terça-feira, 25 de setembro de 2012

Universo















O universo cabe em meu verso.
Pobre verso quem sabe infinito.
As vezes bonito e sem vida.
As vezes feio, mas cheio de vida.
O universo azul, azul marinho
é tão belo.
De noite estrelado,
de dia apagado.
A luz do sol tudo revela,
as flores, as cores e as formas.
A luz do sol é energia e é vida.
O mar azul, o céu azul.
Ah, ponho o universo em meus versos.
Versos tênues como semente germinando,
pus tanta coisas nos meus verso.
Tentei dar vida, mas não pude dar vida,
cabe a ti somente a ti doar-lhes ar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Tarde harmoniosa


Quando chega o fim da tarde,
depois do dia perder força,
depois daquela chuvinha.
Como é bom caminhar
ou não fazer nada.
Ouvir Schumann ou o sabiá cantar.
Sentimos a vida tão leve, sem nenhum pesar,
tão agradável.
E se saio para caminhar
sinto os aromas,
vejo as formas molhadas.
E a tarde preguiçosa
mergulha na sombra da noite
e a alma dorme calma.

http://www.youtube.com/watch?v=4fR17bJl2ow

domingo, 23 de setembro de 2012

Nascimento

http://www.youtube.com/watch?v=KRbfFQPaHs4


VENTO NORDESTE - 1979




Nasci numa noite enluarada de verão que de certo o vento nordeste ventava. Era uma noite de quinta feira. Não sei por onde papai estava,
mas mamãe me paria na maternidade "Dr." Manuel Vilaça.  
Às oito horas da noite 1 de novembro de 1979 pela primeira vez vi a luz
do quarto, só  no dia seguinte vi a luz solar.
logo fui amamentado e dormi muito.
Voltei à casa onde fui gerado e já não era mais parte do corpo de minha minha mãe que doou todo o seu amor a mim.
Fui festejado e visitado por todos entes amados.
Riram de felicidade por minha vida a existência.
Era apenas mais um ser sem compreender o mundo em minha volta.
Era apenas uma expressão da vida se desenvolvendo sem nada compreender aos cuidados de meus pais.
Apenas me alimentava e dormia sem nada compreender.
Muito tempo se passou e a casa que me abrigou, abrigou muitos outros e hoje não existe mais, virou pó e as memórias se apagam lentamente.
Partimos muito cedo dali, para o lugar onde cresci e aprendi a apreender o mundo.
Sai do Sítio de fora para Serrinha do Canto... 
Onde cresci sob o amor paterno, mas cresci como cresce uma erva no meio do campo.
Cresci rodeado pela natureza viva, plantas e animais...
Ali, aprendi a sentir, viver e ser do mundo.
Aquele mundo de apenas duas estações a de chuva e a de inverno.
Mundo onde a mais harmoniosa melodia era a das aves que eram quem muitas vezes encantava nas casas entisnadas pela queima da madeira para cozinhar o feijão, o arroz e o toucinho.
Aprendi sobre a vida com a vida.
A natureza aquilo que mais me encantava, aquilo de mais moderno que existia e nós não sabíamos. 
Fui sempre pragmático, aprendi fazendo. Aprendi ajudando minha mãe e meu pai com as lidas da casa.
Ajudei no plantio e na colheita,  na criação dos bichos.
Aprendi a respeitar  os idosos e professores.
Aprendi a me virar e a viver naquele lugar.
Tinha muitos amigos com quem vivi e compartilhei uma vida semelhante.
Eles estavam lá, com suas grandes famílias e dificuldades, mas todos cuidavam de todos. Eramos uma grande família.

Não me lembro a noite que nasci.
Sei que era verão e que o céu estava plenilúnio.
Que a poeira tingia de vermelho os caminhos e os pés dos burros e pedestres.
Nasci só, mas cresci entre muitos
num lugar tão pequeno, mas tão grande para um ser crescer.
Este lugar pequeno que tanto foi habitado aos poucos desaparece.
O vento leva aos poucos as vistas e as almas.
E a terra consumiu e consome aos corpos e as almas.
Hoje  os adultos de minha infância dormem lado a lado.
Já são tantos os que partiram
que parece que estou longe na viagem de minha vida.
Meus avós e alguns tios que sentiram-se feliz quando  nasci já
partiram também ou e apenas dormem à sombra da eternidade.
Dormem com suas histórias que nunca mais serão contadas por falta de memórias.
As histórias desaparecem com seus protagonistas.
E o que faço com minha história que nem sei contar?
Nasci e desde que nasci não paro de caminhar, já passei por tantos lugares, conheci tantas belezas, mesmo assim não paro de
trilhar esta jornada que é a vida...

sábado, 22 de setembro de 2012

Primavera 2012

Flores em antese,
desabrochando com frescura,
beleza e elegância.
E as flores vão se revelando
perfumadas ou coloridas
todas enfeitam a vida.
Flor de jitirana, angico,
crotalária, ingá e ipê.
É primavera.
A primavera chegou ontem
e trouxe consigo
a chuva pra refrescar
as plantas
para desabrochar as flores.
A flores de ontem são plantas de hoje
e as flores de hoje
quem sabe serão plantas amanhã.
É primavera...

Solidão


Quando estou só, penso na solidão
e me acostumo com essa imensidão.
Ver o meu quarto vazio
da nada ouvir, além de minha respiração
ou o inoportuno mosquito tarde da noite.
E o sono que deveria ser meu companheiro
atrasa, parece que não vai chegar.
Quando amanhece a solidão ainda está ali
como todas as coisas que esta trás,
livros sobre a cama, migalhas no chão,
xícara na pia...
Usa a vassoura para varrer a solidão
ou a poeira do quarto.
Ontem a noite choveu e hoje está fresquinho bom para passear,
mas não te esqueças do maldito, bendito trabalho...
Estuda,  estuda se quer ser alguém no amanhã.
E ainda tenho que resistir a solidão.

A solidão é triste.
A solidão é má.

Ela teima em me perseguir,
na graduação me sentia só,
mas vivia numa caravela grande,
que caravela era a residência universitária,
mas lá havia gente pra compartilhar as coisas.

Bem, passou-se pós-graduação
e a solidão continua comigo.
Quero te queimar,
torná-la cinza,
mas sedes mais forte solidão.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Noite de chuva

A noite chegou, nas ruas vazias as luzes do poste alumiam o nada.
A chuva veio com a noite e trouxe raios e trovões.
Os pingos da chuva, o calor dentro de casa...
Fazem me lembrar Campinas.
Da minha casa um barulho irritante não para
de manhã a tarde ou a noite
são as maquinas nos malditos ar condicionados do shopping.
Ao menos tem o barulho da chuva...
E a noite como companheiras.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ando tão solitário. Vivo imbuído em meus pensamentos. Parece que vivo só no mundo.
Eu acordo e já neste ato me preocupo com o que hei de fazer para sustentar o amanhã.
Eu acordo, mal desperto meu cérebro se põe a pensar e a ler e a ouvir que passa no mundo ou o que nele aconteceu.
E esta sede de busca se estende dia adentro.
E consumo os fatos e as palavras que o codificam na crença que eles me darão um norte.
E todo o meu presente é canalizado nisto.
Que me importa o que acontece ao meu lado?
Mal tenho tempo para caminhar e respirar e ver o por do sol...
Meu Deus me sinto tão só.
O lago Paranoá que acaba ou começa perto de minha casa, me distrai. Nele posso ver e sentir o aroma de doces Ipomoea alba, ver as  margens ocupadas por lixo, ver os carros passarem e se engarrafarem na pista enquanto caminho.
Caminho ao lado do lago.
E vejo gente que não fala ou que ignora...
Ah, como me esforço para perder os quilos que se acumularam e que se teimam em permanecer em mim...
Mas ao menos me deixa feliz as Ipomoeas, a tesourinha a voar...
E tem as capivaras que passam nadando, ou que me ignoram, nem tem medo de mim. Outro dia um transeunte que parado olhava elas passarem disse que são nove...
Eu vejo os casais, vejo tanta coisa... vejo as plantas que florescem.
Ontem mesmo que como o sol partiu lindo.
Partiu lindo e só.
Volto pra casa. Com quem hei de conversar?
Com o computador ou o celular?
Essa vida líquida...
Tudo está tão próximo e tão distante.
Tenho sentido falta de Campinas.
Saudades da Dani e do Zé e da nossa casa e da Tereza...
Este tempo corrido... esta vida corrida e líquida.

Espera

Quem nunca desiludiu da vida?
A espera de um grande amor.
A espera de uma grande oportunidade.
A espera do grande dia.
A espera de boa saúde.
A espera de algo que nunca veio.

Quem nunca sorriu na vida?
Com o passo tropego de um bêbado.
Com o riso desdentado e alegre.
Com o encontro de uma onça no bolso.

Quem nunca sentiu a dor sentir o coração partido?
Com o fim de um grande amor.
A partida de um ente querido.

Quem nunca sentiu sem motivos para viver?
E não buscou a religião ou o psicanalista ou até mesmo a morte.

Somos demasiadamente humanos
para não sentirmos tantas coisas.

Há pessoas que intensificam suas emoções
e sofrem e amam e se apaixonam e se sentem mais que os outros...
Há tanta gente,
e essas pessoas todas pensam
e essas pessoas sentem,
se expressam e vivem...
São tantas que às vezes nos sentimos inúteis...

Toma sua vida e segue,
porque o maior mal do mundo
é se preocupar com os outros...

Reflete sobre a vida
espero que sinta amor por ela,
pois é tudo que possuímos
e o resto não passa de algo emprestado.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A dimensão do viver

Já andei por lugares onde nunca imaginei andar.
Mas nem sempre encontrei nestes lugares algo que pudesse levar dentro de mim.
Em cada lugar que vou, descubro um pouco do que sou sou e me sinto diferente porque estou sempre descobrindo algo diferente do mundo, algo diferente em mim. A vida é um conjunto de sedimentos de tempos e situações.
As sensações são diferentes a cada instante e as lembranças antigas nos norteiam.
Levo tudo dentro de mim. Se busco beleza, encontro beleza e se busco desgraça encontro-a.
O mundo maior está no nosso interior. O mundo exterior só revela um pouquinho de nós...
Para descobrir este mundo só nos resta viver.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O garoto

Um pequeno garoto sempre caminhava no campo próximo a sua casa. O campo era de terra cansada, mato ralo. A casa era uma casa velha de tijolos a amostra, não rebocada. Sozinho a garoto se divertia com flores, calangos, aves e rochas que achava interessante. Não sabia nomear todas essas coisas, mas gostava delas mesmo assim. Gostava das flores por sua beleza e seu perfume. Gostava dos calangos porque se moviam com agilidade entre paus e pedras, também eram belos. Gostava das flores porque elas eram coloridas e tinham um canto lindo. Gostada das rochas por sua diversidade de formas e porque brilhavam.
Este garoto que sempre caminhava no entorno de sua casa. Aprendeu a conhecer o mundo. Aprendeu que aprender se inicia de pequenas coisas. Antes de tudo ele aprendeu a observar e observando, percebeu qual diversas eram as coisas. Ele sabia que existiam coisas, mas não sabia como chamar as coisas. Só sabia o que seus pais lhes davam significado. Pedra, plantas, flores, calango, pássaros e rochas era tudo que sabia. Quando aparecia alguém em sua casa ele gostava de ouvir o que os visitantes falavam. Estes falavam do que acontecia fora do mundo do pequeno garoto. Ele tentava entender, mas não consegui, pois não conhecia o significado das palavras, seu vocabulário era pequeno... Então certo dia para não se sentir só. O garoto começou a falar com as flores, os calangos, as aves e as rochas. Seus pais começaram a se preocupar porque o garoto criara   palavras próprias para falar com seus objetos...E o garoto foi para a escola e seu mundo se ampliou  quando aprendeu a ler e substantivar as coisas. O garoto compreendeu que haviam pessoas que criavam linguagem própria para viver no seu mundo. E esta intuição o deixou feliz.

Angústia

Não estamos livres da angústia.
A angústia muitas vezes nos toma por  inteiro e nos faz sentir frágeis. A angústia trás a tona nossas fraquezas e medos.
Não sabemos porque nos sentimos angustiados ou o que nos causa este sentimento. Creio que ele vive dentro em  nós como um vírus e se expressa quando estamos fracos.
Na presença da angústia nada nos apetece.
Mesmo sabendo da fragilidade e brevidade da vida.
Ainda assim somos acometidos por tais sentimentos.
E o que nos traria a felicidade e espantaria angústia?
Talvez o amor daqueles que amamos e num sentimento mútuo de dedicação nos trás sentido a vida.
O amor pode nos livrar destas coisas. Só o amor.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Tempo

Somos obra de nosso tempo.
Não temos consciência, nem nos ligamos que fazemos parte deste tempo o qual passa dia-a-dia e nos faz esquecer de sua continuidade, faz-nos esquecer de nossa finitude.
Ontem já não nos pertence, passou e muitas vezes nem percebemos pois estamos planejando o amanhã.
Não nos damos conta que ao consumir o tempo, estamos sendo consumido pelo mesmo.
E tudo que fazemos tem reflexo na matéria ou no espírito. No entanto o tempo continua intacto.
Gerações passaram e passarão. Não restará nada além de histórias, memórias e matéria. Isto é aos importantes. Porque na maior parte do tempo, passamos ocultos na vida, vivendo para nós mesmos.
No tempo está a raiz de tudo e de nada...
Tempo passará, fria e calmamente pondo cabelos brancos nos homens,
levando vidas e criando vidas, mais nada.

domingo, 16 de setembro de 2012

Sertão

O sertão arde em calor neste verão.
Este ano de 2012 quase não choveu. 
O mato quase não enramou,
E está pior porque é época de eleição.

Quantos heróis resistentes não há no sertão?
Quantas lágrimas de dor já não foram derramadas
Ao verem seus animais, únicos recursos, famintos sem ter o que comer.

O sertanejo depende da fé para continuar no sertão,
A fé é o suporte às dificuldades.
Sertanejo sou,
Apesar das dificuldades, nem tudo é dor.

Embora seja sequidão cá. 
Quando chove a chuva,
Que a terra é molhada,
Quando fica encharcada
Das varas secas gemas arrebentam
Verdes, verdes peludas,
Tingindo o cinza de verde nítido,

No chão molhado,
Além do roçado,
Sementes explodem em vida...
Tingindo a terra com a babuge verde,

A babugem cobre os campos, vales e serrotes. 

Catingueiras nuas se cobrem de folhas aromáticas.

Tanajuras voam ao céu perdidas, 

Cantam as aves mais alegres,
Os sapos  magros vão para a água fornicar,
 saem da hibernação a forragear e os riachos voltam a correr.
A vida parece surgir do nada...

Quem foi criança e cresceu no sertão certamente tem na memória essas imagens vivas na alma.
Quem que lá viveu que não teve um cão como melhor amigo e teve vizinhos passivos e animais para cuidar. Quem nunca saiu para pescar, caçar ou tomar banho nos riachos e açudes.

Quem não lembra dos cheiros de doces aromas
Das espécies nativas,
Flores pequenas das mimosas, mufumbos, catingueiras, dos muçambés, bamburrais, das cajaranas maduras, dos currais.

O sertão apesar de maltratar tem muita coisa a louvar.
A vida pode ser sofrida, mas é sossegada...
Ah, o sertão... o sertão dos sabias, dos concrizes, golinhas, azulões...

O calor do sertão, a cinza do sertão maltratam, mas a vida do sertão, a morte no sertão.
Só quem nasce lá qualquer custo carrega consigo na alma estas memórias.

E o sertanejo que foge de lá todas as vezes que ouve os sons do sertão chora internamente
porque sua alma lá foi gerada.
Nunca esquece... nunca mais aqui ou no Japão.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Questões

Hoje quando acordei, abri a janela, como sempre faço, permitindo que a brisa entrasse e ainda para poder ver ver o céu e lá nos fundos. Uma lufada atravessou a janela e me encheu de nostalgia. Pensei comigo: o que estou fazendo de minha vida? Qual o meu propósito? Dei-me conta de que estou sem propósito e isto me deixou mais triste.
Olhei através da janela e o céu estava cinzento, translúcido como meus pensamentos, nem vi o eucalipto.
Li as manchetes dos principais jornais, uma ou outra coluna. Tudo me pareceu tão insípido, incolor...Ou seria meus sentidos que não reagiam aos estímulos.
Eu me senti inútil como o cão deitado na palha seca.
O que eu fiz ou deixei de fazer? O que eu sou?
Sequer encontrei respostas para as duas perguntas anteriores... Pensei em ser tanta coisa, mas não sou coisa alguma. Este foi ou é o pior sentimento que já  me acometeu...
Para fugir destas ideias, fiz um chá, sempre funciona, mas não adiantou...
"Estou me sentindo um inútil"
Ah, por que estes pensamentos existem e por que quando encrostam em nossa mente fica lá nos incomodando...  
Bem, não consegui me livrar desta sensação ainda...
Temos que nos reter aos estímulos externos para fugirmos de nossas piores sensações.
Bom com calor, sinto-me incomodado...
O incomodo gerá essas ideias...
Ah, mas essa brisa veio só desequilibrar minha homeostasia ou talvez, se tivesse permanecido na minha cama como pedia meu corpo nem tivesse pensado essas coisas...
Acho que é o fim da estação.
Sabe lá... ficam as questões.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

As curvas

As curvas que desaparecem de nossas vistas o que nos contam?
Ainda ontem corria como menino na ilusão que a vida tudo podia me dar.
Ia dormir a noite feliz com a possibilidade de ter um novo brinquedo,
na ilusão de não ter o que fazer e ficar sem ter o que fazer o tempo todo,
apenas divagando em meus pensamentos.
Como eram ricos os meus pensamentos de criança,
tão criativo quanto um escritor inglês,
mas com nordeste como cenário.
No inverno quando tudo era verde e florido cheirava ou rasgava flores sem
nada entender daquelas estruturas. Ah, beleza das flores sempre foi real e me encantou.
Corria para o mato, caçava, corria para as goiabeiras e degustava da vermelha doce goiaba.
No verão adorava o cheiro doce da flor do caju, seus frutos...
Sem contar como eram boas as festas juninas, soltar traque... Ano que vem vai ser melhor
vou ter dinheiro para comprar mais que João de Daleia.
E no fim do ano, catava castanhas pra ter o trocado da festa.
Ano que vem vou ter mais dinheiro que é para comprar um brinquedo bem bom...
Os anos se passaram e as coisas ganharam nomes e os nomes revelaram a realidade da vida.

As curvas se revelaram, ficaram para trás.
Hoje vejo tudo tão real e tudo é tão sem gosto...
Os padres e médicos morrem e são gente.
Milagres, se existem nunca me aconteceu.
As curvas só falam a quem busca algo...
ou são apenas curvas de um círculo.

Vento e tempo

Passo meu tempo útil,
fazendo coisas inúteis.
Lendo o que não preciso,
pesquisando o que não me serve.
Eita tempo pra que me serves?
Viver, viver...
Viver bem ou mal, será se depende de nós?
Chova ou faça calor,
não sei como somos felizes.
E o tempo passa
como o vento.

Aurora

Acordo preguiçoso, levanto, tomo um chá.
Ainda não acordei, leio colunas, rio muito.
Algumas coisas me fazem matutar,
mas tudo passa logo. Enquanto isso
ouço o notícias no rádio...
Já me acostumei as novas quatro paredes brancas,
mas ainda sinto falta das antigas.
Minha janela agora é enorme,
mas não tem um jardim,
uma acácia e uma magnólia como
antigamente.
Tenho só paredes de um shoping
e alguns eucaliptos ao sudoeste.
Agora vejo grades...
Que isso importa, paredes brancas,
claras como minhas ideias,
vazias e frias.
Às vezes me sinto feliz.
E assim acordo novamente.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Caminhos do passado

Ah, o que nos parece velho.
O que é velho aos nossos olhos será mesmo velho?
Nossa vida é tão curta, breve...
Os dias se sucedem sem que percebamos,
simplesmente nos acostumamos com tudo.
E quando nos acostumamos as coisas vão se desbotando,
e ficam parecendo velhas.
O velho caminho por onde passei,
por onde aprendi a andar,
onde reconheço cada buraco, curvas e pedras,
para mim, parece velho, mas será?
A minha interlocução sim.
Embora perceba isto,
não creio que o é.
A vista do outro pode ser novo.

O velho caminho onde caminhava
para buscar a água de beber ou as vacas,
hoje, já não existe mais,
nem é novo ou velho...

Revelo que existiu,
mas a quem interessará
uma velha rota de jegues,
vacas e homens...

Tudo isso agora é passado quase apagado,
restam algumas lembranças...

Cada um tem um caminho que acha velho.
Qual é o seu?

Vento

Nestes dias quentes como é gostoso quando o vento sopra
e leva o calor para longe.
Como é bom ter um jardim para poder banhar.
E ter a ilusão de que o calor se foi.
Às vezes queríamos que nossos problemas fossem
como o calor fácil de resolver...
Mas não são, pelo menos é o que achamos.
Nestes dias quentes nema as ilusões são leves.
Enquanto isso a vida passa.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Saudades

Ah o tempo vai nos afastando dos velhos costumes e trazendo-nos novos.
Agora nesta estação as árvores perderam as folhas e os ipês estão florindo.
O tempo torna distante minhas lembranças, minhas maravilhosas lembranças
das praças arborizadas de Barão. Saudades doces de Barão Geraldo,
da Unicamp, do IB, do Departamento de Botânica...
Saudades do velho Tama, dos Joazoinhos Semir e Galvão.
Saudades da Sandra Caramello, da Ana Tozzi.
Saudades do João Aranha, do Padre, da Rose, do Marcelinho, da Suzana, da Maiara, da Emília, da Dani, do Zé Bola, do Tomate, da Aline...
Saudades desse povo, saudades de Campinas...
Saudades do tempo cinza.
Saudades das coisas boas que passaram por minha vida.
Coisas boas como o cheiro do Jasmim, das Murraias, da Mangólia.
Saudades de namorar minha Ana em Campinas.
Sair da Unicamp passar na sapore e comer aquela pizza.
Saudades de minha bicicleta azul, linda xabrobike.
Depois de sair da Unicamp, ir para casa, pegar as coisas e sair para passear.
Pedalando pelas ruas Felizberto Brolezze, Luiz Vicentin, passar pela igreja Santa Izabel o super barão que hoje é hiper, Cruzar a avenida santa Isabel,
e pegar a praça dos cocos, depois malhar um pouco a sombra dos Ficus.
Sair pedalando pela rua José Fernandes pegar poeira, ver a Bhoemeria depois do objetivo. Pedalar toda José Ferndandes, e indo olhando as plantas e catalogando...
Saudades de minhas Dichorizandras...
Depois de descer subir pela santa Isabel e chegar em casa.
Comer qualquer coisa, ligar o ventilador e ler.

Saudades, saudades das coisas mais simples mas que me faziam feliz.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Nova noite

A noite chega calma.
O céu azul se enrubresce
e depois de tinge de azul marinho.
Suave as estrelas surge.
As cores se apagam,
e apagam consigo as formas
e o que era próximo
torna-se distante.
A noite torna as flores brancas e perfumadas
que doce a Ipomoea alba e o Inga vera.
Quando finda a tarde,
desço lá pras bandas do lago,
vou caminhar a beira da água.
Olho para o céu e vejo aves voando,
as vezes dou sorte de ver as capivaras.
O vento sopra de onde o sol nasceu,
E vejo tudo isso,
e sou alegre como as ondinhas do lago
e me sinto feliz por existir.
Amanhã será outro dia.
Novas colunas, crônicas,
novos desafios
e uma nova noite.

Passageiro

Passageiro,
Acordo, saio do mundo dos sonhos, subjetivo e volto ao mundo real.
Mais um dia, mais uma batalha.
Cedo penso viajar o mundo sem sair de casa.
Analiso rapidamente nas manchetes e creio saber sobre o que aconteceu no mundo ontem.
Sei que é um ledo engano, mas ao menos não sou totalmente aleio ao todo.
O terá acontecido com meus pais lá no nordeste ontem, ou com os meus amigos pelo dentro e fora do Brasil.
Meu mundo ultimamente parece tão pequeno, nunca tive tanta certeza.
Nunca me senti tão pequeno e alheio ao mundo.
Vivo no meu mundinho e tento construí-lo cada vez mais forte e assim, quiçá eu posso conversar com outras pessoas e seus mundinhos.
O mundo anda tão veloz em sabedoria.
Outro dia fiquei espantado quando um garoto, ao usar um objeto para caminhar usou o substantivo "simulador de caminhada" que fiquei rente com o chão.
Não estou perdendo muito rápido este mundo, como me apropriar de algo que não conheço...
Apesar de tanto tentar me informar, sinto-me mais e mais ignorante.
Ler os clássicos será minha salvação...
Mas pra que tudo isso se sou só um passageiro?
Amanhã nada que é meu me pertencerá...
A vida é visceral, mas vale ser vivida que jamais ter existido...
Sejamos então esse passageiro.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Loucura

Vejo o dia e a noite nascerem.
Vivo cada momento entre estes momentos.
Gosto de vivê-los?
Talvez seja apenas mania da idade ou seria vaidade?
Há aqueles que preferem ao sono.
Há quem prefira tanta coisa,
mas minha maneira orgânica de ser é assim
as vezes irritante para quem não o é.
Sei lá, acho que todos são loucos,
acho que os loucos acham que sou louco
quase isso ou nada.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Distante

O tempo,
os fatos acontecem
a todo instante
e em todos os lugares.

Só sei daquilo que acontece a minha frente,
embora possa saber sobre o que acontece
em outros lugares...

O que é externo a mim
muitas vezes me espanta.

domingo, 2 de setembro de 2012

Solidão

É noite,
A noite é silenciosa.
Estrelas e a lua brilham no céu.
O clima seco,
árvores nuas.
Ruas esfriam lentamente,
liberam o calor do longo dia.
Há pessoas felizes
e pessoas tristes.
Estes sentimentos
afloram com a noite...
Nos confundimos
com as palavras e a solidão.
Grilos cantam...
A noite passa,
seca.
É noite no meu coração.
É noite e sinto solidão...

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Pessoas pensantes

O sol nu no céu azul,
despede-se do dia,
logo a lua nascerá
e sua luz caminhará
no lago.
Estrelas apagadas,
a luz dos postes
refletidas no lago
torna-no tão belo.

No céu aviões
passam,
e os  carros
que se acumulam nas pistas
e roncam...
Pessoas impacientes.
O sol se foi
a lua veio
e os casais namoram
a luz da lua...
Ruas vazias,
casais em casa
vivendo suas vidas
em silêncio
algumas pessoas caminham.
Em que pensarão?
Na lua?
No sol que se foi?
Quem sabe...

Sexta, sesta



Sexta-feira, a semana demorou uma eternidade, mas hoje que é sexta até parece que a semana voou.
Sexta-feira tem algo de especial, faz-nos sentir mais leves. Ah, hoje podemos fazer um capricho a mais conosco. Chegar em casa mais cedo se alguém nos espera ou mais tarde. Podemos relaxar e comer aquela pizza tão condenada durante a semana.
Na época de faculdade aproveitava as tardes de sexta para ir a biblioteca ler algo que gostava e ficava lá namorando os livros, escolhia um e ia para a sala de estudantes com ar condicionado, às  vezes não lia nada, mas ficava ali na companhia daquela obra, só a sua presença, sua existência já me deixavam feliz. Naquela época não tinha internet tão acessível. Não tinha como bater papo com os amigos da net, a vida era mais real.
Então ia para o Biociência e ficava de papo com os colegas ou voltava para casa e como morei em residência universitária o que não faltava era gente para papear. Meus queridos amigos que hoje estão tão longe, papeio com alguns via tim.
O tempo passou, as coisas mudaram, mas a sensação boa de que hoje é sexta continua a mesma. 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Quando o tempo se arrasta


Sabemos que não temos tempo para ter tédio. Mas de que isso nos adianta. Se temos uma tarde inteira para fazer algo que não estamos com a mínima vontade e tempos o poder de decidir se fazemos ou não ou somos forçados a fazer.
Ah, quando a coisa anda sem graça que desgraça que fica o tempo que se arrasta feito lesma.
Que tarde. Não me concentro. Ouço o eco das palavras usadas por pessoas sei lá.
Ou ouço o som de máquinas...
E a tarde se arrasta lenta.

O mundo em minha frente

O mundo todo em minha frente.
O mundo todo em  minha mente.
O terceiro mundo.
O mundo abstrato.
O mundo que representa fato.
Eu sou apenas um pouco do virtual
e do material.
Preciso de um itinerário.
Pois todos os mundos são tão grandes
e minha mente tão sutil
e curta.
Preciso estender minha mente,
minha vida através das palavras
e mostrar aos outros
todo o meu mundo em minha frente.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Lua

Olho para a lua
que reflete boas memórias.

A lua é tão bela e singela.
Quantos romances a lua não pastorou.

Quantos olhares não absorveu.

A lua está sempre lá
e nós faz viva boas memórias.

Quanto não nos esquecemos da lua nesta vida
competitiva?

Ah, lua tenho saudades dos bons momentos,

Agora estou aqui só eu e tu.

Lua via lua,

que bom que estais cheia
e me enche de saudosismo.
Eterna lua.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Oração

Quando o dia nasce, renova a esperança.
Quando o sol aparece e o escuro da noite
cedo parte, inicia um novo dia.
Todos os dias são peculiares,
no entanto, nos que nos acostumamos
fácil com os acontecimentos e fatos,
tudo parece tão semelhante.

Cada momento é único,
temos que faze-lo especial.
Façamos de nossos dias
as melhores cosias de nossas vidas,
mesmo que pareça difícil.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Acumulada

A noite fria e escura
deixa o vento escorrer
pelas ruas, nuas.

As luzes rutilam
longe.
Luzes frias
na noite vazia.

É segunda-feira
e os jornais estão
recheados de notícias
acumuladas.

É noite de segunda-feira
e o corpo acumula cansaço.

domingo, 26 de agosto de 2012

Domingo

E o dia se parte longo.

Ah, o domingo. O domingo nos deixa mais preguiçosos.
Dormimos até mais tarde, acordamos e ficamos na cama, lendo um bom livro só
ou melhor ainda namorado. Temos que nos contentar com os livros quando estamos
distantes de nossos amores.
Então levantamos e tomamos um café almoço
e almoçamos um almoço janta.
E a tarde vai se enterrando lentamente.

Poxa! que  bacana morar em Brasília, pois podemos aproveitar para caminhar e fazer o que gosta
ao ar livro. São tão grandes os espaços. E os domingos tão claros.

Vamos caminhar no eixão e terminar a caminhada ao lado do lago.
E ver o sol se por no mais lindo horizonte sob um belo crepúsculo.
Aviões no céu, pessoas andando de skate ou patins ou bicicleta ou só caminhando.

Que delícia!

Eco

O eco do mundo soa na minha janela.
Cortinas abertas.
Que acontece lá fora é coisa do mundo,
mas o  que acontece cá dentro
é faz parte do meu cosmo.

Vou ficar quito.
Porque o tempo não para...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O silêncio instrutivo dos livros

A noite fria e solitária me aguarda.
Volto para casa e o que me anima?
Ainda bem que não tenho televisão.
Os livros silenciosamente contam-me
histórias da vida humana.
Calado em minha sala em que nada acontece.
Estou só. A luz branca que os ingleses não
gostam clareiam meu pequeno recinto.

Poesia, romance, filosofia sobre tanta coisa
me fala Borges.
Sobre tanta coisa da vida.

Só o silêncio frio de minhas paredes brancas
falam-se sobre isso.

A minha janela dá para o nada.

Amanhã é sábado.

Quem sabe não surge alguma boa ideia e eu  poderei
escrever em meus cadernos
sem graça...

Neste momento quantas pessoas pensam igual a mim
ou queria está sentindo o que sinto.
Neste recinto...
Silêncio.

Tarde de sexta-feira

A tarde se vai serena, suave e pequena.
A tarde se entrega a noite, vermelha feito rosto pudico de uma virgem.
E quando a tarde se vai
e quando a tarde se entrega a noite.
Sopra o vento frio,
sopra o vento frio.
O céu está tão azul.
O céu parece nu.
Nuvens passam movidas pelo vento...
Nuvens passam arredias
suaves e vazias.

Ah,
A tarde...
A tarde de sexta-feira.

A tarde fria de sexta-feira,
faz-me reviver,
faz-me agora sofrer.

Mas é tarde de sexta-feira.
Quem dera aquela maravilhosa pizza.

O tempo passou
e me levou para longe
de tudo que eu gostava,
de tudo que amava.

Restou esperança e solidão.

Organizar

Por que organizamos as coisas neste mundo desordenado?
Não são todos, mas muitos de nós temos a mania de deixar tudo organizadinho em seu devido lugar. Tudo o mais simétrico possível.
Mas organizamos pelo prazer de organizar ou pelo prazer de desorganizar?
Organizamos para resgatar o que buscamos no devido instante.
Não consigo responder sem questionar.
Acho que organizamos porque aprendemos com nossos antecessores.

