quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sol

O sol no céu azul,
nenhuma nuvem, nada,
uma ilha ou um barco?
o sol no oceano azul,
o sol só
brilha forte,
e seu brilho a todos chegam
a todos aquecem,
a todos revelam as formas
que as trevas ocultavam,
as cores, faz germinar
as sementes, desabrochar as flores,
a água mudar de estado,
e distribui sua energia
de graça ao mundo,
ao espaço e viaja sozinho,
o sol, com seu alo dourado,
acorda o mundo todos os dias,
e dorme em meio a natureza,
sol, sol...
sem ti que seriamos?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Máscaras

Nascemos e somos crianças, logo que crescemos nos tornamos somos adultos, e por fim as forças e o vigor se vão então envelhecemos envelhecemos e somos idosos. Essa é a trajetória humana, seguindo sempre os trilhos da linha do tempo. Mas afinal em que somos capazes de nos transformar? Ou somos simples fruto do destino. Será que nosso destino já está traçado? Se o destino existe somos capazes de modifica-lo?

Já na infância, período em que temos maior capacidade de aprender, o mundo é totalmente novo e tudo que percebemos queremos tocar, saborear, olhar, cheirar. Nós realmente usamos todos os sentidos queremos ver o mundo de todas as formas. Temos fome por conhecer queremos descobrir esse mundo de qualquer forma. Então somos atraido pelo colorido, pelo cheiroso entre muitas fontes. No entanto, da mesma forma que nos interessamos por tudo somos estimulado por outra e mais outras coisas. E finalmente acabamos aprendendo toda a parte sensorial e aprendemos a partir de atos que fazemos a perceber as reações do mundo. Se temos fome, aprendemos que se chorar-mos alguém nos alimenta, se tivermos sede aprendemos a mesma coisa. E aos poucos vamos criando um vocabulário o qual conseguimos o necessário para viver, mas vamos crescendo, lindos e cada vez mais esperto, e aprendemos a andar, a falar dentre tantas cosias que aprendemos. Finalmente percebemos que não somos tão especiais, que não podemos ter a atenção dos pais e de todos que nos rodeiam a todo tempo.

Então com um maior vocabulário aprendemos nesse período que somos capazes de viajar no mundo da fantasia. Aprendemos que tem os fortes e os fracos, os bonitos e os feios, os bons e os maus. Então estamos entrando no mundo das abstrações a coisa começa a ficar muito mais complexa. É nessa época que somos apresentados a uma caixa preta que tem vários botões que logo aprendemos que se apertar um botão ela liga como se fosse uma janela, descobrimos vendo os outros usando um tablete preto que se apertamos ali a máquina liga também. Sim Descobrimos a tevê e que coisa maravilhosa tem muitas cores, formas. E aprendemos que eles soltam sons, iguais aos que nossos pais fazem e eles se movimentam. E aprendemos sobre todo aquele mundo e vemos que nossos pais muitas vezes "tem medo de coisas grandes, os monstros e nos ensinam a ter medo, aprendemos que tem pessoas capazes de vencer esses monstros os super-heróis, sim aqueles homens fortes, bonitos, inteligentes que são capazes de tudo. Descobrimos que existem coisas e seres bons e maus.
Nos interiorizamos e queremos ser super-heróis os mais fortes, mais bonitos, mais inteligentes, não nos ensinam que os super-heróis não existem, mas tudo bem iremos descobrir de uma forma ou de outra.
Porque para nós tudo que aprendemos é real, nosso primeiro conhecimento é empirista, adquirido pela prática, e só com o tempo vamos desvendando outras outros conhecimentos ou melhor novas crença com a ampliação de nossa linguagem, então nosso mundo é totalmente nosso, criado por nossa imaginação com base nas nossas próprias avaliações.
Então durante a infância se tivermos alguém que seja capaz de alimentar e ampliar nossas formas de construir o nosso mundo. Introduzindo a essas crianças através dos histórias, podemos levar ao mundo dos livros, mundo dos contos. E a introdução neste mundo pode ser muito importante para o futuro destas pequenas pessoas. Pois se ensinamos que existe um mundo maravilhoso nos livros, certamente a curiosidade dessas crianças vai levá-los a querer decifrar esse mundo e a partir dele essas crianças terão suporte para entender melhor o mundo quando tornarem-se adultos.

Entretanto nem todo mundo consegue brincar com seus filhos, dar-lhes atenção e apresentam seus filhos a caixa preta com movimentos a televisão. Sim esse objeto maravilhoso pensam as mães que agora podem ver seus filhos quietos, e podem ter mais tempo para si, para organizar a casa. Salve a televisão o acalma. Não sabem eles o quanto vai custar caro para elas esse hábito que seu filho desenvolve. Primeiro seus filhos são bombardeados com propagandas, dizendo as verdades do mundo. Vão desejar querer tudo que seu super-herói usa, sandálias com super-poderes, roupas, pulseiras, alienigenas, monstros, super-heróis de plástico. Seu filho vai passar a projetar a felicidade dele no consumo, e só será feliz se puder ter. Além do mais ele vai perceber que as crianças na rua, na escola em todos lugares e vai começar a acreditar que aquilo é essencial para ser igual a todas as outras crianças terão de usar tal objeto, pois é um objeto de inclusão. Não acho que as crianças não devem não ter acesso a tevê, não é isso, acho que deve aprender a ter limites, ter deveres e ter horários. As crianças sabem muitas coisas, mas não tem noção das consequências de seus atos.
São dos adultos quem devem impor limites as suas crianças, responsáveis por sua responsáveis pela educação e por seu bem estar, mas para isso é necessário ser uma pessoa presente na vida da criança e não substituir essa presença por presentes e liberdade para essas crianças fazerem o que querem em troca da ausência. Devemos deixar que a escola cumpra essa função?

Imagine que o adulto não tem tempo para uma leitura, não se dedica está com sua criança e sempre deixar que essa criança faça tudo que vem a mente. Sem uma referência o que pode ser construído da mente de uma criança sem um referencial, sem a presença de alguém que lhe ensine que é certo e o errado, que lhes ensine condutas que lhes permita viver em sociedade. O que pode acontecer?
Então eu lhe digo que as crianças aprendem a sofrer, desde pequeno por não terem essas referências, essa presença, constrói em sua mente afetos aquilo que acredita que lhes faz feliz. E quando não tem elas sofrem por não poderem ter o objetos.

Digo isso porque sofria quando não podia ter certa coisa. No entanto depois passava mudava o pensamentos e tudo acabava, sofria, mas não chegava a morrer. Muitas vezes não estimulamos a capacidade de criação do universo das crianças ou simplesmente damos a eles o que pedem, ou não damos a ele a capacidade de imaginar ter, imaginar ter a coisa, ou simplesmente a partir de objetos podemos pensar estamos com a coisa real, essa seria uma oportunidade de ensinar o valor das coisas.

Lembro que muitas vezes entendia que meus pais não podiam me dar certos brinquedos, que era porque tinha muitos filhos e o dinheiro não sobrava, eles queriam me dar, mas não tinha recursos então e eu simplesmente criava, fazia meus brinquedos, podia parecer feio, mas na minha imaginação aquele objeto lúdico era perfeito e ia imitando os adultos, coisa que mais ensina e que as crianças adoram.

E foi assim que aprendi a fazer, muitas coisas como todas crianças fazem, imitando o que os adultos que se aprendi a fazer muitas coisas. De maneira que vamos assumindo quem somos a partir do que temos. E é dessa forma que nos tornamos e assumimos nosso ser como adultos.

No contexto atual que vivemos em que o capitalismo é hegemonia em que temos tudo ou quase tudo que quisermos ter, basta que para isso tenhamos dinheiro. E vivemos num país rico, porém com má distribuição de renda. Podemos dividir a sociedade em classes com posses e as classes sem posses.

Onde as crianças das famílias com posses, ou seja, capacidade de bancar boas escolas para os filhos, cursos de línguas e viagens, bem como dar-lhes tudo que a criança deseja, além de serem capazes de bancar no necessário para que o filho de torne alguém com o mesmo padrão de vida e são sempre mais beneficiadas.

Enquanto as crianças pobres não têm boas escolas, mas tem tevê em casa, e são pessoas e tem desejos, e tem discernimento do certo e do errado, mas não tem como entender como alguns podem e elas não. Essas crianças muitas delas têm que muito cedo se deparar com a realidade, tem que crescerem antes do tempo. Muitas dessas crianças por falta de esclarecimento tornam-se pais e mães muito cedo. Muitas tem que trabalhar para manterem suas escolas.
Existem crianças que querem, mas não podem ter fantasias, pois até mesmo essas são criticadas pelos adultos da própria família, pelos vizinhos e só vêem todos dizendo o que não pode, nunca dizendo o que elas podem.

Como pode sonhar quem mora na favela? É preciso muita arte, garra, fé e esperança, para não ser água suja e escorrer pelo ralo.

Infelizmente, muitas dessas crianças encontram os caminhos mais fáceis para alcançarem seus objetivos e viverem pelo menos um minuto como reis, viverem a realidade de sua imaginação e muitas crianças entram para o tráfico, para a prostituição.

Mas não são todos que seguem os mesmos caminhos uma das principais causas para a existência destas situações são as ausências de referências, que seriam pessoas que saíram da periferia e conseguiram se introduzir no outro mundo das classes, que é possível, que tudo, é possível quando se acredita.

Mesmo que crescem em meio a violência mas que é possível.

Já está muito longo o texto, pode dar uma paradinha para ir ao banheiro ou tomar um copo d'agua.


Então sei que estou sendo ingênuo com minha visão otimista.

Realmente como ser otimista se moramos na periferia onde as ruas são irregulares, com fezes de cães por toda parte, paredes coberta de musgos, portões enferrujados, portas improvisadas, ruas esburacadas, lixo nas ruas, fedentina, som alto. Acho que muitas vezes esses ambientes são pior que uma selva, onde os animais ficam tentando mostrar que pode mais e compram carrões, sons maneiros, tênis, roupas... e iludem as meninas e engravidam elas e nada acontece. A polícia ali não entra, o estado só está vai ali para cobrar. E as pessoas não colaboram. É essa a visão que me passaram.
Mas não falam que desde que chegamos aqui viemos de longe, passamos fome, que desconhecíamos toda a cultura urbana, viemos em busca de dignidade, e nada encontramos senão dor. Somos contratados por uma ninharia e temos filho como quem tem batata e não educamos porque temos que dar nosso trabalho para as classes de posses para que eles e os filhos deles possam ter tudo. Não quero passar aqui que devemos entrar em conflito não.

Queria que percebesse a disparidade que há entre os humanos que nascem e crescem nestes lugares por não terem condições de dar melhores vidas a seus filhos, ou melhor por desconhecerem o que é uma boa vida.

Por trabalharem para e pagarem tudo direito a um estado e receberem como moeda de troca ruas sujas, escolas pichadas e total desamparo a saúde.

Que podemos esperar dessas crianças?

Diante da realidade que é pregada para elas? E vivendo na mesma cidade, tendo as mesmas idades, mas não podendo ter o que outra criança da mesma idade pode possuir.

As crianças ricas demoram a crescer, enquanto as pobres, reafirmo, tornam-se adulto antes do tempo.

E assim crescemos todos, nos tornamos adulto, acaba-se a fantasia. É quando viramos empregados da classe bastarda ou melhor quando se consegue um emprego.

Quando nos tornamos adultos, nos pregam que todos tem direitos e deveres, mas enquanto poucos tem direitos, muitos só tem deveres.

A ideia de que somos todos iguais perante a lei, só funciona para aquelas crianças e adultos que tiveram todas as oportunidades.

Sim é verdade que todos os mesmo direitos a universidade pública que são as melhores, mas nunca fala o quanto é injusto competir com todos aqueles que tiveram suporte.

E finalmente quando chegamos a conseguir esses direitos, adquirimos bens, carregamos toda uma carga ideológica que mostra que se nós conseguimos foi por nossos méritos. Chegamos a acreditar nessa ideia.

Então se nos tornamos adultos de sucesso. Todos podem se tornar. Será?

Se de cada 10 pessoas que tem nível superior em universidade pública, creio que a uma ou duas dessas pessoas vieram de escola pública.

Isso é que é direito e igualdade?

Todos podem, indagam-no, voce é um exemplo me falam. Como assim? Não sabe quantas frustrações eu tive, fiz vários vestibulares, entrei na universidade ignorando o meu potencial, não acreditava em mim, afinal estudava de domingo a domingo e não tirava as melhores notas, isso me frustrava muito. Achava-me muito burro, enquanto vários alunos tinham ido para festa e tiravam as melhores notas, sabiam falar inglês, tinham computador, viajavam experimentavam.
Eu que não precisava trabalhar, que mas que tinha que tinha que dividir o espaço de um quarto com mais cinco pessoas, fazendo as necessidades em um banheiro coletivo onde não tinha o mínimo de higiene. Que não tinha nenhum suporte psicológico, que a família morava tão longe que o dinheiro e a distância não permitiam ver meus pais e finalmente quando podia ir em casa. Tinha que passar pela vergonha de pedir uma passagem ao prefeito que para segurar um pouco do dinheiro para sobreviver. Não espero que as pessoas passem por isso é humilhante, eu conseguir chegar aqui, mas muitas vezes eu chorei, muitas vezes aquele meu sonho perdeu o brilho, porque tinha que me dar bem ter um bom emprego e não ficar sonhando.

Eu imagino quem tem que estudar e trabalhar qual não é o sacrifício. Meus Deus porque isso.
Realmente a seleção natural existe. Apesar de tantas lutas travadas por igualdades e liberdade entre os povos ao longo de tanto tempo e voltamos sempre ao mesmo ponto.

Eu escapei pela fresta do destino. Certa vez falei e me disseram que não que tenho méritos. Quase perdi meus sonhos isso realmente teria sido trágico.

Enfim, para ser o adulto e poder frequentar a universidade dos sonhos eu tive que renunciar minha parte de minha vida.
E se me perguntarem se valeu a pena. O que esperam que eu diga? Que não!

Por que eu poderia com a mesma idade ser um roceiro, um empregado da prefeitura, mas cá estou, todos podem, pregam.

Sim podemos, mas há um fosso enorme e reafirmo uma luta muito injusta.

E tenho que ouvir tanta coisa e vou envelhecendo nessa ilusão de que por está aqui sou uma pessoa de sucesso.

As vezes quando paro para conversar com meus amigos e ver em que eu contribuí para o melhorar o mundo vejo que não fiz nada.
E vou seguindo a vida como quem crer que está fazendo algo, que sou essencial e como um gato vou lambendo os próprios pelos e acreditando no que me contam.

E vou tecendo uma história que perdi quando sai da infância, vou me reconstruindo, vou pintando o meu mundo, tentando entender esse mundo. Tentando recuperar minha infância, reencontrar nos meus heróis que me abandonaram. Tentando destruir a crença que me fizeram acreditar que as pessoas não tem jeito, o mundo não tem jeito que a vida é efêmera e muitas vezes pelo que vejo nem valeu a pena viver.

O que voces acham agora somos capazes de nos transformar? Ou somos simples fruto do destino. Será que nosso destino já está traçado? Se o destino existe somos capazes de modifica-lo?

Boa reflexão

Xepa de ideias

Como estou cansado. Acho que merecia uma boa noite de sono, pois que assim o seja. Logo mais irei dormir o sono dos anjos e sonhar com o paraíso. Sei lá. Tive uma ideia maluca agora. Veio a minha ideia apesar do cansaço, agora mesmo, que gostaria de ser uma escada para facilitar a vida das pessoas, que service de ponte para ligar o abismo que há no peito das pessoas. Talvez soe como demagógico para alguns, mas para outros soe como algo possível, exequível. Não gosto da ideia de separação, mas se eu penso algo e expresso essa ideia por trás dela surge uma dialética e consequentemente terei alguém que concorda ou discorda de minha ideia, no entanto de posse de minha ideia vou tentar defendê-la e por muitas vezes por ter uma visão limitada sobre o pensado, mas que foi apropriada por mim e então envolvo-a com uma crosta ideológica e que muitas vezes não permite que eu me abra pra ver outros fatos e passe a ver o objeto de minha ideia como o perfeito e assim acontece com as pessoas mais fechadas. Ocorre então confusões de ideias, muitas vezes conflitos pessoais e por fim separação. É pode parecer demagógico acreditar na ideia de ser escada, ponte na vida de outras pessoas, pode até me separar das pessoas, sei que esta ideia não é minha, nem tão pouco é recente. Não ela foi e é replicada por muitas pessoas que tem um brilho, não que acredite que tenha esse brilho, mas sim eu almejo e busco ser contigente penso em melhorar cada dia mais como ser humano com atitudes éticas, com o cuidar de si sem prejudicar o outro, cuidar bem de si, mas sem a ideia de egoísmo e sim cuidar de si, para poder aprender a saber cuidar do outro com o mesmo amor que cuidar de si. Eu acredito nessa ideia eu vejo ela no riso das pessoas mais simples e humildes que tem muito a ensinar sobre a vida. Pessoas que apesar das rasteiras que levam, levantam, batem a poeira e dão a volta por cima. Temos muito a aprender, muito mesmo, precisamos ver o mundo de diversas maneiras e quando não conseguirmos, mesmo assim buscarmos sempre. Buscarmos como o poeta que descreve a beleza da vida nas coisas mais simples, como a dona de casa que tem prazer em ver a casa limpa e organizada, mesmo sabendo que vai ver tudo uma bagunça no outro dia, mas que tem a certeza de fazer tudo novamente, mas com mais arte, como o pintor que busca fazer a pintura mais perfeita que expresse suas ideias, que transpareça sua alma, como o escritor que cria uma história tão perfeita que chega-se acreditar na veracidade de suas ideias, como o arquiteto que projeta e organiza o espaço. Bem, tem muitas pessoas que fazem seus trabalhos não pelo que eles lhes possam render, mas pelo simples fato de que aquilo lhes fará feliz, de que aquilo transparecerá o seu ser, sua essência. Confesso que no meio que eu trabalho, poucas pessoas mostra essa essência, eu mesmo, muitas vezes fui iludido com a ideia de ter um bom emprego, conforto e sucesso. Agora neste instante estou sorrindo por dentro porque sei que o que eu quero não é ter sucesso, mas sim quero fazer e dar o melhor de mim, e encontrar minha essência, e se eu fizer tudo que quero e penso com carinho estarei completo e certamente serei uma escada, uma ponte na vida de muita gente e mesmo que isso não aconteça com muita gente, mas que pelo menos uma pessoa seguir minha ideia. Serei pleno pois assim a minha essência não terá sido eliminada pela natureza, mas sim replicada, e se replicada é porque foi boa. Assim espero.

Lembranças

Uma tarde fagueira,
sentado numa cadeira,
mirando o horizonte,
eu vejo, sinto a presença
de minha querida avó,
sentada comigo noutra
cadeira a olhar o mundo,
a pensar na vida,
ou simplesmente
a viver o momento.
Sim viver o momento,
para minha avó de noventa anos,
está em sua presença
era desfrutar a cada dia
como se fosse o último,
e perceber seu cuidado
para com os filhos,
os netos e com os animais,
o carinho que tinha, por
eles, por alimentar pintos, frangos,
ou acariciar a cabeça do gato,
o espantar as galinhas esganadas,
ou simplesmente mirar
um cajú no cajueiro
longe no outro lado da estrada,
para admiração de minha mãe
que não enxergava a distância,
na conversa, no cuidado com o corpo,
no saborear um pão,
um café.
Sim o cuidado com a saúde
era sempre uma preocupação,
mas preguiçosa,
e batia na barriga,
e conversava e falava,
e assim a tarde desfiava lentamente,
quando percebíamos
já era quase noite,
e assim desfrutava
a presença de minha avó,
que se preocupava em escrever
algo num papel,
em ver a missa,
acho que ela tinha muito medo
de morrer,
mas a vida
no indivíduo não é eterna,
a vida nunca se acaba,
pois os filhos geram filhos,
e assim caminha
as pessoas,
e assim contando uma historinha aqui,
outra ali, imortalizo minha avó,
estará sempre presente
em minha mente,
marcas que despertarão
em minha lembrança
a sensação se sua presença,
o carinho que dei e ganhei,
beijos sem estalo,
o afago que fazia,
adorava cheirar seus cabelos
brancos e viver
desfrutar de sua presença
singela,
as tardes em paz
me faz lembrar
a minha querida
avó.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Monte Verde

Hoje tive um dia excelente. Acordei cedo como sempre e fui para a universidade. Cheguei no horário e na entrada encontrei o João técnico do laboratório nos cumprimentamos, em seguida ele me convidou para ir para Monte Verde em Minas fazer uma coleta de material botânico para as aulas da disciplinas BT380 da disciplina de criptógamas. Estavam presentes como equipe os professores Jorge Shephed, André Olmes, Ana Tozzi e Maria do Carmo, as pósdoutorandas Ana Paula Fortuna e Jacira Rabelo, os doutorandos eu Rubens Queiroz e Tânia Moura, o técnico João Galvão e os graduandos Pedro e Tamara Pan. Essa viagem geralmente é realizada todos os semestres em que é aplicada a disciplina de Criptógamas. O Arrumamos todas coisas e esperamos a hora da partida que fui às 8:30 horas. Fomos então todos empolgados para o campo. Passamos na casa do professor Shephed para que ele fosse conosco. Passamos numa venda da esquina mais próxima da casa dele para comprar pilhas, então aproveitei para comprar uma lupa de mão. Logo em seguida pegamos a rodovia Dom Pedro até Atibaia e de lá tomamos a Fermão Dias, passando por Bragança e Extrema no estado de São Paulo, já chegando em Minas paramos para tomar um café e ir ao banheiro num destes restaurantes de estrada, que não é daquelas grandes redes, mas sim um lugar com o ambiente é muito agradável, à moda mineira, bem estilizado, com produtos mineiros doce, queijos, cachaças, louça de barro e comidas mineira. Um lugar lindo que fica em frente a serra do Lupo. Seguindo a viagem passamos na cidade de Camanducaia e seguimos para Monte Verde. Após sair de Camanducaia entramos na estrada de Monte Verde que é cheia de curvas e ladeiras com paisagens belíssimas onde podemos ver nas encostas árvores me Macherium hirto planta que me chama atenção pela beleza, podemos ver longe lindas montanhas que as vezes toca nas nuvens ou as nuvens tocam nelas? Enfim, antes de chegarmos na cidade de Monte Verde paramos próximos aos barrancos para fazemos nossas coletas, lugar que pude observar ser reflorestado para a extração de madeira. As plantas usadas no reflorestamento eram Pinus e Eucaliptus. Então começamos o reconhecimento da área, seguido de observações das plantas, em seu ambiente natural, explicação de como reconhecer os grupos e finalmente coletas, tudo num clima muito amistoso, cheio de graças e piadas de biólogos, os professores tem muitas histórias e extremo senso se humor, e assim foram acontecendo as coisas num bom estado de espírito que reinou durante todo a viagem. Uma das coisas mais agradáveis que acho é o clima frio da área, adoro clima ameno. Enfim no primeiro barranco coletamos briófitas: musgos Polytricia e Polytricadelphus , hepáticas talosas Synphyogyna e folhosas Isotachis e Antoceros (planta pizza); pteridóficas heterosporadas Selaginella, em estágio reprodutivo, e homosporadas Hupersia e Licopodiella. No segundo barrando coletamos musgos Plagiothecium, Hypopterigium, Ptychomitrium e uma Porriaceae, além de um Protogonatum; pteridófitas Gleichenia. Enfim partimos para o último ponto para coletar uma hepática talosa Marchantia, contudo além da que fomos buscar, acabamos vendo e por fim coletando, um musgo Schlotheimia, hepáticas folhosas Frunlaria e Lejeunea, uma hepática talosa diferente a Metzgeria.
Essa viagem pode ser útil, pois além de aprender sobre Criptogamas, briófitas, pteridófitas e gimnospermas, pude registrar as paisgens através de fotografia, bem como ver plantas do grupo das angiospermas principalmente aquelas que trabalho e portanto tenho mais atenção a família Leguminosae as quais puder ver Collaea, Desmodium affinis, D. uncinatum e Macroptilium; vi também outras famílias Melastomataceae Tibouchina, Sapindaceae, Rubiaceae, Malpighiaceae dentre muitas outras. No fim da viagem conhecemos o restaurante do Paulo das Trutas que para nossa tristeza estava fechado, então tivemos que nos contentar em tomar uma sopa deliciosa sopa no Restaurante Dom Luiz, onde ao invés de almoçar, jantamos. Tudo regado de muitos papos deliciosos, um ambiente aconchegante. Quando saímos do restaurante um residente local muito simpático veio nos cumprimentar, um cão adorável que se deu muito bem com a Tamara. Em Camanducaia presenciamos uma prossisão da semana de Páscoa, por fim nossa viagem acabou muito tarde, chegamos no campos as 9:40. Foi uma experiência maravilhosa.
Adoro fazer essa viagem por todas as coisas que podemos aprender, registrar e vivenciar. Ir a campo é sempre uma atividade muito rica.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Monteiro 129 anos

Não tive a oportunidade de ler a obra de Monteiro Loubato na infância, não tinha tevê em minha casa quando passou o sitio do pica-pau amarelo durante a primeira versão. É uma pena! acho que teria tido uma infância muito mais rica em imaginação. A todos que tiveram a oportunidade e souberam aproveitar saúdo com carinho. Como eu muitas milhares de pessoas da mesma idade que eu não conheceram, muitas pessoas estava embrenhada neste Brasil enorme e tão rico em estórias. Monteiro Loubato voce alimentou milhões de mentes de crianças de imaginações, viagens dentre muitas outras coisas quem nem vou elencar. Seu sonho de divulgar, sua consciência do conhecimento dentre muitas outras qualidades o tornaram imortal. Foste semelhante a um iluminista francês, nosso iluminista brasileiro quem dera tivéssemos mais homens com sua mente, quem dera tivéssemos mais genialidade. Do lugar de onde venho, do tempo em que venho, tuas estórias teriam agregado mais as pessoas, transformado mais. Fico muito feliz de saber da tua existência, de saber a existência de tua obra genial, da importância que foi e que ainda é. Todos adoram o circo do pica-pau na minha parva ignorância é o que tenho conhecimento mais claro, e não é nem de leitura e sim através da televisão. Jovens leiam viagem nas ideias dele, o mundo não é o mesmo, a lógica também não, tudo mudou, mas a capacidade de pensar, de imaginar, a capacidade humana é a mesma. Pare leia um pouco, caso se encante, em algum conto, talvez encontre algo para preencher o que lhes falta, talvez desperte em ti algo que buscava. Boa leitura.

Amor

Meu amor,
minha flor,
como você me faz feliz,
a tua presença é como a luz do sol,
me enche de vida, de vigor,
e passo a ver todo o mundo
com mais cor, com mais brilho,
vejo as formas e apreendo mais que sou capaz.

Meu amor,
minha flor,
Como você diz a vida está por um triz,
tão rápido ela se passa, se vence,
parece que foi ontem que a conheci,
e foi tão bom te conhecer,
e foi tão bom ver o teu riso,
pensei é disso que eu preciso,
preciso desse brilho, desse olhar,
preciso mais ter sede de viver,
confesso que encontrei em você,
tanta coisa, que nem sei expressar,
parece que li sua áurea, sua alma,
uma certa calma essencial para
o aprender, para o conhecer,
e com o tempo fomos dialogando,
e com o tempo passamos
a nos comunicar por gestos,
passamos a ter nossa linguagem própria,
e com o tempo
percebemos
que não era necessário falar,
simplesmente está presente,
e aprendi tanta coisa,
e me conheci de diversos jeitos
que sozinho seria incapaz,
e te mostrei tanta coisa, que já
nem me lembro mais,
descobri que com você
estou em constante aprender,
e assim de mãos dadas
seguimos no mesmo caminho.

Lua cheia

Saia na rua! hoje saia na rua, é segunda e daí,
se estamos em abril e daí,
se estamos no dia 18 e daí,
Eu imploro saia na rua.
Por que? Saia na rua ou nem
precisa se tem uma janela,
então vá até ela
e veja, veja de lá,
ela a mais bela e romântica,
isso mesmo veja a errante,
que viaja pelo espaço,
que renova a cada mês,
que encanta e espanta as marés,
a ela muitos atribuíam
a loucura, outros usavam
sua luz para afagar, bem
deixa pra lá, porque é muito bom
está em sua presença,
mas de quem?
Dela da lua!
Isso mesmo
democrática sua beleza
pode olhar sem parar,
ela está em todo lugar,
na favela, na periferia,
no centro, na zona norte,
na zona sul, sim
olhe para a lua,
contemple-a,
ame-a,
pois a lua bela desse jeito
só uma vez por mês,
quando não chove,
quando não está nublado,
aproveite o calor
e saia pra rua,
leve um violão,
ou simplesmente regue
seu jardim e sinta o aroma
fresco da água,
e o brilho puro
da lua.
Vamos saia e veja a lua.
ela está cheia,
está toda prateada,
serena a lua

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Quando morava em Serrinha do Canto e ainda era pequeno. Eu organizei aquele mundo à maneira como percebia, uma visão infantil, amoral. Por isso acho que devo contar como eu percebia o mundo e essa assim que as pessoas passavam, não culpemos as pessoas que assim se comportavam, estas pessoas que não tinha como se instruir. Tudo lá era muito improvisado as coisas aconteciam muito naturalmente. Não tinham como dar uma outra cara, um enfeite nos fatos as coisas eram muito nua e crua. Bem ai vai espero que leia até o fim porque essas memórias estão em tempo de pular de minha mente com certeza chocarão a vocês.
Então vamos lá. Quando era pequeno entendia o mundo assim as pessoas ou normais ou anormais. Quem eram as pessoas anormais? seria com certas limitações físicas, aquelas que viam o mundo a sua maneira, percebiam um mundo sem cor, sem cheiro, sem som e sem belezas. Aprenderam com o tempo a ver a vida calma de um dalai. Passavam todo o seu tempo sentados. Eram dependentes e eram vistas com um olhar de piedade. De certa forma esse olhar e de tratar passou para essas pessoas um mundo cheio de tristeza, desesperança. O que foi na verdade é uma pena, pois por faltar instrução ou de imaginação essas pessoas foram condenadas a imobilidade a tristeza. Mas por que ninguém mostrou para essas pessoas a beleza das cores, a beleza do movimento do vento suave a balançar os galhos das árvores, porque as pessoas não ensinaram-nas a ler, e a ver o mundo através das palavras? Por que?
Numa casa vizinha a nossa, tinha uma dessas pessoas a qual teve uma infância quase perfeita para os meus padrões, na verdade ela estava viva, por que a infância não foi perfeita? Aconteceu que uma paralisia infantil que a paralisou em uma cadeira. Essa menina era normal no início, mas se tornou muito triste. Bem no começo quando minhas irmãs e as meninas dali ainda eram crianças. Todas iam lá e o mundo era muito colorido e belo para ela. E as coisas melhoraram muito quando seus pais compraram uma televisão sua casa era cheia de gente e ela era a unica pessoa que tinha aquele objeto, todos ali eram muito amigas. Bem o tempo passou e as pessoas foram tornando-se adulto. E o fato é que com o passar do tempo. Houve uma diáspora, e suas amigas inclusive minhas irmãs foram para escola e ela ficou presa a cadeira. Novos mundo surgiram para aquelas meninas e o mundo dela da menina da cadeira de rodas era o mesmo. Ficou só tendo a atenção apenas de sua mãe e seu pai, então ela perdeu o gosto pela televisão, pelas novelas, pelo rádio. Sim pelo rádio pois antes todos ouviam o que ela falava, é ela ouvia o rádio e contava a notícia para sua mãe e sua mãe contava para as pessoas. Com o tempo só adultos iam a casa dela e a vida acabou por ser um peso. Além da menina havia também outros dois meninos na mesma situação. Mas esses eram mais extrovertidos. Sim eram, pois seus pais saiam de casa para ir a igreja nos fins de semana. Imagino que eles ficavam muito felizes quando chegava o sábado ou o domingo para irem para a igreja ouvir os hinos e as pessoas. Realmente eram eles eram especiais, pensava com minha mente de criança, pois só eles tinha uma cadeira com três rodas, não precisavam botar água, nem trabalhar. No entanto o tempo passa e como aves quando criam asas e voam para longe, as pessoas tornaram-se adultos e foram embora e os pais daquelas pessoas envelheceram, então com o passar do tempo eles acabaram ficando pelos cantos, na igreja as crianças brincavam com as cadeira dele, crianças que deve educar são seus pais, mas se eles mesmos não são educados, então as crianças importunavam eles. Então penso que sentiam? afinal tornaram-se adultos. Olhando para eles pode-se perceber uma tristeza no olhar, no se expressar no ser. O que sentiam então pergunto novamente, por que não os ensinaram a olhar com o brilho para vida? Não sei. Vivendo em meu mundo egocêntrico não sei. Eu infelizmente sentia pena. Que coisa mais mesquinha. E essas pessoas continuam a viver, ou melhor sobreviver. Outra pessoa excêntrica era um homem chamado Zé Vieira que taxado de doido ou louco como chamavam-no. Era assim que todos o viam, todos o desprezavam olhavam com olhar de desprezo, davam uma xícara de café em troca dele ir embora. No entanto ele não ligava, vivia como bem lhe convinha. Acho que ele cultuava o fogo, pois adorava tocar fogo nas coisas, será que ele não fazia isso para não se sentir só. As vezes vagava nas estradas durante a noite. Cantava algumas músicas, as vezes fazia atos imorais, e todos ali o repreendiam, afinal como se sentia esse ser. Não bebia e era muito excêntrico. É com muita dor que reescrevo isso nem deveria escrever, mas são fatos eles existem, não adianta esconder o lixo sobre o tapete e mesmo com a televisão, telefone e internet com uma gama de informações, infelizmente ainda é assim que muitas pessoas categorizam as pessoas lá. Muita coisa mudou, mas alguns pensamentos continuam intactos.
As pessoas normais eram aquelas que eram sãs fisicamente as pessoas com direito a ter um futuro a poder realizar um sonho, com habilidades de se manter com o próprio trabalho. Como eram bárbaras essas duas categorias. Pois essas pessoas são assistidas financeiramente pelo governo e tem muitos direitos, inclusive direito a vida. Aqui longe, pessoas com as mesmas impossibilidades trabalham, tem filhos e dentro do seu universo levam uma vida normal. Inclusive na atualidade um dos maiores físicos do planeta Stephen Hawking que é tetaplégico ocupa a cadeira de Isaac Newton na inglaterra. E o que ele tem de diferente? A maneira como foi apresentada o mundo. É com pesar que apresento essa minha ignorante forma de ver o mundo, mas ela existiu, e muitas pessoas ainda replicam esse pensamento. O tempo passou e estamos velhos e essas pessoas continuam vivas, mas com aquele olhar. O que poderia fazer por essas pessoas? Se o fosso que me separa é tão grande, fosso da distância e do tempo. Mas vou pensar com carinho de uma forma de como poder ajudar essas pessoas.

domingo, 17 de abril de 2011

São Paulo

Metrópole São Paulo,
me emocionei quando te vi,
e chegar a ti durou três
dias, foi uma longa viagem,
mas enfim cheguei a ti,
lembro quando cheguei,
que meu irmão e meu primo
me esperavam na
rodoviária Portuguesa Tieté,
lembro que me recebeu
de braços abertos,
cada espaço,
logo ao chegar
conheci o metro,
que legal, que barulho,
então descemos no Jabaqueara,
e pegamos um
ônibus para o São José,
mas meu coração
ainda pertencia a Natal,
mas minha vista
e meu ser deslumbrava
a ti, oh grande cidade,
e fomos embora,
chegamos ao São José,
acho que Natal era mais
bela, mas não era São Paulo,
Depois fui para a o Castro Alves,
e passei aquele Natal e ano novo
em ti, quando retornei para
Natal, levei os seus
espaços em minha mente,
visitei lindos lugares,
O solo sagrado,
A USP,
conheci sua periferia,
sua margem,
mas mesmo assim me encantei por ti,
fui, mas sabia que ia voltar,
não sei como,
mas assim o fiz
e em ti São Paulo deslumbrei
de uma diversidade,
uma riqueza,
confesso que nunca tinha
entrado em contato com tanta
gente, nem com a poluição.
Então quando chegava a noite
como estranhava o sol no céu
as sete horas,
e o frio que caia do nada,
e as feiras tão professadas
por meus primos,
meu pai.
Então vim embora,
mas o modelo de cidade
que tinha em minha mente
era outro,
na minha antiga cidade tinha praia,
tinha sol,
tinha mar,
tinha luz,
tinha restinga, tinha dunas,
e lá todos falavam o meu sotaque,
eu era rei,
lá não tinha cães na rua,
não tinha cloaca,
não tinha rios poluídos,
não tinha emprego,
tinha muita gente amiga,
tinha minha gente,
mas sem demagogia
aqui tem tanta coisa,
vamos ver só as coisas belas,
tem casas simples
mas humildes e belas casas,
as pessoas cultivam
esperança nas flores,
nas cores,
as pessoas são meio aperreadas
por não perder o emprego,
mas tem tanta coisa boa aqui,
que desde o dia que entrei
na Portuguesa Tiete,
sabia que iria voltar sempre.

São Paulo Ida

Lembro o dia que sai de casa para vir para cá, numa manhã de domingo de 18 de dezembro de 2005 era belo dia ensolarado, e São Paulo disputava o campeonato mundial. Elton de Joca foi me deixar em Umarizal para pegar o São Geraldo chegamos lá as 10h e antes de viajar soube que São Paulo foi Campeão mundial. Ali minha viagem começou então viemos rasgando terra nordeste a baixo, papai quem sabe todo o itinerário. Almoçamos em Uirauna, já na Paraíba, no final da tarde estávamos em Petrolina. Jantamos em Juazeiro onde tomei um banho e seguimos descendo, quando foi na madrugada passamos quase uma hora em Feira de Santana esperando os ônibus sairem. Ainda na Bahia almoçamos em Vitória da Conquista e lá pro fim da tarde entramos em Minas Gerais. Onde passamos um dia viajando. O ônibus quebrou em Teófilo Antoni então trocamos de ônibus. Na manhã seguinte chegamos a Belo Horizonte e paramos no ponto de apoio da Gontigo, fazia frio, achei muito bonito aquele verde vidrento, de alguns pinheiros, foi lá que comi o primeiro pão de queijo, achei barato, pois parece que todos os donos de quiosques enfiam a faca é tudo tão caro, tem muita gente que traz galinha na farofa, como umas senhoras de Pau dos Ferros só via elas comendo, mas enfim pedi um leite, pois não tomo café e um pão de queijo, achei o máximo. Quando saímos da parada para pegar a Fermão Dias pude ver o primeiro acidente de trânsito. E quando foi no terceiro dia chegamos a São Paulo. Bem tem pessoas viajaram comigo. Ia uma família de um homem que era motorista em São Paulo. Um menino que vinha visitar a mãe; um rapaz que tinha arrumado um emprego numa padaria e vinha pela primeira vez. Puxa mas parecíamos bois que viajam sem saber para onde. No primeiro dia quase não conseguia dormir, mas no dia seguinte quando queria dormir bastava fechar os olhos. Eu ia escaneado cada paisagem que via. Então depois de 58 horas de ônibus cheguei em São Paulo. Chegamos em casa já a noite, naquela noite dormi muito cansado, mas muito feliz.

Despedida infinito e eterno

 A casa A casa que morei Onde mais vivi, Papai quem a construiu, Alí uma flor mamãe plantou, Ali vivi os dias mais plenos de minha vida, Min...

Gogh

Gogh