sexta-feira, 28 de novembro de 2014

As vezes

Às vezes, nus pegamos estáticos olhando para o além, para o nada. Nós ficamos num estado estranho
 e sentimos uma sensação de está vivo, algo bom. Estamos ali ouvindo os sons distantes ocultos de nossos horizontes, sabe lá o que será! um pássaro? um ronco de motor? ou o burburinho de uma conversa algo externo ao nosso alcance ou o nosso ser.

A verdade que não entendemos tais sensações, talvez as cabras e as vacas que ruminam entendam estes momentos mais que nós. Esse momento de vácuo em nossas vidas.

Talvez estes momentos aconteçam porque somos imersos por uma avalanche de informações em que não conseguimos absorver nem cerca de  10% destas que acreditamos serem importantes à realização de nossos sonhos e nossos anseios. Nós nunca nos contentamos e queremos sempre mais.

Somos pressionados e se não estamos buscando absorver o mundo nos sentimos inúteis.
A ociosidade nos causa tédio. Não temos tempo de não pensar.

Dai nossos seres nos fazem viajar ir ao além. E quando não aguentamos a pressão buscamos forças superiores, adquirimos vícios, crenças ou até mesmo hábitos distintos.

Diante de nosso subjetivismo nos perdemos no caos do mundo. Talvez Pessoa tenha razão voltar a atenção seja a melhor solução.

Quem sabe!
Quem sabe o que é melhor para si é você mesmo.
Tudo vai acontecer de qualquer jeito.
Nossa vida vai passar de qualquer jeito.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sentido

Fim de ano,
Luzes de natal,
Pisca-pisca coloridos
Como doces de confetes,
Piscando noite a dentro.

A noite vazia,
Os sentimentos vazios.

Corrente elétrica,
Luz, brilho cor.

Está difícil encontrar um sentido.

Veríssimo

Há tanta gente com uma áurea um magnetismo que nos faz sentir bem em sua presença. Não sei como verbalizar, mas encontro nos textos que leio não muitas vezes uma sintonia muito intensa.
Quando leio Borges, Eliane Brum entre outros. Bom um escritor que me encanta é Luiz Fernando Veríssimo, bom não creio ser exclusividade minha. Veríssimo é um gênio da palavra que fala sobre coisas simples e coisas extremamente complexa com uma leveza invejável. Adoro abrir a página do estadão as quintas só para poder me deliciar com seus textos maravilhosos e cheios de humor, algo semelhante a garapa de cana caiana que nos lambuza e nos faz feliz por aquele momento. Acho que seus contos deveriam sair na segunda, mas ai talvez não fossem tão doce. Ele tem o tempo para relaxar e debulhar o melhor milho na quinta quando aguardo ansiosamente. Ah, como será que Veríssimo captou no universo sua maravilhosa forma de escrever?
Talvez um dia me seja revelada. Talvez nunca.
Não entendo dessas coisas da vida, do cosmos, apesar de tudo vou vivendo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Villa Lobos

Villa Lobos gênio da música erudita brasileira,
Quando te ouço tuas composições oh grande gênio,
Sou toda sensação de leveza e prazer.
As conchas de minhas orelhas se deleitam
Quanto te ouve...
Quanta beleza, quantos encantos, encrustou em suas melodias?
Eu que  nada sei de composição
Paro para ti contemplar.
Tua música brasileira me faz sentir e viver São Paulo.
Em cada estado do Brasil se encanta de uma forma contigo.
E a noite fica maravilhosa
Com tuas BACHIANAS...
Levo na alma o amor pelo Brasil
Por tua imensa e maravilhosa obra.
O grande mestre.

Espiral

Os anos que compõe minha vida são tijolos de uma grande construção.
Cada ano de minha vida é impar com resistência e fraqueza,
Que não se esfarinhe que não me faça ruína jovem.
A vida é tão curta para ser entendida,
A vida não deve sequer pretender ser entendida.
Quão efêmera é esta passagem.
Mesmo assim algo nos alimenta
E nos faz seguir adiante,
Há quem denomine essa força de Deus...
Sabe-se lá.
Pouco entendo uma sinfonia, mas sou apaixonado
Pela harmonia com que cada nota é soada por cada instrumento.
E assim o tempo passa
E assim tudo declina,
Um fim eterno nos consumirá
Ad eternum


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Praça da Paz

Nossa praça é encravada
Entre a principal e o bairro habitacional,
Em seu entorno crescem prédios para bolsos ricos,
Nossa praça popular,
Anda tão apagada,
Paredes e pisos sem cor,
Quanto desamor,
Aquela praça tão habitada.
Com seus quiosques e suas árvores,
Arbustos de resendá que a enfeitam,
Mas que morrem de sede,
Com uma florada mirrada,
Pobre praça habitada.
Os ipes fazem sua parte,
Traçam em suas flore a mais perfeita arte de embelezar,
Beleza efêmera de flores zigomorfas,
Amanhã cápsulas e sementes aladas.
Os resendás companheiros das pistas de caminhada,
Com sede sem estrume morrem aos poucos.
Nossa praça abandonada,
De esgoto aberto,
Com seus moradores que aforam suas máguas
Na cachaça ou mais entorpecentes sabe-se lá.
Nossa praça mais habitada parece abandonada,
As paredes e pisos perdem as cores,
As máquinas estão se desfazendo,
Se acabando, mas a praça.
Mas essa praça precisa ser recuperada,
Ela que se encontra pichada...
Não espero que as crianças que ali correm e brincam
Sinta-se bem numa praça abandonada,
Saudosa a mim nova,
Doce praça da Paz.

domingo, 23 de novembro de 2014

A metafísica dominical

Uma manhã ensolarada de verão,
A poeira, folhas secas e a brisa.
O céu azul o mar com vasto horizonte,
Os coqueiros, o calor, a brisa e a água de coco.

Crianças, cães, adultos e idosos.

Ruas vazias,
Algo acontece pacientemente em todo lugar,
Cigarras a cantar.

O que é a existência?
Neste, cenário cravada em minha mente está absurda questão.
Não encontro uma resposta.
Que metafísica a me alucinar.

O que é a felicidade?
O que é responsabilidade?

Uma avalanche de perguntas me afoga a alma.

Vou até a janela olho as ruas, as árvores,  os telhados
E nada, absolutamente nada faz sentido
Além da ordem física da matéria
Com sua substância e sua forma muitas vezes amorfa
Sem identidade.

Encerrado em meu apartamento,
Encerrado em minhas obrigações,
Encerrado em minha moral,
Encarcerado na vida que escolhi.

Acendo um incenso,
Sindo o aroma doce se difundir pelos átrios do apartamento,
Solvo a fumaça branca que dança no ar,
Vejo a matérias mudar de estado frente a frente,
Como uma ampulheta a contar o tempo.

Escolho uma música e ouço
Quão doce melodia compôs Bach.

De repente uma tosse, um escarro,
E me desloco até o banheiro para escarrar,
Essa minha natureza humana.

Esta ordem desordenada do ser.

O que é consciência?
Confesso que não entendi nada do que falou Sartre sobre consciência no seu Ser e o Nada.

Às vezes minhas pretensões filosóficas são tão medíocres.

Fico sem entender nada do  nada.

Paixão e desejo e beleza e medo nos fazem escravos do mal viver.

Tento encontrar algo que me tire da ociosidade e sinto que todas as vezes que assim o faço
A sensação de ociosidade me sufoca ainda mais.

Eita ser complexo, nessas horas nem Borges me acalma.

Lembro de Pessoa e só assim acordo de meu sonho metafísico, 
Paulatinamente volto ao estado normal...

A vida trata-se de uma grande ilusão,

Quem sabe Platão não teria razão,
Somos seres loucos para voltar o mundo ideal, mundo da perfeição,
Angustiados por nossa existência...

Sabe-se lá.

A felicidade habita apenas a infância,
Depois... doce ilusão.

sábado, 22 de novembro de 2014

Algo

Por que o oculto nos encanta?
Desconhecemos o porquê, mas amamos tudo quanto é misterioso,
Talvez seja peculiar a nossa natureza animal.

Fernando Pessoa em sua obra mostra que não existe mistério
que as coisas são o que são, em seu poema Tabacaria deixa muito claro.

Meu amado Borges em sua maravilhosa obra muitas vezes
Nos faz pensar certas coisas como em muitos de seus contos
Estão presentes homens que se duelam até a morte.
Sinto que o mistério e a ousadia de querer conhecer
Como é a outra face uma suposta desexistência
Levam homens a duelar até a morte.

Não sei...
A vida muitas vezes é imbricada em suas próprias fases
como uma cebola em seus catafilos
Que vai se consumindo
E vai sumindo.

O que há além da infância, adolescência e as demais fases da vida?
Talvez tudo ou nada, experiência?

Esperamos sempre por algo a ser revelado.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Tempo, Pensamento e Ser

É noite de verão,
Fim de novembro,
Apesar do vento fresco
Faz calor nos átrios do apartamento.
O céu está limpo,
Em sua imensidão e profundidade
Vemos estrelas rutilando,
Nuvens passam devagar,
Como o tempo.
Acendo o fogo e esquento a água
E faço um chá.
Aguardo a brisa esfriar
E vou tomando gole a gole,
Ouço os cães latirem ativos,
Ouço grilos catarem,
Ouço a brisa arrastar folhas secas,
Reduzo a luz ao apagar as duas lâmpadas
E penso.
Penso nas coisas da vida,
Penso no fim da vida,
Penso no pensar,
Penso na minha existência,
Nos sentidos que cada um encontra para viver,
Alguns tão nobre, outros tão pobres...
Cada um ver o mundo a sua maneira,
A maneira que mais te apetece ver.

Gole a gole tomo meu chá de boldo
Amargo como a vida é muitas vezes,
Mas o amargo muitas vezes é sadio,
Para atingirmos nossos objetivos,
Temos que viver cada dia
E completar as atividades que nos são dadas.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Monotonia

A água aquecendo mudando de estado e evaporando,
Bolhas borbulhando e o oxigênio saltando e a água sumindo,
Então quando a chama se apaga,
A água imerge o chá,
E a água incolor ganha as propriedades e o sabor da erva,
Enquanto isso eu estou entretido nos afazeres a serem feitos.
Enquanto o chá esfria e incorpora
A noite se passa,
Se passa sem que possa notar,
Os  momentos escoram de minhas mãos
E muitas vezes não tem como impedir que aconteça.

Paro, vou a janela olho para o mundo
Com minha palpebradas cansadas
Olho para o mundo
E vou tomando o chá sem pressa
Até que vou dormir.
E a noite continua,
E a vida continua.


Um dia

 Um dia não estarei aqui. Pode demorar, Pode ser logo. Quem sabe! Bom agora estou pensando isso. Foi um vídeo de uma manbu que me fez pensar...

Gogh

Gogh