Sabe-se lá.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Tempo, relações e suas ferramentas

Apesar de ter nascido no mundo contemporâneo. Cresci num mundo onde as informações se davam através das conversas corriqueiras, quando mais distantes através do rádio e através da televisão das coisas muito distantes que nunca iriam afetar no meu cotidiano. Não faz muito tempo na minha escala de vida, onde as coisas eram bem mais simples. Quando não existiam tantas ferramentas tão maravilhosas como o celular e o computador. Sei que ambos são apenas canais de informações. Sei que estes canais já estão ultrapassadas. Pois os celulares que não são apenas celulares e sim verdadeiros computadores e os computadores viraram Ipad e genéricos, onde podemos acessar qualquer tipo de informação, inclusive o que está acontecendo com um conhecido em Deli. Reafirmo com convicção "qualquer informação", até mesmo, hipoteticamente falando, que roupa uma amiga minha que mora em outra cidade está vestido. No entanto, nós pobres seres humanos não sabemos como lidar com essas informações. Certamente estas informações afetam nas relações entre as pessoas.
A internet e suas ferramentas como as redes sociais quebrou a barreira da distância física existente entre as pessoas. As possibilidades de relacionamento entre as pessoas são infinitas. Estas possibilidades tornam as relações muito líquidas termo finamente cunhado por Zygmut Bauman, um famoso sociólogo polonês.
Através da internet podemos conhecer pessoas de qualquer idade, cor, sexo ou classe social. Poderia elencar muitas outras categorias. Na internet podemos sermos o que quisermos, pois ali somos um avatar.
Na internet como disse somos avatares e como estes personagens somos tudo que quisermos, sem falha. Podemos nos vestir de uma ferradura e partimos para o mundo seguros. Qualquer coisa que acontecer basta desligar da tomada e o problema está resolvido.
No entanto, somos pessoas reais e sabemos que estamos mexendo com o sentimento alheio. Há aquelas pessoas que se preocupam com os sentimentos alheios e aquelas que não se preocupam.
Na verdade parece um jogo em que o mais forte ganha. E a internet é uma ferramenta que é usada para estas coisas.
A pessoa está no seu relacionamento real, orgânico numa boa. Se algo dar errado um dia, a pessoa já olha de lado, se segue mais vezes. A pessoa perde o interesse. Sim basta ligar a internet ir lá e selecionar uma pessoa que não tem este defeito e pronto. Acaba o relacionamento e começa outro.
Antigamente, a prática da separação era coisa de atores e atrizes. Hoje não. Não sei se esta assertiva é coisa do meu mundinho.
Hoje, vejo pessoas se separando por qualquer motivo. E estão se casando  mais vezes, como se cada casamento entrasse no currículo, mais um sobrenome.
Tudo parece tão simples. Seria simples se não envolvesse sentimentos, angustias profundas.
Sim, cada vez mais vejo que as relações são mais líquidas e vejo as pessoas angustiadas, muito mais angustiadas que antes. São tantas dúvidas. 
Na verdade ainda estamos aprendendo a lidar com isso. Talvez já hajam pessoas que lidam muito bem com isso.
Eu não, ainda não. Sinto muita angustia quando tenho uma grande dúvida.
As relações são complexas e tendem a maior complexidade sempre.
Antes de qualquer coisa, na dúvida é preciso se conhecer primeiro para poder ter certeza que tudo não vai se tornar líquido. É preciso está convicto para o reatamento ou para o novo. 





quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Brasília

O tempo.
Como o tempo está seco
e como o vento está frio.
Este clima louco do planalto
com dias, assim como as noites
claros e limpos.
Bordados por lindos crepúsculos.
Brasília linda capital,
doce distrito federal.
Que teus filhos sejam sempre felizes.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Deleite

Mal acordo, antes mesmo de tomar o café, tenho fome de fatos. Tenho sede de palavras. Acordo e reviro-me no colchão buscando alguma ideia, alentar meus medos e minhas dúvidas. Penso que hei de fazer hoje para meu dia ser melhor. Sempre ouço minha consciência falar tem que publicar...
Então abro o leptope e me ponho a ler as manchetes. Assim como um garimpeiro busca uma pepita, ou algo de valioso que lhes dê o que comer por alguns dias ou mesmo por aquele dia. Como um mendigo que busca um fiasco de alegria, uma moeda. Eu busco aquela alegria instantânea, mesmo que curta. É o meu garimpo são os jornais e revistas que posso acessar. Conheço muitos colunistas, e sei quais deles podem me servir com uma boa leitura, não me surpreende quando encontro um bom texto vindo deles. Mas vibro quando encontro algum texto excelente de uma pessoa desconhecida. Na verdade queria ser como eles, um escritor.
Depois vem a fome do corpo, tomo meu café se possível acompanhado de um bom chá. E vou para o trabalho e vivo o meu dia.
Aos fins de semana, não espero a presença das colunas, mas de uma boa companhia. Sim alguém com quem possa passar o dia de preguiça, tomar um café ralo, ir ao shoping comer um bom almoço e ver um filme e passar o dia todo numa boa, recuperando-me para a segunda...
A vida é feita destas pequenas coisas, mas nem sempre nos deparamos com essa doce rotina.
Conheço muitas pessoas que só pensam em trabalhar e ganhar posição e dinheiro e me falam que perco muito tempo lendo jornais e vivendo... Meu curriculum e as publicações não surgem. Sinto-me um vagabundo. Já me preocupei mais com isso e acabei me esquecendo da vida.
Hoje prefiro o sabor o prazer imediato das leituras, o sabor do chá e os fins de semana.
Minha amiga Ruth disse que tudo que é bem feito requer muito esforço.
Desisti de ser o maior botânico do mundo, embora continue comendo muito, para ser um simples mortal, ao menos sabendo o que ocorre ao meu redor.
Talvez seja feliz ou não.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Novo!

O tempo no Cerrado,
o tempo no planalto
é tão estralho.
O céu está sempre azul,
e a noite apenas o véu da luz
das estrelas cobre o céu.
Um frio quente e seco
toma conta do mundo.
Tudo é tão novo para mim.
Tenho medo do novo.
As vezes essas coisas me deixam assim
sorumbático...
Sabe lá o que nos seguirá,
mas quem sobreviveu
ao tempo
o que há de temer?
Tudo só pode passar ou ficar
é a sina da vida.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sempre

O silêncio toma conta de mim.
É noite em meu peito.

Não sei o que pensar e nem o que não pensar.
As frases são curtas em mim. Tão curtas
que não quero falar.
Não quero falar de nada.
Só me resta o silêncio.

A vida passa, passa sem parar.

A vida passa e rir da gente.
Não gosto do silêncio, pois ele me faz por fora
a máscara que muito me apeguei...

Tudo em mim doí, mas não é dor física
é dor na alma.
É dor que tira toda a calma.

Não queremos ver anoitecer...
A noite as vezes soa feito a morte...
sombria e distante...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Noite

A noite escura,
estrelas brilham no céu nu,
grilos cantam
e quebra o silêncio ensurdecedor da noite.

A noite respira o oculto
o medo toma conta do nosso peito.
Algo me falta
fala o silêncio da noite.

O silêncio da noite
mistura tudo
e do perto deixa tudo tão distante...

domingo, 5 de agosto de 2012

Reflexão

Em que hei de pensar?
Que hei de escrever?
Enquanto ouço "Somewhe only we know"
espero meu cérebro me leve a escrever algo interessante. Caso não seja possível apenas ouça a música. Acho linda http://www.youtube.com/watch?v=Oextk-If8HQ

Sou muito monótono. Hoje mesmo acordei no mesmo horário que acordo sempre, exceto quando estou muito cansado ou vou dormir muito tarde.
Assim, pois que acordo penso. Penso muito creio que quando não é o medo da morte que me assola penso coisas boas que me deixam feliz.
Então acordei e fiquei pensando. Minha cabeça parece uma panela de pressão a todo vapor  e calor. Cozendo meu cérebro e produzindo boas ideias. Uma boa comida. Sirvam-se.


É chegada a hora de partir. Engraçado partir para muito distante. Parto para minha origem que fica tão distante, mas aqui não é o distante? Sim aqui é o distante, o velho, o organizado o clássico e o belo.
Para onde vou é o lugar onde poderia ter vivido sem nunca ter saído de lá.
Minha visão de mundo é muito peculiar de lá.
E lá, não tenha dúvidas, não é o paraíso sequer o inferno.
Foi lá que aprendi a ser quem sou.
Foi naquele lugar que fui gerado.
Foi lá que aprendi a sobreviver, que aprendi os valores e a importância da família.
Mas aprendi que era preciso mais que isso.
Aprendi a importância de construir o meu mundo ter as minhas ideias.
E me fiz quem eu sou.
Se sou feliz com quem sou? Não vivo me reinventando e aprendendo.

Aqui no velho mundo diferente de onde vi onde as coisas são por si só o que são.
Uma foto na parede é só uma foto, não retrata uma história e não exala orgulho, não lá significa apenas o velho. Somos muito jovens para nos atermos a nossas histórias. Histórias belas são aquelas contadas pelos outros.

Aqui não para todas as coisas se cria uma história...
E o velho torna-se clássico.

Ah, que seria de mim senão fosse o Borges?
Não teria despertado para minha história, minha própria história.
Foucault me ajudou a me compreender e me aceitar como ser, a me humanizar e Borges me mostrou o caminho da construção da própria história e hoje fatos se conectam e a vida se revela muito mais complexa e bela.
Tenho uma amiga filosofa que sempre me falou que a vida é ação.
Hegel falava de relações e possibilidades...

Hoje confesso que a vida me é mil vezes mais palatável.
Ainda bem que os instintos muitas vezes fala mais alto.

Estou de volta a minha terra. E é hora de reavaliação e reconstrução.

é isso, mais nada.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Alma

Quão profunda e misteriosa é a nossa alma. De onde ela vem? Como ela se faz? Para onde ela se vai quando nosso corpo desfaz?

A alma é tudo que conseguimos entender da vida, é nossa compreensão de mundo, nossa constituição como entendimento.

Milhares de anos se passaram para que a nossa espécie através da cultura
enriqueça e torne nossas almas mais puras.

Mas dominamos nossos instintos? Nossas almas?



quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Mundo

Como é vasto o mundo e como sou pequeno. Sou um pequeno mundo neste vasto mundo. Vou juntando o que quero para construir o  meu mundo. As vezes meu mundo é tão profundo e as vezes tão superficial. O mundo é tudo que me cerca, que me ensina e que me faz o que sou.
Há dias que estou vazio, outros dias cheio. Em parte sou em quem decido como vai ser o meu  mundo, mas existe uma força maior que decide por mim.
Como é vasto o meu mundo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Crepúsculo


Fora do Brasil
em terras muito distantes,
em terras onde muito de sua beleza
foi pelo homem criada.
Sinto saudades das belezas naturais
de meu país.
Saudades dos crepúsculos encarnados.
Saudades do português falado frouxo.

Longe do meu pais
aprendo muito mais sobre o meu Brasil.

E minhas memórias
onde habitam imagens
dos sertões
onde habita um silêncio crepuscular,
um cheiro de mato seco...

Saudades de meus pais,
irmãos...
Então vem-me uma reflexão,
Ah, como sofreram
nossos poetas fora do Brasil.

E soa mais londo
o  poema de  de Gonçalves Dias,

Minha terra tem palmeiras
onde canta o sabiá.

sábado, 28 de julho de 2012

Infinito

Milhões de flores desabrocham todos os dias nos campos e nos jardins pelo  mundo.
Pessoas vivem suas vidas com suas lutas e seus sonhos. Eu como não sou diferente
do resto destas pessoas, muitas vezes, não percebo e nem contemplo a beleza das flores.
E tudo isso se passa dia após dia até o fim de meus dias. E a cada dia que passa percebo a finitude de minha vida, mas apenas através das marcas do tempo em meu corpo, todavia pela amplitude com que as histórias e as pequenas coisas vão ganhando maiores dimensões e minha vida. Os dias dentro do tempo vão se tornando mais valiosos. Começamos a fazer mais relações entre os fatos, e as coisas e vamos atentando para nossa própria história e nossas coisas.
Chega o momento  para a reflexão sobre a nossa vida. Momento que todas as nossas leituras ganham maiores dimensões e os personagens das histórias ganham vida, as vezes não ganham.
A vida tem tantas faces quanto o mundo e suas estações...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Noite negra

A noite enluarada,
a lua nua na rua
iluminava os jardins,
as praças.
Caminhamos pela rua
a rir
e viver a noite
que nada nos falava,
uma noite de segunda
enluarada
em Paris.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Serrinha do Canto

No mundo há um lugar muito peculiar.
Um lugar que achava que era o centro do universo.
Aquele foi o meu universo por quanto tempo, não sabia mesmo o quanto era peculiar.


Ah, tanta coisa mudou desde que parti de lá.


Tenho tantas memórias daquele lugar.

Memórias que nunca mais poderei guardar.
Lembranças das cocheiras do curral,
dos tanques de lavar roupas,
dos açudes, dos cajueiros, da mata seca,
dos lajeiros.


São lembranças de minha infância e adolescência.


Naquele tempo haviam pessoas
tão maravilhosas, mas que hoje
são apenas personagens de minha memória
ou dormem eternamente.

Recentemente estive lá, e vi os ossos secos do cão
que tanto me seguiu nas voltas no mato.

Vi na face das pessoas a marca do tempo.
Parece que o tempo havia parado...

A vida precisa sempre se renovar...
Porque memórias são sempre sombras
do passado.

terça-feira, 17 de julho de 2012

silêncio

O silêncio surdo do mundo
me incomoda.
Tenho medo do silêncio.
O silêncio soa frio
como o escuro da noite.
O escuro é vazio
e ensurdecedor como
o silêncio do nada.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Frio do lado de fora

Faz um frio lá fora...
Prunus e Betulas balançam ao vento.

Faz frio lá fora
e os aviões não param de chegar
nem de partir.

Faz frio lá fora
e o vidro da janela
está gelado...

Faz frio lá fora
muito frio a essa hora.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dúvida

O sol brilha intensamente,
o vento sopra fazendo
os galhos e suas folhas
das árvores balançarem
até parecem felizes.
Perco meu tempo
observando o mundo?

Repetição

Os dias estão a passar,
passam sem parar.
E o que vemos no mundo
muitas vezes se repetem
e parece o infinito.
Acabamos esquecendo
que a vida é finita.
Somos enganados
pelo tempo que cuida
em nos fazer esquecer
quão passageira é a vida.
Esquecemos das emoções
mais forte que nos fazem
nos sentir vivos.
Esquecemos tantas coisas
ao acharmos que nada
de diferente pode acontecer
em nossas vidas,
por acharmos
que tudo não passa
de uma repetição.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Noite vazia

Caiu a  noite,
as ruas estão vazias.
As ruas sempre parecem estarem vazias.
As ruas são sempre silenciosas,
se não fosse o barulho dos aviões
aqui estaria mais para selva.
As ruas são cemitérios de vivos.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Mundo meu

Olho para o mundo, vejo formas com suas cores.
Nem sempre reconheço as formas, mas sempre reconheço as cores.
O mundo, que me é apresentado pela visão, é extremamente rico.
Vejo os movimentos das formas e suas cores,
mas nem sempre sei expressar em palavras o que vejo.
Necessito conhecer as palavras e que o outro também tenha conhecimento daquelas.

Vejo um mundo lindo, mas como dizer isso?
A beleza é subjetiva.
Gosto da história das coisas, da vida e de tudo que me cerca.
Não sou um domador das palavras,
pelo contrário muitas vezes sigo a vida sem me expressar.

Como não ser aprendido pela beleza das flores? Suas formas e cores.
Sou surpreendido com a organização das praças e jardins
onde plantas como animais foram domesticadas.

São tantas as flores e plantas e árvores...

E as casas...

Não entendo muito o que eles falam,
mas gosto da forma como se expressam.

E penso porque não nos expressamos assim?

Bem que nosso  mundo poderia ser assim.
Como construiria um mundo meu?
Não sei...

terça-feira, 10 de julho de 2012

Dias

O dia nasce coberto por um sol lindo, mas em seguida é encoberto por nuvens que se estendem além céu.
Mesmo assim as flores continuam lindas e o rio continua a correr.
Que estranho é o verão Londrino, mais parece inverno nordestino no Brasil.
Quantas histórias ocultas não há nas ruas simetrias e frias de Londres, ocultas pelas nuvens ou
será que foi o verão que as ocultou?
Não sei. Na maior parte das vezes, quando falo com ingleses, mal entendo suas frases
e falas, muitas vezes não entendo o contexto.
Passo o dia conversando e observando seus costumes e não chego a conclusão nenhuma. Nunca chegarei, talvez entenda um pouco lendo Borges. Sei lá.
Nestes dias mesmo conheci portugueses. É estranho falar português com europeus,
mesmo que soe com sotaque mater.
E assim vivo os dias que me foram cedidos em Kew.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Retículo

O que somos?

Não somos nada, não podemos querer ser nada.
Nossa vida que é um acaso é algo nosso
mas que não está sob nosso domínio.
Temos nosso corpo, mas só por mera
respiração, caso ela pare.
Que somos?
Nada além de um corpo
que logo irá se decompor.
E para onde vão nossos sonhos,
nossas memórias, nossos medos?
Desaparecem ou são decompostos com o corpo?
A menos podemos nos expressar
no que fazemos.
Nossas particularidades estão em cada
coisa que fazemos,
no que gostamos,
pensamos...
Somos um pouco de tudo
no mar do nada.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Canção

As flores daqui são tão coloridas,
tão simétricas e perfumadas.
As flores daqui estão em todo lugar.
Como são coloridas e perfumadas
e melhoradas.
Ah, mas as nossas flores
no Brasil essas me encantam
pela simplicidade de ser.
As malváceas coloridas,
as euforbiáceas perfumadas...
Ah, aqui não tem palmeiras para o sabiá cantar.

Adoro as flores daqui,
mas amo as flores de lá.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O silêncio

Existe algo no silêncio que nos amedronta.
O silêncio nos apavora.
Não somos capazes de permanecermos com o outro em silêncio.
O silêncio nos angustia.
Mas porque não buscamos
no silêncio um sentido.
Será o silêncio desprovido de sentido?
Penso que achamos isso,
pois mesmo sós conversamos em pensamentos e muitas vezes gritamos.
Mas muitas coisas belas se expressam
em silêncio como o desabrochar de uma flor
ou o partir de uma tarde crepuscular.

Por não entendermos,
nem pararmos para refletir
em silêncio, falamos muitas vezes
o que o silêncio se expressaria muito melhor.

Saber silenciar é muitas vezes aprender a ouvir.

A reflexão tem como berço
o silêncio.

Existência


As vezes acordamos e nos sentimos mal por existir um vazio em nosso ser. Esse vazio no incomoda, pois não sabemos como preenche-lo. Então olhamos para o céu, para o nosso redor. Mas nada faz sentido. Então buscamos este sentido em nossa alma. Por que existir? Quem sabe a poesia não responda ou a filosofia quiçá. São os mistérios que precedem a existência.
Quer saber, nunca estaremos totalmente preenchidos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Mundo subjetivo

Não há como está no mundo sem senti-lo.
Sentimos que o mundo nos toca nos toma por dono.
Cremos que temos algo no mundo
e sossegamos em nossa jornada
parando aqui ou ali.
O mundo não nos é revelado por inteiro
e vivemos na ilusão de conhece-lo.
Conhecemos um pouco hoje,
um pouco amanhã.
E o tempo passa sem que percebamos.
As coisas são coisas e não nos revelam isso,
mas as pessoas que conhecemos
essas sim estão constantemente mudando.
Crescem, envelhecem e desaparecem na eternidade.
Posso sentir o mundo,
mas sem memória o que é o mundo
para quem muito viveu?
Não temos a mesma empolgação de conhecer o mundo...
Podemos apenas sentir o mundo,
mas o mundo é muito subjetivo
e nós por demais egoístas.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ser o que sou?

Que sou?
Não sou nada.
Vivo por que estou vivo, não escolhi a vida.
Mas no domínio da vida não escolho a morte.
A morte é o fim de todas as possibilidades.
Vivo porque nasci,
nada escolhi.
Mas na vida aprendi a trilhar meus próprios caminhos.
Muitas vezes perdido,
muitas vezes sob algum intirário.
Busquei ser quem sou,
mas nem sei o que sou.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Corpo e alma

Não somos dois, corpo e alma, mas apenas um.
Somos constituídos de corpo e alma.
E não existe corpo sem alma, nem alma sem corpo.
Embora o corpo seja composto de substância,
não é possível ver a substância da alma.
Mas sentimos que algo dentro de nós é mais forte que imaginamos.
Embora asubstancial.
Quando ouvimos uma música,
sentimos o calor, o carinho, o afago, um cheiro ou um gosto
que desperta nossas melhores memórias.
Onde estão as lembranças
e o que constitui essa alma.
Energia em fluxo?
Quem sabe...
Hoje ouvi Rachmaninoff
e a melodia de uma de suas sinfonias
era tão bela que parecia
dar vida ao meu ser interior.
Seria um encontro entre algo que vem do universo
e se expressa na música e que nosso ser
se identifica?
Quem sabe?
Mas minha alma reconhece o universo
na música e no verso.
Se somos dois não sei. Pouco sei sobre nada.
Muitas vezes me esqueço do que vivi,
sei que está apenas adormecido...
E dispertará um dia.
Sem o corpo minha alma nada é.

sábado, 26 de maio de 2012

Sertão do pantanal

Vasto sertão.
Mundo de amplidão.
Vazio e solidão. Silêncio.
Um animal caminha pela vereda
e quebra o silêncio ao caminhar
e esmaga as folhas secas.
E deixa o forte aroma
de felino faminto
a caçar.
A onça pintada
imersa na vastidão do sertão.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Noite no Pantanal

Quando a noite cai no Pantanal tudo fica um breu. As estrelas se acendem e piscam sem parar. O silêncio chega a incomodar. As aves se recolhem em seus ninhos e os animais em seus abrigos. Sabe lá o que fazem os jacarés. A noite aqui é tão sossegada que nos sentimos em outro mundo. E tanto sossego que nem percebemos a noite passar. O escuro da noite no Pantanal é um manta que cobre a planície para a vida descansar.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Pantanal e Manuel

O pantanal é belo, extremamente belo.
No pantanal se as aves se calam tudo é silêncio.
O jacaré na beira da lagoa se aquece ao sol.
As flores de convolvulaceas nesta época
são discos rosas, margenta, vinhos e azuis
que enfeitam o pantanal.
As capivaras são tão simpáticas.
E as aves tão cordiais...
No pantanal o horizonte está tão próximo.
E as cores são tão vivas.
Os bichos são tão belos a abundantes...
A beleza do pantanal
planta em cada um
uma saudade.
Parece que tudo está tão cheio de nada.
No pantanal viva, vivemos Manuel de Barros...

domingo, 20 de maio de 2012

Nada

Quando a noite chega
e traz a paz ao mundo,
as aves adormecem
e as flores se fecham.
Que mundo mais lindo,
que vida...

sábado, 19 de maio de 2012

Ser

O céu azul,
o dia quente
vem a  minha mente.
A liberdade de ser
e me dar uma vontade
de ser.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Existir

É preciso pensar o novo, o real o presente.
É preciso ter em mente o passado,
pois o amanhã não nos pertence,
ou melhor nada nos pertence
tudo é emprestado.
Temos apenas o presente,
o instante.
Quando pensamos no presente real
e quando vivemos este momento
cumprimos nosso dever como ser
existimos plenamente.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Manhã

O dia nublado,
paineiras rosas,
o vento frio sopra
suave e acaricia
as pétalas das flores
rosas.
Aves pequenas
pulam de galho em galho
em busca de alimento.
Segue a manhã
fria e bela.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Além do Crepúsculo

Quanto tempo não vejo aurora,
já é tempo de ir embora.
Quando cerro os olhos
já é tarde quase um novo dia.
Quando acordo
é tarde sinto
correr contra o tempo,
mas logo tudo se diluirá.
Novas coisas acontecerão.
Que nasça uma poesia
e que veja a luz do aurora
além do crepúsculo.

sábado, 12 de maio de 2012

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Interior

E o mundo ressurge todos os dias
diferente.
Quando abro os meus olhos
eu posso sentir mais o mundo
e a vida que pulsa nas flores,
nos jardins
e isso tudo reflete dentro de mim.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Paineira

A paineira cor de rosa,
As chuvas partiram
e a paineira ficou nua,
e a lua banha com
a luz prateada
os galhos e o tronco
espeço da ceiba.
A paineira agora
se vestiu de grandes
flores cor de rosa.
Que bela é a paineira
suas flores estão
mais margenta
com flores
com pétalas
de orelhas de 
jeque...
Paineira sorria...

terça-feira, 8 de maio de 2012

Noite

Noite de céu atropurpúreo,
estrelas piscando,
e o céu nu.
A flor do cerrado acesa.
Noite que bela noite,
onde foi o vento de açoite?
Sei lá.
No cerrado tá tudo parado...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Chegada

Quando cheguei a capital federal
estava muito quente e agora
um vento frouxo sopra
dia e noite sem parar.

As aves cantam longe quebrando
o silêncio da tarde
que continua fresca 
e fria a sombra das árvores
a sombra de maio.

sábado, 5 de maio de 2012

Manhã azul

Vamos limpar o jardim
das ervas invasoras,
vamos limpar o jardim
para as floríferas
floram...
Limpo o jardim
que molhe a terra,
e forre com adubo...
e germine a a vida
nessa manhã azul...

Triângulo mineiro

Que belo azul do céu
onde nuvens brancas
feito algodão
leves levadas ao vento.
Que bela manhã de sábado,
clara e leve e seca.
Que venha uma chuva,
que caia e escorra
chuva venha lavar
o triângulo mineiro...

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Maio

Já é maio e as chuvas já partiram.
O sol brilha intenso no céu azul.
As folhas desprendem as árvores
e são levadas ao vento.

Tudo seca
só as fontes
dão de beber
as aves.

É tão belo o desprender
das folhas das árvores.

As paineiras já perderam
todas as flores
e estão cobertas 
de flores margenta.

Maio, mês
das mães
mês da terra,
terno amor.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Feriado

Hoje é primeiro de maio.
É feriado do dia do trabalho.
Hoje foi um dia longo
e tedioso.
Tudo fechado!
Passei o dia
sem fazer nada
e sem vontade de
fazer...
A tarde sai para passear,
por lugares que desconheço,
vi as ruas vazias
e um lindo crepúsculo,
fiquei fadigado...
Amanhã é quarta
há de ser melhor que 
o feriado.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mais nada

Céu azul,
numa tarde
pré-feriado,
as aves cantam
felizes.
Faz um calor e que calor...
E mais nada.

Sol

Sol, céu azul,
o céu tá tão limpo
tão azul.
O vento solto
leva folhas secas
para o além.
E a vida segue
limpa e azul.
Tudo blue.

domingo, 29 de abril de 2012

Mundo

Mundo vasto mundo,
mundo descrito por Drummond,
Mundo de Raimundo,
Tu se revela tão grande,
belo e indeterminado...
Mundo que como disse
Pessoa que o conquistávamos
antes de sair da cama,
mas levantávamos
e ele era opaco
e a terra inteira,
mas a via láctea.

Mundo.
Como o vejo?
Eu vejo a aurora,
vejo as flores desabrocharem
e percebo suas cores e odores,
eu vejo o meio dia,
Vejo a tarde cair lentamente,
verdejante ou cinzenta
e fico mirando
o crepúsculo no fim do dia
até chegar a noite estrelada.

O mundo.
Hoje vi fontes pulsando água,
jorrando águas que escorriam
leito abaixo.
Vi criança
gritando feliz...
Mundo com tantas faces,
tantos risos
e dentes.
Mundo.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Fotos

Memórias que me enchem de saudades.
Memórias que se acendem
através das fotografias.
Através das fotografias
vejo as reuniões com os amigos,
vejo os risos,
vejo alegria.
Conversas desgovernadas,
risos amigos...
Churrasco cheirando,
pão de alho,
vinagrete.
O Zé só toma Fanta Uva.
A Dani chega de vagar.
E o Marcelinho ri uma gargalhada.
A Lulu fala alto e a Ana me abraça
e me cheira.
A festa pra mim
acaba antes.
Vou dormir e não dou boa noite.
Fica tudo registrado na câmera do Gu.

Cerrado

No Cerrado quantas flores será que há?
Só Deus saberá, sei lá.
Sei que as flores do cerrado
são tão bonitas,
tão vivas e coloridas e perfumadas.
Também aqui há tanta luz.
O sol arde muito antes do meio dia.
Sei que no cerrado
a vida é poesia
e que a alegria
parece surgir a noite
com as estrelas,
porque de dia
tudo é sol e calor.
Mas aqui é um bom lugar.
E tem tantas flores
quanto o estrelas no céu há.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sementes

As sementes são estruturas que protegem e nutrem o embrião até que estes possam fazer fotossíntese. As sementes permanecem em latência até que o ambiente esteja favorável para que o embrião se desenvolva.
As sementes precisam de solo úmido e fertil para germinar e desenvolve-se.
Nem todas as vezes as sementes germinam em um ambiente favorável, sendo assim quando não nascem em um bom ambiente, simplesmente elas morrem.
Nem toda semente tem sorte de germinar num ambiente favorável muito embora as condições pareçam.
Mas é preciso arriscar, pois podem permanecer latente por toda sua existência.
As vezes somos sementes em busca de um bom ambiente. Quem sabe o que nos aguarda pela frente.
Por isso o temor, portanto a fé é essencial, para que não germinemos num mundo
onde pouco possamos viver.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Descobrir

Acordar num outro lugar,
sair para ver o mundo,
ver novas pessoas,
novos ambientes.
Despertar para uma nova vida.
Quem sabe não encontramos
uma nova poesia?
ou se adaptamos ao novo lar.
Viver num outro lugar.
Viajar pelo mundo.

Saudades

Às vezes, sinto-me tão distante.
E agora que estou distante
do meu jardim,
da minha suposta casa.
Eu fecho os olhos
e vejo meu jardim,
eu vejo a rua Felizberto,
vejo o departamento de Biologia Vegetal,
eu vejo o RU e meus amigos...
Saldades povoam meu coração.

domingo, 22 de abril de 2012

Contínuo

A tarde cai suave como a brisa ao entrar pela janela.
Nada acontece na tarde de domingo.
Corpos cansados, cheios repousam
sobre camas, redes e sofás.
Ansiosos e exaustos aguardamos
a segunda
e mais nada.

sábado, 21 de abril de 2012

Tarde de chuva

Chuva com vento,
na tarde de sábado,
e tudo esfriou,
a tarde passou,
fria, fria...
As flores se desprenderam
das plantas e pintaram
o chão de amarelo e lilás.
A tarde passou
molhada e fria.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Nunca mais

A madrugada fria foi despertada
pelo canto do bem-ti-vi.
Aurora tingiu o céu de encarnado.
Quantas manhãs não vi o dia
se abrir no céu de Campinas,
agora nunca mais.
Verei outras manhãs,
outras madrugadas,
em outros céus,
aqui nunca mais.
Não ouvirei o cão latir,
o carro a aquecer o motor,
aqui nunca mais.
Amei,
muitos dias fui feliz
aqui,
agora não mais estarei aqui...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Respeito

Quando nos ocupamos muito com nossas coisas esquecemos o mundo que há ao nosso redor. Não vemos a beleza revelada pelas cores, nem sentimos o perfume das flores.
Quando cremos que nossos objetivos são mais importantes que nos mesmos, chegamos a loucura de ignorar os outros.
Vive com respeito a si e aos outros.

Vida é poesia

A vida deve ser encarada com poesia,
tem que enfeitá-la com flores
para viver sempre perfumada
e bela.
Tem que ser forte, sensível
e persistente para tentar
ser feliz sempre.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Feito bicho

Mora em mim o silêncio da minha infância quando vivia feito ave provando os doces cajus, as doces goiabas, seriguelas, anonas entre muitas frutas maduras e doce. Mas não aprendi a cantar, nem mesmo a voar, só aprendi a provar das frutas. Aprendi a contemplar o vazio e o silêncio da natureza que passou a habitar o meu ser por não saber se expressar. Feito bicho, simplesmente existo.

domingo, 15 de abril de 2012

Sementes

Sementes caem no chão,
quando cai a chuva
e tudo banha,
as sementes germinam
e crescem
viram ervas
e enfeitam o campo
Enchem-nos de pasto...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

As aves

Viva as aves livres para voar e povoar os seus.
As aves quando sob as árvores cantam
felizes com a alimento,
com o habitat,
com a vida.
Então cantam
para agradecer,
cantam por viver...

terça-feira, 10 de abril de 2012

A dor

Antes de ontem a noite não passou para mim. Durante todo o período daquela noite fiquei acordado com uma dor. Senti meu intestino vivo como nunca, doendo. Que somos nós diante da dor? De certo nada. A dor é uma sensação tão intensa que nos domina por completo e chaga a causar-nos traumas. A dor nos tornam frágeis e crentes, pois fazemos qualquer coisa para nos livrarmos dela. A manhã chegou e a dor não foi embora com a noite e fiquei o dia doente. Por mais simples que pareça a dor incomoda muito e tudo que queremos é deixarmos de senti-la.
E quando a dor passa tudo se apaga de nossa mente, ainda bem, porque uma noite sem dormir por causa de uma dor. Nos faz pensar melhor na vida.

sábado, 7 de abril de 2012

Impaciência

Que vazio,
a rua está silenciosa,
a casa vazia
e meu quarto mais ainda.
O silêncio chega a ecoar,
é um silêncio ensurdecedor.
Nada acontece.
Está muito quente,
que calor,
e não tem nada para fazer,
além daquilo que não
tenho a mínima vontade
de fazer.
Fico irritado,
qualquer coisa que come
queima em meu estômago,
que impaciência...

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta

Hoje é sexta-feira de pascoa. Nunca vi noite tão vazia. Na rua nenhum carro passa, só a lua a alumia.
Faz um calor danado. Que sexta sinistra.

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo! O tempo não existe! O tempo é um conceito. Eternidade é a ausência de tempo. Vinícius de Morais cunhou a frase...

Gogh

Gogh