domingo, 21 de março de 2021

45 domingo

 A noite caiu nas três Ruas.

O escuro e o silêncio me impressionam.

Ouço o canto dos grilos,

Ou será um eco em minha cabeça?

Penso ou sinto em minha mente que estou em Serrinha do Canto.

Penso qualquer coisa.

Quando se está cansado os pensamentos são desorientados.

Mistura saudades com realidade

E o que tem é a insônia...

Mais sensação de cansaço.

Acho que é possível superar tudo isso.

Com o sorriso desdentado de Vinícius,

Meu bebê.

É isso.

44 Canto auroral

 A madrugada silnciosa 

É inundada pelo canto do siriri 

Que vai ondulando seu canto

Siriririririri

E entra em cena a corroira

Cantando seu canto marrom

Daqueles saltitando na faxina,

No chiqueiro, na casa velha.

Canto tão lindo.

Até valoriza a madrugada de domingo,

Até valoriza a rua, que dá nas três Ruas.

A gente fica pensando essas coisas

Ouvindo o mundo de fora e de dentro da gente.

Mundo real e mundo subjetivo.


São apenas divagações,

De quem perdeu o sono 

E ama ouvir o mundo

Na esperança de se prender ao mesmo.

Canta siriri.

Canta corroira.




sábado, 20 de março de 2021

43 Amor ao bebezinho

 A noite e o dia,

Em casa.

Um bebezinho lindo,

Com horários militares,

Com gostos apurados,

Hora dos bainhos,

Hora de mamar,

Hora de dormir,

Hora de dirigir,

Hora para tudo...

A gente se acostuma com o tempo

E ama cada momento.

Até mesmo limpar e trocar a frauda.

Tem horas que cansa,

Mas o cansaço vai embora

Num lindo riso,

E o coração desmancha

E ternura e amor.

42 Madrugada com Kant

 É madrugada escura,

Nas três Ruas o vazio,

No firmamento céu estrelado,

No substrato paralelepípedo 

Dormem lado a lado.

Ali nas árvores e nos telhados,

Canta contente a corroira,

Aqui acordado estou deitado,

Pensando a existência,

A continuidade da vida,

Os fatos e os sentimentos,

Memórias agora internas,

Vovó, vovô, tio Aldo, papai

Ontem reunidos pelo tempo 

Hoje pela morte,

Nesse eixo,

Aqui estou eu e a corroira

Acordados na madrugada,

Cantará pelo seus pais?

Ou já superou e canta por cantar?

Quem saberá.


41. Haikay de bebê

 Teu cheirinho,

Tua maciez,

Tua altivez,

Teu sorriso,

Teu carinho,

Tua inocência,

Tua impaciência,

Que plenitude

É você

Só você,

Meu bebê.

sexta-feira, 19 de março de 2021

38. A alma

 Onde andará tua alma,

Além do real e racional,

Em algum lugar onírico,

Onde reina a paz.


Onde andará tu,

Não sei, mas percebo a ti,

Nas árvores não cortadas,

Na mata fechada,


Na cerca mal alinhada,

Na roça de palma,

Nas fruteiras do terreiro,


Nas flores do jardim,

Nas fruteiras do quintal,

Na minha pele.

quinta-feira, 18 de março de 2021

40. Onde

 Por onde ando 

Num universo aéreo,

Perdido entre pensamentos,

Buscando uma referência, 

Já que perdi minha maior inspiração.

Me perco olhando pro tempo,

Para as coisas lentas,

Acendo velas para orações.

Acho que nunca fui tão místico

Será possível se encontrar?

Tenho um mar de dúvidas 

E nem uma gota ou um grão de certeza.


39. A chuva e a vida

 Amanheceu chovendo.

Que fenômeno maravilhoso,

A chuva chovendo,

Que fenômeno curioso,

A água tudo rompendo,

A água caindo e preenchendo,

E então vai se escorrendo,

As vezes nos encharcamos,

As vezes, nos sentimos chovidos.

São coisas da vida,

Coisas boas como ouvir a chuva chover.

A chuva amanhecer,

A vida acontecer.

37. Chover no molhado

 Tenho pensado na vida o tempo todo e não sei se é bom ou ruim. Para melhor dizer, não é a vida toda, mas desde o momento que tomei consciência de minha existência.  Desde então, soube que a vida tinha um fim. Esta ideia tomou o meu ser. A finitude. Então passei a observar o mundo. A noite, o dia, a aurora, o crepúsculo. E pensava as coisas e estas aconteciam, mas nunca da maneira como imaginava. Então me perco na celeuma de pensamentos... Até que as coisas aconteçam como tem que ser.


quarta-feira, 17 de março de 2021

36. Mucuna

 Mucunã cipó calibroso,

Que cresce nós lajeiros 

Sobre a vegetação

Vai se enovelando,

Formando ramada,

Quando em florada,

Fica toda roxeada,

Intensamente perfumada,

De longe se ouve o zzzzz

Da mamangava abelha avantajada,

As Folhas trifolioladas são caducas

Se desprendendo na seca,

Fica só o estirão,

Com suas Vargens macias e veludosas 

Que espocam atirando as sementes

Que parece encoraçada

Essa é minha toada.


Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh