sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sono

Cansado
busco na cama
um afago,
e logo apago,
caio nos sono,
mergulho nos sonhos,
e minha alma foge,
viaja quem sabe pra onde,
As vezes descanso, as
vezes me espanto,
não me encontro,
então acordo
revigorado.

Sol

Amo mirar o sol,
É na aurora que minha alma
fala,
e no crepúsculo da tarde,
minha alma cala
pra contemplar o sol.
Adoro acordar o sol,
adoro fazer o sol dormir,
gosto de ver ele vir e partir.
Luz crepuscular,
espectro lunar.
Tenho meus olhos
voltados para o céu,
para o véu da noite
que oculta,
Apolo,
Nix e sua sombra,
aconchegante abraça
e embala o sol,
a natureza se recolhe,
minha alma dorme.

Evento

Uma flor brotou,
na manhã desabrochou,
quando a chuva caiu,
no meio do sertão,
e ainda era verão,
era a flor de mandacaru,
onde pousava o urubu,
toda a manhã, vinha ali
pousar,
naquela manhã que a planta floriu
ele sumiu,
partiu?
o sapo cantou,
a água desceu,
apagando a poeira,
quando a flor caiu,
o urubu voltou,
estava no ribeirão,
aproveitando a carniça
da vaca do zé
que morreu do raio que caiu.

Ser

Estamos sempre correndo atrás do que algo, que gera uma expectativa, seja material ou sentimental. As vezes conseguimos e as vezes não. Na verdade se encontramos e conseguimos com o tempo vemos que não era nada demais, não corresponde as nossas expectativas, acabamos desvalorizando e partimos para um novo objetivo. Quando não conseguimos simplesmente o mundo cai sobre nós. Senti-nos mal, decepcionados. Como é deprimente não conseguir algo isso provoca angústia. Sartre já dizia que somos livres para fazemos qualquer escolha, mas a nossa deliberação nossa escolha muitas vezes gera angústia e tristeza. O que fazer com essa angústia que nos consome, nos amedronta? Buscar na religião ou na ciência? A verdade é que não sabemos o que é bom pra nós. Acreditamos desde sempre que o melhor é aquilo que nos dar prazer. Não nos acostumamos a dor mesmo ela estando sempre presente em nossas vidas. É essa busca que gera em nós uma explosão de sentimentos. Esses sentimentos são a força criadora e destruidora do mundo. Conhecer a se mesmo seria um dos primeiros passos. Seguir em frente mesmo perante essas dores é o segundo passo e viver, só assim aprendemos a ser.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O dia passou

Hoje quando acordei,
não vi o sol, não vi a lua,
a rua estava vazia,
soprava uma brisa fria,
não tinha tristeza ou alegria,
não tinha magia,
não tinha fantasia,
era um dia como outro qualquer,
cansado, seguia por entre
as ruas vazias,
as luzes acesas e frias,
pedalando, seguindo em frente,
ouvindo o que acontece
em Campinas em ou na capital,
seguia
no novo dia,
que passou arrastado,
o almoço foi gostoso,
comemos o cardápio de sempre,
feijão, arroz, soja, hoje tinha de mistura
carne moída,
falamos um monte de porcaria,
nessa vida vadia,
a tarde se estirou,
debitei uns créditos na pós,
choveu, mas parou,
e assim meu dia se passou.

Ao tempo

Marco no tempo meu invento,
meias palavras, suaves palavras,
tento congelar no tempo,
mesmo que por breve momento,
algum invento,
um pequeno texto,
que diga algo,
que me faça lembrar,
por muito tempo,
e nem mesmo o tempo
possa apagar,
sabe-se lá,
se somos nada,
se vivemos no mundo
tal qual um grão perdido na areia,
quem sabe
se por um breve momento
sou tudo e nada,
quem sabe,
pelo menos não me cala
o tempo e o nada.

Flor do campo

Flor que nasceu no campo,
ao sol sempre riu,
quando ti vi, tímido
riso me cumprimentou,
a brisa suave suas pétalas
balançou, sorri para ti,
sorri por dentro.

Flor do campo singela,
toda bela,
por dentro e por fora,
rir a qualquer hora
e como sol,
como a lua
estás sempre a minha vista,
ilumina meu dia,
me enche da alegria,

flor do campo que doce seu odor,
que linda sua cor,
sinto sua falta singela flor,
já não é silvestre,
se perdeu no mundo,
flor me perdi do seu mundo,

nos desencontramos
e não nos buscamos,
e agora?

Que fazer querida flor
se ainda resta amor,
se ainda resta algum amor,

que fazer rosa,
se o seu mundo está tão diferente do meu,
se estais mais sensível,
se estou invisível,

Se nada em mim te importa,
se achei que estava sendo demais,
flor do campo,
cadê seu encanto,
acabamos num desencontro,

descarna a alma,
o que nos resta sofrer?
Superar, ou deixar morrer?

Estamos cansados,
da ausência de luz entre nós,
olho as murrayas as flores já cairam,
assim como as flores de espatódeas,
de jasmim, de magnólia,

Ainda restam as quaresmeiras,
as Odontonemia,
ainda tem flor perto de ti,
no nosso jardim?

Queria que sim,
mas senão a vida continua,
pois a vida é contínua,
continuarás flor,
e eu continuo
dor.

Calor

Nem a neblina da tarde
esfria este calor,
chega a incomodar,
acho que vamos pirar,
Calor, pressão,
viva o verão.

Migrar

É preciso migrar, pois migrar é conhecer o mundo a fundo.
Nascemos só, crescemos e aprendemos tudo sozinho, morreremos só.
Somos eternos solitários em intensos monólogos,
avaliando o que é bom ou ruim para nossa vida.
As decisões são sempre nossas.
Estamos em eterno estado de transição,
de aprendizagem o problema de tudo isso
é que nos apegamos, temos muitos sentimentos,
acumulamos uma carga de sentimentos
que nos consome para nosso bem ou nosso mau,
e seguimos com nossas memórias,
ativadas pelos cheiros, pelas formas, por situações,
nos apegamos a tudo isso,
porém quando migramos, sofremos mais, todavia
aprendemos mais a viver.

Luta

Quando o celular desperta,
minha mente cansada,
acorda penso que canseira
não dava pra dormir mais um pouco,
ainda está escuro, será se estou louco?
Assim o dia começa,
a vida parece não está completa,
porque falta algo
que não sei o que é,
mas que busco
dia a dia, acordando cedo,
dormindo tarde,
as vezes nada faz sentido,
o sentido está dentro de mim,
meu mundo é minha linguagem,
busco por esta todo dia,
numa poesia,
numa palavra,
sigo em frente,
viva vida.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh