quinta-feira, 30 de maio de 2019

Planeta na madrugada

Neste  maio de 2019, às madrugadas foram mais belas,
Entre o silêncio e o escuro quando o céu estava limpo
Se podia ver dois belos planetas,
Estando um no nascente e o outro no poente.
Sendo o primeiro Vênus e o segundo não consegui descobrir.
Que pena, até pesquisei, mas estavam tão complicados e longos os textos que desconsiderei.
Enfim, foi muito bom ver um outro astro na madrugada.
Desta parva percepção que tenho do céu.
Só posso contemplar.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Chuva na segunda

Manhã de segunda-feira
a chuva chovendo suave e
O céu coberto de nuvens.
Pensamos!
Refletimos!
Por desaceleramos.
Tempo assim merece Chopin.
Tempo assim ativa a memória.
A natureza se revelando
A natureza sendo o que é
Existência, beleza e plenitude.
Enquanto aqui chove lá em Serrinha faz sol.
Ou sei lá onde tá tudo seco.
Assim é.

sábado, 25 de maio de 2019

O sentido das coisas

Em muitos momentos da minha vida na infância e na adolescência sentia um vazio.
O que era esse vazio?
Lembro de lugares e dos caminhos para estes lugares o que me fazia ir a esses lugares.
Saia sempre em busca de algo uma fruteira, um gancho de baladeira, ver um pássaro ou algum animal como preá ou tejo.
Às vezes, perdia-me em minha desatenção pelo mundo.
Poucas coisas tinham valor além de doces, comida e pássaros.
Era interessante nessa desatenção como me perdia e havia lapsos. Vazios existências.
Seria por causa do sol excessivo? O brilho revelhas as coisas, mas em excesso perturba a visão.
Não sei. Nesses momentos havia uma conexão com o mundo que me cercava e podia ser com as plantas, com os animais ou com o meio.
Na maior parte das vezes eu via as coisas, mas estas não faziam sentido.
Coisas sem definição não fazem muito sentido. Via e sentia as coisas, porém não percebia embora tudo estivesse ali.
Então, não sabia porque, mas as vezes voltava ao mesmo lugar mais de uma vez e as situações se repetiam.
Se repetiam fosse no inverno ou no verão.
O universo das palavras eram ainda embrionárias e o mundo já era muito interessante, porém desconhecido e indefinido.
As coisas ganham sentido a proporção que damos sentido as mesmas.
É realmente um processo intenso de subjetivação e objetivação que nos humaniza.
Bem, nessas pequenas expedições sempre ocorriam nos vizinhos mais próximos.
Explorava o umbuzeiro de Joãozinho de Elita e a mangueira o coqueiro catolé e manga espada de Bonina de Lindalva.
Dos elementos físicos que me lembro do lugar era que no umbuzeiro o solo era argiloso e vermelho.
Já na mangueira o solo era arenoso e tinha uma cacimba.
As memórias sabe!
Estão no formato de fotografia.
Naquele tempo não tinha televisão, livro, telefone... A única fonte de informação era o rádio e a conversa.
O meu mundo era um grande vazio de sentido.
Facilmente me identificava com Manuel de Barros.
Ah! que delícia o chão cheio de umbu ou de manga ou de caju.
À tarde mamãe me banhava e a gente comia nosso xérem com leite.
Antes de dormir mamãe me ensinou a rezar, mas não fazia muito sentido.
A aprendizagem mecânica senão divertida é muito massante.
Tão massante quanto aprender o A, E, I, O e U.
As coisas na aula não faziam muito sentido.
Só quando, dona Paulinha leu uma história no livro que ficou interessante.
Mas, as palavras e os textos...
Ainda bem que sou cabeça dura... porque senão as coisas continuariam sem sentido até hoje.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Androceu e gineceu.

Entre as flores tantas cores.
As cores das brácteas e das pétalas e dos estames...
Que nomes!
Nem falei em androceu e gineceu.
Ah!
As flores tem a parte "masculina" que é o androceu.
Espere ai masculina! Ou melhor a estrutura produtora de micrósporos?
Micrósporos? É o polém danado! Ahhhh.
E o gineceu é a parte feminina?
Exatamente! Para não irritar os botânicos diga que é o estrutura que contém os megásporos.
Megásporos? Sim danada. São os óvulos que originam as sementes se fecundado.
Nossa quantas palavras distintas.
Pois é são de origem grega sabia?
Andrus=homem e Gynu=mulher.
Que complicação professor!
As flores além de cores tem essas coisas ai.
Coisas!!!
Não são estruturas.
O gineceu e o androceu.
Microsporofilos e megasporófilos.
Lá vem você de novo. kkkkkkk.
O androceu é o conjunto de estames e o gineceu é o conjunto de pistilo.
O androceu pode ser composto por um único estame como ocorre nas Vochysiaceae ou ter dezenas de estames como ocorrem nas Myrtaceae.
Ah!
Myrtaceae da família da goiaba.
E Vochysiaceae é da família de quem?
Da família da voquisia.

E o gineceu é o que?
É o conjunto de pistilos.
Em algumas flores o gineceu apresenta mais de um pistilo como por exemplo a flor de graviola.
Ai a gente diz que o gineceu é apocárpico, pois os pistilos são livres entre si.
Já na goiabeira o gineceu é sincárpico com apenas um pistilo.

Que lindo professor.
Seria ótimo se entendesse.
Sim, vamos viajar pela morfologia.

As flores são muito mais que cores e odores.
As flores são ramos modificados.
O que!
Meu Deus.

domingo, 19 de maio de 2019

Fenômeno consciente

Este meu mundo, hoje é largo, mas já foi estreito.
Nos domingos, quando visitávamos vô Sinhá e vó José no Sítio de Dentro,
Só voltávamos à tardinha
Quando mais da metade do dia se passara,
E as flores já estavam murchas.
E as águas da chuva da noite anterior não escorriam mais.
Ou quando no verão a poeira estava solta.
O tempo estava sempre quente e a natureza já tratava de se recolher.
Só nós dois, mamãe e eu a caminhar.
Mamãe era minha consciência.
Não sei se conversávamos, mas com certeza caminhávamos bastante pelos caminhos estreitos e poeirentos.
Às vezes, passávamos na casa de Neta de Chico Leão ou de tia Nevinha.
Dai seguíamos em direção ao poente.
Quando a luz dourava a paisagem no segundo crepúsculo,
Então, já em serrinha do Canto, chegava o momento de passar na parede do açude do Alívio.
Naquele momento, aproveitava para atirar pedras no açude.
Não sei o porquê, mas adorava ver esse fenômeno de produzir ondas.
Achava prazeroso ouvir o som que fazia o espelho da água ao engolir a rocha que atirava.
Tchluppp! ou Tchlappp!
O timbre produzido dependia do tipo da rocha escolhida e a posição que atirava.
Quanto mais chata a rocha mais alto e forte e mais bonito era o som. Tchuluppp.
Quanto menos plana, mais fraco era o som. Tchalapp.
Porém quanto mais bonito o som menores eram as ondas produzidas, pois menor era a superfície atingida. A tensão superficial da água era facilmente quebrada.
Quanto quanto menor era o som, mais belas e fortes eram as ondas.

Seria maravilhoso ver as ondas nascerem e crescerem concentricamente ou ouví-las?

Ah. A natureza "fisis" se materializando por meio das ondas sonoras e mecânica.

Enquanto o espelho da água era perturbado...
Uma, duas, três, quatro ou cinco vezes, até mamãe dizer para parar.
Não mais que isso.
Meu desejo era controlado pela minha consciência extracorpórea, mamãe.
Enquanto a rocha se acomodava no fundo da água as ondas desapareciam
Com a tarde que partia.

sexta-feira, 17 de maio de 2019

A aurora

Dentre as faces mais belas de um dia, creio ser a aurora é uma delas.
Infelizmente, algumas muitas almas preferem o conforto de sua cama e a profundidade de seus sonos e sonhos.
Porém observar e contemplar o céu já é uma dádiva por tamanha beleza e certamente é o primeiro crepúsculo na aurora que este fica esplendorosamente muito mais lindo.
O silêncio que seguiu a noite e que ainda se estende até o despertar da passarada reconforta nossa alma.
A nitidez e transparência com que podemos observar as estrelas ou a lua em certos dias ou ainda as nuvens que ao quebrar da barra apresenta cores de tonalidade ígnea se mostra tão natural.
Embora a maior parte das pessoas ainda durmam, uma pequena parte tem o privilégio de contemplar este momento impar da natureza.
Neste momento é que podemos viajar em nossas idéias mais intimas e relaxar e esquecer a realidade dura em que vivemos.
Talvez alguém sinta o mesmo que sinto ou talvez simplesmente ache uma ideia absurda. Não custa conhecer.
Acho que esse gosto pela aurora tem raízes muito profundas no tempo.
Meus avós e tios acordavam muito cedo para trabalhar e dessa forma acabavam percebendo a beleza da aurora.
Quem não se encanta com o cantar da passarada anunciando o novo dia?
A noite é um mistério que se revela na aurora.
E os mistérios nos embriagam e nos encantam chegam então ao fim com o novo dia.
E a aurora revela então esses sonhos que foram embalados na noite.
Então, sonhe, mas se um dia quiser contemplar uma coisa bela e natural.
Contemple a aurora.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Paciência

Nesse mundo grande e cheio de magníficas coisas quem somos nós?
Uma vida que precisa aprender a caminhar nas veredas do pensar.
A paciência é de grande valia e precisa ser cultivada, pois longa é a jornada.
Como absorver tantas coisas?
Quais são as mais ou menos valiosas?
Há de descobrir, mas saiba que a caminhada é pesada e cansativa, então calma.
Sem pressa, vá cultivando e cativando as coisas em direção a tomada de consciência.
Aprender a separar ou unir o que achar necessário.
O tempo só permite viver em unidades pequenas o dia e a noite e o resto é soma.
O espaço só nos permite está num lugar no mesmo instante no aqui, do eu.
Temos cinco sentidos, mas nos concentramos com plenitude apenas em um.
Paciência é a chave mestra para qualquer coisa.
O tempo é uma dádiva e o espaço uma necessidade de existência.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Mix

A tarde já vai caindo,
E levando consigo todo o reflexo,
Leva consigo o excesso de luz
Que agrada a flora,
Mas excede nossa alma
De entendimento,
Que venha a noite,
Que a mente descanse,
Que amanhã possa novamente
Sentir e perceber tanta energia,
Tanta intensidade,
Eis que se vai Apolo e chegará Nix.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Ontologia do amor

A impermanência,
Ontem, hoje, amanhã...
Um dia, uma semana, um mês...
Nossos momentos não são eternos,
Eles tem início e um fim.
Tão próximo ou tão distante tanto faz
O que importa é o agora.
Ocupamos um lugar que foi de alguém
E no futuro não será mais nosso,
Mas de outro alguém
Que pode será um filho, um neto...
Não sabemos se a alma é imortal ou mortal
Embora rios de tinta tenham sido derramados.
Não sabemos!
Uma rocha ou uma flor...
Que diferença faz?
Depende do contexto...
Um diamante,
Uma flor,
Onde há mais amor? 

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Conclusão de período

Após quatro meses de aulas, concluí as disciplinas do semestre de 2018.2. Desta vez, foram duas turmas Vasculares e Morfologia vegetal Comparada que se somaram à minha experiência docente. 

Ao que parece, a docência é uma arte e precisa ser cultivada. Não é uma atividade fácil, mas é muito humanizadora. Esta arte apresenta pontos positivos e negativos.  No primeiro caso, os pontos positivos constituem o apanhado de conhecimento que adquirimos na forma de uma melhor desenvoltura pessoal e social e a experiência efetivada. No segundo caso, os pontos negativos creio serem compostos pelo tempo reduzido e a avaliação. 
Na nossa sala, na preparação as aulas, subjetivamos o conteúdo e o organizamos da maneira mais lógica e compreensível que imaginamos. Neste momento de pré-idealização de como ocorrerá a aula, existe a perfeição e o ideal. Entretanto, em sala de aula, ao expormos os conteúdos, eventualmente, surgem as dúvidas. Exatamente no momento de objetivação da aula a realidade se torna áspera. Todavia, com o tempo percebemos que são as dúvidas nos fazem pensar e assim buscar suas respostas de maneira que nos apropriamos desta ampliando o nosso conhecimento subjetivo.
Lembro que durante as primeiras turmas, suava frio e uma aula durava uma eternidade. Às vezes, nem conseguia articular as ideias. Sentia pânico. E como consequência era muito duro com os alunos. Com o tempo, as coisas vão se conectando e vamos desenvolvendo nossa própria pedagogia. 
Infelizmente o tempo nunca é suficiente tanto para a exposição dos conteúdos quanto para o desenvolvimento das atividades. Embora muitas adequações já tenham sido realizadas ainda é insuficiente para que os alunos subjetivem o universo de informações de que dispomos.
Na docência a avaliação é o ponto mais delicado, pois nunca sabemos o quanto e conteúdo foi subjetivado.
A parte isso, desempenhar bem nossas atividades nos faz bem. Esse desafio se renova a cada semestre.

Meu pequeno botânico

 Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver ...

Gogh

Gogh