sexta-feira, 5 de junho de 2020

10. Temor

Um momento,
Este momento.
O agora que é um devir.
Vem a ser e deixa de ser.
Esse movimento que ora é intenso
E ora enfraque.
Memórias que vem e vão
Via impressão.
Dá um desalento saber que tudo será nada.
Tudo será nada inclusive este momento.
Neste universo contingente, vamos habitando.
E vamos nos cultivando, nos nutrindo
Daquilo que a cultura nos oferece,
Vamos nos definindo de forma contingente.
É sempre improvável que algo der certo ou errado.
Momentos como este ajudam-nos a refletir
E ao decidir ser.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

9. Dejavou

À tarde,
Senti uma intensa alegria de viver.
E sim vi tanta beleza na vida que fui feliz.
Fui a janela e vi o céu azul com nuvens frouxas passando.
Vi a rua vazia, a luz refletida nas paredes alvas.
Vi o verde das castanholas das três ruas.
Pensei que a vida é movimento.
Sempre foi e sempre será.
Até que percebi que se tratava de um delírio.
Sabe quando você acha que alguém se interessou por ti, mas foi só um engano.
Pois é um flerte com uma realidade contingente.
Aí passou e a tarde voltou a normalidade.

8. Movimento

Os movimentos que sentimos,
Às vezes, percebemos.
Só às vezes.
Perceber não está muito sob nosso domínio.
O mover lento das nuvens,
Do vôo do urubu, de pombos ou pardais.
Talvez, vejamos tudo inerte.

7. Movimento

É tarde,
Já passou o maior dia,
É quase 15 horas.
Está quente e a tarde está muito iluminada.
Apesar de ter chovido pela manhã.
Sinto-me cansado.
O que pode mudar neste cenário?
Este tempo que será passado,
Como um tempo passado foi presente de um futuro oculto para mim.
Os dias são os mesmos.
E nós o que somos?
Não somos nada.
Somos apenas este movimento,
Incessante que começou a pulsar num ventre feminino,
Mas que está fadado a morrer na solidão.
Somos esses seres que cultiva os desejos,
E quando os desejos passam,
Passamos a cultivar ideias,
Ou estamos perdidos,
Por nunca termos nos ordenados,
Nos definirmos.
É tarde cedo.

6. Naquele momento

Ontem quando sair para caminhar,
Ainda estava escuro, mas do silêncio
Surgiu o canto doce dos pássaros,
Um canário e uma patativa cantavam
Harmoniosamente dando uma sintonia da madrugada.
O céu atropurpúreo estava limpo 
Onde brilhavam as estrelas.
Havia paz naquele momento.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

5. Noite

A noite o silêncio é intenso.
A sombra da noite tudo acalma.
Estrelas no céu atropurpúreo a rutilar.
Uma lua prateada revela toda a beleza da natureza.
A gente se sente até bem e em paz.
Deve ser a profundidade do universo celeste
Ou deve ser o encantamento com a natureza
Ou não deve ser nada.
Particularmente, prefiro crer que é.
Assim descanso em paz por mais uma noite.

terça-feira, 2 de junho de 2020

4. Amizade

Por acaso, lembrei de 2005.
Ano que viajava para campo na ESEC.
Lembro de ficar só no alojamento.
Ficava no maior medo,
Por causa das histórias que haviam.
Quando não o professor Adalberto estava lá.
E a gente conversava muito sobre coisas sobrenaturais.
Adalberto era maravilhoso, parecia um bruxo.
Na verdade era muito encantador,
Pois desconhecia pessoa mais inteligente.
Era médico, mas seguiu mesmo foi a biologia.
Saudades do meu velho amigo.

3. Oração

Quando amanhece,
Ah!
É tão bom quando amanhece e tudo está bem.
Fé que tudo vai continuar bem.
Coragem para enfrentar os imbróglios da vida.
Para isto é necessário a arte
Nas suas mais variadas áreas.
A música, a literatura, a pintura, a ação.
E fé de que tudo vai continuar bem.
Com a graça de Deus.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

2. Efêmero

Tudo é passageiro,
Diria que é um processo em acontecimento
Que, muitas vezes, achamos ser eterno.
Não, nada é eterno pode até ocorrer uma reprodução, mas não foge nunca do fim.
Tudo que tem início, tem fim.
Alguns processos são muito longos, outros são curtos rápidos.
De forma que podemos ou não captar alguma consciência, abstrair e somar a nosso ser.
Tudo é finito, pois o sentido é dado quando alguém dar.
Pensar essas coisas até cansa.
A tarde via caindo.

1. Palavra ordem

Tudo é silêncio nas manhãs de confinamento.
Só ouvimos o pio de aves e um ou outro carro passando na principal.
Dias de sol ou dias de chuva tudo parece igual.
Estamos no terceiro mês de quarentena e sentimos o peso do pico através das mortes.
E quando poderia ter solidariedade e paz,
Temos um clima de guerra gerado pelo poder maior o presidente louco.
Temos um clima de medo, temor que torna tudo muito mais longo.
Estamos perdendo as esperanças.
Tudo vai passar até lá o que mais pode acontecer?
Só Deus poderia nos ajudar,
Porque os homens não tem mais um norte.
Tudo foi desconstruído,
Até o fim o que sobrará?

Meu pequeno botânico

 Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver ...

Gogh

Gogh