sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O beijo da manhã

Hoje, quando acordei,
a chuva cantava sobre telhado,
o mundo todo belo estava molhado,
um sabiá laranjeira veio cantar
na minha janela e foi uma visão tão bela.
O canto da chuva junto ao do sabiá.
então fui a cozinha e preparei um chá.
E quando abri a janela,
Senti o aroma da manhã,
invadir o meu quarto,
meu corpo e minha alma,
sei que senti aquele aroma
de folha molhada,
senti minha alma estremecer de alegria,
a manhã me beijou,
e a chuva foi testemunha,
e a chuva canta
como num coral
pingo a pingo,
gota a gota,
e assim me embreaguei
manhã a dentro,
Feliz.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Repetição

Quando fico em casa, fico tão cansado. Coisa que faço repetitivamente me cansam. Vou a janela, vou ao jardim a geladeira. Olho os malditos facebook, gmail, yahoo. As vezes me concentro, as vezes não,  minha mente esquenta feito cana passando na engenhoca, feito milho na forrageira ou no moinho, a pressão também esquenta. E nessa embolia, que se segue por todo o meu dia, deixa minha vida tão incomodada, tão cansada. Sinto que a vida é uma eternidade, até chegar a hora de almoço ou de sair para desparecer. E quando saio quando o tempo passou, penso o tempo voa... A repetição maldita como me cansa a alma.

Pássaros

Pus uma banana sobre o muro e veio saboreá-la o sanhaçu, depois veio a cambacica que cantou algo bem de lá da sibipiruna. A tarde está tão enfeitada com o canto dos pássaros. Está nublado, até choveu hoje cedo. Acho que os sanhaçus temem muito nos, porque nem posso olhar que eles já saem voando. Mesmo assim
é tão bela essa tarde.

Dias escuros



Há dias que o sol não aparece,
dias que ficamos sob as sombras
das nuvens.
Há dias que a mente não apetece,
e ficamos mais escuros
que cavernas.
Há dias que não
queremos sair de nosso
caracol.
Há dias que nos sentimos
literalmente caracóis
e nos arrastamos
existência a fora.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Noite de lua

Hoje a noite o céu está tão claro e limpo. A lua cheia clareia as ruas e as praças. Na rua Felizberto Brolezze, onde tem um doce pé de jasmim de flores cândidas e perfumadas, ao passar ali próximo, com tanta claro da lua pude ver as flores e beber o do seu odor, é tão gostoso. Então, fui caminhando até minha casa que estava sob a sobra das sibipirunas. O vento sopra fazendo chiar as folhas das árvores de minha rua. As árvores estão tão bonitas, suas folhas brilham ao refletir o brilho da lua como espelho sob a água. Que noite serena e cheia de paz. Enche-me de saudade de tempos atrás. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Natureza condenada

Que maravilha é poder contemplar a natureza. Ver as aves voando pelo céu, cantando entre os ganhos das árvores. Sentir o perfume de uma flor. Sentir a bruma afagar nossa face. Quanta coisa há na natureza que não sabemos expressar e muitas vezes e preciso beber na poesia e se encher de metáforas e melhor compreender a natureza. Para percebermos e entendermos a natureza precisamos saber substancializar, materializar em palavras, pois o que vemos e quando o buscamos ver passamos a perceber sempre e mais. Todavia, falta um olhar humano à natureza. Olhamos para a natureza sempre com um olhar progressista, pois em nosso entender o que merecemos é o conforto. E esse conforto leva ao sacrifício da natureza. Não compreendemos ainda que a natureza é anterior a nossa existência e que portanto somos produto seu. Que a natureza é em sua maior parte transformação. A natureza se recicla, contudo a natureza viva, essa está desaparecendo dia a dia em função de nossa espécie. Então hoje será preciso ir a literatura para ver a beleza da natureza que se acaba sem parar.

domingo, 9 de outubro de 2011

uma gota de chuva ou um pingo da alma

Agora é tarde e chove.
O sol nem apareceu, pois
as nuvens não deixaram.
Agora é tarde e chove.
Chove uma chuva lenta,
sem pressa
e seus pingos vão
apagando as marcas de pó
do mundo,
vão lavando as ruas.
Até plantas estão sorrindo.
Agora é tarde e chove.
Os pingos da chuva
são gotas que lavam a terra.
Os pingos da chuva são doces.
Assim como os pingos lavam a terra,
as lágrimas costumam
lavar a alma,
e as vezes como a chuva,
costumam cair em tardes de chuva.
Às vezes quando chove
a tarde e quando aves cantam,
as lágrimas costumam
fazer os olhos sorrir,
se choramos é de emoção,
uma boa emoção,
porque as tardes de chuva,
sempre nos faz lembrar
quem amamos,
que nos faz lembrar que somos humanos.

Mudanças

A vida é tão passageira e nela as mudanças ocorrem sem cessar e em grande velocidade. Não faz muito tempo que o dia nasceu e fazia muito sol e calor, agora, pouco o tempo depois, está nublado e esfriou. Não faz muito tempo era criança e não entendia nada, hoje poucos anos depois, sou adulto e o aprendi muito com as mudanças, porque de certa forma elas atuaram também em mim. As mudanças me deram muita experiência. São tantas as transformações que acontecem em nossas vidas e, muitas vezes, ocorrem tão depressa.
Ao longo da vida vamos abraçando estas mudanças, pois fazemos parte delas, parece nos acostumamos tão fácil que até parece que nascemos com elas. Todavia, tem dias que a realidade nos trás a reflexão e pelo que percebo essa mudanças velozes as quais vivemos não nos permite cimentar os fatos, as ideias, os sentimentos que nos tornamos seres frágeis. Percebemos e conhecemos diversas realidades, mas quanto realmente compreendemos? Essa reflexão me veio a mente porque muitas vezes temos uma leve visão de compreensão do as coisas que acontecem no mundo. Cremos que determinadas situações são instrumentos de fácil resolução, no entanto a realidade é outra, só quando  estamos vivendo essa situação é que percebemos que não é o tão fácil quanto pensávamos e ai, ao vivê-las, ocorre uma mudança em nosso paradigma de mundo e com o tempo vamos acumulando experiências, vamos nos adequando ao mundo nos tornando mais humildes, mais experientes, mais humanos. Todavia na velocidade em que as coisas estão acontecendo, não sei se isso será possível. Estamos passando pela vida, sem viver. As mudanças que  nos levam a sabermos viver em harmonia, mas se estas ocorrem em grande velocidade o que absorvermos, certamente, é algo muito inferior ao que poderia ser apreendido. Muitas vezes fugimos dos problemas, driblamos as situações, mas o fato é que mais cedo ou mais tarde nos será cobrado. Portanto é preciso coragem para entender que a vida é passageira que as mudanças ocorrem sem parar.

Mãe natureza

A natureza em movimento,
a ondular pra lá e pra cá,
como é gostoso o vento,
um vento suave, que até
parece a voz da natureza.
O vento e as sinuosidades
da natureza são tão belos.
O chiado das folhas,
o aroma da flor,
a semente ou frutos
alados tão suaves
são levados ao vendo.
As vezes oramos
e cremos que o vento
levarão nossos desejos a Deus.
Sortuda é a praia
que tem o vento como
correio,
e manta para o continente
suas águas.
O vento é testemunha
que a natureza
não necessita de nossa
presença para se fazer
em movimento,
pois tudo em sim
é movimento
e é triste quando
não percebemos
nem mesmo sua
generosidade na menor dar brisas,
na beleza e no perfume das flores,
deveríamos ser mais gratos
para quem nos acomoda,
porque o pior sentimento
é a ingratidão.

Velho

 Acho que estou ficando velho. Ficar velho sempre parte de um referencial. Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, v...

Gogh

Gogh