sábado, 25 de dezembro de 2021

Sabiá a cantar

 O sabia a dias que canta na aroeira.

É uma sabiá de papo branco.

Ela canta de manhã

Ela canta de tarde,

Canta no alto da aroeira,

Canta muito alegre.

Hoje a noite choveu 

Será se amanhã cantará.

Oh sabiá.

Como é bom caminhar a te escutar,

Ou até mesmo a te admirar.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Acessos

 A gente tem que aprender a ver os lugares de diversas formas.

Pelas formas,

Pelos sons,

Pela temperatura,

Pelos odores...

Tem lugares que são marcantes,

E outros nem tanto,

Talvez porque não acessamos o sentido correto.

É dezembro daqui a pouco tudo zera.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Pica-pau

 A tardinha caia,

Andando no meio do mato,

Vinícius, eu sherlock e chaquira,

Andando vimos um pica-pau voando,

Como uma seta caindo e subindo.

Subindo e Caindo...

Era um bichão grande preto,

Linda seta,

Gritou cricrirooo.

O sanhaçu

 Pela janela do banheiro,

Vi um lindo passarinho,

Ele era azulzinho.

Seu movimento era tão ligeiro,


Era um lindo sanhaçu,

Então ouvi o outro chamar,

Algo como venha pra cá.

Vou e desapareceu de minha minha vista.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Paciência

 Paciência é a chave para tudo.

Difícil é encontrá-la,

Cativá-la.

Paciência e bom humor salva tudo.

Tudo que há.

Paciência.


quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

No sertão potiguar

 Árida caatinga,

Seco sertão,

O solo exposto alvo,

Sedoso e amarelado capim,

Garranchos de árvores,

Verdes algarobas, 

Quentes seixos,

Sol a pino,

Treme o peito do calango,

Na loca está o preá, a lagartixa,

No serrote está o urubu,

Ou planando no ar,

Por aqui só vejo aqueles de cabeça vermelha,

A brisa aqui arde de calor,

A natureza parece morta,

Mas dorme,

O pau-mocó já despertou,

Será se já despertei...

Caatinga...

A paz está aqui.

No meu querido sertão.


terça-feira, 23 de novembro de 2021

O amor me mudou

 A tarde cai dourada,

O canto das aves nas árvores.

O som dos carros que passam.

Uma composição de Mozart.

Meus pensamentos se perdem

No tempo e no espaço...

Onde estou?

Em qualquer lugar do meu passado.

Cheio de saudades inspiro.

Dai lembro de Vinícius meu porto seguro.

Então tenho a certeza que não queria esta em lugar nenhum senão perto de meu filho.

Meu amor inteiro.

Cada riso que ele dá me preenche completamente.

Mais uma tarde,

Mais um dia,

E como tudo mudou com o meu lindo filho.

Meu amado Quinquinho.

sábado, 20 de novembro de 2021

O agora

 Sábado à tarde,

Novembro de 2021,

A dez anos vivia em outro lugar e fazia outras coisas.

A 20 anos vivia em outro lugar e fazia outras coisas.

A 30 anos vivia em outro lugar e fazia outras coisas.

Até aqui foram muitos os lugares...

Se fatiar a vida em 10 anos.

Vivi em Serrinha dos Pintos.

Vivi em Natal.

Vivi em São Paulo, Campinas, Brasília.

Nos últimos dez anos muitas coisas aconteceram em minha vida.

Muitas conquistas e também perdas.

Assim que precisamos ver a vida.

Através da lente da realidade,

Tentando perceber o que há de melhor.

Seguindo o curso espiralado

Pulando de círculo em círculo.

Descobrindo a vida.

A existência.

O agora...

Que vem a ser e deixa de ser.

Daqui a 10 anos...

Que me importa...

O que importa é o agora.

Nem passado e nem futuro.

Vivendo bem o agora.

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Papai

 Deitado entre as flores alvas.

Flores azuis e rosas como jitiranas,

Perfumadas como flores de jurema.

Sobre a grama verde e macia ali papai está.

À sombra da tarde que parte que parte.

Olhando ora para o céu, hora para o horizonte.

Ali está papai.

Nos esperando, para um dia irmos caminhando até o pai.

 


terça-feira, 16 de novembro de 2021

Fotografias

 Olhar fotografia é um exercício doloroso por ser cheio de sentimentos.

Acho que é uma janela para acessar memórias que dormem em nosso cérebro.

Determinados momentos nos dão acesso as nossas memórias.

A fotografia é esse livre acesso...

Hoje abri a janela e estava tão ensolarado.

Então a luminosidade intensa me deu acesso a uma boa memória.

Memória de papai.

Ele era sempre tão generoso comigo.

Nossa terra era pequena e criávamos algumas rezes.

De maneira que a gente vivia fazendo ou renovando as cercas e dividindo a propriedade em pequenas pastagens.

Lembrei de longe uma vez que fomos fazer uma cerca lá no final da terra, depois de um tanque.

Essas cercas eram também para proteger as pequenas roças.

A gente sempre fazia esses movimentos.

E eu o ajudava.

Ele sempre me poupava do trabalho forçado, mas não dispensava minha ajuda.

A gente estava fazendo a cerca.

Ele selecionava as estacas, marcava os lugares e eu o ajudava a cavar os buracos.

A gente usava muitas estacas de cajaraneiras e é tanto que ainda hoje tem pés de cajarana na nossa terra.

Papai era muito sabido.

Sabia fazer de tudo.

Hoje que ele se foi. Os momentos de sua presença são tão saudosos e gostosos.

Como nos faz falta.

Revendo as fotografias chorei... Temos a sorte de ter vídeos.

Que eternizaram sua presença entre nós.


Um dia

 Um dia não estarei aqui. Pode demorar, Pode ser logo. Quem sabe! Bom agora estou pensando isso. Foi um vídeo de uma manbu que me fez pensar...

Gogh

Gogh