forte,
Branda brisa,
Suave que passa.

domingo, 30 de agosto de 2015

Amizade

Amizade!

Suave brisa que passa na vida.

Onde quer que a gente vá,

A amizade se verdadeira é eterna,

Nos tira da solidão,

Essa relação sem interesse,

Feliz e intensa,

Quão imensa é...

Amizade,
Amizade.

Destinar

A noite que caiu,
Estrelas, a lua oculta,
Grilos ciciando,
Escura noite,
Escura como nosso amanhã.
Profundamente fenomenológica.

Memórias, memórias,
Subjetivas memórias,
De um lugar,
Do solo,
Da vegetação,
Das flores ocultas nas plantas vegetativas,
Do nosso destino oculto
Em nossa infância!
E essa artista que é a vida
Pinta nossa história,
Constitui nosso ser,
E assim somos o que nos fazemos.

Sinestesia

Desvelar aquilo velado,
Um fenômeno,
Um afeto...
Sentir e ser,
Sentir a brisa,
O calor,
Emoção,
Memória,
Está preso ao próprio corpo,
Uma batalha,
Uma luta,
Ser essa entidade que te constitui,
Tudo,
Nada...

Humanizar

Perceber a noite chegar
E ver sem dormir a noite partir,
E viver o dia completo,
Nestes insegurança,
Sofrimento, dor e medo.
Agosto, Agosto,
Tu que partes,
Carregado de tardes frescas,
Tardes de vento constante,
Levas a clorofila das folhas castanholas,
Que se tingem de crepúsculo.
E a minha mente está tão dilatada...
E a minha vida em tempestade,
Eis a humanidade
Se humanizando em nós.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Rio correndo

O que nos preenche?
Ah, um peito vazio,
Ausência de calor,
Frio!
O amanhã,
O meio dia,
Entardecer,
Anoitecer,
Amanhece uma vida,
Meio dia,
Poesia...

Uma xícara de chá.
Tudo vai passar...

Forte isso não?
Amanhecer,
Entardecer,
Anoitecer,

Pensar...
Tudo vai passar.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Emoção

Algo em nós nos emociona,
Nos faz rir, nos faz chorar,
Algo de nosso tempo,
Esse tempo que escoa,
Que nos afasta e nos aproxima de quem amamos,
Que nos faz viver e acontecer,
EMOÇÃO...
Uma música, uma memória,
Um texto,
A cor de uma flor,
O perfume,

Aquilo que faz a memória ativar,
Que nos faz viver...

Eis nos seres.

Vou a janela,
Depois ao espelho
E tateio  na realidade,
Percebo na matéria em metamorfose,
As marcas do tempo...
As marcas do ser.

E vivo esse momento.

Esperar

Um raio de luz do raiá do dia,
Capim dourado no campo,
A mente vagando, questionando,
Deus, a verdade, a mentira, a cura.
Um peito atribulado,
Que pode fazer?
Crer em Deus,
Na beleza do entardecer,
Na noite estrelada,
Na manhã esperada.
O que sabemos sobre o amanhã?
Doce e oculto,
Nada podemos esperar.
Paz no espirito é tudo de melhor que há.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Dor

Como reclamamos da vida.
Como somos imbecis!
Com saúde e bem está e ainda assim reclamamos!
Merecemos viver?
Merecemos ser?
Qualquer coisa nos desestabiliza,
Não sabemos o quanto somos frágeis
Diante de uma doença.
A dor ensina da pior maneira
A valorizar cada momento...
Fortes são aqueles que são felizes
Diante de todas as dificuldades
Nós que fraquejamos...

Enxaqueca

Uma enxaqueca,
Tonteira,
Atribulação,
Saudade do que é bom,
Paz e saúde.

domingo, 23 de agosto de 2015

Tarde de domingo

É tarde,
Uma linda tarde de domingo,
Tarde crepuscular,
Tarde enfadonha,
Tarde linda,
Tarde de brisa fresca,
Tarde suave
Que se vai,
Tarde que passa,
Suave e crepuscular,
E lá se vai o domingo,
E lá se vai o brilho do dia,
E lá se vai mais um dia.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Espiral

A noite escura,
A lua minguante,
Partir e chegar,
Esperança,
As estrelas que nascem e se põe,
Eterno devir,
No silêncio,
Meu sangue a escorrer,
Meu peito a pulsar,
E minha mente a matutar
Sobre a vida.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Descobertas

Descobertas,
Com o tempo a gente começa a perceber muitas coisas,
Estas coisas se revelam de uma maneira encantadora,
Eis que surgem as descobertas umas grandes e outras menores, normais.
No início tudo se trata de grandes descobertas
Que com o passar dos anos vão se tornando pequenas e até mesmo bobas.
Com o tempo a gente aprende que as descobertas mais importantes são as menores,
Estas vão se cristalizando e transformando quem nós somos,
E a gente vai mudando, deixando de ser áspero e nos tornamos mais polidos,
Espera-se que menos ácidos...
Vamos nos apropriando de nossas vidas,
Até o fim há essa tentativa
E o maior norte são as descobertas.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Manuel

Manuel,
Oh Manuel de Barros,
Quanto te conheci já tinha o corpo muito usado,
Cabelos e bigode grisalhos,

Quando te conheci,
Descobri uma poesia singela e pura
Como as águas do pantanal,
Águas cristalinas,

Em teu poema do nada, Manuel...
Há tanta beleza e pureza
E tanto...
Teu nada enche o meu peito,
Minha alma...
Tantos poemas belos,
Extraído do pantanal,
Das aves, dos rios,
Me encanta seu profundo respeito
E amor a natureza...
Eterno serás

Manuel


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Esquecer

Quando a gente esquece,
Esquece o que tem que fazer,
Esquece o tempo passar,
Esquece pelo momento gostoso,
Esquecer é tão bom...
Não o esquecimento da conta atrasada,
Não,
Não o esquecimento de tomar um remédio,
Não,

Mas esquecer da realidade,
Daquilo que nos torna denso,

Esquecer pelo simples fato de está tão bom,
Que a gente quer que esse momento
Seja eterno,
Pois que seja eterno enquanto dure, como diria Vinícius.

Mas ai, a realidade é um saco,

Então, esquece...

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Noite

A noite universal oculta as formas e as cores,
Oculta a profundidade e tudo aproxima.
A noite quando a vida se cala,
Bichos de olhos e orelhas grandes,
Saem de suas tocas e vão ao mundo.

A noite é para quem sabe ver no escuro,
Viver sem luz,
Seguindo os instintos e as estrelas,
Uma luz pode ser o fim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Velado

Nossos corpos cansam de viver,
Cansam de ser e de ter,
Nossa vida quem a domina?
Pensamentos?
Vadios pensamentos...
E esta carne quente,
Com o tempo esfria e envelhece,
Enruga, talha...
O tempo tudo nos dar e tudo nos tira...
Essa relação,
Que nos ensina tudo
O bom e o melhor e o mal...

Há um vazio no peito quando não se sabe como expressar.

Susseção

A vida essa metamorfose constante,
De um crescer, de um evoluir,
De um envelhecer, de um revelar,
E quantas leituras são necessárias para entendê-la?
Talvez muitas ou nenhuma...
Ah, a aurora quando desperta,
E Apolo quando chega, tudo revela...
Envelhecer é ver tudo revelado,

Eu, menino matuto que olha além dos garranchos
Das catingueiras e das juremas.
Vejo o tempo passar, como o inverno que passa
E deixa seus rastros na paisagem,
Que perde a cor e a flor...

Dessa vida que passa
Que levo no peito?
Saudades e lembranças que construo
Ao ver a vida passar,
Ontem ouvia Sinhá que já dorme na eternidade,
Seus óculos bifocais e o lento piscar,
Sua memória viva a me ensinar...

domingo, 9 de agosto de 2015

Pais?

Amadurecemos?
Vivemos!
Cada um de nós passa pelas etapas da vida e o que aprendemos com estas?
No geral fazemos o que aprendemos ou aquilo que fazemos de melhor,
Mas nunca sabemos ou saberemos quando estamos no nosso ápice.
Somos soltos neste mundo, todos ficamos órfãos um dia.
E sofremos antes e depois, porque nunca estamos seguros.
Sempre queremos ter alguém a quem abraçar e em quem confiar.
Na  maioria das vezes não abraçamos nossos pais, porque sabemos que eles estão ali,
E quando partem nos fica o vazio...
Então porque não fazer um geste de carinho e amor todos os dias além desta data comercial?
Eis uma grande incógnita.
Acho que até o fim somos crianças que cresceu, mas que não amadureceu...
Talvez a paternidade represente um pouco desse amadurecimento,
Onde acertamos ou erramos?
Quem sabe... 

sábado, 8 de agosto de 2015

Crianças

As crianças divertidas,
Tão fofinhas e cheirosinhas,
Cheias de alegria,
De curiosidade,
De inocência,
Amanhã cuidarão da terra,
Dos seres e de nós,
Estamos educando bem nossos filhos?
Quem não sabe.

Divagar

Quão vasto é o céu,
Nem nossa consciência pode entender,
E parado aqui estou,
Cansado,
A olhar as aves de lata
Partir e chegar,
Ir e vir,
Ancorando,
E se afogando
No profundo céu,
Minha mente cansada,
Minha vista pesada,
Observa presa entre vidros
O vasto cerrado de Brasília,
Ainda tenho clara em minha mente,
Minha pequena casa,
Parece que não sai daqui a quase dois anos,
Tomaria o ônibus para a rodoviária do plano,
De lá para STN
E saudaria em frente o Santa Helena,
Cruzaria as praças
Para adentrar no bloco três do...
O esquecimento me é clareia,
E a humaninade, e o limite humano
As leis da vida me retoma ao poema,
E me perco,
Como os aviões se perdem de vista no ar.

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh