quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

15. Facundo Cabral

 Ontem por acaso conheci Facundo Cabral,

Um cantor e poeta fabuloso que desconhecia completamente,

Fiquei apaixonado por sua voz,

Seus pensamentos,

É impressionante como a vida me surpreende tanto a cada dia.

Facundo Cabral em sua fala traduziu muito do que penso...

Tenho combustível para pensar e pensar...

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

14. O necessário

 Quantas paisagens há em minha alma?

Memórias... Memórias daquilo que se desfez

No tempo e no espaço.

A velha escola isolada Serrinha do Canto,

As professoras Livani e Lenita,

As merendeiras Dudé e Ziná

A tarde e a manhã,

De 1987 e 1988,

De 1989 e 1990,

Primeira, segunda e terceira séries primárias...

Mamãe e papai, beg, nana, lera, eu e li,

Os jegues, liao, o burro e dog...

Tempos de tapioca, beiju de milho,

Xerém...

Paisagens, de ganchos de baladeiras,

Cocos catolés e mangas espadas,

Dos macios e doces cajus...

Minha rica inocência,

Minhas paixões

Quão tudo foi perfeito e maravilhoso

Que viveria tudo de novo,

Quantas fossem as vezes,

Compreendi e aprendi o nescessário,

Embora a sabedoria está distante

Que venha um dia,

Que graça foi tudo bem

Tudo que vivi foi necessário e bom.






13. Totalidade

 Sabe a gente se perde,

Se perde em tudo,

Porque tudo é nada,

Talvez...


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

13. Que importa!

 O tempo,

O vento...

A rima,

O verso,

O poema...

Espaço,

Compasso.

Notas musicais,

Mananciais.

12. Matéria para os pensamentos

 O tempo,

Essa linha que tudo marca,

Marca nossos dias,

Nossas experiências,

O tempo existe?

Sabe lá...

As memórias viscosas, fluidas,

Que são memórias...

Ser...

Não ser...

Quanta matéria para pensar.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

11. Desígnios

 Ontem,

Agora... hoje,

Passado e presente.

Ser.

Que pode mudar?

Que pode mudar?

Desconhecer,

Conhecer...

A indiferença.

Tudo é tão rápido,

Mistérios,

Desígnios divinos.

domingo, 10 de janeiro de 2021

10. Tudo e nada

Pego a câmera,
Abro a porta ali está,
Negão e Sherlock,
Saio do quarto e caminho para dentro da mata,
Vou olhando cada detalhe na paisagem,
Ervas, arbusto, trepadeiras e árvores,
Ramos, folhas e flores,
Frutos e sementes,
Lá vai Negão,
Lá vai Sherlock,
Para onde vai Romeu?
Miau...
As flores da catingueira,
O verde das ervas,
Chego ao orozinho,
E a matinha,
Lá sinto paz,
Conexão comigo mesmo,
Com papai...
A brisa fria,
O céu nublado,
Solo molhado,
Cupins de chão,
Voo da mamangava,
O odor das flores de catingueira,
Penso perdido em tudo e em nada.

9. Paisagem do Sertão

 Domingo,

A casa com paredes de taipa,

Só a sala com tijolo adobe,

E telhado com telhas velhas irregulares,

Abrigava a família de José Neves,

Ali habitava Sinhá, José e Lera,

O terreiro de solo alvo, 

Estava todo varrido,

Arrastando as asas, com crista dilatada cantava o peru glugluglu.

Do lado de fora da porteira badalava o chocalho das vacas,

O cheiro de estrume aromatizava a paisagem sertaneja,

A janela da cozinha aberta,

A porta da cozinha aberta,

No fogão cozia o feijão,

O fogo laranja dançava,

Na panela o feijão com carne de boi borbulhava e soltava um gostoso aroma,

Que despertava fome na gente,

Uma melancia aberta,

Coalhada no alguidar da forquilha...

A luz iluminava o serrote,

As algarobas e pinheiras faziam sombra,

Na fachina as galinhas cocoricavam,

Vovó Zé, Mamãe, Migué e Vovô Sinhá a conversar,

Uma conversa que não entendia,

Preferia só olhar no oitão a escora da parede,

As paisagens plantas,

A serra,

Enquanto isso cantava no campo o tico-tico do campo,

Na pinheira cantava um golinha 

E na gaiola o sabiá de vovô...

Que anos maravilhosos os anos 80,

Da minha infância, da velhice de meus avós,

Do eterno encontro da vida,

Das gerações se enlaçando e desenlaçando,

Feito a dança de Shiva,

Na destruição e construção...

E a consciência que tudo isso não passa de ilusão



8. Plantas

 Quando nasce o dia,

Após a noite chovida,

Como canta a passarada,

Canta o fura-barreira,

O cabeça-vermelho,

O sanhaçu,

Longe canta a sapaiada,

Em casa o cheiro da terra molhada,

Se mistura com o cheiro de café com cuzcuz,

Enquanto badala na estrada o chocalho das vacas,

Eh! boi, aboia Loló de João Corme,

Vavá grita Diniz,

E só se ouve o chiado da vaçoura de Diassis...

Passa Josimar, 

Passa Bunina,

E depois Teta com o leite tirado dos Joanas,

Então Papai, Chico Raimundo, bate o enxadeco,

Deixa a bacia cheia de milho e outra de feijão e o outra de fava,

A terra molhada,

A tanajurada voando para o céu perdidas,

E os pássaros enchendo o papo,

Então segue para o roçado,

Na frente vai o pouco gado,

Papai, Rosângela, Meire e eu, Rubens...

Papai cava as carreiras tortas na terra escura do ano passado queimada,

Se mistura o cheiro do verão e da chuva do inverno,

Que doce aroma,

Dog longe late,

Se vê Zé de Geremias trabalhar nas terras de Dudé,

E as carreiras tortas papai vai abrindo,

Se ouve o pic-pic do enxadeco na pedra da terra,

E eu vou ensamiado fava, Rosangela plantando milho,

Se ouve o ronco da sapaiada,

E no céu canta o gavião,

O sol aparece entre a chuva,

Casamento de viúva dizia vô José...

O tanque encheu de água,

Plantamos mais que legumes,

Plantamos esperança,

Esperamos por bonança,

Desta terra tanto arada...

E no fim da manhã a terra plantada,

A gente volta pra casa de pés enlameados,

Felizes por terminar mais uma planta.

Agora é com a natureza.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

7. Fui

 Sou filho da terra,

Plantei e colhi milho e feijão,

Na minha roça,

Cansei de admirar a lavoura crescer,

Vi as estações secas ou invernos,

Me acostumei com a lida da vida,

Me acostumei a trabalhar,

Sou filho da terra,

Sou dono da casa,

Sou dono do nada,

Agora fui...

Mas amei tudo...

O que entendi e ignorei.

Um dia

 Um dia não estarei aqui. Pode demorar, Pode ser logo. Quem sabe! Bom agora estou pensando isso. Foi um vídeo de uma manbu que me fez pensar...

Gogh

Gogh