É tarde,
Parece que vai chover,
As aves cantando,
Um sabiá cantando laranja ou banco,
Um sanhaçu cantando,
É dezembro,
As plantas verdes pálidas,
O mundo continua
Como há de ser eterno.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
É tarde,
Parece que vai chover,
As aves cantando,
Um sabiá cantando laranja ou banco,
Um sanhaçu cantando,
É dezembro,
As plantas verdes pálidas,
O mundo continua
Como há de ser eterno.
Oh!
Jasmim,
Oh, Jasmim,
Tu que enfeitas e incensas um jardim,
Jasmim-manga,
De flores estreladas alvas
E fauce amarela como gema,
Jasmim quando te vi
Pela primeira vez tive medo de ti,
Pois tuas flores enfeitaram o primeiro defunto que vi,
Teu aroma ficou grudado na minha alma,
Assim como aquela face enrugada,
Fria e morta,
Aquelas mãos cruzadas ao peito,
Aquele corpo de tanto vivido,
Era um corpo que esfriara,
Que a pouco vivera por tantos anos,
Mudando de fases,
Vivendo,
Existindo...
Jasmim tu que enfeitastes e desses a última impressão a um corpo,
Me destes a primeira impressão do fim, a morte...
Meu primeiro grande medo,
Minha consciência...
Despertar para a realidade é árido...
Tuas pétalas macias frágeis e delicadas,
Perfumadas,
Tuas folhas de manga,
Tuas inflorescências cimosas...
Que são agora para mim?
Apocynaceae, Plumeria rubra...
Vida e morte,
Ser e não ser,
Início e fim.
À noite está enfeitada
Com árvores e pisca-piscas,
De cores mais diversas,
Azuis, verdes, vermelhas, brancas...
São árvores e enfeites de natal,
Meu coração fica contente com o natal,
Meu coração fica feliz,
Mas está apertadinho,
Parecendo um coração de frango,
Por quê?
Papai não está bem de saúde
E estou aqui longe...
Pisca-pisca.
Enquanto o sol nascia,
Caminhava na rua,
Ouvi a vocalização de um pica-pau,
Lá no nascente sobre um poste estava a linda ave...
Não lembro de ter ouvido ou visto tal beleza na rua,
Aquela impressão e percepção foi passageira,
Depois mais tarde,
Ouvi outro pica-pau vocalizar longe.
A lua estava no céu menos intensa que ontem.
Novembro se vai,
Entraremos no último mês do ano,
Ano de 2020,
As coisas que vivemos neste ano,
Coisas boas e ruins.
Nascimentos e mortes...
Coisas deste tipo.
Tudo vai passar,
Como passou e está passando.
Ir e vir,
Subir e descer,
Potência e ato,
Verão e inverno,
Manhã e tarde,
Noite e dia...
Será o universo dialético,
Universo...
Uma direção,
Um sentido...
Qualquer um que seja.
Vi o sol nascer no horizonte além mar,
Vi a areia alva,
Vi ervas secas, arbustos verdes,
Vi coqueiros,
Vi pessoas,
Pessoa de todas as formas,
Pessoas quadradas,
Pessoas ampulhetas,
Pessoas triangulares,
Pessoas longas...
Vi o dia nascer,
Neto também viu,
Aldo Neto,
Mas a noite. Esta não verá.
Nunca mais... tragédias da vida.
A manhã despertou nublada
E o brilho do sol não apareceu,
Neblinou,
E muita coisa coisa aconteceu...
Coisas maravilhosas,
Coisas boas,
Coisas... Traços,
Classes de coisas.
Algumas ruas estão mais alegres
Com a florada rosa dos jambeiros,
O chão fica rosa de elementos florais,
Estames, rosas formam um tapete
Cor de rosa, rosa azedinho.
Os jambeiros com suas copas majestosas
Me fazem lembrar minha amiga
Amada professora Rita
Pelas vezes que íamos almoçar no Lá gula
Ela estacionava seu honda Fit
numa paralela perto de uma casa cujo jardim era coberto por um imenso jardim.
Sua folhas pareciam sorrir para o sol.
Como as pessoas desaparecem,
O tempo tudo apaga,
Enquanto há memória
A essência parece existir.
Eu sempre amei frutas. Caju, goiaba, pinha, araçá, seriguela, pitomba, pitanga, umbu, cajarana, cajá, coco, coco catolé. Essas tínhamos em ...