quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Memórias vivas

Olho para os objetos e através de associações, percebo que eles estão presentes em minhas memórias, exceto quando desconheço-os. Alguns são muito especiais pra mim e por isso estão presentes em minha escrivaninha ou simplesmente espalhados pelo meu quarto. Mas se não os tivesse, minhas memórias morreriam? No meu quarto, guardo muitos livros e quase não tenho fotografias. Tenho uma coleção de rochas que coletei nos lugares mais distantes que fui. Costumo olhar minhas rochas para manter viva as memórias. Agora dei para guardar frases, textos sem valor material algum. Acho que o valor que atribuo aos meus escritos são muito subjetivos. Mas para que guardo-os? não sei. Talvez minhas memórias queiram manterem-se viva além de mim. Pois no momento que materializo-as no papel, já não são mais minhas, mas do mundo... do mundo vieram e para o mundo voltam, cristalizadas, mesmo que nas mais rudes frases.

Transição

Hoje, manhã de janeiro, amanheceu numa gostosura. Abri a porta e fui ao jardim por banana para os sanhaçus e quando sai no jardim, senti o cheiro úmido da  manhã e senti ainda o abraço frio da brisa que soprava do norte. Minhas plantas do jardim estavam tão lindas, pareciam me agradecer por cuidar delas, demostrando sua beleza com toda intensidade. Minha Dichorisandra até abriu uma linda flor lilás e a Russelia várias flores vermelhas. O sanhaçu veio até o muro, deliciou-se com a banana e cantou seu canto singelo.
Hoje, 25 de janeiro, é aniversário de São Paulo e por incrível que pareça consegui visualizar ou acessar memórias de quando morava em Serrinha dos Pintos. Sempre via na te, a sena do bolo gigante. Eu nem imaginava que viria morar aqui.
Aqui estou, feliz com as manhãs, com as plantas com a vida. Todavia sei que tudo vai mudar e continuar mudando, porque o tempo cristalizado é um tempo morto e o mesmo serve para as pessoas.

Som da manhã

O canto das aves junto a aurora anunciam a chegada da manhã.
Bem-ti-vis, João-de-barros e sabiás.
Cantam pra anunciar a chegada do sol.
Ainda que esteja tudo escuro,
cantam pra alegrar o mundo.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cair da tarde

E quando a tarde cai,
muitas flores murcham.
As flores do campo
se fecham e se protegem
do sol ou da chuva.
E quando a tarde cai,
o jasmim se perfuma
ainda mais.
E quando a tarde cai,
quantos eventos já
não se passaram.
Na tarde de sol
ou de chuva ouvir
Holst é sempre bom.

Outro dia

A manhã surgiu escura e fria.
Minha rua está vazia.
Nem as aves apareceram
para comer a banana que sempre
lhes ofereço.
Acordei muito cedo,
ainda estava escuro
e fiquei na cama pensando
em muitas coisas.
Então quando me levantei
nada aconteceu no meu quarto,
mas através da janela do meu laptop
vi o que aconteceu no mundo
nas últimas 24 horas.
Fechei a janela do mundo
e tudo continuou escuro e frio.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A essência

E assim segue aquele que a tudo amou,
e assim aquele que tanto nos fascinou,
se encantou, foi para o mundo dos elfos,
se transportou para o mundo de sua
imaginação...
A matéria até pose se transformar,
mas a alma viva está
nas memórias e enquanto
estas existirem aquela alma
viverá e um dia só restará
a escrita e um dia
será como o tempo que o antecedeu,
como algo que nada existiu...

Encantamento

Gosto da ideia de que as pessoas não morrem, mas se encantam. Ontem a propósito uma pessoa muito querida se encantou. Adalberto Varela foi uma pessoa que povoou a minha mente antes de conhece-lo, em decorrência das muitas histórias sobre ele. Encantava-me aquela figura clássica, cheia de histórias, paixões pela Biologia. Encantava-me o fato de ter se formado em medicina e nunca ter exercido a profissão, mas se embrenhado pela Zoologia. A primeira vez que falei com o professor Adalberto foi para pedir um favor. Lembro que ele estava regando o jardim, como sempre gostava de fazer. Eu havia perdido um livro da biblioteca e precisava de um professor que indicasse um livro e ele prontamente me ajudou. Com o tempo aquele mito tomou forma e substância. Tornamo-nos grandes amigos. Eu adorava ouvir suas histórias cheias de misticismo e de mitos e de sabedoria. Seu conhecimento de fauna era inquestionável. No mestrado onde desenvolvi meu campo, tornou-se morada de Adalberto, onde cuidava de sua imensa coleção de insetos. Era apaixonado por rock, pincipalmente Pink Floyd. Desenvolveu seus últimos dias de trabalho na ESEC, onde era um mito. Ele tinha muitas histórias sob abduções, elfos entre muitas coisas. A última vez que o vi foi quando fui a ESEC coletar uma planta para meu doutorado. Almoçamos juntos, conversamos muito. Muitas boas memórias estão guardadas. Some o corpo, mas permanece a alma. Descanse em paz professor Adalberto, mas sei que sua alma enquanto existirmos povoará sempre a ESEC e sua sala na UFRN.  

domingo, 22 de janeiro de 2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A brisa da vida

Hoje, sei que tudo é passageiro, mas nem sempre foi assim. Só com o passar dos anos foi que a vida me proporcionou experiências que me fizeram amadurecer. A matéria sofre constantemente transformações. Estas transformações às vezes ocorrem muito rapidamente e outras vezes  lentamente. A vida também está sendo constantemente renovada e é só através destas sucessões de eventos que a vida torna-se evoluída e modificada.
Por não compreender que tudo é passageiro, muitas vezes, fiquei indignado com a vida. Todavia, descobri, através das experiências e através de muitas leituras que o final das coisas é o curso normal. E quando descobri que o curso normal é dá sequência a vida independente das dificuldades. Percebi que tenho que fazer sempre o melhor para ser feliz todos os dias. Embora sabendo que a vida é orgânica e que a felicidade é um estado de espírito e que é necessário certas passagens na vida para que possamos crescer. Com o passar dos anos, aprendi ainda que ser fiel as minhas ideias poderia me levar a onde quis chegar. Apesar de tudo isso, tenho certeza que tudo pode melhorar sempre mais e aprendi que as coisas sempre podem piorar também. Descobri que podemos sempre fazer escolhas, embora cada escolha que fazemos há sempre uma dúvida e que estas dúvidas podem nos trazer angústias, a parte disto, as passagens e transformações podem sempre nos ajudar a sermos pessoas melhores.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Perfume do verão

As murraias florescem
e suas flores alvas
perfumam e embelezam o verão.
Ah, o aroma das flores de murraia
é tão doce e suave...
O perfume das murraias
tem aroma de verão.

Meu pequeno botânico

 Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver ...

Gogh

Gogh