domingo, 1 de dezembro de 2013

Cheios de emoção

Não há sentimento mais humano que a emoção.
Emociona-se com qualquer coisa:
Com a beleza e o perfume da flor.
Com o diálogo das crianças no parque, nas ruas, na escola,
Como são sérias as crianças quando conversam.
Com a voz cansada dos avós,
Com o caminhar lento dos idosos,
Com a proteção feminina,
Com o miado de gato novo
Ou o grunido do cão novo chorando por sua mãe.
Ou o piado desesperado de pintos desgarrados no  início da chuva,
Coisas tão simples
Que enche nosso coração de alegria ou de tristeza
Somos seres cheios de emoção.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Despertar

Eterna aurora,
Nunca mais ti vi,
Que sol ligueiro,
Antes que desperte,
Oh, Apolo já desponta no nascente,
E as aves cantam sua bondade,
Cantam sem parar,
Vivos e agitados cantam
de lá pra cá e de cá pra lá,
Suave manhã que passa,
Abraça-me e me desperta,
Ao afago da brisa
E ao canto das aves...
Ensina-me a ser útil a vida,
Logo mais não estarei aqui nessa lida,
Mesmo assim quero cantar
Como fazem as efêmeras aves.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A preguiça

A sombra da mata,
O vento fresco,
A estrada de terra,
O verde da mata,
A preguiça quase se arrastando.
Pequena, magra e cinza,
Mais parece uma criança.
Ia passando e ela na indecisão,
Cruzar ou não cruzar a estrada,
Ajudei-a...
Tão magrinha.
A sombra da mata.
Os ingas...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Pisca-pisca quase natal

A noite esta quente e escura,
O céu estrelado,
E o vento sopra através da janela.
O tempo passa depressa,
Já estamos novamente no fim do ano,
Nas ruas pisca-piscas piscam
todos coloridos azuis, verdes e vermelhas
Piscam, piscam noite a dentro
Anunciando o Natal...
O silêncio da noite...
Todos distantes, meus pais, meus irmãos meus sobrinhos, meus amigos.
A minha mente vê a poeira das estradas
que povoavam minha infância
os galhos secos.
A embauba que de longe ganhava verde das folhas,
O açude que seca se preparando para a chuva,
A barra mais limpa a cada manhã,
Meus avós vivos envelhecendo,
Meus pais jovem e fortes
E nós crianças crendo em papai Noel,
Nunca ganhei presente de Natal,
Mesmo assim gostava de saber que papais Noeis existiam na televisão.
A noite está escura,
Minha mente também,
Só sob a luz de lembranças da vida.

domingo, 24 de novembro de 2013

A arca de Noé

Na minha infância à noite saíamos para a casa de algum vizinho. Geralmente íamos a casa de Chico Franco.
Caminhávamos no escuro silenciosos, olhando para a lua, pisando na poeira vermelha da estrada. A noite era um breu. As vezes encontrávamos alguns vizinhos indo fazer boca de noite na casa de outras pessoas e as vezes  nos reuníamos numa só casa. Naquele tempo não tinha televisão a conversa era a unica distração, quebra do tédio. Na casa de seu Chico tinha um quadro que adorava olhar. Era uma representação da Arca de Noé. Uma arca em forma de navio com uma estrada que levava todos os animais para o seu interior da arca. Aquela pintora era a unica forma de ver animais africanos elefantes, leões, zebras... Todos eles emparelhados me seduziam e me tomavam a atenção. Enquanto isso os adultos conversavam, vez por outra saia um café. E a conversa ia até tarde as 21 horas. Depois voltávamos para casa e levava na imaginação como tantos animais se acomodavam em uma arca.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Um dia

Que se passava na cabeça de Borges,
Uma cabeça cheia de ideias, de memórias,
De livros lidos e apreendidos.
Uma cabeça em que os sonhos
Se confundem com a realidade.
Amo tanto os livros,
Amo as ideias,
Ideias engendradas
nos giros e circunvoluções cerebrais...
Dos mais sábios dos homens.
Quanto sabemos?
Sabe-se lá...
Ainda muito pouco, mas é assim...
Um dia saberemos quem sabe.

domingo, 17 de novembro de 2013

Noite

A noite enluarada e silenciosa,
Becos vazios, perfumados por quisqualis,
Sobre os muros Himatanthus florescem
Flores brancas,
Fauces amarelas.
Que bela noite...
Que silenciosa noite,
Vazia noite de domingo.

A flor

A flor que nasce no campo,
Nasce no campo,
A flor perfumada,
Flor desejada,
Flor ornamentada,
Flor colorida,
Flor querida,
A flor que nasce no campo,
É uma flor estimada...

sábado, 16 de novembro de 2013

Profundidade

Uma canção perdida no ar,
O vento que a tudo afaga,
As flores que doam sua beleza.
O mar com seu horizonte ilimitado,
O céu com o sol ou suas estrelas,
A noite com sua profundidade,
O homem com sua visão limitada,
O desejo consumido,
Coração partido,
A partida...
O querer objetivado,
Algo de tudo isto nos compõe,
Algo de tudo isto nos faz ser quem somos.
Mais nada.

Acontecer

As flores desabrocham dos botões,
Flores vermelhas, flores brancas, flores amarelas.
O sol no céu azul.
Schumann tocando no sábado.
A solidão,
Alvo sótão,
O vento soprando,
Peito perdido,
Emoção,
Lágrimas...
Luz.
Flores e a solidão.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh