sexta-feira, 21 de agosto de 2020

41. A chuva de agosto

 Pela manhã caiu um toró.

Estava numa parada de ônibus 

Vendo e ouvindo a chuva chovendo,

Os pingos formavam uma corrente de água

Que escorria transparente.

Os pingos caiam nas árvores

E escorriam ramo abaixo...

E a manhã foi despertando e a chuva parando.

A chuva parou de chover em pouco 

Tempo restava apenas a corrente transparente

Que foi minando até desaparecer,

Até sumir

E se foi...

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

40. Por algo

Ir e vir,
Depois da madrugada,
Depois de uma noite dormida,
Sonhos sonhados talvez,
Após uma manhã,
Após uma tarde,
Após um dia vivido,
Pensar é uma dádiva,
As memórias vividas,
Os encontros e desencontros da vida
A mais vaga poesia,
Ter algo para dizer
Ter algo por que viver,
Acredite o tempo voa, implode,
O tempo é passageiro,
Quando menos se espera já passou.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

39. Vias

 Em algum dia de agosto pelos 40 anos vividos aprendi alguma coisa com a vida.

Foram 20 anos vividos na pátria mãe Serrinha dos Pintos e 20 anos por ai vagando em busca de conhecimento. Pensando no hoje acho que nunca estive tão perdido.

Aprendi muito, mas a lição que fica é que nunca sabemos o bastante,

O mundo é infinito de conhecimento,

E nessa busca pelo saber a gente só concluí que nunca sabemos tudo, 

Descobrimos que essa fome como nosso apetite por comida só é saciado parcialmente...

A fome é grande e o tempo é pouco,

As vias são os limites...


38. Xerém

 Um cheiro despertou uma memória antiga.

Quando criança, às vezes, saíamos para a casa de um vizinho para moer milho para fazer uma comida que conhecida como xerém. 

Geralmente era na casa do vizinho mais próximo. A casa de Amaro era uma delas.

Amaro que era casado com Ciça e tinha um filho chamado Francisco (Chico Amaro).

Ciça zelava demais do moinho que era sempre muito limpinho.

Como a maioria das casas, aquela era realmente muito simples sem muito conforto.

O moinho ficava na cozinha.

Sempre ia para moer e ajudar mamãe.

Ela ia colocando o milho e eu ia moendo.

Os grãos ao serem moídos se transformava em xerém e farinha.

E é viva a memória do cheiro do milho moído, um odor peculiar.

A moagem geralmente se dava em duas etapas.

Às vezes, mamãe já ia peneirando.

Assim que acabava, mamãe limpava o moinho e a gente voltava para casa

Para assim preparar mais uma vez a nossa janta,

Nossa subsistência... E mais uma tarde se passava em nossa vida.

Sem pensamentos ou consciência cheia de felicidade.

terça-feira, 18 de agosto de 2020

37. O que é

 O espaço está aí eterno.

As paisagens mudam com a vida que lhes habita.

Não somos eternos,

Somos apenas passageiros,

Viajando nesse mundo com nossa vida.

Estamos sempre aprendendo,

E o tempo passando,

Tudo é apenas movimento,

E quando perde o movimento

É o fim.

36. Tempo vil

Há tanta coisa absurda acontecendo,

Tornando-se  comum, vulgarizando.

Coisas ao meu ver absurdas.

Como assim cometer um aborto em uma criança de 10 anos é crime!?

Onde está a lógica de pessoas que são contra o aborto neste caso.

Pessoas dentro da igreja se pronunciarem contra o aborto...

Num mundo onde o outro quer dominar seu corpo.

Onde chegamos.

Desprezível estes tempos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

35. Um paraíso

 É estranho rever um lugar místico por ser desconhecido depois de muito tempo. As paisagens, o clima e a luminosidade deixa uma vontade de desvelar o sobrenatural.

Tudo coisa de nossa imaginação.

A mata branca esparsa, os solos rasos,

A vegetação espinhosa e baixa

É um cenário cênico que ocupa nosso imaginário.

A natureza eterna e a vida passageira

Travam uma batalha que tem destino certo.

Assim é o Seridó para mim.

Um paraíso subjetivo.

33. Mix

 Tudo pode ficar melhor ou pior,

Com música e beleza tudo fica encantado,

Os encantadores do mundo Mozart,

Beethoven, Chopin, Lizst...

Com beleza tudo fica mais encantado,

Eis os encantadores do mundo

Gogh...

O mundo fica mais belo com arquitetura de 

Gaudi...

Essas coisas entre arte e ciência.

domingo, 16 de agosto de 2020

32. Uma certeza

 O tempo nos constrói,

Ser é ter substância viva,

Ser é devir,

Viemos a ser e deixamos de ser,

Esse movimento chamado vida,

Quando não voltamos a ser,

Apenas deixamos de ser,

A matéria se transforma em caos.

E sobra alguma coisa?

Sem corpos não somos nada.

Quando se morre se torna nada.

E o que fica é apenas o vazio...

E quanto mais vivemos

Maior vai se tornando o vazio

Porque vamos perdendo as pessoas que amamos,

Embora tenhamos que continuar até o nosso fim.

É preciso refletir sobre esta certeza.

sábado, 15 de agosto de 2020

31. Nada have com Chopin

 Chopin!

Acho que ouvir suas composições tem clima de chuva,

Tem gosto de chá com madeleines,

Tem cor azul...

Toda a calma do piano,

Ouvir Chopin aqui nos trópicos 

É interessante porque as aves cantam lá fora...

Não é nightingale nem blackbird,

Não são bem-ti-vis, sanhaçus, siriris,

E nomes tupis...

Entre uma composição e outra,

O silêncio ensurdecedor da tarde,

Que breve silêncio.

A memória torna tudo tão próximo,

Ontem, hoje, agora...

Só a imaginação antevê o amanhã.

Quero dormir ao som do piano,

Composições de Chopin.

Sabe... Algo excepcional está acontecendo comigo.

Estou terminando de ler a "Fenomenologia do espírito" de Hegel...

Excepcional porque é impossível ler Hegel numa sentada.

Na verdade, acho que mau cheguei ao fim e sinto que tenho que recomeçar a reler.

Não Hegel não deve ser lido e sim estudado.

Adoro Marx, mas não entendi nada do Capital 1.

Assim como, que ler Darwin ou Nietzsche.

Pensamentos para além da academia.

Diamantes brutos como nossos cérebros indisciplinados.

Chega! Uma notícia triste nesta tarde.

Professor Alexandre da Oceanografia da UFRN partiu.

Ainda lembro de suas aulas explorando a geologia

Na sala com ar da maresia,

Os amigos de Minas,

As idas e vindas no ônibus 33.

Nada haver o mar com Chopin

Com geologia,

Com nada. 

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh