quinta-feira, 3 de abril de 2025

O sabia sassá quer sabedoria

 Sassá o sabiá que interrogava!

Por que sabiá sabe cantar?

Por que sabiá precisa se casar?

Por que tem diferentes cores de papos de sabiás?

Por que o sabiá come minhoca?

Por que sabiá come pimenta e não lacrimeja?

Perguntava Sassá a sua mãe Bia.

Achava que Bia era sábia.

Bia olhava para Sassá com tantos porquês e suspirava.

As vezes respondia,

E quando não sabia ignorava.

E quando sabia era profundo seu explicar.

Sasá não estava nem ai.

Porque estava na fase dos porquês.

Bia não entendia muito disso pois era a primeira cria.

Foram dois ovinhos, mas um não chocou.

Então nasceu Sassá.

Bia está entendendo melhor essa fase conversando com as mães da escola de Sassá.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Amanhecendo na ignorância

Acordei com o despertador,

Escura a madrugada

Pintada de raios alaranjados da rua

Posso ver através da janela.

Sete luzes!

Que importa.

Armo a minha rede para pensar.

Pensar nas orações que selecionei aprender.

Me perco as vezes. 

Como de costume.

Me perco em minha imaginação.

São tantos os sentidos que preciso me orientar pelos pontos cardeais.

Quantas tardes me perdi com um livro na mão.

Hoje sei que estava me construindo.

Sem sentido e sem direção o que aparentemente da no mesmo.

Me perdia.

Agora!

A oração é justamente para colocar uma ancora.

Parar e ver qual é o melhor sentido.

O pai nosso aprendi com a mamãe, a ave maria com o todo.

Mamãe me ensinou Salve rainha e não aprendi.

Estou aprendendo.

Na verdade, sou de uma família de franciscanos. 

Os pais de papai eram Francisco e Francisca.

Papai era Francisco e mamãe Francisca.

Papai tinha o mesmo nome de vovó sem tirar ou colocar uma letra.

Mamãe se chamava Francisca porque nasceu no dia de São Francisco 10 de outubro de 1950.

Meu avó era José, Minha avó Era Severina nome de etimologia significa severa como ela realmente era.

Como cheguei até aqui mesmo.

Na madrugada.

Aprendi a rezar ou orar e descobri o valor da oração apesar de está estampado em todos os lugares.

Após a oração, vem o salmo, provérbio e a leitura de um capítulo da bíblia. Estou no livro Gênese.

Descobrindo a beleza deste universo e o tamanho de minha ignorância.


terça-feira, 1 de abril de 2025

Gaspazinho

 Entre as espadas de são jorge, estava deitado um gato!

Um gato alvo como uma garça, como goma.

Parei para lhe contemplar.

O seu susto foi medonho.

Suas pupilas dilataram.

Ficaram grandes e escuras como uma jabuticaba.

O que espreitava de que se escondia?

Seu pelo alvo, parecia macio, mesmo sendo gato de universidade.

Seus olhos eram verde e azul.

Pensei em levá-lo pra casa.

Até pensei.

Seu nome será agora gaspazinho.

Identidade

 A senhora ruiva ia pela rua!

Falava alto em bom tom.

Falava de uma cachaça.

Falava com orgulho para as amigas.

Cachaça de Pirpirituba!

Então aquela senhora tem um lugar.

Pensei é o mesmo de Maciel.

Então disse: Pirpirituba!

Ela falou que sim!

Conhece seu Maciel?

Disse que não.

Falou que lá tem a cachoeira do Roncador!

A senhora ruiva se chama

Josefa Santos!

Tá certo professor ela falou!

Tem que ir lá conhecer.

segunda-feira, 31 de março de 2025

Dona lavandeira

 No passeio por ai

Vi coisas para falar,

Vi coisas interessantes,

Umas merecem e vou citar,

Numa pequena aroeira,

Vi um ninho e sua dona,

Era uma lavadeira!

Lavadeira isso mesmo.

As lavadeiras aninham nas beiras dágua,

De certo lavadeiras de roupa

E não lavadores,

A denominaram assim.

A lavadeira,

Vestida sempre de branco,

Usa uma linda mascara preta.

Para ela é tudo no preto e no branco.

Um encanto.

Ver tudo no escuro!

E mesmo assim se veste de branco.

Brincar com lavadeira,

É brincar com uma mãe.

Se afugentada,

Defende a cria com a vida.

Defenda a cria com a vida.

Fui olhar de perto seu ninho,

E ela partiu para me bicar,

Fez um barulho danado,

Feito uma mãe 

Defendendo sua cria.

Rimos do meu susto.

Vinicius que estava no meu braço

Viu a furia de uma mãe.

E a mamãe riu de nós.

Foi hilário,

Ver tudo isso enquanto o sol caia no poente,

Enquanto seus raios dourados,

Embelezavam a nossa vista.

A visita a aroeira,

A dona lavandeira.

Lavandeira

 A valentia de uma mãe.

A lavandeira ave singela,

Fez um ninho na aroeira.

Vestida de branco e mascara negra,

Canta, canta animada.

Nos galhos da aroeira,

Se sente a graciada,

Fez um ninho para amar,

Fez um ninho para se dividir.

Arrumou uma namorada,

E ofertou aquele ninho!

Então vieram os ovos,

E a lavandeira pepi,

Ficou muito feliz com a paternidade,

Encontrou do fundo da alma

Coragem de um leão.

Ao me aproximar de seu ninho,

Que arrepio

Ela bradou e me atacou,

Com seu bico aguçado,

Impôs  medo a minha mente!

Afugentado não me aproximei.

Lavadeira lavadeira...

Vive por ai sem nada temer.

Gente á boa para você.

Por que está sempre mascarada?

Por que sempre veste branco?

Por que faz um ninho suntuoso!

Sois a princesa de negro?

kkkk.

sexta-feira, 28 de março de 2025

O moinho amigo.

 À tarde, após o almoço. Mamãe ia ao silo, pegava milho e colocava numa panela com água. O milho ficava de molho, ai colocava no fogão e dava um fogo para amolecer o milho. Lá para as três da tarde, escorria a água, colocava na bacia e era a hora da atividade. A hora de visitar o moinho. Em casa ou na casa dos vizinhos. Lembro de moer no moinho de Dudé de Zé Baliza e de Ciça de Amaro Lopes. Eu ia com a mamãe ou com uma das meninas. Um quebrava o milho que é a primeira moída e o outro colocava o milho ou a massa, no geral se moia o milho e a massa, se fosse para fazer o cucuz se moia mais. Moinho mimoso. O nosso de casa era uma carroça de bruto e duro. Noe geral moinhos mais velhos são mais leves. Daí usar o dos vizinhos. Mas também sair de casa seria motivo de atualizar as conversas. Mamãe gostava de conversar. O moinho de Dudé ficava num quarto dando vistas para um joazeiro e o barro vermelho. O de Ciça ficava na cozinha. Então vinha o calor e o suor, mas ninguém reclamava. Então mamãe conversava e fazia as colocava o milho. Quantas tardes não fizemos isso juntos. Depois que terminava se limpava. O fato é que sempre, lá em casa, fomos ouvintes. Mamãe falava e ninguém se intrometia. Acho que era resquício do patriarcado. Força de Sinhá e José Neves meu avó. E ai o moinho tinha uma função terapêutica de falar da gente, dos nossos sentimentos e emoções. A gente aprende a ser com os nossos pais, mas precisamos dividirmos as coisas juntos e o moinho além de moer, gerava informação, gerava engajamento, amizade ou do contrário também. 

Tudo porque hoje peguei o pilão para pilar meus cravos e lembrei de nossas relações com o objeto e o moinho foi muito  mais presente em minha infância.

quinta-feira, 27 de março de 2025

A rosa

A roseira do nosso jardim está coberta de flores.
Rosas vermelhas
Chega enche a vista e o peito.
Até esquecemos que rosas são armadas,
Assim como os gatos.
Em plena floração imperiosa a rosa
toma toda atenção.
São 26 flores cada uma mais bela que a outra.
Mas no nosso jardim tem muitas outras plantas.
Uma colônia, outras rosas, um sapatinho de anjo, uma campanula, uma renda portuguesa, um oxalis, uma espada de são jorge, uma lança de são jorge e um cacto.
Tinham abacaxis.
A rosa está ali. No auge. Bom bando.
Enfeitada com pétalas vermelhas,
Arrumada arbustivamente.
Nem liga para o sol...
A gente é como a rosa quando estamos bem, somos mais resistentes as adversidades que nos aparece.

quarta-feira, 26 de março de 2025

Confiança

 Ontem, após muitas aulas de prática Vinícius criou confiança e coragem e nadou sozinho.

Foi apenas dois metro, mas foi um grande salto para sua mente.

Logo estará nadando.

Ontem, na lição de casa aprendeu o que é o número dois 2.

Repetiu inúmeras vezes.

Estes fatos me arremeteram a minha infância ao contentamento de aprender.

Como foi aprender a nadar.

Faz muito tempo que aprendi a nadar. Ainda era criança, mas trago vivo essa lembrança.

"Era uma manhã como todas as outras. Tinha ido com a mamãe ao açude de Juvenal de Mariana para ela lavar umas roupas. O açude estava com pouca água e portanto raso. A água era barrenta. Depois que mamãe terminou de lavar a roupa me estimulou a nadar. Então batendo os braços consegui atravessar o açude e senti que minhas pernas não tocavam o chão. Foi uma maravilhosa sensação de segurança. Alí, descobrira que já sabia nadar. Depois foi só aperfeiçoar com muita prática ganhei confiança e descobri que sabia nadar. Fui pra casa tão feliz, e fiquei tão feliz naquela dia".

Como foi aprender a contar.

Lembro de um episódio que a professora Livani minha alfabeditazadora lá na primeira serie pediu para

escrever até 20 e eu escrevi até 120. Foi  1,2,3... 10... 19 120.

Memória sintética.


Desperto pela lua

 A madrugada estava linda,

Acordei com vontade de dormir,

Mas despertei quando vi pela janela

A linda lua crescente!

Tão grande!

Nunca tinha visto a lua crescente tão grande.

O céu limpo e escuro

Dava palco a lua

Que parecia maior.

Sempre que vejo a lua num céu escuro,

Rememoro os tempos primeiros.

Olhar para o céu noturno é contemplar a eternidade.

A gente parece ao contemplar a infinitude do universo,

Olhar para nossa finitude.

Chega a estremecer a espinha,

Nos fazendo arrepiar.

Algo muito irracional.

Fiquei ali, deitado na rede

E por meia hora a lua ficou a minha vista!

Ela me encantou.

Depois sumiu no teto da janela.

Foi assim.

Foi assim... 

A chuva

 A chuva chegou, Nem parecia que ia chover. Mas ela chegou  E cantou com a mata. Tão sonoro ouvir Frases escritas por Pessoa... A chuva chov...

Gogh

Gogh