segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Música

Ainda temos muito a aprender,
ainda nos resta viver,
aprender com a natureza,
aprender com a beleza,
por quanto temos que ceder,

a curiosidade,
desfazer da vaidade,
o tempo alinear,
a ciência, a razão,

temos que misturar
tudo e ser emoção,
bradar forte como o trovão,
sentir pulsar forte o coração,

homem que é razão,
a arte ensina,
a cultura empilha,
mas se não houver o homem,
toda a obra a ser usada,
toda a cultura

é lixo,
não se der ao luxo,
de viver com a razão,
sinta a emoção,
porque há muito que viver,
há muito a aprender.

Continuo

Quem disse que não há mágica?
de certa forma um maestro
não seria um mágico da natureza?
Com a batuta que mais parece
uma vara de condão,
a graça das mãos,
ordena e os músicos,
fazem seus instrumentos
soarem, oboe, flautas,
contrabaixo, violinos, violocelos,
bumba, triângulo,
suam graciosamente na
tarde que a chuva umedece,
o som suave,
a emoção,
os sentidos,
a singela vida,
a sinfonia,
a magia,
quanta harmonia.
E a mágica daquele
que gerencia
com a batuta,
as letras da música,
a tarde eterna.

Sinfonia

Sinfonia

A serpente entra e com o olhar faz todos os animais calar,
olha fixo, cada um dos animais como vítimas,
inspira e expira e anuncia, Hoje iremos tocar,
uma peça de Bethoveen, e uma adágio,
é preciso silêncio, e começa a suar,
a harmonia, mas a chuva não cala,
assim como os bichos,
carros de supermercado passam,
então viajo no tempo,
sim quantos milhões de anos
não chove na terra,
quantos milhões de anos
não banham as árvores,
volto e olho a expresão e a destreza da
serpente,
que parece dançar,
acaba a peça e
a serpente anuncia um baião,
não vai ter o adágio,
Vai ter um baião,
de quem? Só conheço Vila Lobos!
Não sei,
toque o baião, lindo brasileiro,
a serpente parece dançar,
findo o baião,
toca Sibelius,
Música pra ser tocada no silêncio polar,
que sem muita graça
toca,
e fim a serpente anuncia última peça,
como assim só três peças,
e acaba a serpente sai ondulando,
e a chuva não cala,
raios aparecem,
trovões bradam
é tarde e o céu
escuro,
o dia escuro,
dia de chuva,
e sinfonia.

Blue

A tristeza, como todos os sentimentos humanos, compõem parte de nossas vidas, está sempre presente entre nós, algumas vezes com maior ou menor intensidade. Na verdade nunca nos acostumamos e nunca nos acostumaremos, é uma condição humana. Sobreviveremos, renovaremos sempre, mas a sombra da tristeza sempre vai está presente. Cremos quando sentimos uma grande dor, uma perda, que ali é o fim da vida, mas não o é. O tempo como o vento molda dunas, apaga os rastos e aos poucos faz-nos seguir em frente. Nunca estaremos completos plenos, nutrimos sempre uma saudade por quem parte, sim essa doce sensação de ter vivido, compartilhado, nos faz muitas vezes perceber quão efêmera é a vida, faz-nos abrir os olhos para o viver, mesmo na ausência, pois está na nossas mentes presente o sentimento de ausência. As pessoas partem, as coisas não dão certo, de certa forma temos a liberdade de escolha, mas decidir por algo significa renunciar algo, isso gera angústia e isso gera tristeza, nunca estaremos plenos, ou então busquemos apagar de nossas mentes todas as lembranças. A tristeza está presente na nossas mentes, está presente em nosso ser, só o tempo pode amenizar, mas sempre há uma angústia em viver por saber que somos mortais, por isso realizamos algo, por isso vivemos mesmo na tristeza.

Moacyr Scliar


Ontem faleceu um grande escritor Moacyr Scliar gaúcho, escreveu vários livros, em entrevistas sempre bem humorado contava sua trajetória, suas paixões pelas histórias pelos seus pais, porque escolheu medicina como profissão. Esse gaúcho de origem humilde, mas que nem por isso deixou de atingir o panteão sentou na cadeira de número 31 da academia brasileira de letras. Tomei contato com o autor no programa sempreumbompapo, onde fiquei encantado a primeira vista. Não tive a oportunidade de ler seus livros ainda, mas certamente está na lista de prioridade. O Brasil perde um dos grandes escritores. Soube que ele muitas vezes era convidado e ia as escolas dar palestras incentivando a leitura. Esse brasileiro é um guerreiro e um herói no nosso mundo, será imortalizado. Vai em paz Scliar.


“A literatura não pode mudar o mundo, mas a minha geração achava que sim. Da mesma forma como acreditava a geração de Jorge Amado, Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz. Em todo caso, se a literatura mudar pessoas, isso já é suficiente. E ela muda.”

“A morte de Ivan Ilitch, do Tolstoi, é uma verdadeira lição de vida, e a prova de que alguns livros de ficção podem ensinar mais do que qualquer manual de medicina.”

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Triste

Quanto a noite
teu corpo não quer descansar,
quando não consegues dormir,
o que fazer?
Não tem como fugir,
o homem angustiado,
sente o medo da morte,
acredita na sorte,
na imortalidade
que a juventude o faz
beber, o faz alucinar,
mas a noite
escura não oferece
conforto,
nada oferece conforto,
a solidão,
a ilusão,
viver sem esperança
caminha,
respira,
olha o horizonte
isso vai passar.

Noite longa

O dia clareou só hoje,
não vi o sol nascer,
quando acordei
já tinha partido,
perdi o ônibus hoje,
fiz porque quis,
acordei a luz
que entrava
janela adentro
clareava parcialmente
o quarto abafado,
acordei com sono,
visto que perdi-o antes
de dormir,
a noite foi tão
longa, as coisas
sem graça,
não despertavam nenhum interesse,
e só sentia o sabor
da solidão.

Solidão

A solidão me consome,
me trás uma certa fome,
uma ansiedade,
a solidão durante o dia,
durante a noite,
a solidão torna as
coisas mais tristes e vazia,
as noites são mais escuras
e sem estrelas ou lua,
os dias silenciosos
sem criança,
a solidão consome
qualquer homem,
faz nos mergulhamos
no interior, sentir
dor sem enfermidade,
sentir um vazio frio,
sem arrepio,
sim quando falta força,
é como se mergulhasse num
poço.
A solidão sufoca,
nos tira o chão,
fecha os olhos e dorme.

chuva da tarde

Na tarde de sol veio o trovão e anunciou a chuva, as nuvens como lesmas se arrastavam no céu azul, devagar e sempre chegaram e se derramaram por todo o resto da tarde numa neblina suave, esfriando todo o calor, desfazendo a imagem de dia claro se revelando tarde de verão.

Sono

A noite está muito quente,
não consigo dormir
com essa noite escura,
silenciosa, ai se não
fosse as cantigas dos grilos,
a noite seria mais
agradável,
mas perdi o sono,
e a noite parece longa,
eterna, o tempo se arrasta,
o canto do grilo não me encanta,
até o som das bandinhas de carnaval
já se calaram,
um ou outro carro passa,
já passa da meia a noite,
esse silêncio,
este escuro sem sentido,
falta sono,
quero ficar bem,
dormir bem, mas
nao vêm o sono.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh