segunda-feira, 25 de maio de 2020

48. Esforço

Após uma manhã nublada,
Cai a tarde fresca,
Enquanto lia um trabalho sobre ensino,
Refletia sobre a atividade de ensino.
E pensava quanto é complexo este tema.
Acho que é a soma de subjetividade com objetividade
E desejo de  ensinar.
O que poderia ser mais fácil que ensinar?
Não ensinar.
Ensinar é um ato de amor,
Quando há resistência a aprender.
Nada vai a diante, mediante resistência.
É preciso está aberto a aprender.
Ensinar é um ato de amor,
Pois na maior parte das vezes,
Ensinar é negar os desejos humanos.
Por isso é preciso contextualizar,
Relacionar, resgatar o que há no outro,
E no final pode ter sucesso ou crer que o insucesso ganhou.
Mas não nos cabe pensar sobre.
Só o futuro revela nosso esforço.

domingo, 24 de maio de 2020

47. Descontinuidade

Acendo o fogo e ponho água para ferver.
Pretendo fazer um chá.
Penso em várias coisas neste instante.
Na cor azul quente da chama,
No calor aquecendo a vasilha de metal,
No ponto de ebulição da água.
E me vez a mente o fazer o fogo,
Fogo de lenha com chama laranja,
Num fotão de lenha.
São as minhas raízes culturais,
A expressão de meu tempo,
Da minha idade.
Que afloram com fazer um chá.
Sabe parece um tempo eterno.
O fazer que só muda de objeto e situação,
Mas os princípios são os mesmos.
Do meu bisavó para meu avó para meu pai, para mim
Para um filho...
É a gente se perde nos pensamentos.

46. Outro momento

Para que este momento se eternize
É preciso paz exterior e interior,
Que haja silêncio,
Concentração,
Que se pense em algo bom,
Deixar para trás o que foi ruim.
Talvez esquecer mesmo que por apenas este momento.
Buscar a melhor memória,,
Pensá-la e amá-la.
Registre em forma de textual 
Na forma de um poema.
Quem sabe!
Às vezes, pensamos que as coisas tem tempo eterno,
Achamos que não passará.
Todavia tem o devido tempo.
O tempo objetivo,
A parte do tempo subjetivo.
E damos diferentes roupagens as coisas,
Ou aceitamos aquelas que os outros dão.
Tudo que falei é bobagem.
Temos maior medo de desaparecer da face da terra.
Medo do não ser. 
Só entendemos de ser.
E ser de maneira caótica.
Ser de maneira caótica.
A verdade é se é que esta existe
Estamos aprendendo a aceitar a existência,
Refutando-a ou amando-a...
Temos medo do que nos faz sofrer.
Sei lá.
Como poderia saber e ainda escrever sobre?
Com meus pensamentos caóticos e imbricados.
Como alto que está sendo triturado num moinho
Dando origem a algo palatável.
Parte de um processo em curso.
Agora, a chuva chove lá fora.
Ouço uma música de piano de Ludovico Einaudi.
E meu pensamento foge daqui e aparece em outro lugar.
Acabou de entrar num museu de Schubert na Aústria.
Os objetos como fatos de uma realidade.
A gente se espanta com essas coisas
Quando elas se materializam
Ou são registros de uma realidade.
Às vezes, nos leva a uma catarse.
Creio que tive uma catarse quando entrei numa igreja gótica.
Ou quando encarei um pintura de Gogh.
Estava ali materializada uma imagem pensada, pintada e contemplada pelo grande Vincent.
É lugares me encantam,
Livros me encantam,
Pessoas me encantam.
É tão bom quando a gente toma consciência do mundo e das coisas,
Consciência que o mundo é muito maior que nós que o nosso entorno...
Que as pessoas podem ser maior ou menor que aquilo que anunciam sobre estas.
Essa mistura de som de piano com som de chuva é tão agradável.
Ficaria um bom tempo contemplando.
Até que delibere fazer algo que ache necessário,
Entretanto não sinto vontade,
É domingo, uma manhã de chuva,
Estou colorindo este texto,
Para mim, pois não espero ser lido.
Há milhares de textos melhores.
Ler Clarice Lispector por exemplo.
Li hoje.
Foi tão lindo o texto.
Só capturei que ela amava rosas brancas,
E ela disse em dois textos diferentes.
Que amava as rosas brancas,
Pois as rosas brancas vão ficando mais perfumadas quando envelhecem.
Que gostosa e verdadeira observação.
Nunca pensei em dar uma roupagem como essa a uma rosa.
Talvez dona Ritinha poeta de Cabaceiras desse.
Só observo e contemplo.
Como amo a poesia feminina de Cora, Cecília e Rita...
Fecho este texto para continuar a viver a realidade em outro momento.

45. Lar

Aprendi que a natureza é nosso lar e também nossa mãe.
Quando estou em casa, traduzo e assimilo aquilo que minha mãe expressa.
Para isso, dediquei-me as ciências naturais ou maternas. Sinto-me bem em reconhecer as espécies pelo nome, através de suas características. Estou aberto a aprender mais a todo instante. Já aprendi que nunca se sabe tudo, pois a totalidade é muito plástica e complexa. Aprender é sublime e nos liberta da ignorância e nos faz respeitar nosso lar e nossa mãe.

sábado, 23 de maio de 2020

44. Entender

O dia inteiro foi de chuva.
O sol nem apareceu.
Dava pra ficar só ouvindo Chopin.
Mas a vida é ação e não pude me dar esse luxo.
Trabalhei.
Ouvi vários podcast de política.
Não serviu pra nada.
Ri com a turma da Serraria.
E refleti com C. Lispector.
E contemplei a chuva que é sempre generosa.
Cada dia a gente entende um pouco mais.

43. Perturbação

Amanhece.
E enquanto amanhece chove.
A luz ainda segue tímida.
Na cama, sinto conforto e calor.
Sinto proteção.
Mas nem sempre aproveito esses momentos,
Pois minha mente tem o costume de pensar no passado ou imginar situações futuras.
Costuma ser idealista.
E me tira o sono e a paz.
Alinhar-se ao presente talvez nos ajude a fugir de nós mesmos.
Poxa. 
Como é difícil existir com consciência.
É um desafio a ser superado a cada instante.
Ou é tudo ou não é nada.
Bom vou voltar a ouvir a chuva,
Pois sinto que não disse nada.
E essa perturbação não vale nada.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

42. Surpreendente

Já falei que estou lendo Clarice Lispector,
Simplesmente adoro suas crônicas.
Trata-se de um trabalho primoroso,
Muito bem escrito,
Com conteúdo que nos faz ficar pensando por um bom tempo.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

41. ESEC

Enquanto mexia no Facebook, vi uma foto de Messias num campo na caatinga.  Fui  tomado por uma maravilhosa memória de quando fazia minhas coletas botânicas de mestrado. Estas coletas foram realizadas na estação ecológica de Serra Negra no Seridó e ocorreram entre os anos 2005 e 2006.
A caatinga aberta com campos naturais forrados de erva enchia a vista e a minha alma de alegria. Sozinho no meio do mato ia coletando, anotando e as vezes fotografando.
Saia do alojamento ainda escuro e só voltava com a presença cheia de ervas.  Eu sentia uma felicidade imensa a cada planta que coletava. E assim, os números iam crescendo. Além disso, tinham os amigos com quem dividia as alegrias e angústias. Adalberto, Carlinhos, George, Manu, Rosali e Thaís.
As coisas iam bem da maneira que era e que dava pra ser.
Assim foi.

40. Ouça

Em tempos difíceis como vivemos agora que estamos todos confinados por causa de uma pandemia, precisamos de algo que nos ajude a perceber a beleza da música. Nestes momentos, buscamos ouvir algo que expresse algo belo, simétrico e harmonioso. Uma dica, as músicas eruditas estão ai. No youtube, temos vídeos dos grandes clássicos. Interpretações absolutamente maravilhosas. Mozart, Chopin, Brhams, Bach, Beethoven, Schumman, Schubert, Dvorak, Paganini, Liszt são apenas uma das inúmeras opções. 
Faça sua escolha e ouça...

quarta-feira, 20 de maio de 2020

39. Pro passado

A chuva cai de mansinho bem devagarinho.
Enquanto a manhã vai crescendo em silêncio.
Silêncio que diz muito.
Só os inocentes pássaros contam.
Infelizmente, chegamos a mais de mil mortes por Covid-19.
Nosso medo só aumenta.
Nossos nervos já nos traem.
Estamos no clímax.
E tudo que podemos fazer é ficar em casa.
Estamos acoados feito caça na loca.
Vou-me embora para o passado.
O presente está nos matando de baixas emoções.
Resta apenas aguardar o que torna o tempo longo.
Nada mais.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh