terça-feira, 18 de setembro de 2012

Angústia

Não estamos livres da angústia.
A angústia muitas vezes nos toma por  inteiro e nos faz sentir frágeis. A angústia trás a tona nossas fraquezas e medos.
Não sabemos porque nos sentimos angustiados ou o que nos causa este sentimento. Creio que ele vive dentro em  nós como um vírus e se expressa quando estamos fracos.
Na presença da angústia nada nos apetece.
Mesmo sabendo da fragilidade e brevidade da vida.
Ainda assim somos acometidos por tais sentimentos.
E o que nos traria a felicidade e espantaria angústia?
Talvez o amor daqueles que amamos e num sentimento mútuo de dedicação nos trás sentido a vida.
O amor pode nos livrar destas coisas. Só o amor.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Tempo

Somos obra de nosso tempo.
Não temos consciência, nem nos ligamos que fazemos parte deste tempo o qual passa dia-a-dia e nos faz esquecer de sua continuidade, faz-nos esquecer de nossa finitude.
Ontem já não nos pertence, passou e muitas vezes nem percebemos pois estamos planejando o amanhã.
Não nos damos conta que ao consumir o tempo, estamos sendo consumido pelo mesmo.
E tudo que fazemos tem reflexo na matéria ou no espírito. No entanto o tempo continua intacto.
Gerações passaram e passarão. Não restará nada além de histórias, memórias e matéria. Isto é aos importantes. Porque na maior parte do tempo, passamos ocultos na vida, vivendo para nós mesmos.
No tempo está a raiz de tudo e de nada...
Tempo passará, fria e calmamente pondo cabelos brancos nos homens,
levando vidas e criando vidas, mais nada.

domingo, 16 de setembro de 2012

Sertão

O sertão arde em calor neste verão.
Este ano de 2012 quase não choveu. 
O mato quase não enramou,
E está pior porque é época de eleição.

Quantos heróis resistentes não há no sertão?
Quantas lágrimas de dor já não foram derramadas
Ao verem seus animais, únicos recursos, famintos sem ter o que comer.

O sertanejo depende da fé para continuar no sertão,
A fé é o suporte às dificuldades.
Sertanejo sou,
Apesar das dificuldades, nem tudo é dor.

Embora seja sequidão cá. 
Quando chove a chuva,
Que a terra é molhada,
Quando fica encharcada
Das varas secas gemas arrebentam
Verdes, verdes peludas,
Tingindo o cinza de verde nítido,

No chão molhado,
Além do roçado,
Sementes explodem em vida...
Tingindo a terra com a babuge verde,

A babugem cobre os campos, vales e serrotes. 

Catingueiras nuas se cobrem de folhas aromáticas.

Tanajuras voam ao céu perdidas, 

Cantam as aves mais alegres,
Os sapos  magros vão para a água fornicar,
 saem da hibernação a forragear e os riachos voltam a correr.
A vida parece surgir do nada...

Quem foi criança e cresceu no sertão certamente tem na memória essas imagens vivas na alma.
Quem que lá viveu que não teve um cão como melhor amigo e teve vizinhos passivos e animais para cuidar. Quem nunca saiu para pescar, caçar ou tomar banho nos riachos e açudes.

Quem não lembra dos cheiros de doces aromas
Das espécies nativas,
Flores pequenas das mimosas, mufumbos, catingueiras, dos muçambés, bamburrais, das cajaranas maduras, dos currais.

O sertão apesar de maltratar tem muita coisa a louvar.
A vida pode ser sofrida, mas é sossegada...
Ah, o sertão... o sertão dos sabias, dos concrizes, golinhas, azulões...

O calor do sertão, a cinza do sertão maltratam, mas a vida do sertão, a morte no sertão.
Só quem nasce lá qualquer custo carrega consigo na alma estas memórias.

E o sertanejo que foge de lá todas as vezes que ouve os sons do sertão chora internamente
porque sua alma lá foi gerada.
Nunca esquece... nunca mais aqui ou no Japão.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Questões

Hoje quando acordei, abri a janela, como sempre faço, permitindo que a brisa entrasse e ainda para poder ver ver o céu e lá nos fundos. Uma lufada atravessou a janela e me encheu de nostalgia. Pensei comigo: o que estou fazendo de minha vida? Qual o meu propósito? Dei-me conta de que estou sem propósito e isto me deixou mais triste.
Olhei através da janela e o céu estava cinzento, translúcido como meus pensamentos, nem vi o eucalipto.
Li as manchetes dos principais jornais, uma ou outra coluna. Tudo me pareceu tão insípido, incolor...Ou seria meus sentidos que não reagiam aos estímulos.
Eu me senti inútil como o cão deitado na palha seca.
O que eu fiz ou deixei de fazer? O que eu sou?
Sequer encontrei respostas para as duas perguntas anteriores... Pensei em ser tanta coisa, mas não sou coisa alguma. Este foi ou é o pior sentimento que já  me acometeu...
Para fugir destas ideias, fiz um chá, sempre funciona, mas não adiantou...
"Estou me sentindo um inútil"
Ah, por que estes pensamentos existem e por que quando encrostam em nossa mente fica lá nos incomodando...  
Bem, não consegui me livrar desta sensação ainda...
Temos que nos reter aos estímulos externos para fugirmos de nossas piores sensações.
Bom com calor, sinto-me incomodado...
O incomodo gerá essas ideias...
Ah, mas essa brisa veio só desequilibrar minha homeostasia ou talvez, se tivesse permanecido na minha cama como pedia meu corpo nem tivesse pensado essas coisas...
Acho que é o fim da estação.
Sabe lá... ficam as questões.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

As curvas

As curvas que desaparecem de nossas vistas o que nos contam?
Ainda ontem corria como menino na ilusão que a vida tudo podia me dar.
Ia dormir a noite feliz com a possibilidade de ter um novo brinquedo,
na ilusão de não ter o que fazer e ficar sem ter o que fazer o tempo todo,
apenas divagando em meus pensamentos.
Como eram ricos os meus pensamentos de criança,
tão criativo quanto um escritor inglês,
mas com nordeste como cenário.
No inverno quando tudo era verde e florido cheirava ou rasgava flores sem
nada entender daquelas estruturas. Ah, beleza das flores sempre foi real e me encantou.
Corria para o mato, caçava, corria para as goiabeiras e degustava da vermelha doce goiaba.
No verão adorava o cheiro doce da flor do caju, seus frutos...
Sem contar como eram boas as festas juninas, soltar traque... Ano que vem vai ser melhor
vou ter dinheiro para comprar mais que João de Daleia.
E no fim do ano, catava castanhas pra ter o trocado da festa.
Ano que vem vou ter mais dinheiro que é para comprar um brinquedo bem bom...
Os anos se passaram e as coisas ganharam nomes e os nomes revelaram a realidade da vida.

As curvas se revelaram, ficaram para trás.
Hoje vejo tudo tão real e tudo é tão sem gosto...
Os padres e médicos morrem e são gente.
Milagres, se existem nunca me aconteceu.
As curvas só falam a quem busca algo...
ou são apenas curvas de um círculo.

Vento e tempo

Passo meu tempo útil,
fazendo coisas inúteis.
Lendo o que não preciso,
pesquisando o que não me serve.
Eita tempo pra que me serves?
Viver, viver...
Viver bem ou mal, será se depende de nós?
Chova ou faça calor,
não sei como somos felizes.
E o tempo passa
como o vento.

Aurora

Acordo preguiçoso, levanto, tomo um chá.
Ainda não acordei, leio colunas, rio muito.
Algumas coisas me fazem matutar,
mas tudo passa logo. Enquanto isso
ouço o notícias no rádio...
Já me acostumei as novas quatro paredes brancas,
mas ainda sinto falta das antigas.
Minha janela agora é enorme,
mas não tem um jardim,
uma acácia e uma magnólia como
antigamente.
Tenho só paredes de um shoping
e alguns eucaliptos ao sudoeste.
Agora vejo grades...
Que isso importa, paredes brancas,
claras como minhas ideias,
vazias e frias.
Às vezes me sinto feliz.
E assim acordo novamente.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Caminhos do passado

Ah, o que nos parece velho.
O que é velho aos nossos olhos será mesmo velho?
Nossa vida é tão curta, breve...
Os dias se sucedem sem que percebamos,
simplesmente nos acostumamos com tudo.
E quando nos acostumamos as coisas vão se desbotando,
e ficam parecendo velhas.
O velho caminho por onde passei,
por onde aprendi a andar,
onde reconheço cada buraco, curvas e pedras,
para mim, parece velho, mas será?
A minha interlocução sim.
Embora perceba isto,
não creio que o é.
A vista do outro pode ser novo.

O velho caminho onde caminhava
para buscar a água de beber ou as vacas,
hoje, já não existe mais,
nem é novo ou velho...

Revelo que existiu,
mas a quem interessará
uma velha rota de jegues,
vacas e homens...

Tudo isso agora é passado quase apagado,
restam algumas lembranças...

Cada um tem um caminho que acha velho.
Qual é o seu?

Vento

Nestes dias quentes como é gostoso quando o vento sopra
e leva o calor para longe.
Como é bom ter um jardim para poder banhar.
E ter a ilusão de que o calor se foi.
Às vezes queríamos que nossos problemas fossem
como o calor fácil de resolver...
Mas não são, pelo menos é o que achamos.
Nestes dias quentes nema as ilusões são leves.
Enquanto isso a vida passa.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Saudades

Ah o tempo vai nos afastando dos velhos costumes e trazendo-nos novos.
Agora nesta estação as árvores perderam as folhas e os ipês estão florindo.
O tempo torna distante minhas lembranças, minhas maravilhosas lembranças
das praças arborizadas de Barão. Saudades doces de Barão Geraldo,
da Unicamp, do IB, do Departamento de Botânica...
Saudades do velho Tama, dos Joazoinhos Semir e Galvão.
Saudades da Sandra Caramello, da Ana Tozzi.
Saudades do João Aranha, do Padre, da Rose, do Marcelinho, da Suzana, da Maiara, da Emília, da Dani, do Zé Bola, do Tomate, da Aline...
Saudades desse povo, saudades de Campinas...
Saudades do tempo cinza.
Saudades das coisas boas que passaram por minha vida.
Coisas boas como o cheiro do Jasmim, das Murraias, da Mangólia.
Saudades de namorar minha Ana em Campinas.
Sair da Unicamp passar na sapore e comer aquela pizza.
Saudades de minha bicicleta azul, linda xabrobike.
Depois de sair da Unicamp, ir para casa, pegar as coisas e sair para passear.
Pedalando pelas ruas Felizberto Brolezze, Luiz Vicentin, passar pela igreja Santa Izabel o super barão que hoje é hiper, Cruzar a avenida santa Isabel,
e pegar a praça dos cocos, depois malhar um pouco a sombra dos Ficus.
Sair pedalando pela rua José Fernandes pegar poeira, ver a Bhoemeria depois do objetivo. Pedalar toda José Ferndandes, e indo olhando as plantas e catalogando...
Saudades de minhas Dichorizandras...
Depois de descer subir pela santa Isabel e chegar em casa.
Comer qualquer coisa, ligar o ventilador e ler.

Saudades, saudades das coisas mais simples mas que me faziam feliz.

Jaca em família

 Eu sempre amei frutas. Caju, goiaba, pinha, araçá, seriguela, pitomba, pitanga, umbu, cajarana, cajá, coco, coco catolé. Essas tínhamos em ...

Gogh

Gogh