terça-feira, 31 de maio de 2022

Patativa

 Patativa, patativa, cambacica...

Sedes tu pequenininha,

Sedes tu pequenininha,

Quando cantas tu fazes uma dança,

Canta se requebrando,

Canta da esquerda para a direita,

Canta da direita para a esquerda.

Se biquinho a cantar,

Parece agulha a tecer,

Tão fininho seu biquinho,

Tão fininho seu biquinho,

Teus pesinhos bonitinhos,

Com unhas afiadas,

Saltita,

Para e dança a cantar...

Essa sua cabecinha

Com sobrancelha alvinha,

Essa linda barriga amarelinha,

Tão amarela quanto flor de alamanda,

Esse seu dorso cinzento,

Tão cinzento quanto a tarde caindo.

Canta... dança...

Que minha alma se regozija,

E vai longe na memória...

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Passeio dominical.

 Estes dias tem sido frio.

Não sou muito chegado ao frio.

Ontem, aproveitamos o dia de sol para ir ao zoológico.

Vinícius adora,

Ou nós adoramos.

É muito bom sair de casa.

Dirijo e a gente desparece.

A gente foi pela quinta vez com o Vinícius, mas é sempre bom rever as coisas

E aprender...

Aprendi outra vez o nome de uma coruja murucututu.

Ontem aprendi o nome de um gavião curucuturi.

Ah!

Vinícius vibra...

Viu as aves de rapina,

As aves aquáticas,

Os peixes, tilapia e 

Vimos as serpentes aglifas (jiboia, piton, sucuri) e solenoglifas (Cascável, jararaca).

Vimos os psitacideos (arara vermelha, azul, azul e amarela, maracanã, jandaia).

Vimos os quelônios (tartaruga da amazônia, cagado, jabuti)...

O jacaré...

Os mamíferos (macaco bigio, quati, furão)...

Vimos os predadores (leão e onça).

Vinicius andou nas cordas da casinha.

Montou na onda, no jacaré.

Amou a palavra gurila falou umas 501 vezes...

Sentou no elefante e...

Acabou que já está reconhecendo a saída.

Chorou quando saímos, mas acabou ganhando um catavendo.

No carro, mamou, mas não dormiu por conta do catavento.


sexta-feira, 27 de maio de 2022

Variações climáticas

 O dia nasceu ensolarado,

As rochas do calcamento até se aqueceram,

Deu para ver a luz através da biotita das rochas graníticas.

Dia de sol...

Até que a atmosfera resolve mudar o curso de tudo.

De repente vem a chuva,

Vem o vento,

E a água escorrendo num barulho.

Uma hora depois o sol voltou a brilhar.

Rotina

 Chego a universidade,

Ainda é cedinho por volta de 6:30h.

Após uma pequena agitação no trânsito,

Cruzo o portão do Centro de Tecnologia.

Sinto-me em casa.

Os jardins, o buracos no asfalto, as lombadas, a rotatória do CCJ.

Sigo observando os ipês amarelos, os ficus.

O juazeiro do bolo de noiva, que árvore linda.

Faz sempre me remeter a Rita Baltazar minha amada amiga.

Tão delicada, amiga... a ética viva.

Depois estaciono.

Paro o carro,

Fecho as janelas.

Ouço o silêncio.

Organizo as coisas, fecho o carro e saio caminhando via calçada.

Contemplo a mata...

Dobro a esquina da do prédio da química.

Vejo em minha mente... 

Adeíldo em pé fumando e pensando sabe lá o que...

Dias estava simpático...

Dias estava fechado.

Aprendi a conviver e amei aprender fisiologia com ele.

Depois caminhando vejo o tanque de Cristina Crispim...

A água verde.

Hoje para minha surpresa na burra leiteira

Havia um gaturamo cantando.

Entro no corredor e vejo a sala de Rivete aberta,

A sala de Felipe encostada,

E Alexandre entrando.

Entro na minha sala e me sinto bem com o aroma de um difusor que comprei.

Paro!

Abro a janela,

Sento e penso um pouco.

A vida segue.


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Curso

 Hoje está o inverso de ontem.

O sol brilha pleno.

Entretanto, faz frio.

É silêncio.

Exceto o som das máquinas.

A natureza está calma.

Viva pela luz.

Quinta-feira, neste dia mamãe fazia diálise.

Certos dias dei aula.

Certos pensamentos me deixam tristes.

Bem, bem.

A sinfonia voltou lá fora da minha sala.

Uma ariramba cantou, 

Uma rixinó cantou,

Saíras piam,

Um beija-flor.

Fi. fi. fi. fiiiiiiiiiiiiii

As arirambas tem bicos longos de beija-flor,

Nunca vi nenhuma aqui.

Só vi lá em Martins no Rio Grande do Norte.

Um ferreirinho relógio estala...

Conhecia como tiriti.

Ave pequena de papo amarelo.

A ariramba está contente, cantando muito.

O vento voltou.

Vou voltar a vida,

Vou voltar e continuar a manhã.


quarta-feira, 25 de maio de 2022

Crescimento matinal

 A manhã vai crescendo.

Primeiro foi a harmoniosa sinfonia da chuva.

Segundo o silêncio,

Terceiro e último a sinfonia dos pássaros.

São duas espécies que estão musicando.

Uma é a patativa e duas é o sanhaçu.

Cantam seus cantos de diferentes ritmos e frequência,

Porém complementares.

Pena que não tenho a arte de um praticante de ioga que consegue ouvir o pulsar das artérias,

Pela janela aberta entra a brisa silenciosa,

E mosquitos que só percebi pela visão.

Sou quase todo mente.

Absorvido em meus pensamentos.

Que muito mais me perturbam que me acalmam.

Ou serão minhas memórias...

A mente da gente é um verdadeiro caos.

O mundo externo nos permite conhecer,

Todavia nossa mente, assim como nosso espírito é por demais desconhecido,

Ou difícil de se organizar, classificar... conhecer.

Olho através da janela transparente de vidro,

Vejo as colunas do prédio,

A coluna formada pelo tronco das árvores.

Que interessante, natureza viva e inanimada.

Busco encontrar algo nessa observação.

Nada que vejo me agrada ou da inicio a um pensamento.

Geometria talvez.

O som me impressiona, mas não.

Ouço o gotejar, os pingos se precipitando sobre o chão, talvez sobre um sólido.

Nada... nada.

A brisa acelera a queda dos pingos.

A hora perturba minhas ideias.

Sigo adiante,

Enquanto a manhã cresce.

terça-feira, 24 de maio de 2022

Maio umido

 Esta semana começou com trovões e raios.

A umidade está de 92%,

Muita chuva.

A gente olha para o mundo e parece ver a umidade,

Solos, paredes intensamente úmidos.

Os dias estão excelentes para explorar o universo de briófitas e samambaias.

Esporos germinando, fecundação e formação de esporófitos.

O cheiro de fungo paira no ar.

Aqui no campos sentimos a umidade fria trazida pela brisa.

Uma experiência incrível.

Nos troncos, nas rochas a presença de algas, plasma.

Vida?

As aves estão muito contentes,

Tem frutos de tapirira para comer, tem insetos em abundância.

Então elas cantam...

A umidade trazida pela chuva,

Mantida pela atmosfera nublada,

Deixa uma sensação de frescor,

Mas também de medo pelo desconhecido,

Já que é exceção estes momentos durante o ano.

Como sou do sertão eu adoro,

Mas com parcimônia, porque se não cuidar os fungos consomem tudo.

Assim está sendo maio.

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Trovão

Hoje de madrugada,

Acordei com intenso som de um trovão,

Na sequência vieram outros.

Lembrei que papai tinha medo de trovão.

Percebi que também tenho medo de trovão.

Trovejou e choveu muito.

Ainda está muito nublado.

Tempo chuvoso.

Nunca tinha escutado trovão assim em João Pessoa.

Estamos mais para o fim de maio que para o começo.

Está sendo bem bom.

Tempo diferente esse.

domingo, 22 de maio de 2022

Aonde está

 Sentados na calçada, após as 14h a gente ficava satisfeito com a frescura que vinha. Papai conversava um pouco e saia para comprar pão. Mamãe se levantava do cochilo sagrado.

Era muito agradável ficar ali sentado.

Só nossas presenças nos bastava.

As vezes, Crejo passava com o cachorro rajado, usando uma coleira. Conversava um pouco e seguia sua caminhada.

A gente ficava conversando.

Eu na cadeira de balanço minha favorita.

O calor ia cessando junto com a tarde que caia.

Eu sabia que era um grande momento,

Mas temia tanto por seu fim.

Ali me sentia seguro,

Ali me sentia protegido.

Eu estava em casa.

Mas hoje me pergunto o que é uma casa?

Acho que é o eu, o sujeito.

Penso o que é o espírito?

Creio ser a totalidade,

Não a particularidade do eu, mas o todo o que nos cerca.

O que entendemos, aquilo que memorizamos.

Aquilo que damos valor.

Nem sempre temos a consciência de valorizar o que deve ser valorizado.

A consciência é tardia.

Valorizei a totalidade,

Valorizei a unidade,

O fica?

A memória, o entendimento.

A construção desse texto que discorro.

Vejo a areia vermelha que ainda está no terreiro,

Vejo as plantas, as imperfeições da superfície do solo.

Vejo o céu azul,

Sinto o calor...

Mas é outro momento.

Me pergunto o espírito tem matéria?

Acho que não...

Espírito é energia... é vida, é o pulsar...

Que se acende e se apaga.

Num estado de duração.

Restam memórias imperfeitas,

Saudades e gratidão.


Sono

A noite silenciosa,
Calma...
Só os sons e temperatura a nos estimular.
As vezes acordo
E caio num loop de pensamentos.
Perco o sono e a paciência.
Vivo mais.

Meu pequeno botânico

 Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver ...

Gogh

Gogh