terça-feira, 17 de maio de 2016

Espiral

Gira  mundo,
Gira fundo,
Passa tempo,
Passa vento,
Vai o dia,
Nasce poesia,
O espanto,
O encanto,
Gira,
Gira,
Gogh,
Borges,
Chopin,
Mozart,
E acordamos,
Do sonho,
Viver é sonhar.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Chuva chovendo

E o dia foi quente,
E o sol reinou,
O dia inteiro,
Mas a noite
Se entregou a chuva,
A noite se domou,
A canção da chuva chovendo,
Sempre ouvir a chuva chovendo,
Ah.
Lembro de Pessoa.

Transcender

Renascer,
Das cinzas,
As cinzas ao vento,
Cinzas cinzas,
Desbotada do tempo,
Desgastada a matéria,
E assim tudo se transforma,
Tudo se acaba,
É a lei da natureza.

Renascer

A flor que pela manhã vicejava,
Já não é mais flor,
Efêmera existência de flor,

Suas pétalas e sépalas murcharam,
E agora parte de se fruto e faz,
O tempo não volta atrás,
Agora fruto será,
E depois que sobrará
Somente será semente.

domingo, 15 de maio de 2016

Entardece

Amanhece e é menino,
E o tempo cai, homem se faz,
Veio o meio dia, lesa poesia,
A gente entardece,
Para a vida,
Ah essa vida... 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Revolução

De que adianta ficar indignado?
Pessoas mediocres no poder,
Mesmo assim ainda podemos viver,
Essas pessoas gananciosas,
São todas iguais,
Fisiologistas,
Covardes, espertos como raposas,
As raposas ao menos o fazem para sobreviver,
Estas para surrupiar,
Para serem o que são tapurus,
Tapurus...
Larvas de mosca,
Vermes malditos,
Vermes que deveriam serem exterminados banidos da terra,
Mas continuarão alí
Com terno e gravada de pastores,
Todavia com roupa de grife,
Essas vermes,
Esses vírus nunca se acabarão,
Viver é uma condição,
São os incontentes,
Nunca saciarão sua sede de poder e de ter...
Somente uma revolução poderia mudar o Brasil.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Movimento

A  noite,
Tudo repousa,
Abriu se foi,
E o inverno chegou,
Chuva,
Chuvas sem parar,
E o tempo sempre a passar.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Ouvir

O tempo é infinito,
Eternamente se repete,
Infinitamente se repete,
E as vezes a gente ouve o tempo,
A gente passa a perceber o tempo pela audição,
A gente ouve a madrugada,
Ouve a manhã
E ouve a tarde.
Como agora ouço,
Estou aqui quieto
Ouvindo o tempo,
Ouvindo a tarde
Que crisa passa.
Vai passando,
E nossos sentidos
Se perdem nas ocupações,
Quase esquecemos de ouvir o tempo...
A tarde tem um som bom,
Som de distante,
De som leve.
Que faz a gente se sentir
Eterno.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Emoção jovem

Hoje, vivi uma experiência extremamente gratificante, incrível.
No fim da tarde, recebi uma visita de quatro alunos do ensino médio, seguido do professor.
O intuito era mostrar aos alunos as atividades desenvolvidas por um profissional formado em biologia.
Não sabia, porém tive a grata surpresa de se tratar de alunos de escola pública.
Aqueles quatro garotos de aspecto extremamente simples,
Tinham nos olhos ganas do saber.
Cada frase que enunciava uma pergunta, extremamente atentos a tudo.
Mostrei os objetos que usamos para coletar, local de secagem, montagem, e a nossa coleção botânica.
E tomei uma chuva de perguntas.
Depois comecei a falar a minha história de vida, de superação,
Todas as coisas que passei, tentando mostrar sempre que apesar das dificuldades é possível se conquistar um espaço no mundo.
Burilei minha história de Serrinha até aquela sala, então teve um momento
Em que um dos jovens se emocionou, chorou um choro real,
Estava realmente emocionado, falou que amava a biologia desde a primeira aula.
Poxa!
Naquele momento ficamos em silêncio,
E então tiramos uma fotografia,
Concluímos a conversa e formos embora.

Gratidão

A manhã que nasce sem sol,
Nasce sob a chuva,
A natureza se cala
Para ouvir a chuva,
A vida agradece pela chuva,
Pingos que desprendem das nuvens
E se transformam em vida,
Sementes germinam,
Esporos germinam,
As plantas crescem,
E a vida se renova,
Gratidão...
Eterna gratidão
Pela vida,
Pela vida.

domingo, 8 de maio de 2016

Desfazer

A mente da gente,
Em elipse,
O tempo sucessivo tempo,
O vazio,
A chuva,
O ocaso,
A noite,
O silêncio de uma noite de domingo,
A indefinição da segunda,
A desilusão dos dias,
A semana.
O amor frustrado,
Coisas da vida,
Soturna vida.

Limitar

Ser,
Aquilo que nos impressiona como seres,
O belo,
O forte,
O insuperável,
O nascer,
A morte,
Aprender,
Adaptar-se...
Não se pode limitar.
E o que são os limites?
Uma definição, talvez.

sábado, 7 de maio de 2016

Existir

Quem somos nós? Quem sou eu? Quem é você?
Constantemente, no ócio, nos questionamos quanto a nossa existência como seres.
A corrente filosófica conhecida como Existencialismo que teve como precursor Kierkaard e posteriormente profundamente estudada e evidenciada por Sartre nos apontou um caminho um entendimento sobre tais questionamentos. Infelizmente apesar de tantas ideias já aclaradas, há uma profunda ignorância no mundo, e me incluo ai como um humano ignorante, muitas vezes carrego muitos medos, reflexos do mundo obscuro que vivi, tantos medos, tanta ignorância, num universo profundamente afetivo sob poucos registros, sob pouca luz da razão.
O mundo é semelhante a uma panela de pressão onde tudo ocorre ao mesmo instante sob mesma temperatura e pressão, e sob essas variáveis físicas vamos nos forjando nos tornando seres, nos afirmando, tomando por fim quem somos. E pasmem nunca nos tornamos quem somos, pois somos por demais platônicos.
Eis nossa eterna angústia a busca da perfeição. Na verdade perfeição é um ideal. Então vivemos presos a um passado ou a um futuro. Só depende do referencial. Se somos jovens nos apegamos a um futuro e se somos velhos a um passado. Todavia há um meio termo ai que seria o presente e só os mais sábios vivem o presente. Pessoa dizia que se apegar aos sentidos é se ater ao presente, elencaria ainda, se apegar uma jornada, uma obra... algo um tanto quanto materialista. Fato, pra que tanto se o fim é a morte? Viver é preciso e uma vida sem sentido é uma existência rota.
Ah, sob a luz da filosofia, da poesia, da ciência, da religião... Assim vivemos sob alguma destas sombras.
O tempo passa, a gente envelhece e as coisas sempre mudam, mesmo quando parece que nada está mudando, Guimarães Rosa já percebia isso no silêncio dos sertões.
Então a compreensão de mundo nos torna felizes.
E fazendo algo que nos faz bem nos torna mais humano, infelizmente não conseguimos que isso seja onihumano, ocorre lentamente.
Que assim seja.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Viver

Ver a chuva cair,
A chuva cantar,
É tão maravilhoso
Quanto ver o sol brilhar,
Quanto sentir a brisa passar,
Quanto degustar uma comida,
Mas a vida,
A vida pode nos fazer sofrer,
Podemos adoecer,
entristecer,
E por fim morrer,
Mas viver é além de tudo,
Viver é esta vivo,
É acão,
É mudança,
É possibilidade...

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Coragem

Um caminho a seguir,
Uma manhã,
Uma estrada,
Coragem, coragem,
Fé e alegria,
Pra viver é preciso ser forte.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Que valores?

O tempo não tem prioridades,
Nós temos prioridades,
E nós selecionamos o que é prioridade...
Hum, saudades das minhas leituras,
Saudade de ficar a toa,
Ouvir uma boa música...
A partir de que priorizamos as coisas?
Creio que a partir dos valores.
O que valores são esses?
Acho que renunciamos nosso tempo para o outro,
Acho que estamos renunciando a vida real,
Vivemos tanto no virtual.
Se tudo é uma construção,
Que alicerces terão nossos filhos?
O caos sem uma rede social.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Redemoinho

O tempo gira
Feito um redemoinho
E não deixa nada,
Se desfaz no ar,
Para lá,
Pra cá...
E nada faz sentido,
Extra nós,
Nada...
O sentido é o que nos faz querer ser vivos.
E o tempo a medida de nossos valores.
O mais... nada.

domingo, 1 de maio de 2016

Germinar

A casa vazia,
O barulho de qualquer música,
Livros de poesia, prosa, de botânica...
Objetos, ímas, uma geladeira,
Um sofá, uma cama,
Ir e vir,
Segurança, insegurança,
Aqui é o meu lugar.
Será?
Sei lá, as vezes
acho que sou como a lua,
Um satélite a orbitar,
Mas o que me diz,
O que me faz ser de algum lugar,
Conhecer,
Conviver?
Sei lá.
Tanta coisa sem sentido na vida.
Perguntas vazias...
Talvez por ser uma vida fria,
Cadavérica,
Talvez não, talvez sejas semente,
A qualquer momento pode germinar.

Morcegos

É noite,
Noite jovem,
Escureceu!
Os morcegos piam,
Voam desajeitados,
Voam desordenados,
Em busca de saciar sua fome,
Comem de tudo, insetos, polém, néctar e frutos,
Tão lindo os morcegos...
Não os vejo,
Apenas ouço,
Acho tão linda sua existência,
Essa vida de morcegos,
Guardas noturnos da mata atlântica.
Trabalham a qualquer noite,
Não distinguem a semana,
Não reclamam,
Amam,
A vida morcegular.

Renovação

O que resta?
Folhas secas sobre o chão,
É tudo que resta após uma estação,
Frutos e sementes dispersos,
E chegará mais um verão.
Logo virá o calor,
Logo o vento trará o frescor,
E o tempo sempre a passar,
E a vida sempre a marcar,
A espera de uma nova estação.
Mais um domingo se foi,
Mais um dia se foi,
Foi-se abril,
O tempo sumiu,
A esperança... Ela se renova,
Um novo mês,
Uma nova semana...
E nossas metas?
Amadureceram?
O cinza da mata branca,
A terra preta de humos.
E o que resta?
E o que sobra?
A esperança por uma nova estação.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Decisões

Doces lembranças das estradas de barro nos lugares mais distantes,
Dos sertões, dos cerrados, dos cantões...
Das flores coloridas,
Do sol, da luz...
Do suor...
A vida as vezes é assim,
Uma estrada que a gente decide para onde quer olhar,
O que deseja lembrar.

Estrada da vida

Uma estrada vazia e suas direções,
Qual delas seguir?
As cercas,
As árvores,
O horizonte repleto de paisagens.
Cada um segue uma direção,
Cada um busca um sentido,
Sol, chuva, pedras soltas,
Desilusão...
O vento,
A manhã costuma nos animar
Assim como o entardecer,
E descansar a noite para seguir em diante,
Sempre seguir em diante.
Mesmo que grande parte estejamos viajando só.
E quando cai o entardecer...
Que sentido buscaremos amanhã?

terça-feira, 26 de abril de 2016

Ninar

Noite enluarada,
De sapo a coaxar,
Noite bela embalada,
No escuro, estrelas a piscar,
Nesse embalo,
Noite a dentro,
Durmo como uma criança na mais linda infância,
A embalar os sonhos,
E a crescer na vida.

domingo, 24 de abril de 2016

Lua de abril

A lua de abril,
Lina a noite abriu,
Plenilúnea,
A noite alumiou,
Neste domingo,
Dia 24 quatro de abril
De dois mil e desesseis,
Que se vai,
Amanhã já se foi...
É assim
Que linda a lua de abril.

Caminho

Cada momento,
Cada impar momento é único.
Por que é tão difícil compreender essa realidade?
Mesmo diante desta afirmação somos tomados por tristeza, por angustia e por depressão?
Se tudo pode ser diferente a maneira como reagimos e aceitamos a realidade...
Tudo pode mudar, pode transformar sua vida.
Tem a matéria necessária para sua metamorfose.
Não me cabe listar...
Porque qualquer qualquer afirmação que faça será subjetiva.
A vida me aponta a leitura e arte para driblar estes momentos insólitos
Matéria de reflexão.
Acordar e executar exatamente o que foi feito ontem... um mito de Sísifo.
Não, cada momento é ímpar,
Cada momento é volátil e é como o calor perdido para o universo.
Como pretende viver?
Como encontrar uma resposta?
Talvez não exista resposta.
Talvez é só uma forma de cristalizar o momento.
Sabe lá.

Matéria e reflexão

A natureza, a luz produzida pelo sol, o dia, a noite, a matéria, as formas, a vida.

O externo que me impressiona a luz, o vento, o odor, a temperatura.

Quando perco a vontade de interagir o que devo fazer?

Ler?

Dormir?

Sair?

Falta um propósito,

Uma fé...

Uma meta.

Sabe lá.

Ah, a solidão é matéria rica para a reflexão.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Viver! Eh!

Amanhecer,
Poder desfrutar de um momento de paz,
A vida,
Nosso cotidiano,
Nosso trabalho,
Esse caos...
Essa correria,
Cadê tempo para nossa vida?
Calor,
Sede,
Impaciência,
Suor...
Eh...
Ganhar,
Perder.
No final viver é mágico.

terça-feira, 19 de abril de 2016

A chuva

A chuva chovendo é tão bela,
Quando a gente está protegido,
É tão gostoso tomar um chá
E contemplar e ouvir e sentir
O frescor da chuva...
A chuva nos traz a realidade,
A gente vive bem o presente,
A chuva chovendo,
A manhã ocorrendo...

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Cada segundo

Cada segundo
Cada segundo em nossa vida é raro e caro,
Pois pagamos nossa vida com nossa existência,
Pois sabemos que estamos sempre envelhecendo até a morte.
Se sabemos de tudo isso, por que ainda perdemos nosso precioso tempo com coisas ruins?
Sentimos na carne o desejo da presença de quem amamos,
Queríamos que todos estivessem sempre ao nosso lado,
Avós, tios, pais e irmãos todos sempre presente,
Queríamos ver sempre a felicidade estampada em seus rostos,
A felicidade em nossa alma...
Mas viver é lutar e em batalhas se pode perder.
E as pessoas partem, podem partir a cada segundo, inclusive nós mesmo.
E o tempo vai nos dobrando,
Tudo que queríamos era eternizar o presente ou esquece-lo imediatamente.
Um abraço, um beijo...
A gente só descobre o amor com o tempo,
A gente não vigia a vida
E quando nos olhamos no espelho. Ai! que fiz eu de minha vida?
E cada segundo,
Cada raro segundo,
O que temos mesmo?

Distinto

Após a chuva sempre aparece o sol.
Majestoso brilha intensamente,
De madrugada ventava forte,
Agora suave a brisa faz os ramos acenarem
Adeus a chuva,
Hoje vai acontecer como deve,
Mas amanhã poderá ser diferente.

domingo, 17 de abril de 2016

Imaginar

Não nascemos pássaros para voar,
Sequer somos leves e aerodinâmicos como as borboletas,
Ou as abelhas ou os besouros ou os morcegos,
Não nascemos sequer com asas no entanto,
Aprendemos a voar...
Às vezes me ponho a imaginar,
E quando imagino posso tudo...
Posso ir além da física,
Mesmo conhecendo seus princípios,
Tudo é uma questão de imaginar...
Imagino que agora estou feliz.

Matéria

Matéria,
A luz de uma estrela que alumia,
Um filamento de tungstênio,
O odor que se desprende das flores,
Da comida caliente,
O frio ou o calor,
A chuva que se desprende das nuvens,
As aves que cantam...
Essa presente existência organizada,
O tempo que a tudo desfaz.
Quem pensa que pode algo,
Ah, que pobre é esse ser...
Que pobre esse ser,
Somente podemos nos impressionar,
E muitas vezes nos iludir,
Porque tudo, absolutamente tudo não pode ter controle...
Somente podemos contemplar
O quanto o momento durar.

Ocaso

Um domingo de chuva,
O tempo é o mesmo,
Mas o silêncio vazio e mim,
Algo que me custa dominar
O  medo da solidão
E esse mundo oco...
As coisas perdem o sabor,
As cores,
O sentido,
Até que!
Bom nada vai acontecer de fabuloso,
Então é curtir
A presença da saúde,
Que dia maravilhosos
Esses dias comuns.

sábado, 16 de abril de 2016

zig-zaguendo

A  manhã que se acende,
E alumia todo o mundo,
Imenso mundo, claro sol.
Hoje as nuvens ocultaram o sol,
Desprende sobre a terra uma tênue chuva.
Está nublado, tudo molhado.
Há dias que perdemos as referências de nós
E até nos questionamos sobre quem somos nós?
Nos é estranho a chuva, ou o sol, ou o céu...
Há dias assim, deveras...
Dias que nos pegamos angustiados
Por não entendermos as confusões que há no mundo.
Deveras angustia o embaralhamento do mundo,
O caos que se faz em nosso ser.
Viver é uma dádiva e por isso mesmo complexo,
Não sabemos nada sobre nossa existência...
É tão subjetiva essa experiência
Que cabe a cada uma sua experiência,
A mim, gosto de muitas coisas,
E sigo vivendo nesta manhã de sábado chuvosa.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Saltitar

Entre tantas coisas para viver,
O simples me faz ser
Feliz por um triz,
Sabe lá!
A chuva,
O vento,
O invento...
Uma breve poesia.
Alegria,
Manuel de Barros,
Mané mago.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Estrelada

A noite estrelada,
Escura e estrelada,
O silêncio, grilos cantando,
E dentro da gente há um estado de surdez,
E a gente pensa coisas sérias como nossa existência existe.
Sartre discutia sobre,
Aristóteles e Kant
E Borges escrevia sobre tudo em seus contos.
Eu,
Que sou, o que penso que sou?
Pouco interessa.
Melhor continuar contemplando a noite.

O tempo apaga tudo

Viver!
Quem sou?
De onde vim?
Para onde vou?

A vida vai se revelando, desencadeando cada momento em minha vida.
Os sete véus de Ísis são revelados.

O tempo passa e as coisas ganham nome,
Os lugares existem extra imaginação,
E encontro no meu interior uma maneira de viver o mundo.

Nas matas secas, após as chuvas, todo verde,
Toda a biologia existente em qualquer lugar,

O conhecimento, o domínio de conceitos,
A compreensão da existência...

Custa a chegar né...
E ai a gente percebe que poderia ter levado menos a sério as coisas.

Vivido mais as coisas simples,
Mas o tempo leva tudo...

terça-feira, 5 de abril de 2016

Reproduzir

Uma manhã,
Uma mata,
Tudo parece estático,
Exceto a luz do sol,
Exceto as plantas e as bactérias e os fungos,
Exceto o que é vivo...
Uma cigarra voa para a boca de uma lagartixa,
Ramos se movem,
Através da mata a mata,
Tudo pode fazer sentido,
Ou ser um caos total.
Que sabe?
Quem sabe qual será o último momento?

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Manhã

Primeiro aurora quem ti viu,
De azul especular, a lua crescente,
Cresce como um ovo a chocar,
Como ramos a crescer.
Disperso no mundo,
Preso ao que vejo
Ao que penso...
Não te vejo querida manhã,
Flores desabrocham,
A mata parece dormir...
E o que de mais lindo há.
Árvores a gotejar.

domingo, 3 de abril de 2016

Todos

E mais um dia se passa,
Há aqueles que tem apenas o segundo dia da vida,
Há aqueles que será o último,
Há aqueles que ainda viverão muito,
Todos viverão seus dias,
E vivemos o que nos é dado,
Veja bem! Pode está quase sem créditos com a vida.
O amanhã pode não chegar,
Então seja feliz sempre no presente momento,
A menos,
A menos que mais um tenha partido no momento presente.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Theos

Feliz,
Triste,
Alegre,
Eufórico,
Esse é meu ser,
Cheio de humores,
Cheio de medos e dores,
O que me norteia?

quarta-feira, 30 de março de 2016

Linha

O tempo passa,
Passa apressado,
Como o vento o tempo não se deixa ver,
Só vemos as marcas em tudo impregnada,
Na face, na boca, no mundo
Que vai desgastando a gente
E quando percebemos, passou.
O amanhã virou ontem.
A existência pois que converte-se em inexistência.
Os  versos ficam, mas seu mentor segue para o infinito.
Enquanto compreendemos o mundo,
O tempo nos consome,
Custa tempo entender
E  quando entendemos,
Já temos que deixar de ser...

terça-feira, 29 de março de 2016

Ser sertão

Adeus março que se vai,
Fui visitar o meu sertão,
Nesta intensa estação,
A pascoa sendo celebrada,
No meu querido sertão,
Ele esta tão triste, tão seco,
Folhas pelo chão,
Os troncos cinza, coberto de folhas murchas,
Gado já não existe não,
Nem poeira,
Apenas casas fechadas,
Cactos espinhosos,
E urtiga cançansão.
A noite plena e estrelada,
Manhã suave com cantarolada,
Vou e volto,
Mas meu coração...
Meus pais,
E avós e nova geração.
O sertão me define,
Sou tudo isso.
 

segunda-feira, 21 de março de 2016

Passagem

Ah, memórias...
Sabe tem dias que se passam
E a gente sente uma paz,
E um frio na barriga,
Porque sabe que tudo está passando,
A gente percebe as coisas envelhecerem,
E desaparecerem,
E vemos coisas renovarem,
Uma manhã,
Uma tarde,
Um conto...
Pássaros voando,
A chuva caindo...
Tudo tão bonito,
Como uma fonte jorrando água,
Água leitosa,
Algo tão passageiro,
Efêmera vida,
Eterna vida.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Escura umidade

E as noites escuras de chuva,
O cheiro da umidade escura e fresca,
A noite se revela fresca,
Enquanto sementes dormentes
Acordam a germinar,
Enquanto mariposas saem a voar,
Em busca de flores para se alimentar,
Enquanto sabe lá o que acontece em cada lar.
Cá estou pensando no pensar,
Sentindo a natureza fresca,
Vivendo uma noite maravilhosa.

terça-feira, 15 de março de 2016

Cinzas

Mundo,
Quão infinitos são os teus enigmas?
Quantas vidas seria necessário para romper-ti?
Mistérios, mistérios...
Sob a sombra da noite,
Sob o véu do dia.
Sabe lá...
Sócrates indagava Diotina!
Borges vagava em sua oceânica imaginação.
Quando acordo sou tão imenso,
E a noite sou um grão de mostarda,
E o mundo se mostra tão oculto como no início...
Oh! infinito existir,
Viver, viver um sonho,
Despetalar a vida,
Amanhã quem sabe só cinzas.

domingo, 13 de março de 2016

Efêmera flor

A gente se sente a deriva,
Num oceano em calmaria,
A gente as vezes acha a vida assim sem graça
E de repente ela nos oferta uma graça,
Toda simples, toda suave, linda e meiga...
E a gente fica feliz e triste,
Porque sabemos que uma flor e sempre efêmera.
A gente quando encontra uma flor,
Fica assim alucinado,
Vendo a cor do vento,
Sentindo a textura do arco-ires,
E o que mais queria era não ver a aurora chegar,
Não ver o dia passar,
Só para ela demorar a partir,
Porque depois da partida...
Sabe Deus lá.
Sabe lá.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Mudança

Este mundo,
Profundo,
Essa noite vazia e quente,
Nada pra completar,
A noite se arrasta,
Amanhã é sexta
E tudo pode mudar.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Sombra

Olho para mim!
Olho para as coisas que gosto,
Eu observo tudo,
Meus gostos, minhas convicções, minhas recordações...
E as vezes me perco nesse universo que é ser o meu ser.
As vezes não sei quem sou. As vezes me envergonho de mim, outras vezes me exalto...
Vejo meus hábitos, meus vícios engessando.
Será se poderia ser diferente?
Essa dúvida como poderia ser outra personalidade...
Será se seria feliz?
Os anos caem e a dúvida permanece.

Contradições

Às vezes temos tantas certezas... que cremos piamente no que falamos, na maneira como agimos.
Se quer paramos para pensar no acaso de tudo, no quão são efêmeras as coisas...
A semente que germina, os ramos e folhas que se desenvolvem e as flores tão efêmeras.
A juventude que aos poucos tende ao entardecer. As vezes quando não se aceita é tão difícil e triste.
Um oceano que podemos absorver e preencher nossa mente... Tanta coisa que podemos fazer,
Tanta coisa que podemos mudar, mas não conseguimos nada. Vivemos uma vida sem sentido, sem sinestesia, sem textura, cor ou sabor.
Talvez um dia aprendamos a viver e talvez seja tarde para não dizer adeus.

Recordações

Lembro das tardes douradas,
Lembro do tempo vivido,
Tempo tão bom e por serem boa as coisas parecem serem breves!
A gente nem tem noção disto!
Lembro das tardes douradas, das noites estreladas,
Dos momentos de alegria e angústia...
Lembrar as coisas é esquecer o presente é ser metafísico.
Parte de nós é assim, ou insiste em querer ser.
As vezes as coisas se ajeitam de uma maneira tão inesperada. Será sorte?
Sabe lá... Sei que ficamos saudosos...
Mas tudo compensa... Momentos pós chuva, ou momentos de chuva...
Momentos de efêmeras flores, da lama e da grama...
Do mundo, das plantas, das folhas secas úmidas.
Parece que a nossa mente fica assim encharcada as vezes.
Só as vezes, quando a gente quer.

Termo tempo

A madrugada,
Aurora,
Primeiro crepúsculo,
Fria manhã,
Suave, suave, suave balança os ramos de figo,
É doce a brisa
E o tempo que passa intermitente,
Tudo que passei se passou por manhãs,
É estranho demais quando as coisas deixam de ser,
Fica um vazio em nós.
Como se nunca tivesse passado ou existido,
Ficam lembranças,
Suaves, efêmeras como Zephyranthes...
E vemos tudo partindo
Acenando adeus.

segunda-feira, 7 de março de 2016

A tempo

E dos tempos idos,
Doces memórias das primeiras chuvas,
O aroma da terra sendo enxombrada,
E a água barrenta escorrendo,
Molhando a poeira,
Melando o mundo de lama,
E os bichos aparecendo,
Sapos cururu,
Tanajura,
Mariposas,
A vida parece renovar.
E a gente tão feliz...

quarta-feira, 2 de março de 2016

Manhã.

Doce manhã que se faz,
deixa a noite para trás,
Esse primeiro crepúsculo
Linda aurora anuncia,
Ta chegando um novo dia,
Cantam os pássaros animados,
Bem-ti-vis, sairas, sanhaçus,
Cantam felizes sem parar,
E o escuro que oculta as formas,
Vai sendo aceso pelo sol,
E a manhã ganha flores,
Ganha cheiro,
Ganha vida...

terça-feira, 1 de março de 2016

Por puro acaso

Uma tarde,
A chuva torta, leve,
Os pedais,
Se vai pedalando,
Quando aparece uma flor perfumada
Pedindo uma ajuda,
Claro que não se nega,
Lá fui dar carona a linda flor,
Relembrei tanta coisa,
No final ela achou o celular
E ganhei um abraço...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Fim de dia

Um cão late na rua escura,
De céu estrelado e claro da lua,
A noite se passa apitada,
Apressada pelos carros e suas pressas inúteis...
O barulho da água fervida se derramando na caneca...
O aroma,
O sabor.
Instante eterno,
O sono.
Fim do dia.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Inesperado

Experimentar a vida,
Viver
Cada aurora,
Cada hora.
Poder contemplar a vida,
Cada momento impar
E perceber a beleza nas coisas mais frágeis, efêmeras e delicadas
Nas flores
Que continuamente se renovam,
E se renovam...
Como os dias, como as noites...
Como a vida.

Quando se vive um pouco,
Temos o costume de nos acostumarmos,
E esquecemos o mais importante
Quão efêmera é a vida.

A gente aprende tentando viver.
Aprende aprendendo a tentar...
E dar sentido a vida da maneira mais inesperada.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Divagação

Quando paro e percebo a vida em suas sutilezas como me sinto bem.
As vezes quando desligo do que tenho que fazer e contemplo,
São poucas vezes eu percebo algo além do meu eu.
Como agora é noite ouço o ciciar dos grilos,
Ou quando é aurora e os pássaros cantam felizes,
A gente se sente feliz com poucas coisas.
Guardo ainda o riso de vovó Sinhá.
Tantas lembranças.
Aprendo que viver é esquecer, aprender... Ser.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Solidão uma prisão?

Quando era criança, aos domingos visitávamos nossos avós.
Íamos sempre a pé ou a cavalo.
E um fato marcou.
Ali percebi pela primeira vez a solidão.
No caminho por onde passávamos havia idosos,
Um deles era um cego que saia de casa para tomar sol.
No geral era perceptível a solidão daquelas casas
Que por opção as pessoas haviam escolhido não ter filhos.
Geralmente eram casas limpinhas,
Mas vazias de som, de movimento de vida.
E cada dia as pessoas se engessando,
Optando pela paz,
Pelo silêncio de cemitérios...
Nos fechamos nos  nossos próprios túmulos pessoais.
Borges dizia que vamos cada dia que se passa nos tornando prisioneiros de nós mesmos.
Até que não conseguimos mais nos livrar de nossas prisões.

Eternizar

Se podessemos cristalizar o tempo,
Este momento seria eterno,
A manhã,
O cande de uma patativa,
O som da chuva caindo de leve,
Nocturnes de chopin,
Um chá com tapioca.
E algo de muito bom para ler...

Acordar

Acordar,
Acordar e sentir o mundo,
Acordar e ouvir a chuva chovendo,
Sentir o frio do tempo,
O trovão roncando,
Sentir a brisa fresca da aurora,
Acordar e poder continuar na cama,
E contemplar o canto da chuva,
Sentir-se bem com a textura da cama,
Sentir-se bem com a vida,
Acordar e perceber
Quão maravilhoso é viver...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Sopro do tempo

O tempo soprou o vento,
Soprou a manhã
E estacionou ao pino do dia,
O tempo soprou a tarde,
E a noite pintou o céu de estrelas,
E a noite passou,
E hoje quando senti o aroma da aurora,
Esqueci as dores, as angústias da vida,
Entendi o que aurora me dizia,
Hoje é um novo dia,
Faça da vida uma poesia,
E vi folhas secas pelo chão,
Percebi que as árvores estão constantemente em renovação,
Para renovar há de perder as folhas que as alimenta,
Parte de nós sempre nos deixa
E a vida permanece a viva.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Dia de compreender

Que passa?
Sei lá,
Sabe lá.
Dias se passam,
Noites seguem os dias,
Luas novas, cheias...
Vidas vividas de plantas, de bichos, de animais de estimação,
De gente que amamos...
Há dias vagos,
Dias plenos,
Dias cheios...
Dias e mais dias,
Sem perceber eles vão preenchendo nossas vidas de semanas, meses e de anos.
E a gente sempre na ilusão de dias melhores, de coisas melhores,
Mas será que chegarão?
Será que entenderemos algum dia a vida?
Tentar entender é como tentar esvaziar uma cacimba num brejo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Sem verso

Nem todos os dias são para poesia,
Versos ou proza,
Nem todos dias estamos bem?
Nem todos os dias temos inspiração.
Chega dia que tudo falta,
Tudo irrita,
Tudo abafa.
Como agir?
Sabe lá.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quaresma Heideggeriana

O tempo que transcorre agora,
Escorre, como tinta e seca,
Se cristaliza, é data,
Esse dia, contado,
É fato consumado,
Esse devir,
Minha melancolia,
Alegria,
Minha angústia,
Quem não tem?
Quem não tem metafísica?
Essa mistura é pura?
Dura talvez,
O tempo dissolvendo tudo,
A vida renovando,
O pulsar do segundo,
Esse eterno devir,
Heideggeriano...

Não creio

O eterno vazio, frio,
A eterna angústia, justa!
Viver...
Ser,
Esse pulsar constante,
Esse orbitar,
Querer ser,
Ser,
Imitar,
Parar,
Esse medo de ser, de ter.
Esse vazio de sentido, tido.
Amanhã é outro dia,
E hoje o que foi?
Uma tentativa oculta de ser...
Esse ser histórico,
Centenas de palavras,
Frases... memórias, angústias.
Hoje é tarde,
Sigamos em frente, ausente,
Sigamos em riba, comprida.
Porque escolher é sofrer,
Porque escolher é acertar e é errar...
Errantes, caminhantes,
Qual é o caminho certo, mais perto?
Há algum?
Não creio, não creio.

Parte dela

Haveremos de encontrar nossa paz interior,
No mais lindo aurora,
Na manhã ensolarada,
Ou mesmo sob a chuva suave ou forte,
Na rosa desabrochada,
Na brisa soprando,
No perfume puro da rosa,
Na manhã de terra molhada,
Numa manhã de natal,
No primeiro dia de aula,
No riso de uma criança,
Na saudade do vivido,
Nas memórias mais doces,
Na tarde que cai,
Na leitura do melhor livro,
Na noitinha fresca,
No sereno,
Na conquista de um sonho,
No primeiro beijo...
No final tudo se esfacela,
Tudo some,
Tudo evapora,
Mas que haja sempre esperança
Que a vida sempre renove,
Apesar dos pesares...
Todo o sacrifício ainda vale a pena,
Porque a vida é bela,
Porque somos parte dela...

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Indefinido

Estamos longe de encontrar o que buscamos,
Simplesmente porque não sabemos o que buscar.
Temos a vida para viver,
Temos um modo de ser,
Temos um modo de existir
Que muitas vezes não faz sentido algum.
Mas existimos além da razão,
Mas existimos além da emoção...
Existimos!
Existimos como as coisas mais simples existem independente de qualquer coisa.
Como uma folha jovem que cresce,
Como uma folha seca no chão...
Ela cumpre sua função de folha e assim é!
Não há um questionamento, uma razão...
Como dizia Sartre a existência precede a essência...
E qual é a nossa essência?
Talvez me perca nas indagações, sempre o faço,
Todavia esteja tentando uma forma distinta de questionar.
Talvez nem seja interessante isso ou aquilo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Após

E se passa mais um dia,
Lá se foi o sol,
Aos viajantes estradas rodadas,
Quilômetros distantes,
Cruzados,
Rodados,
Quantas paisagens belas
Se passaram e não foram vistas,
Ah,
A vida é como uma viagem numa estrada,
Que se pode andar somente seguindo em frente
Ou contemplando o que está no entorno,
E assim cada um segue sua viagem.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Viver é tudo

O tempo me espanta,
O tempo não fica no canto,
Não cria poeira,
O tempo é sempre jovem,
É subjetivo,
Há dias que parece que a gente vive a uma eternidade,
Há dias opostos, nos sentimos jovens.
E a malha que trama tudo isso é a emoção,
Que uns tem muito e outros nenhuma.
Também há os valores,
Os medos,
São tantas coisas,
Que só o tempo decanta em nossa mente,
E nos ensina a viver.
Viver com parcimônia,
Viver com sabedoria,
Viver com coragem,
Pois a vida é isso,
Essa eterna jornada, batalha,
Em que sempre saímos lesados,
Mas ao mesmo tempo,
Viver é tudo e não nada.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

a vida

A vida como semente germina,
Como flor desabrocha,
Como fruto amadurece,
E os fatos que lhes preenche,
A vida merece sempre ser vivida,
Nem todos são heróis,
Nem todos aprendem com caracóis.
A vida...
A vida.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Quem sabe

Onde vou?
Onde estou?
Eis que cai a tarde,
E sinto uma breve saudade,
Porque o tempo passou
E levou de mim,
Tantos momentos
Não vividos,
E os vividos
MUITAS
vezes não fiz valer a pena,
Mas quem sabe haverá um amanhã
E tudo poderá ser diferente.

Oração

O mundo profundo,
Nós tão superficiais,
Tanta coisa acontecendo,
E nós pro umbigo olhando,
Nada demais acontecendo,
E nós para nossos mundos vivendo.
Que algo aconteça,
Que não nos padeça,
A coisas ruins,
E se assim acontecer,
Que a fé nós ensine a viver mais humanos.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Buscar o caminho

Oh, pele morena,

Olhar tímido,

Tuas rugas de tempo vivido,

Viver,

Se perder no mundo.

Amor dormido

Sabe!
Cada um que entra em minha vida,
Ah! marca,
Mas tem gente que deixa marca...
Deixa pegada na roxa,
Talha o coração,
Sem expressão,
Por medo da felicidade,
Se perde a felicidade,
A felicidade são breves momentos,
Ao lado de quem nos ama,
Quem se sente bem ao nosso lado...
E saber que é tarde.
Arde o coração.

Se perder no caminho

Já não mais teus beijos,
Já não mais teu abraço,
Já não mais teu cheiro,
Já não mais teu carinho,
Já não mais com você.
Você que esteve comigo,
Você que me fez sorrir,
Você que me fez sentir bem,
Você que me fez ser dois e não mais um,
Você que me fez feliz,
Não sei por que não quis,
Ser de você e você de mim.
Seria fácil assim,
De entender,
De viver,
Com você,
De pélos dourados,
Você que sabe quem é...
Não te esqueço,
Tenho seu endereço,
Mas perdi o rumo do teu coração,
E me perdi tentando aprender a viver.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Presente

Os anos só me mostram
Quão interessante é a vida,
Que viver o presente
é muito além de pensar
no passado ou futuro...
Que o tempo passa,
Intermitentemente,
E que as melhores lições de vida
aprendemos em instantes desapercebidos,
Quando estamos presos ao presente
E não nos damos conta dessa imensidão.

Apreender

Os dias que se passam,
Passam suave, agitados,
Loucos, em bonança...
Eis que passam, sempre...
E o que nós parece novo
Pode ser velho para o outro,
E assim pode ser o inverso.
O tempo, somente este tem algo para nos ensinar,
E nos fazer experimentar,
E saber quão efêmera é a vida.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Memória?

Passo,
Espaço,
Que buscar?
Caminhar sempre,
Seguir em frente,
O amanhã é muito incerto,
Uma canção,
Um aroma,
Um sabor,
Uma cor,
Um poema,
Uma memória,
Marcas de um passado,
Desbotado pelo tempo,
Pelo vento...
De que substância é feita nossa memória?

E tudo

Um lugar,
Novos hábitos,
O tempo,
O tempo,
As luas,
As estações,
O mesmo lugar,
Hábitos envelhecidos,
Toda essa construção,
Toda essa invenção,
Esse ser que é,
Que se transforma,
Velhos tempos,
O sol se põe,
E tudo desaparece pela noite,
E tudo reaparece pelo dia,
Tudo tão material,
E tudo passou.

Manhã perfeita

Uma manhã ensolarada,
O dia inteiro sem ter o que fazer por opção,
Livros, música, filmes,
A mata e a estrada que a corta,
O canto das aves,
O sol que imunda o mundo de luz,
Férias,
Um dia só seu,
Todo seu,
Que o imprevisto mal não te apareça,
Que tudo corra maravilhosa e perfeitamente bem.
Amém.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Dúvida

Algo suave como a brisa da noite,
Que nos faz sentir bem, mais alegres,
Algo realmente tênue,
Singelo como uma flor recém desabrochada,
Uma borboleta fresca,
Algo que tá para mudar,
Algo que acontece,
E nos faz ser.
Que será?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Metafisica da noite

Dezembro,
Amanhã o mês descamba para o fim,
A noite já caiu,
Aos poucos a luz do dia se vai,
A sombra da noite cai
Acendendo a lua crescente,
Minhas rosas do deserto florescem,
Piscam as luzes de natal,
O tempo vai passando,
E a gente disperso,
Perdidos no cotidiano sem se ater ao todo.
E assim vivemos sem entender o sentido da vida,
Vai ver a vida não tem sentido nenhum.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Metafísica dominical

Este universo que me constitui,
Que por inteiro me possui,
Ontem, hoje e quem sabe amanhã,
Passageiro, aventureiro,
Sigo os caminhos que são para eu trilhar,
Costumo observar as coisas,
Cada particularidade,
Cada objeto, cada canto,
Cada parte da matérias,
Que me diz a que vim aqui,
Quem sabe o propósito da vida?
Um filósofo?
Ou só aquele que vive,
Acho que só aquele que vive pode saber
O propósito de viver,
Rodar pelo mundo,
Girar em torno de uma ideia,
Ser útil, Ser bom, Ser altruísta,
Tudo passa por nossas mãos,
Tudo é nossa responsabilidade,
Ou quase tudo
Ou nada.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Segredo

Segredo,
Que? Vai me contar?
Não!?
Por quê não?
Fala!
Não?
Pensei que fosse amigo, mas não é.
Conta!
É sobre A? B? C? Y e Z?

Conta logo?
Não... Chato.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Espelho estelar

A noite,
Estrelas piscando,
O mundo girando,
O tempo passando,
Vento estelar,
Céu limpo,
Azul marinho,
Meu olhar,
Meu pensar,
Tantos olhares
Ocultos
Que poderiam se cruzar,
Mas que as estrelas não cuidam em revelar,
Oculto, oculta a noite permanece,
Ad infinutum.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Nossa senhora

Vô Sinhá, certamente se estivesse viva hoje rezaria um terço para nossa senhora da Conceição.
Acompanhei diversos anos sua fé e suas orações a Nossa senhora.
Assim como ela os pais dela e os avós dela que viveram alimentados pela fé e só através da fé conseguiram sobreviver num mundo de dificuldades materias, econômicas, sociais entre tantos adjetivos.
Sempre indo a capela de Nossa senhora da Conceição ver as missas, ouvir os sermões, batizar os filhos e netos e se despedir dos entes queridos.
Tantas coisas vividas, uma vida de tradição que já não é seguida, tudo agora se esvai.
E o que podemos fazer?
Vovó partiu, suas filhas não tem a mesma fé, nem eu sei se tenho.
Bom mas aqui uma reflexão cheia de saudades de vovó sinhá.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Cascata

Sol,
Sal,
Céu
E mar,
A brisa,
Areia,
A umidade,
A vaidade,
O horizonte,
O tempo que passa,
Assim como a brisa,
Tudo se enlaça.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Depende

Um passo,
Curto espaço,
De cada vez,
A seu tempo,
Tudo passa,
Ultrapassa,
Infinita seta
Do tempo,
Que desconhecemos,
Não compreendemos,
Uma reflexão,
Um aforismo,
Um poema,
A crítica,
A emoção,
A razão,
A conclusão,
Tudo depende.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Fazer o melhor

Como é bom viver,
Ver o amanhecer,
Sentir o entardecer,
Como é bom está vivo,
Se sentir vivo,
Cheio de vida para viver,
E o que vier
Que venha,
É bom está pronto,
Ciente das possibilidades,
São tantas,
Mas esperança,
Sempre é hora de mudança,
Sempre é um bom momento para melhorar,
Ser diferente,
E só de saber que cada instante é único...
Que venha a vida,
Que venha o amanhã...
Vou fazer o melhor para ser feliz.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Hoje

Madrugada enluarada,
Canta feliz a passarada,
As estrelas vão se apagando,
A brisa da manhã passando,
As sombras são reveladas,
Canta, canta passarada.
E acordo para mais um dia,
Mais uma chance,
Mais uma vez,
Tudo é possibilidade hoje.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Paixão

Longe dos olhos,
Longe de mim,
Tu estás tão distante,
Meu peito palpita
Se sei que posso te encontrar,
Se posso ouvir tua voz,
Não te vejo,
Não sinto seu beijo,
Estou sem desejo,
Feito um cometa
Em orbita errante,
Ah...
Enquanto não morre
Esse paixão,
Sofre coração.

domingo, 29 de novembro de 2015

Aurora jasminoide

Uma  manhã de domingo,
Como tantas outras manhãs
Ensolaradas e radiantes,
As vezes em momentos como estes,
Estamos a sós.
A gente sempre procura algo pra disfarçar a solidão,
E muitas vezes nem estamos só.
A verdade é que algo nos falta,
A verdade que essa falta angustia.
O que nos falta?
Uma paixão, uma meta, Deus...
Nesses momentos a gente pensa na vida mais intensamente.
E só, descobrimos a importância do outro em nossas vidas.
E a graça de tudo é que temos irmãos que escolhemos
Os amigos.
Tive o prazer de conhecer uma pessoa maravilhosa,
De olhar tímido e riso livre,
Doce e muito perspicaz,
Que se revela cada dia mais admirável,
Inteligente e interessante,
Um jasmim em antese,
De flores cândidas e perfumadas,
Encantadora, apaixonante,
...
Linda flor Regina,
Sois o sol de feriado numa praia paradisíaca.
Alguém que preenche uma manhã de domingo.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Luar

E uma noite dessas,
Tão clara, tão enluarada,
As estrelas mais distantes,
Se ocultam só para verem a lua reinar.

Noite bela e inundada da cor prateada,
Da luz especular
Lua prateada lunar,

João Pessoa abençoada,
Cheia de luz,
De vida,
De existência.

Lá se vai

Fim de mês,
Fim de ano,
A tarde surda,
Sem som
De gente conversando,
Criança brincando,
Pássaros cantando,
Só o silêncio do tempo,
Só o eco de memórias,
O silêncio,
Solto no ar,
O tempo em pó,
E a tarde que cai,
Tem o sol partindo pelo poente,
E a luz rasgada nos ramos das árvores,
Se vai o dia, o mês e o ano.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Esperança

O que se entende do mundo,
Se compreende de desejo,
Se compreende de paixão,
Se compreende de dor,
Se compreende de momentos,
Pessoas fortes,  pessoas fracas,
Fé...
Esperança...
Um novo amanhã raiará após a noite de hoje,
E sempre raiará,
Não podemos perder as esperanças,
Uma palavra dita nunca volta atrás,
Autoconfiança,
A vida continua a pulsar,
A existência persiste até o fim,
E no fim,
Vale a pena,
Vale a pena,
A existência é superior a inexistência.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Alívio

Cansaço
Após o limite,
Aflora o cansaço
E tudo perde o encanto,
Exceto a cama,
O travesseiro,
O colchão...
Após a batalha,
Resta o suor e o sono,
Após a leitura de uma longa obra,
Vem a saudade,
Após vencida a batalha,
O alívio...

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Corrente abstrata

Um sol,
Sob um sol,
Uma manhã,
Uma tarde,
Meio dia,
O dia,
Algo encantador,
Algo desolador,
Borboletas bailando no ar,
Voam leves,
Bailarinas encantando o vento,
Fugindo do tempo,
Riacho escorrendo,
O brilho transparente,
Puro castanho da areia,
Teia de aranha,
Flor de marmeleiro,
Perfume de mufumbo,
Algo faz sentido a alguém,
Ou é pura abstração.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Limites

Limites,
Além de onde consigo ver,
Além de onde possa ouvir,
Além de onde possa cheirar,
Além da percepção,
O amanhecer, o entardecer, o anoitecer,
Ciclicamente se repetem,
E nós, nos perdemos,
Se não conectamos e não percebemos
As relações. Tudo é tudo e nada é nada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Paixão ao inverso

Que em mim me implode?
Que em mim me explode?
Emoção,
Paixão,
Ciúmes,
Medo,
Dor,
Fraqueza,
Dúvidas,
Incertezas,
Tudo isso num coração cheio de paixão.
Quem não sofre desse mal?

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh