segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A noite

A noite escura,
caia a chuva,
que quebrava o silêncio,
com o som das
gotas nas folhas,
no teto, apesar da chuva,
como era forte o calor.
A rua escura
e vazia.
A noite vazia e escura.

Cotidiano

É o fim de mais um mês,
último dia do primeiro mês
do ano, foi um dia quente,
foi um dia qualquer,
mas não foi.
Fiz coisas interessantes,
fui ao outro lado da cidade,
vi gente, senti muito calor,
percebi o tumulto da cidade,
aprendi onde fica a rua
da praça Carlos Gomes,
Conversei com pessoas
que nem conhecia,
foi um dia diferente.
Mas no fim da tarde
choveu, tomei tereré,
vim para casa e tudo
foi como sempre.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Durmo

A noite caio no sono,
embalo em sonho,
nada vejo,
nada desejo,
sou e não sou,
a noite quando durmo,
viajo, me apago.
Que faço?
Durmo e nos sonhos?
são escassas
as lembranças,
as nuanças,
nos sonhos que sou?
Nem acordado sei,
nunca imaginei,
no sonho quem sabe
como Decarte
alguma ideia
me iluminar,
sonhos,
noite,
vida.
As noites de verão,
são todas tão quentes
que falta paciência para tudo,
as vezes fico mudo,
cisudo, mas é por causa
do calor,
que horror,
Que se vá o verão,
quero mais calor não.

Vida!?

A muito me questiono sobre a vida e por mais que eu procure, nunca encontro uma resposta. Apesar de tudo vivendo estou aprendendo como viver, viajando entre os altos e baixos.
Estou procurando sempre uma maneira de viver melhor, então me apego a ideias, uma das quais me apeguei, me apaixonei foi a de buscar o saber e saber, mas sabe nunca sabemos do quanto sabemos e se o que sabemos nos vai ser utilizado. Ultimamente tenho me perdido muito em minhas ideias, meus conceitos, minhas crenças. Acho que estou perdendo meu norte, poderei até ficar louco. Como agora no fim de domingo a noite, tento manter uma certa ordem, passar minhas roupas e começar bem a semana. Na verdade parece que estou sempre buscando andar pelos trilhos certos, mas parece que isso só funciona comigo, talvez maltrate as demais pessoas. Isso me entristece muito, nunca quis desagradar ninguém, mas parece que estou com uma certa facilidade de destratar as pessoas, isso me faz sentir péssimo. Nessa busca pela ideia do saber, acho que estou me perdendo, não sei o que fazer. Por isso ouço Mozart nesse começo de noite. E a vida segue, segue...

Manhã de verão

A manhã caiu umida e clara,
aves cantando, uma leve brisa
soprava suavemente
trazendo o cheiro do
mas árvores molhadas,
onde das folhas gotas
da chuva passada escoriam,
sai a passear de bicicleta,
brisa na face, o cheiro da vida,
seguindo pelas ruas,
vendo as plantas na fazenda,
parei para andar sobre
a grama molhada,
tirei a sandália
pra sentir a textura molhada,
sentir o chão,
senti a vida molhada,
e quando cheguei a um chão
com seixos de areia,
caminhei descalço,
sentia a textura
do contato dos meus pés
com os seixos,
respirei fundo e vivi o momento,
senti a vida umida,
a manhã perfeita,
uma linda manhã de domingo,
nua manhã de verão.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Spatodea

Flores vermelhas pelo chão,
pela ciclovia, pelos jardins,
flores vermelhas de espatódea.
Flores vermelhas nas praças,
Flores vermelhas frescas pelo chão,
Flores vermlhas de espatodea
espalhadas pelo chão,
estamos em janeiro,
estamos no verão,
com chuvas intensas,
chuvas torrenciais,
de intensas derrubam
as flores viçosas pelo chão
flores vermelhas viçosas
pelo chão, logo o verão vai passar,
as flores vão secar
e tudo que restará
serão frutos, folículos.
Sempre hei de lembrar,
das flores vermelhas molhadas
no chão, sem cheiro ou beleza,
mas são rastros de fogo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Odores

Os odores

As coisas que tem odores,
guardamos na memória,
e revivemos quando sentimos.
Quando sentimos os odores,
das flores, das almas,
de comidas, das bebidas,
das roupas lavadas,
das cobertas,
quão fortes são as memórias,
cheiros de vitórias,
de amor,
de dor,
lembro do cheiro
do posto médico de quando era pequeno,
do cheiro da anestesia bucal,
lembro do cheiro da roupa
passada a ferro a brasa,
do cheiro branco da farda,
do cheiro amarelo do cajú,
do cheiro ácido amarelo do cajá,
da castanha do cajú em ruma,
do cheiro do barro molhado seco sendo molhado pela chuva,
da garapa de cana fervendo nas caldeiras,
das flores de laranjeira, cafezais,
do doce cheiro da dioclea, mimosa, cardeiro,
lembro do cheiro das vezes secas de gado,
da água com caparosa,
dos mufumbais,
Recentemente passei a amar o cheiro do jasmim,
mas nem sempre foi assim,
jasmim em minha terra era usado para enfeitar defuntos, não tinha boas lembranças
me dava medo os jasmins,
na casa de Eliza tinha um enorme pé de jasmim,
na casa de minha avó tinha um pé também, mas
apaguei aquelas memórias,
Jasmim hoje cheira para mim.
Gosto do cheiro da magnolia.

A vida é mais bela
quando fico assim,
quando sinto cheiro de jasmim,
de Sestrum,
cheiros da noite,
noites frias,
porque as quentes, nos tiram o sono e os sonhos.

Dúvidas

Olho para o mundo inteiro pra buscar algo de mim.
Olho para as plantas, vejo as formas deduzo nomes.
Olho para o céu vejo o azul, através das nuvens
percebo sua profundidade dele, é infinito, às
vezes é preciso olhar a noite para perceber
seu tamanho, é meio estranho, pois se precisamos
da luz para ver melhor as coisas, como assim é
preciso a noite, até mesmo as verdades
são provadas de maneiras opostas.
Olho para uma rua, sei onde ela vai dar,
mas não sei quais são as possibilidades
que me permitirão se seguir sempre em
frente, talvez volte ao mesmo ponto,
mas até sei que não serei o mesmo,
o tempo, a distâncias e as coisas que viverei,
me transformarão.
Olho para uma pessoa, acho que sei algo,
acho que posso deduzir adjetivos ou conceitos
sobre tal, mas que ledo engano,
não conhecemos nem a nós mesmos,
quem dirá o outro.
Olho então para mim.
E indago quem sou? o que sou?
Qual a minha origem, confesso
que desconheço meus humores,
meu ser, me acostumei demais comigo mesmo,
com meus conceitos, com minha vida,
não pus em prática, minhas personas
que poderia ter. As vezes me acho mediocre,
acho que estou ficando quadrado.
Acho que nem eu estou me aguentando.
As pessoas também não. Acham que sou grosso,
Que fazer!
Acho que vou voltar,
Não devo mais confiar em ninguém?
Talvez sinto que como um marisco
estou me fechando cada vez mais do mundo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Ilusão

Queria poder seguir
as minhas ideias,
ir além do impossível,
queria poder ao ler
tudo aprender,
tudo conhecer,
mas já sei que uma vida
é muito pouco,
posso dar prioridade,
queria tantas coisas
fazer, viver,
todavia algumas
me são distantes,
outras nem tanto,
quem sabe não poderia
em minha imaginação
poder realizar,
quem sabe,
mas tem que ser do meu jeito,
será apenas ilusão,
mas talvez seja mais confortável
que o real,
não faz mal,
afinal, parece que a vida é só uma ilusão,
a gente pensa bem forte,
e as coisas acontecem
ou podemos fazer de conta,
tem que acreditar,
senão tudo não vai passar de ilusão,
agora penso que sou feliz,
tenho tudo que quero.
Pronto.

Velho

 Acho que estou ficando velho. Ficar velho sempre parte de um referencial. Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, v...

Gogh

Gogh